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ECA - 3

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Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
Prof. Roberta Densa 
 
Matéria: Tutela/ Adoção/ Estágio de Convivência/ Cadastro de Adoção – Nacional e 
Internacional/ Prevenção Geral e Especial/ Autorização para Viajar/ Medidas Protetivas. 
 
18/04/2011 
 
 
Tutela: A tutela pressupõe a guarda do menor. 
O tutor ingressa com pedido de tutela e no curso do processo o juiz pode deferir a guarda 
ou não. 
O tutor assim como o guardião tem a mesma obrigação material e moral “munus 
público”. 
A tutela tem prestação de contas prevista no Código Civil e no Código Processual Civil – 
a cada 2 anos o tutor deverá prestar contas e o balanço será realizado anualmente. 
Nota-se que a tutela está ligada principalmente com a administração dos bens, uma vez 
que, as crianças não podem dirigir seus bens, por si sós, precisando de tutor (adotando 
sempre o princípio do melhor interesse da criança ou do adolescente). 
 
A tutela não altera o estado de filiação, ou seja, a criança e o adolescente continua sendo 
filho dos pais biológicos, razão pela qual terá acesso aos fins previdenciários. 
 
Adoção (regulada pelo ECA apartir do Art. 39): É o instituto que tem sido utilizado 
desde a antiguidade, pois trata-se de meio pelo qual o casal sem filhos consegue 
assegurar a continuidade de sua descendência, recebendo um estranho na qualidade de 
filho. 
 Portanto, cria-se um novo vínculo de filiação (desliga-se totalmente do vínculo 
biológico) – o adotante passa a ser pai e mãe do adotado. 
 
Enquanto a adoção é absolutamente irrevogável, ou seja, após transitada e julgada jamais 
poderá ser desfeita, a guarda e a tutela podem ser revogadas, uma vez que podem ser 
constituídas na forma provisória (passível de serem desfeitas). 
Obs.: Portanto ocorrendo o falecimento dos pais adotivos jamais a criança retornará aos 
pais biológicos. 
 
A colocação em família substituta (guarda, tutela ou adoção) é regida pelo princípio da 
excepcionalidade. Sendo que, à adoção é a exceção da exceção – última hipótese de 
colocação em família substituta. 
 
Obs.: Não é permitida a realização da adoção por procuração, pois a manifestação da 
vontade do pai adotivo como do pai biológico – serão manifestadas em audiência. 
 
 
 
 
 
Arts. 42 e 43, do ECA – Requisitos para a Adoção: 
1º O adotante deve ter mais de 18 anos. Obs.: Casal – um com 18 anos e o outro com 16 
anos, podem adotar, pois basta que um deles tenha 18 anos para adotar, regra estabelecida 
conforme a doutrina. 
2º O adotando segundo as regras do ECA deve ter menos de 18 anos (exceto nas 
hipóteses de guarda e tutela). 
3º Diferença de 16 anos entre o adotante e o adotado. 
4º Motivos Legítimos: A idéia da adoção e a formação da família. 
5º Reais vantagens para a criança/adolescente de se sentir acolhida em família. 
 
Art. 42. “Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado 
civil. 
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. 
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente 
ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. 
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. 
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar 
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o 
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e 
que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não 
detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. 
§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao 
adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da 
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. 
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de 
vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.” 
 
Art. 43. “A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e 
fundar-se em motivos legítimos.” 
 
Espécies de Adoção: 
1.Adoção de Pessoa Solteira: Qualquer pessoa solteira pode adotar, independentemente 
do seu estado civil (maior de 18 anos) e da sua orientação sexual. 
 
2.Adoção Conjuntiva: Duas pessoas adotando ao mesmo tempo em um único processo, 
desde que casadas ou convivência em união estável (mulher e homen – pressupõe-se a 
diferença de sexo). Obs.: Pelo ECA um casal de homossexuais não pode realizar à adoção 
conjuntiva, apenas um deles pode adotar sozinho. 
Obs.: Dentro da espécie de adoção conjuntiva existe a possibilidade de adoção por 
pessoas divorciadas, ou seja, quando ocorrer o estado de convivência dentro do 
casamento ou união estável (antes da ocorrência do divórcio) – nesta circunstância a 
guarda será preferencialmente compartilhada para os dois. 
 
3. Adoção Unilateral: Matem-se o vínculo biológico com uma das partes e cria-se um 
vínculo artificial de adoção com o outro. Ex.: Uma mãe solteira casa com um rapaz – este 
por sua vez, decide registrar o filho que não é biológicamente seu. 
 
 
Este instituto tem por finalidade evitar dar como seu o filho de outrem, vulgarmente 
chamado de adoção a brasileira. 
Obs.: Após ter reconhecido o vínculo de adoção – não poderá requer a negatório de 
paternidade, pois já foi estabelcida a paternidade socioafetiva (decisão do STJ). 
À adoção é absolutamente irrevogavel. 
 
Impedimentos à Adoção: 
- O ascendente não pode adotar o descendente na linha reta consanguínea (motivo: evitar 
alteração da linha sucessória). 
- Os irmãos não podem adotar o irmão – (motivo: evitar alteração na linha sucessória). 
Obs.: Na linha colateral a única proibição de adoção é com relação aos irmãos, portanto o 
tio pode adotar o sobrinho. 
 
Efeitos: 
Toda adoção ocorre por meio de sentença, razão pela qual seus efeitos acontecem após o 
trânsito em julgado. 
O principal efeito da adoção está relacionado com a finalidade de formar uma nova 
filiação, sem qualquer tipo de distinção entre filho natural e adotado (faz jus ao direito 
sucessório). 
 
Adoção Post Mortem: A adoção, que se pode nominar de post mortem, consiste em 
permitir que se complete, após a morte do adotante, ocorrida no curso do processo de 
adoção, o respectivo processo. Tal previsão legal oferece reais vantagens ao adotando, 
tanto morais como econômicas, estas últimas consubstanciadas através da aquisição de 
direitos hereditários. 
Estágio de Convivência: Unificando, em obediência à norma constitucional, as 
diferentes formas de adoção, o Estatuto elimina o prazo de convivência de 1 ano, antes 
previsto para a adoção plena, quando, em seu artigo 46, deixa ao arbítrio judicial (na 
adoção nacional) a fixação de tal prazo. Portanto, o estágio não é obrigatório (o juiz tem a 
faculdade de arbitrar ou não o estágio de convivência, p.ex: quando a criança tiver menos 
de um mês de vida ou quando a criança já mora com os pretendentes, ora adotantes – em 
ambos os casos o juiz pode dispensar este estágio de convivência). 
Art. 46. “A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou 
adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades 
do caso. 
Na adoção nacional não há mais a fixação do prazo, no entanto a adoção internacional 
deverá ser respeitado o prazo de 30 dias (estágio de convivência, cumpridos em território 
nacional). 
Este estágio será fiscalizado obrigatoriamente pela equipe interdisciplinar da Vara de 
Infância e Juventude. 
 
 
Cadastro Nacional de Adoção: Determina o Art. 50 que "A autoridade judicial 
manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em 
condições de serem adotados e outros de pessoas interessadas na adoção".Tal cadastro é feito pela Vara de Infância e Juventude tanto para os aptos a adotar quanto 
para as crianças que estão aptas para serem adotadas. 
Antes de ser deferida a inscrição no cadastro de adoção – o pretende passará por uma 
análise prévia, ou seja, realizará uma série de exames psicológicos e sociais. Obs.: A 
quantidade auferida (baixa renda) não é fato proibitivo para adoção de uma criança. 
Obs.: A lei estabelece idade mínima para adotar, mas não faz menção a idade máxima – 
portanto nada interferi que um idoso adote ou não uma criança. 
O cadastro é realizado no foro do domicílio do pretendente (adotante). 
 
Quando os pretendentes (adotantes) manifestarem recusas instistentes – podem ser 
retirados da fila de adoção. 
 
Adoção Internacional: Ocorre quando todo o cadastro nacional tiver corrido (ninguém 
aceitou a criança) – passa para o cadastro internacional. Obs.: O adotante pode ser um 
brasileiro que reside fora do território brasileiro. 
 
Prevenção: A prevenção se divide em – geral (Arts. 70 até 73) e especial (Arts. 74 até 
85). 
Prevenção Geral: É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente as 
necessidades básicas para seu pleno desenvolvimento e prevenir a ocorrência de ameaça 
ou violação desses direitos. Portanto, a prevença geral trata da integridade física e moral 
da criança. 
Prevenção Especial: O Poder Público regulará, através de órgãos competentes, as 
diversões e espetáculos públicos. Portanto, a prevenção especial trata de produtos e 
serviços inadequados à crianças – show, teatros, cinemas etc. É garantido a todas as 
crianças acesso a cultura, porém de forma limitada, através do ECA. 
Art. 74. “O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e 
espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se 
recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada. 
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, 
em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada 
sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de 
classificação.” 
 
 
A classificação indicativa não é considerada censura. Quando a classificação trouxer que 
maiores de 18 anos não podem ser acompanhados nem com a presença dos pais – trata-se 
de uma censura. 
Ademais, os menores de 10 anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de 
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável. Obs.: Nem 
sozinhos podem assistir apresentação de circo. 
As revistas e publicações de conteúdo erótico são consideradas impróprias para os 
menores de 18 anos. Obs.: A Playboy e a VIP são revistas com capa consideradas como 
conteúdo sensual, razão pela qual a comercialização não e feita em embalagem lacrada 
(plástico preto). 
 
Art. 78. “As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a 
crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a 
advertência de seu conteúdo.” 
 
Locais de jogos – bilhar, sinuca ou todo tipo de casa de jogos que tenha a exploração 
comercial, independente de ser lícita, a criança não poderá permanecer (nem para assistir 
os pais jogando). 
 
Art. 80. “Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, 
sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, 
ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a 
permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do 
público.” 
 
Art. 81. “É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: 
I - armas, munições e explosivos; 
II - bebidas alcoólicas; 
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda 
que por utilização indevida; 
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial 
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida; 
 ções a que alude o Art. 78; 
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.” 
 
A venda de arma e munição para criança ou para o adolescente – configura crime. 
Obs.: Basta a entrega, não precisa ser necessariamente a venda. 
 
A bebida alcoólica (todas, inclusive cerveja e smirnoffe ice) é proibida para as crianças e 
adolescentes. A placa indicativa no mercado do setor de bebidas alcoólicas é determinada 
pelo ECA. 
 
 
 
 
Todo tipo de produto que pode causar dependência física ou psíquica é proibida para as 
crianças e os adolescentes. Obs.: A Anvisa é quem classifica quais são os produtos que 
causam dependência. 
 
Os fogos de estampido são proíbidos à crianças e adolescentes, salvo os de menor 
potencial ofensivo, p.ex: estalinhos (é permitido) 
Os bilhetes lotéricos e equivalentes são proíbidos à crianças e adolescentes. 
Obs.: A mega-sena não pode ser vendida para criança, tendo por finalidade evitar o vício. 
 
Art. 82. “É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou 
estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou 
responsável.” 
Nota-se que as crianças ou adolescentes só podem entrar em hotel, motel, pensão e 
congênere acompanhado dos pais ou sob autorização deles. Ex.: Existem estradas que não 
possuem hotéis apenas motéis – durante uma viagem longa a parada para dormir – pode 
(desde que, acompanhado com os pais ou com autorização). 
 
Autorização para viajar: 
- No Brasil (da comarca onde a criança se encontra para outra comarca): só é exigida 
autorização para criança e não para o adolescente. A autorização será dispensada quando 
estiver acompanhada de um dos pais (nem irá precisar da autorização do outro); ou 
quando acompanhada por um parente ou colateral até o 3º grau, ou por uma pessoa maior 
expressamente autorizada pelos pais. 
Obs.: A criança poderá viajar sozinha – em comarca contigua ou na mesma região 
metropolitana, p.ex: de SP para ABC (Santo Andre, São Bernardo do Campo, São 
Caetano). 
 
- No Exterior: A criança e o adolescente precisam de autorização judicial para viajar, 
salvo se estiverem acompanha dos pais ou de um deles (sendo autorizado pelo outro). 
Obs.: Resolução CNJ 70 – permite viagem para o exterior em outras condições. 
 
Medidas Protetivas: 
Todda vez que a criança e adolescente estiverem em situação de risco pode ser aplicada 
uma medida protetiva. 
Situação de Risco: O Art. 98, do ECA firma as situações nas quais a criança e o 
adolescente estarão em situação de risco e, portanto, sujeitas à aplicação de medidas 
protetiva. 
A situação de risco é conceituada pelo Art. 98, do ECA. Ex.: Situação de risco – criança 
de 5 anos de idade não matriculada em escola. 
 
Art. 98 – “As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que 
os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: 
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 
III - em razão de sua conduta.” 
 
Para a criança infratora aplica-se somente medida protetiva. 
 
A medida protetiva está elencada em um rol exemplificativo – Art. 101, do ECA. 
1º- encaminhamento aos pais ou responsável. Obs.: Esta medida pode ser aplicada 
juntamente com outras medidas aos pais. 
2º Orientação – profissional, psicológica, sexual. 
3º Matrícula e freqüência obrigatórias das crianças na escola. Obs.: A obrigatoriedade 
não é só no ensino funamental, mas também no ensino médio.

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