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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
 
NACIONALIDADE 
1 -CONCEITOS RELACIONADOS: 
NACIONALIDADE: é o vínculo jurídico-político de Direito Público interno, que faz 
da pessoa um dos componentes da dimensão pessoal do Estado. Pode ser 
originária ou secundária 
 
OBS: Nacionalidade – etimologicamente deriva da palavra nacio, significa nação. 
Mas o conceito de nacionalidade não está relacionado ao de nação e sim ao de 
povo. 
 
 
-POVO É o elemento humano do Estado, o conjunto de pessoas que mantém um vinculo 
juridico-politico com o Estado, pelo qual se tornam parte integrante deste. Enfim, são os 
brasileiros natos e naturalizados 
 
OBS: Não se confunde com população e nação. 
 
-POPULAÇÃO é o conjunto de pessoas que se encontram no território de um 
determinado Estado, sejam nacionais ou estrangeiros, um conceito numérico, 
demográfico e estatístico. São todos os brasileiros , estrangeiros e apátridas que moram 
no Brasil 
 
- NAÇÃO: é o conjunto de pessoas nascidas em um mesmo ambiente cultural, 
que partilham as mesmas tradições, costumes, história e idioma, possuindo plena 
identidade sócio e étnico-cultural 
 
-POLIPÁTRIDA: quem tem mais de uma nacionalidade 
 
-HEIMATLOS OU APÁTRIDA: pessoa que não tem nacionalidade. 
OBS: a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 assevera que toda 
pessoa tem Direito a uma nacionalidade 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
 
2- NACIONALIDADE: AQUISIÇÃO E ESPÉCIES 
 
Lembre-se: nacionalidade: é o vínculo jurídico-político de Direito Público interno, 
que faz da pessoa um dos componentes da dimensão pessoal do Estado. Pode 
ser originária ou secundária. 
 
 
2.1 Espécies de Nacionalidade. 
 
 Originária ou Primária: Aquela que se adquire com nascimento. 
 
- Derivada ou Secundária: Adquirida voluntariamente 
 
 
2.2 Critérios de atribuição da Nacionalidade primária 
 
 
1ª Critério Territorial ou Ius Soli: considera o local onde a pessoa nasceu. 
 
2ª Critério Sanguíneo ou ius saguinis: relacionado com a ascendência, 
relacionado à nacionalidade dos pais. 
 
 
3º Sistema Misto. (adotado pela maioria dos países) é aquele no qual os dois 
critérios estão previstos na Constituição, como no Brasil 
 
 
 
3- NACIONALIDADE ORIGINÁRIA 
 
Art. 12. São brasileiros: 
Neste Dispositivo, a Constituição indica quem são os brasileiros Natos e os 
Naturalizados, contudo, lhes fornece tratamento isonômico, não se admitindo 
qualquer forma de diferenciação entre ambos, salvo, as previstas na própria lei 
maior. ` 
 
"As hipóteses de outorga da nacionalidade brasileira, quer se trate de 
nacionalidade primária ou originária (da qual emana a condição de brasileiro 
nato), quer se cuide de nacionalidade secundária ou derivada (da qual resulta 
o status de brasileiro naturalizado), decorrem, exclusivamente, em função de 
sua natureza mesma, do texto constitucional, pois a questão da nacionalidade 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
traduz matéria que se sujeita, unicamente, quanto à sua definição, ao poder 
soberano do Estado brasileiro.” (HC 83.113-QO, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 26-6-2003, Segunda Turma, DJde 29-8-2003.) 
 I - natos: 
 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país 
 
É o critério do ius solis, ou seja basta o nascimento em território nacional. Tal 
situação não prevalecerá se os genitores estiverem a serviço do Estado do qual 
são originários, observe que o caráter do serviço é de natureza pública e não 
privada. 
 
Observe, não significa que os dois devam trabalhar para seus país de origem, 
será considerado se um estiver trabalhando e o outro lhe acompanhando. Por 
exemplo: Primeiro Ministro da Inglaterra com sua esposa grávia e o filho nasce 
aqui, não será brasileiro. 
 
Casos 1: Cônsul Alemão no Brasil em viagem com sua esposa, ela não é 
servidora do Estado alemão, mas se o filho que está gestando nasce aqui, não 
será brasileiro nato 
 
 
Caso 2: Se casal, ou um deles, estiver a serviço do governo de outro país, por 
exemplo, casal argentino a serviço do Uruguai, o filho será brasileiro nato, pois 
não estão a serviço do seu País 
 
Caso 3 Mãe Alemã que trabalha para Mercedes Benz. O filho será brasileiro, 
porque não está a serviço do Estado alemão. 
 
 b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde 
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil 
Critério Sanguíneo ,pelo qual o filho de brasileiro (nato ou naturalizado) nascido 
no estrangeiro será considerado nacional, desde que: 
a) Pai OU a Mãe seja brasileiro 
b) Pai OU Mãe esteja a serviço do Estado brasileiro 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
Estar a serviço da RFB. É sentido amplo englobando Administração Pública Direta 
– RFB e Entes federados – e indireta: autarquias, fundações públicas e Sociedade 
de Economia Mista e Empresa Pública. 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde 
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a 
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, 
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
Este dispositivo já está na sua terceira redação, além da norma originária foi 
alterado duas vezes pelo Poder Constituinte Reformados, a primeira na revisão 
constitucional com a emenda de revisão n. 3 e a segunda em 2007 com a EC 54. 
Veja cada uma das redações: 
1ª) Redação Originária (vigente até 94): 
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que 
sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na 
República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em 
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; 
Eram duas as possibilidades: 
a) Registro em repartição Brasileira 
b) Vir a residir no Brasil e optar pela nacionalidade brasileira. 
2ª) Redação dada pela EC n. 3 de 1994. (vigente até 2007) 
 c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, 
pela nacionalidade brasileira 
Há a supressão da possibilidade de registro em repartição competente, isto no 
intuito de criar maior vínculo com o Brasil. 
 
 
Três requisitos: 
 
a) Sanguíneo. Filho de pai ou mãe brasileiros 
b) Residencial; vir a residir no Brasil 
c) Opção confirmativa. Que só poderia ser realizada após os 18 anos, porque 
considerada pelo STF como personalíssima, em outras palavras somente e 
quando dotada de capacidade plena. 
 
 
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Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
 Antes dos 18 anos tinha nacionalidade provisória, 
 
 Completar 18 anos esta nacionalidade provisória fica suspensa aguardando a 
opção confirmativa. 
 
Todavia esta exigência levou ao surgimento de Brasileiros apátridas, porque 
nascidos de pais brasileiros que não estavam a serviço da RFB em território de 
Estados que adotam apenas o critério sanguíneo, como a Itália. 
 
Desta forma não eram Brasileiros, porquanto não vieram a residir na RFB e nem 
eram italianos, por exemplo, caracterizavam-se como apátridas. 
 
São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro,de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, 
pela nacionalidade brasileira. A opção pode ser feita a qualquer tempo, desde 
que venha o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, nascido no estrangeiro, 
a residir no Brasil. Essa opção somente pode ser manifestada depois de 
alcançada a maioridade. É que a opção, por decorrer da vontade, tem caráter 
personalíssimo. Exige-se, então, que o optante tenha capacidade plena para 
manifestar a sua vontade, capacidade que se adquire com a maioridade. Vindo 
o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, a residir no 
Brasil, ainda menor, passa a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa 
nacionalidade a manifestação da vontade do interessado, mediante a opção, 
depois de atingida a maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não 
manifestada a opção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da 
nacionalidade brasileira." (RE 418.096, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 
22-3-2005, Segunda Turma, DJ de 22-4-2005.) No mesmo sentido: RE 
415.957, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 23-8-2005, Primeira 
Turma, DJ de 16-9-2005. 
 
 
“Nacionalidade brasileira de quem, nascido no estrangeiro, é filho de pai ou 
mãe brasileiros, que não estivesse a serviço do Brasil: evolução constitucional e 
situação vigente. Na Constituição de 1946, até o termo final do prazo de opção 
– de quatro anos, contados da maioridade –, o indivíduo, na hipótese 
considerada, se considerava, para todos os efeitos, brasileiro nato sob a 
condição resolutiva de que não optasse a tempo pela nacionalidade pátria. Sob 
a Constituição de 1988, que passou a admitir a opção „em qualquer tempo‟ – 
antes e depois da ECR 3/1994, que suprimiu também a exigência de que a 
residência no País fosse fixada antes da maioridade, altera-se ostatus do 
indivíduo entre a maioridade e a opção: essa, a opção – liberada do termo final 
ao qual anteriormente subordinada –, deixa de ter a eficácia resolutiva que, 
antes, se lhe emprestava, para ganhar – desde que a maioridade a faça 
possível – a eficácia de condição suspensiva da nacionalidade brasileira, sem 
prejuízo – como é próprio das condições suspensivas –, de gerar efeitos ex 
tunc, uma vez realizada. A opção pela nacionalidade, embora potestativa, não é 
de forma livre: há de fazer-se em juízo, em processo de jurisdição voluntária, 
que finda com a sentença que homologa a opção e lhe determina a transcrição, 
uma vez acertados os requisitos objetivos e subjetivos dela. Antes que se 
complete o processo de opção, não há, pois, como considerá-lo brasileiro nato. 
(...) Pendente a nacionalidade brasileira do extraditando da homologação 
judicial ex tunc da opção já manifestada, suspende-se o processo extradicional 
(CPrCiv art. 265, IV, a).” (AC 70-QO, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento 
em 25-9-2003, Plenário, DJ de 12-3-2004.) 
 
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Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
 
3ª Nova redação dada pela EC 54 de 2007 
A possibilidade anterior pela residência foi mantida, mas foi (re) inserida, a por via 
registro na repartição competente. Destarte, se o filho nasce no exterior bastará ir 
ao consulado para que aquela criança adquira a nacionalidade brasileira. 
 
Se os país não quiserem ou puderem assim proceder, quando este menor vier a 
residir no Brasil ele poderá optar pela nacionalidade brasileira. 
 
 
QUESTÃO: Aqueles que nasceram em Estado Estrangeiro até 1994 puderam se 
valer da redação originária e procurar repartição competente. Já o nascidos após 
aquela data contavam apenas com a opção da residência no Brasil. Os nascidos 
após a EC 54/2007 podem contar com a opção de registro em repartição 
competente. 
 
Desta forma aqueles que nasceram entre 1994 e 2007 e não vieram a residir no 
Brasil continuam apátridas? 
R: 
 
QUESTÃO: Adoção é critério de aquisição da nacionalidade originária? 
 
R: 
 
 
 
 
 
4-NACIONALIDADE DERIVADA- ADQUIRIDA – SECUNDÁRIA 
 
 
 
 
 
 Tácita 
 
 Originários Língua portuguesa (NE Plena) 
Derivada Ordinária 
 Demais Estrangeiros (N E Ltda) 
 
 Expressa 
 
 Extraordinária 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
 
 
 
É aquela que decorre da naturalização, que pode ocorrer das seguintes 
formas: 
 
 1ª Tácita – grande naturalização: Na qual a pessoa não precisa se expressar 
para adquirir, o Estado passa automaticamente a reconhecer. 
 
2ª Expressa: deve haver manifestação de vontade do interessado, ou seja, não 
há reconhecimento espontâneo do Estado. É o que está previsto na nossa atual 
Constituição no art. 12 inc. II, “a” (naturalização expressa ordinária) “b” 
(naturalização expressa extraordinária). 
 
4.1 NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA 
 
4.1 NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA 
 II - naturalizados: 
 
 “Não se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisição da nacionalidade 
brasileira jure matrimonii, vale dizer, como efeito direto e imediato resultante do casamento civil. 
Magistério da doutrina.” (Ext 1.121, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2009, 
Plenário, DJE de 25-6-2010.) 
 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral; 
O dispositivo traz duas normas, uma de eficácia plena e outra de eficácia limitada, 
e obviamente, com critérios distintos para aquisição da nacionalidade brasileira, 
veja: 
1ª Originários de Países de Língua Portuguesa. Norma de eficácia plena, na 
qual os requisitos já forma estabelecidos pela Constituição: 1- idoneidade moral e 
2- residência no Brasil por 1 (um) ano ininterrupto. 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
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2ª Estrangeiros de outros países: norma de eficácia limitada, cujos requisitos 
devem ser estabelecidos por lei. A referida norma já existe, é a lei 6815/80 -
Estatuto do Estrangeiro- que no art. 112, traz os requisitos, in verbis: 
 Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: 
 I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; 
 II - ser registrado como permanente no Brasil; 
 III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro 
anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; 
 IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do 
naturalizando; 
 V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção 
própria e da família; 
 VI - bom procedimento; 
 VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no 
exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, 
abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e 
 VIII - boa saúde 
 
 
OBS: 1a § 1º do 112 aduz que “não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum 
estrangeiro que residir no País há mais de dois anos.” 
 
 2a Artigos 113 e 114 da lei contém exceções sobre o prazo de residência 
no Brasil, como por exemplo ter filho com cônjuge ou companheiro brasileiro. 
 
 
QUESTÃO: Preenchidos os requisitos exigidos para estas formas de aquisição 
mesmo assim a naturalização pode ser negada, enfim, há Direito Público 
Subjetivo? 
 
 
R: 
 
Procedimento: 1º Processo Administrativono Ministério da Justiça no qual será 
instruído; na sequência será avaliado pelo Presidente da República, que analisará 
com discricionariedade, logo, a conveniência e oportunidade, de decretar a 
naturalização. 2º Se decretada, haverá formalização na Justiça Federal da 
respectiva região. 
 
 
4.1 NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
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 b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira 
 
A própria Constituição estabelece os requisitos: 
 
a) 15 anos de residência ininterrupta; 
b) não pode ter condenação penal, (veja que no anterior é só idoneidade moral) e 
c) requerimento do interessado. 
 
QUESTÃO: Preenchidos os requisitos exigidos para estas formas de aquisição 
mesmo assim a naturalização pode ser negada, enfim, há Direito Público 
Subjetivo? 
R: 
 
 
 
"A aplicação da regra da alínea b do inciso II do art. 12 da CF pressupõe a prova inequívoca de 
que o extraditando requereu e obteve a nacionalidade brasileira." (HC 85.381, Rel. Min. Ayres 
 Britto, julgamento em 25-5-2005, Plenário, DJ de 5-5-2006.) 
 
 
 
“O requerimento de aquisição da nacionalidade brasileira, previsto na alínea b do inciso II do art. 
12 da Carta de Outubro, é suficiente para viabilizar a posse no cargo triunfalmente disputado 
mediante concurso público. Isso quando a pessoa requerente contar com quinze anos ininterruptos 
de residência fixa no Brasil, sem condenação penal. A Portaria de formal reconhecimento da 
naturalização, expedida pelo Ministro de Estado da Justiça, é de caráter meramente declaratório. 
Pelo que seus efeitos hão de retroagir à data do requerimento do interessado." (RE 264.848, Rel. 
Min. Ayres Britto, julgamento em 29-6-2005, Primeira Turma, DJ de14-10-2005.) 
 
 
4.3 PORTUGUESES EQUIPARADOS – QUASE NACIONALIDADE 
 
 
 § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver 
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes 
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. 
 
A doutrina chama de quase nacionalidade, mas não adquire a nacionalidade – 
continua sendo português – NÃO SERÃO BRASILEIROS. Todavia terá os mesmo 
direitos do brasileiro naturalizado tendo em vista a ressalva no final do dispositivo.. 
 
 
 
 
 
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Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
 
Logo não é norma que opera de modo imediato, pois só haverá este Direito se 
houver reciprocidade por parte de Portugal, cuja análise cabe ao Ministério da 
Justiça. 
 
"A norma inscrita no art. 12, § 1º da Constituição da República – que contempla, 
em seu texto, hipótese excepcional de quase-nacionalidade – não opera de 
modo imediato, seja quanto ao seu conteúdo eficacial, seja no que se refere a 
todas as consequências jurídicas que dela derivam, pois, para incidir, além de 
supor o pronunciamento aquiescente do Estado brasileiro, fundado em sua 
própria soberania, depende, ainda, de requerimento do súdito português 
interessado, a quem se impõe, para tal efeito, a obrigação de preencher os 
requisitos estipulados pela Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres 
entre brasileiros e portugueses." (Ext 890, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento 
em 5-8-2004, Primeira Turma, DJ de 28-10-2004.) No mesmo sentido: HC 
100.793, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2-12-2010, Plenário, DJE de 
1º-2-2011. 
 
 
 
QUADRO 
TIPO DE 
ESTRANGEIRO 
REQUISITOS OBS 
TODOS, excluídos os 
originários de países de 
língua portuguesa 
 
ART. 112 DA LEI Nº 
6.815, ex: 
I - capacidade civil, 
segundo a lei brasileira; 
III - residência 
contínua no território 
nacional, pelo prazo 
mínimo de quatro anos, 
imediatamente 
anteriores ao pedido de 
naturalização; 
IV - ler e escrever a 
língua portuguesa, 
consideradas as 
condições do 
naturalizando; 
[...] 
O Preenchimento dos 
requisitos legais não gera o 
direito de receber a 
naturalização, visto ser ato 
discricionário do poder 
executivo. 
ORIGINÁRIOS DE 
PAÍSES DE LÍNGUA 
PORTUGUESA 
-residência por um ano 
ininterrupto 
-idoneidade moral; 
O preenchimento dos 
requisitos constitucionais 
não assegura a concessão 
da naturalização, 
continuando a ser ato 
discricionário do poder 
executivo.. 
 
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PORTUGUESES 
RESIDENTES NO 
BRASIL 
residência por um ano 
ininterrupto idoneidade 
moral; 
 
Podem se enquadrar como 
os originários de paises de 
língua portuguesa e assim 
obter o mesmo tratamento. 
PORTUGUESES 
RESIDENTES NO 
BRASIL 
residência por um ano 
ininterrupto idoneidade 
moral; 
 
Havendo reciprocidade em 
favor dos brasileiros, os 
portugueses residentes não 
perderão sua nacionalidade 
e serão equiparados a 
brasileiros naturalizados, 
regra mais favorável que a 
anterior. 
ESTRANGEIROS DE 
QUALQUER 
NACIONALIDADE, 
residentes há mais de 
quinze anos 
 
-residentes há mais de 
quinze anos 
ininterruptos 
 -sem condenação 
penal, 
-requerer a 
nacionalidade brasileira 
 
Chamada de quinzenária. 
Maioria da doutrina entende 
que preenchido os requisitos 
deverá ser concedida a 
naturalização 
 
 
5-DIFERENÇAS DE TRATAMENTO ENTRE BRASILEIROS NATOS E 
NATURALIZADOS 
 
 § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e 
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. 
 
 
Cargos. 
 
Assentos no conselho da república (art. 89 inc. Vii) 
 
Propriedade de empresa jornalística ou de radio de fusão sonora ou de som 
e imagem (art. 222.) 
 
Extradição 
Observância do princípio da igualdade, apenas a própria Constituição estabelece 
as possibilidades de tratamento desigual entre o nato e o naturalizado.veja que 
para a lei é vedado expressamente. 
 
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As hipóteses de tratamento diferenciado são quatro, a seguir tratadas.. 
5.1 CARGOS. 
 
Alguns são privativos de brasileiros natos, conforme o parágrafo 3º do art. 12, 
pode ser dividido nos seguintes critérios: 
 
 
1º Presidente da República e sua Linha sucessória. 
 
2º Segurança Nacional 
Oficial das Forças armadas. Membros de carreiras diplomáticas. Ministro de 
Estado da Defesa. 
 
5.2 ASSENTOS NO CONSELHO DA REPÚBLICA 
É órgão que auxilia o Presidente em situações de grave risco institucional 
Art. 89 inc. VII 
 
5.3 PROPRIEDADE DE EMPRESA JORNALÍSTICA OU DE RADIO DE FUSÃO 
SONORA OU DE SOM E IMAGEM 
Art. 222. Brasileiros natos ou naturalizados a mais de 10 anos. 
 
5.4ª EXTRADIÇÃO Art. 5º inc. LI 
 
 
Extradição: consiste na entrega de uma pessoa a um outro Estado em razão de 
um crime nele praticado para que seja julgado segundo as suas leis. 
Veja: o extraditando não cometeu o crime no Brasil e sim em outro pais 
 
Expulsão: consiste na retirada à força, do território brasileiro, de um estrangeiro 
que tenha praticado atos tipificados no art. 65 da lei 6816 (EI). 
 
Deportação: consiste na devolução compulsória do estrangeiro que tenha entrado 
ou esteja de forma irregular no território nacional. 
 
Brasileiro Nato 
 
 Não pode ocorrer para o brasileiro nato. 
 
QUESTÃO: Se tiver dupla nacionalidade, como italiana e brasileira, pode ser 
extraditado para a Itália, já que italiano? 
 
R: 
 
Brasileiro Naturalizado:pode ser extraditado em 2 possibilidade: 
 
 
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1ª Praticar Crime comum. Significa o crime que não é político ou de opinião, mas 
este crime deve haver sido praticado antes da naturalização. 
 
Tem escopo de evitar que uma pessoa use a nacionalidade como subterfúgio para 
não ser julgado onde cometeu o crime. 
 
2ª Tráfico ilícito de entorpecentes ou de Drogas afins: praticado a qualquer 
momento – antes ou depois da naturalização. 
 
 
QUESTÃO: O que é a chamada Entrega ou Surender previsto no Estatuto de 
Roma?. 
 
R: 
 
QUESTÃO: há incompatibilidade daquele tratado com a Constituição? 
 
R: 
PERDA DA NACIONALIDADE 
 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
 I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude 
de atividade nociva ao interesse nacional; 
 II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: 
 a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
 b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao 
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para 
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis 
COMENTÁRIO: Rol taxativo que não pode ser aumentado. 
“A perda da nacionalidade brasileira, por sua vez, somente pode ocorrer nas hipóteses 
taxativamente definidas na Constituição da República, não se revelando lícito, ao Estado brasileiro, 
seja mediante simples regramento legislativo, seja mediante tratados ou convenções 
internacionais, inovar nesse tema, quer para ampliar, quer para restringir, quer, ainda, para 
modificar os casos autorizadores da privação – sempre excepcional – da condição político-jurídica 
de nacional do Brasil.” (HC 83.113-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-3-2003, 
Plenário, DJ de 29-8-2003.) 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
"O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, não pode ser 
extraditado, pelo Brasil, a pedido de Governo estrangeiro, pois a Constituição da República, em 
cláusula que não comporta exceção, impede, em caráter absoluto, a efetivação da entrega 
extradicional daquele que é titular, seja pelo critério do jus soli, seja pelo critério do jus sanguinis, 
de nacionalidade brasileira primária ou originária. Esse privilégio constitucional, que beneficia, sem 
exceção, o brasileiro nato (CF, art. 5º, LI), não se descaracteriza pelo fato de o Estado estrangeiro, 
por lei própria, haver-lhe reconhecido a condição de titular de nacionalidade originária pertinente a 
esse mesmo Estado (CF, art. 12, § 4º, II, a). Se a extradição não puder ser concedida, por 
inadmissível, em face de a pessoa reclamada ostentar a condição de brasileira nata, legitimar-se-á 
a possibilidade de o Estado brasileiro, mediante aplicação extraterritorial de sua própria lei penal 
(CP, art. 7º, II, b, e respectivo § 2º) – e considerando, ainda, o que dispõe o Tratado de Extradição 
Brasil/Portugal (Art. IV) –, fazer instaurar, perante órgão judiciário nacional competente (CPP, art. 
88), a concernente persecutio criminis, em ordem a impedir, por razões de caráter ético-jurídico, 
que práticas delituosas, supostamente cometidas, no exterior, por brasileiros (natos ou 
naturalizados), fiquem impunes." (HC 83.113-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-6-
2003, Plenário, DJE de 29-8-2003.) 
 
 
FORMA EXCEÇÕES COMENTÁRIOS 
Cancelada sua 
naturalização, por 
sentença judicial, 
em virtude de 
atividade nociva 
ao interesse 
nacional 
Não há Aplicável apenas ao 
NATURALIZADO 
A perda prevista ocorrerá 
através da Ação de 
cancelamento de 
naturalização ou perda 
punição, que será proposta 
pelo Ministério Público 
Federal, quando ocorrer 
prática de atividade nociva 
ao interesse nacional. 
Proposta a Ação e terminado 
o processo a decisão 
proferida sobre a perda para 
surtir efeitos deverá transitar 
em julgado. 
Adquirir outra 
nacionalidade 
a) reconhecimento de 
nacionalidade originária pela 
lei estrangeira 
ex: Itália reconhece aos 
descendentes (ius sanguinis) 
a nacionalidade italiana de 
maneira originária e não 
derivada, na qual seria 
Aplicável ao NATO e ao 
NATURALIZADO 
Requisitos :-voluntariedade 
da conduta 
 -Capacidade Civil 
 - Aquisição da 
nacionalidade estrangeira 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 2. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA. 
Prof. Ms. Márcio Gil Tostes dos Santos 
 
necessário solicitar tal 
concessão. -O brasileiro nato ou 
naturalizado que perder a 
nacionalidade poderá 
readquiri mediante o 
processo de naturalização. 
Nestes casos mesmo o 
anteriormente nato será 
considerado naturalizado. 
Não ocorrerá a perda 
quando diante das exceções 
acima. 
b) imposição de 
naturalização, pela norma 
estrangeira, ao brasileiro 
residente em Estado 
estrangeiro, como condição 
para permanência em seu 
território ou para o exercício 
de direitos civis 
ex. Brasileiro residente em 
outro Estado que não possui 
a intenção de adquirir a 
nacionalidade daquele, 
contudo para ter acesso a 
serviços públicos ou por 
motivos de trabalho entre 
outras razões, se vê obrigado 
a adquirir a nacionalidade do 
pais onde é residente.

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