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Trabalho ind. Modelo Anselmo

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
ANSELMO BONFIM SANTOS
iNFORMACIONALISMO E SEUS DESAFIOS:
Mudanças na Cultura Organizacional e nos Processos Comunicacionais
Itapetinga-Ba
2015
ANSELMO BONFIM SANTOS
iNFORMACIONALISMO E SEUS DESAFIOS 
Mudanças na Cultura Organizacional e nos Processos Comunicacionais
Trabalho apresentado ao Curso de Administração da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as Disciplinas. Fundamentos e Teoria Organizacional, Comunicação e Linguagem, Homem, Cultura e Sociedade, Comportamento Organizacional.
Prof.Márcio Ronald Sella/Grace Botelho/Karen H Manganotti/Suzi Bueno/Antonio Lemes Guerra junior/Wilson Sanches/Maria Eliza Pacheco/Edson Elias de Moraes e Ana Céli Pavão. 
Itapetinga-Ba
2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................4
2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................................6
 2.1 FUNDAMENTOS E TEORIA ORGANIZACIONAL ...............................................6
2.1.1 Os Cinco Princípios de Ford................................................................................6
2.1.2 Fordismo Informal................................................................................................9
2.2 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM .......................................................................10
2.2.1 Relação Homem X Trabalho.............................................................................10
2.2.2 Mcdonalds ........................................................................................................13
2.3 HOMEM, CULTURA E SOCIEDADE ..................................................................14
2.3.1 Relação Entre Trabalho, Cultura e Ideologia ...................................................14
2.3.2 Fraga X Glauco Barbosa Cardoso....................................................................15
2.4 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL ..........................................................16
2.4.1. Alteração No Processo Comunicacional das Organizações ...........................16
2.4.2 As Novas Exigências em Termos de Comunicação e Linguagem....................17
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................18
4 REFERÊNCIAS ......................................................................................................19
1 – INTRODUÇÃO
Considerando que administrar é “uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócios, governos, etc.), que sempre irá exigir algum grau de planejamento, organização, comando, coordenação e controle (Maximiano, 2011)”. Podemos então concluir que a sociedade é composta em sua essência por administradores em algum nível, seja desde administrar as contas da casa, ou administrar nossas relações na escola, até administrar enormes organizações ou até mesmo uma comunidade inteira, fazendo dessa profissão uma das mais importantes entre tantas outras.
Isso requer de nós, estudantes de administração, adquirir ao longo do nosso curso, uma gama imensa de conhecimentos importantes que variam muito, mas que ao mesmo tempo são interdependentes entre si.
Nesse trabalho destacaremos alguns desses conhecimentos que abrangem a administração como um todo desde a sua origem como ciência, baseando se em Taylor e Ford com a produção em massa, até os dias atuais, onde predomina a informalidade e as constantes transformações, a chamada modernidade líquida de Bauman, e intercalando nesse meio, nossa comunicação, nossa linguagem, que nos leva a interação e a compreensão do mundo, que anseia por se comunicar melhor, de forma mais abrangente a todas as classes sociais, isso quer dizer, ser ouvido e entendido acima de tudo, sem camuflar ou tentar apagar a cultura de cada um, de cada povo, de cada tribo seja ela rural ou urbana, afinal isso também é sociedade e também é cultura; aliás, diga-se de passagem, cultura comportamental, sim, pois a maneira como nos comportamos diante do mundo, das coisas, das mudanças, forma nossa própria cultura, que em algum momento se chocará com a cultura do outro, ou de uma organização ao qual nos inserimos que já tem sua própria cultura organizacional, na qual nos adaptaremos a ela, e quem sabe, deixaremos nela um pouco de nós.
Em Fundamentos e Teoria Organizacional, seremos levados a entender a relação de troca entre as pessoas (trabalhadores, clientes, fornecedores, etc.) e as organizações, relação essa que precisa ser bem administrada, garantindo segurança para ambos os lados. Isso se dá desde quando Ford formulou seus princípios básicos de administração até nos dias de hoje, onde se vê claramente o Fordismo informal dando seus primeiros passos.
Veremos também, Comunicação e Linguagem, nos estimulando a saborear mais a interação, que em suma, baseia-se na forma de se comunicar (verbal e não verbal) e na linguagem codificada, com intuito de compreender e se fazer compreendido. Faremos uma análise crítica da relação do homem com o trabalho, considerando alguns fatores como: desejos, expectativas, necessidades e outros. E discorreremos sobre cultura organizacional no McDonald’s, uma grande empresa na área de alimentação, analisando suas principais características.
Sem perder o sentido de compreensão, o destaque em Homem, Cultura e Sociedade, é a importância do homem como agente responsável pela construção da realidade social, enfocando a cultura como categoria central nas relações sociais, que influenciam vários aspectos econômicos, políticos e culturais, sem deixar de perceber a relação entre trabalho, cultura e ideologia.
Em Comportamento Organizacional teremos as respostas para muitas questões como: Por que as pessoas agem de uma forma, não de outra nas organizações? Será que tem como prever o comportamento?
Baseado nestas e em outras questões, veremos que houve grandes transformações nos modelos capitalista de produção, isso devido ao informacionalismo, o que veremos o que é e como isso levou a grande alteração nos processos comunicacionais nas empresas e se isso ainda impõe novas exigências em termos de comunicação e linguagem nos dias atuais.
O objetivo é demonstrar que os conhecimentos teóricos de cada disciplina, foram assimilados e difundidos de maneira tal que nós alunos de administração possa compreender todo esse vasto e complexo mundo das organizações, formulando e criando conceitos novos, sem perder aquilo que já fora passado outrora por pessoas que criaram e dissolveram isso no tempo e no espaço, dando vida essa grande e importante ciência, e por que não dizer arte, a arte da administração.
2 DESENVOLVIMENTO
 
2.1 FUNDAMENTOS E TEORIA ORGANIZACIONAL
Ford foi o maior e melhor aplicador das teorias e conceitos de Taylor, que consistia no uso da Administração Científica.
Utilizando estes conceitos, ele criou a chamada produção em massa ou em série, tendo como principal destaque a rapidez na fabricação de automóveis.
Assim, Ford através de uma administração eficiente, deixou um grande legado que fora adotado por várias organizações e continua sendo adotada até os dias de hoje. Podemos então destacar cinco princípios de Ford que superaram a barreira do tempo.
2.1.1 OS CINCO PRINCÍPIOS DE FORD
Princípio da Economicidade
A ideia era reduzir o máximo possível o estoque de matéria-prima em transformação, chegando ao ponto que a empresa entregava o veículo ao consumidor final, recebia o valor por este produto, sem que ainda o custo sobre ele (matéria-prima, mão de obra, etc.) fosse pago, dando assim enorme diferencial em relação a outros concorrentes.
Isso pode ser observado bem claramente nos dias atuais em várias empresas, que utilizam de recursos tecnológicos e métodos modernos de gestão de estoques para garantir um giro rápido de seus produtos, isso faz com que a empresa use cada vez maisos recursos de terceiros, ou seja, dos fornecedores, ao invés de utilizarem recursos próprios, pois somente pagam a seus fornecedores após terem vendido e recebido por esses produtos ou serviços.
Esse método também é conhecido nas empresas como giro de estoque, que segundo Freitas é:
Um indicador que demonstra o desempenho do estoque e sua qualidade. Este índice mostra quantas vezes um item ou produto foi renovado dentro de determinado período (FREITAS, 2012).
O giro de estoque utilizado hoje pelas empresas faz com que se utilizem melhor seus recursos na hora de repor seus estoques, eliminando compras desnecessárias, produtos envelhecidos, falta de produtos e também obtendo informações sobre determinados itens ou produtos que precisem ser mais bem trabalhados pelas áreas de marketing e vendas.
Princípio da Intensificação
Consiste em diminuir o ciclo ou tempo de finalização do produto, tornando-o competitivo no mercado.
Aqui a meta de Ford era o tempo, colocar o produto cada vez mais rápido no mercado na frente dos outros concorrentes, pra isso ele intensificou o sistema de produção, aprimorando cada vez mais os métodos de trabalho e tornando os trabalhadores cada vez mais especializados em suas funções.
Hoje tempo também é dinheiro, e se tornou o bem mais precioso das organizações modernas. Elas buscam cada vez mais a satisfação dos clientes, e como a concorrência hoje é bem mais acirrada e os produtos são bem mais equiparados em termos de qualidade e eficiência em quase todas as marcas, as grandes organizações buscam incessantemente outros meios de se destacarem, de terem um diferencial em relação às demais concorrentes. 
Por isso, o princípio da intensificação é tão importante, e se mantêm vivo até hoje.
Vejamos um exemplo: Um comprador com intuito de comprar um lote de determinado produto, tem várias opções, por isso ele faz várias indagações as empresas ofertantes tipo: Qual é o preço? Qual é o prazo de pagamento? Quais os meios de pagamento? Sendo que estes diferenciais, se assim pode se dizer ainda, haja vista que se todos têm, já não é mais diferencial, geralmente são todos equiparáveis, e que por fim indagam: Qual é o prazo de entrega? 
Agora sim temos um diferencial, e as empresas modernas sabem disso e usam bem o princípio da intensificação com intuito de ganhar a predileção dos clientes, fazendo com que este princípio também seja tão importante e fundamental nas organizações dos dias atuais.
Toda organização de sucesso hoje utiliza ainda este princípio como grande destaque, e sabe que não só mais rápido o produto na mão dos clientes, mas do jeito que ele quer, do jeito que ele gosta, dando cada vez mais atenção para a individualidade ao invés da coletividade dos gostos, sendo assim eficaz e também eficiente, buscando a excelência em todas as áreas da organização, fazendo dessa busca sua própria cultura organizacional.
Princípio da Produtividade
Aqui a recomendação de Ford é o máximo da produção em um determinado período de tempo.
Em economia, Produtividade é a capacidade dos fatores de produção para criar produtos. (Álvaro Almeida, 2003)
O interesse de Ford era produzir mais carros em menos tempo, visando o objetivo principal da fábrica, obter lucros. Para isso, Ford implementou uma série de mudanças em sua fábrica, como aumento de salários, ganhos extras por produção e muitos outros.
Nas maioria das organizações , o objetivo final também é obter lucro, por isso o princípio da produtividade de Ford se tornou algo imprescindível, diria que até vital para essas organizações.
Empresas situadas em Países de 1º mundo como EUA, Japão e nos países da Europa, se tornaram tão grandes que utilizam cada vez mais recursos e mão de obra; recursos esses cada vez mais escassos e caros. Para agravar mais ainda a situação, o consumo altíssimo das pessoas faz com que essas empresas busquem cada vez mais por soluções que atendam todas essas demandas, e com a impossibilidade de crescimento, pois em alguns países já se chegou ao limite da produção, a única saída viável é o aumento da produtividade, isso é, fazer cada vez mais com menos; menos espaço, menos pessoas, menos recursos. Isso faz com que hoje nas empresas modernas cada vez mais a tecnologia e a automação sejam um caminho sem volta, pois contribuem significativamente para aumentar cada vez mais a produtividade dessas empresas.
No Brasil também vemos mais e mais empresas falando em produtividade e alguns setores já se destacam a nível mundial, que é o caso do setor de agronegócio, que passou de agricultura familiar, para se transformarem em grandes organizações, onde a produtividade tem chegado a cinco vezes mais do que 30 ou 50 anos atrás. ‘Mudou o jeito de produzir, a tecnologia melhorou e, com ela, a produtividade das lavouras e criações se multiplicou’ (Globo Rural, 2015)
Tudo isso alcançado devido o avanço da tecnologia, melhor aproveitamento do solo e vários outros fatores que contribuíram para que este princípio de Ford seja tão bem aplicado nas organizações dos dias atuais.
2.1.2 FORDISMO INFORMAL
Vejamos a seguir um trecho do texto de Fraga: 
A falta de emprego leva muitas pessoas a procurarem meios informais para se manterem. Um desses meios é o que eu chamei de “fordismo” informal. Denominei dessa maneira porque algumas características vitais do que passou a se chamar fordismo se encontram presentes nessa atividade. (FRAGA, 2005, p.6)
Em seu texto Fraga cita um exemplo de fordismo informal observado nos vendedores ambulantes nos semáforos, onde o tempo é um fator de extrema importância, assim como também fora outrora no tempo de Ford.
Seguindo esta observação podemos também citar os ‘Carregadores de Feira’, que com seus carrinhos de mão, feitos de madeira com uma única roda dianteira e dois braços para que se pudesse conduzi-lo, ou também com os carros de quatro rodas, que são um pouco mais engenhosos e consiste em um caixote em cima de uma base com quatro rodas sendo que nas duas dianteiras passa se uma corda como no ‘cabresto’ de cavalo, para que se possa guiá-lo e possui até sistema de freios, carregam as feiras (compras) das clientes que doravante iremos chamá-las de ‘freguesas’ e que estão nas feiras livres das pequenas cidades do interior fazendo suas compras de verduras e frutas.
Essa forma de serviço informal é também conhecida como ‘Carrego’, ou ‘pegar carrego’, e é feito por adolescentes que precisam ajudar suas famílias ou simplesmente para que possam obter uns trocados e comprar bugigangas. Essa forma de serviço se enquadra bem no chamado fordismo informal porque tem como fator importante o tempo na execução do mesmo.
Cada menino tem suas freguesas preferidas, que por sua vez também tem seus carregadores preferidos, essa interdependência se forma ao longo do tempo, criando entre ambos um elo de confiança. Só que muitas vezes as freguesas tem presa de chegar a suas casas e é justamente aí que entra o fator tempo, pois se seu carregador preferido estiver ocupado levando a feira de outra freguesa ela não irá esperar e contratará outro carregador.
O carregador por sua vez, trata de carregar a feira o mais rápido possível, escolhendo trajetos alternativos, para que possam retornar logo e atender o máximo de freguesas possíveis, assim ele evita que outro carregador possa levar a feira de sua freguesa.
Claramente se vê aqui nessa relação as características do fordismo informal de Fraga, podendo ainda acrescentarmos que estes carregadores citados usam estratégicas de abordagem, oferecem menores preços as freguesas dos concorrentes, sabem decidir entre carregar a feira de uma freguesa nova, que talvez nunca mais volte a procurá-los ou deixar que outro leve, para que ele possa atender suas freguesas preferidas que o pagará muito melhor. Isso demonstra certo grau de administração que poucos vêem mais que se propagam por esta nova modernidade líquida que se movimenta e se transforma, no anseio de sempre vencer os obstáculos da vida moderna.
2.2 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
2.2.1 RELAÇÃO HOMEM XTRABALHO
Analisemos o seguinte texto:
A satisfação e o sofrimento são emoções responsáveis pelos impulsos que levam um organismo – homem ou outro animal – a buscar ou fugir de uma meta. Mas, um objetivo que era muito agradável num momento, com o passar do tempo, torna-se menos prazeroso. Do mesmo modo, uma meta provocadora de emoções ruins, pouco a pouco. Fica mais suportável. Portanto, o homem acostuma-se tanto aos prazeres como aos sofrimentos da vida. (ALVARENGA, 2010)
Segundo Alvarenga, o homem é um ser adaptável, e eu vou um pouco mais além, o homem é o ser mais adaptável que existe, considerando que o mundo sempre esteve e está em constantes mudanças e transformações, de modo que se adaptar deve ser algo contínuo e não estático, nós seres humanos nos adaptamos quase que diariamente, por que o que não muda no mundo é que sempre haverá mudanças.
Assim não é diferente na vida do homem moderno, que precisa adaptar-se as transformações que abrangem a relação homem x trabalho nos tempos atuais, fazendo com que outros fatores sejam colocados como prioridade.
Desde os tempos antigos o homem tem uma relação intrínseca com o trabalho, sendo este o elo por onde todo ser humano conquista sua satisfação e seus desejos. Segundo BRAVERMAN (1987), 
O trabalho não é apoderar-se de materiais da natureza, tais como esta oferece, e sim alterar este estado natural e melhorar sua utilidade. O que distingue o homem do animal irracional, é que o homem pensa, idealiza e produz e o resultado provém da imaginação, o que não ocorre com os outros animais. O homem “imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira” (p.49).
O homem busca um propósito em tudo, diferenciando-se dos outros seres que age somente pelo instinto.
O ato de transformar as coisas a sua volta a princípio somente era feito com intuito de atender as necessidades básicas do homem. Então ele modificava a natureza, transformando os materiais disponíveis como a água, a terra, as árvores, os animais, os minerais e outros em algo que pudesse atender melhor essas necessidades.
 No período dos grandes impérios o homem não era livre, ele devia sua vida ao rei, portanto era chamado de servo, o rei por sua vez era dono de todos e de tudo que se produzia. Isto perdurou até a queda do último grande império, o império Romano, e começou aí o sistema conhecido como feudalismo.
Segundo HEERS, 
O feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações servo-contratuais (servis) Tem suas origens na decadência do Império Romano. Predominou na Europa durante a Idade Média.
No feudalismo a relação homem x trabalho tinha características de escravidão, pois o senhor feudal era o proprietário das terras e portando dono de tudo quanto fosse produzido nelas, mantendo os trabalhadores somente para lhes servir.
Essa relação só começa a melhorar com o início do sistema capitalista, o qual DOBB descreve: 
Ele (o capitalismo) está presente onde quer que a provisão industrial para as necessidades de um grupo humano sejam executadas pelo método da empresa, e um estabelecimento racional como um estabelecimento com contabilização do capital. E usou a expressão “espírito do capitalismo” para descrever a atividade que busca o lucro racional sistemático.
Com a revolução Industrial, o capitalismo ganha forças e colocam as organizações a frente do controle da relação homem x trabalho, e isso se perpetua até os dias de hoje.
Como observado, houve várias transformações ao longo da história da humanidade na relação do homem com o trabalho, mais nada comparável com o que vemos hoje em dia. A busca do homem pelo conhecimento, e como já se sabe há muito tempo que conhecimento é poder, tornou-nos menos tolerantes ao fato de se ter que trabalhar para alguém ou alguma organização, isso muito que devido a essa relação conflituosa que sempre explorou o trabalho das pessoas menos favorecidas em favor daqueles mais afortunados.
Hoje todos têm acesso ao conhecimento, e a luta pelos direitos humanos fez com que essa relação buscasse abranger outros fatores que vão além da sustentabilidade, fatores estes que tem como objetivo satisfazer nossos desejos pessoais e não somente os das organizações.
Mas a adaptação continua, pois como diz BAUMAM, vivemos numa modernidade líquida, que se transforma, se molda constantemente e uma velocidade cada vez maior, observada pelo avanço da tecnologia, a flexibilização e a privatização, a instabilidade na relação com o emprego, a terceirização e outras.
Diria que essa relação, homem x trabalho, mas do que nunca se encontra instável, flutuante, incógnita, aumentando cada vez mais a ansiedade da sociedade por algo melhor, que seja mais seguro.
Mas traz também novas esperanças, com meios que facilitem a busca por soluções, onde se podem quebrar fronteiras, expandirem conhecimento, trocar informações com velocidade de um piscar de olhos, tudo isso sem sair de casa, ao alcance dos dedos, estou falando aqui, desse mundo virtual, interconectado, que cria possibilidades antes inimagináveis, levando a sociedade humana mais longe a cada dia.
2.2.2 MCDONALDS
A empresa Mcdonalds é uma empresa responsável por uma rede internacional de restaurantes de fast food, sendo a maior rede do mundo na área citada. A expressão também se refere à marca desta empresa, a qual a transcende e revela-se inserida na cultura de massas contemporânea.
Segundo o site da McDonalds University que tem como objetivo disseminar conhecimento e difundir a cultura organizacional do da empresa, A cultura organizacional da McDonalds se baseia em três pilares, são eles:
A Missão da Empresa – Servir comida de qualidade, proporcionando sempre uma experiência extraordinária.
A Visão – Duplicar o valor da companhia, ampliando a liderança.
Os Valores – Oferecer qualidade do serviço a limpeza aos clientes, Incentivar o espírito empreendedor, Forte Compromisso com a sua gente, Maximizar a rentabilidade das operações, Operar um negócio em um ambiente ético e responsável e Contribuir com o desenvolvimento das comunidades nas quais atuam.
A empresa busca acima de tudo a excelência em tudo, que nada mais é do que ser eficiente e eficaz. Dois conceitos que aprendemos bem e que fora usado deste os tempos de Fayol, Ford e Taylor.
2.3 HOMEM, CULTURA E SOCIEDADE
2.3.1 RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, CULTURA E IDEOLOGIA
Como vimos anteriormente, o homem se diferencia dos outros seres pela capacidade de pensar e elaborar idéias, e ao longo da história essas idéias formam a sociedade e suas relações que no frigir dos ovos forma a nossa cultura quanto ser humano.
Baseado nessa linha de pensamento é que Karl Marx, um intelectual e revolucionário alemão, construiu sua ideologia Marxista.
A perceber qual a relação social que mais influenciava a vida das pessoas era a relação homem x trabalho, e que ao longo da história essa relação foi basicamente explorativa, quase que escravista, passando desde os regimes monárquico e imperialista, norteando também o regime feudal até se chegar ao regime capitalista com o advento das Revoluções Francesa, e Revolução Industrial ocorridas em meados do século VIII, onde a burguesias assume o papel principal sobre essa relação.
Marx acreditava que a produção das idéias, das representações e da consciência está intimamente ligada à atividade material e ao comércio material dos homens.
Analisando Marx, percebemos que de fato a relação do homem x trabalho, sempre foi baseada desde a criação da idéias até a execução do trabalho em si, em uma relação de troca. Construindo assim a classe dos que possuíam mais e se sobressaiam nessa relação de troca, criando assim uma classe dominante sobre outra dominada.
Forma-se aí a cultura de poder e domínio da classe dominante sobre a classe dominada, poder esse que ia além do fator econômico mais abrangia toda produção intelectual, desde a linguagem da política, das leis, da moral, da religião etc. Dividindo-se a partir daí toda relação social do homem, que abrange seus aspectos políticos, sociais,econômicos, religiosos etc, em todas as instituições sociais como família, trabalho, comércio, guerra, religião e política. Vejamos o que diz CHAUI
Essa divisão se dá quando uma parte dominante detém o poder, riqueza, bens, armas, idéias, terras, trabalhadores, enquanto outra parte não possui nada disso, estando subjugada à outra rica, poderosa e instruída (CHAUI, 1995).
Isso perdura até os dias de hoje, de forma discreta, encoberta em uma nuvem que posso assim chamar de desenvolvimento social, onde as classes dominadas, os trabalhadores, aspiram alcançar seus objetivos. Digo nuvem, por que são aspirações flutuantes e mutáveis que só servem para ludibriar as idéias, quando na verdade tudo continua do mesmo jeito nessa relação trabalho, cultura e ideologia.
2.3.2 FRAGA X GLAUCO BARBOSA CARDOSO.
Vejo essa relação bem clara no sentido de que FRAGA no seu texto, aborda a passagem da produção em massa, exaltada pelo fordismo e pós fordismo para a produção flexível. Tema também abordado por BAUMAN, com a modernidade sólida e modernidade líquida.
Essa passagem que a priori se vê de forma consolidada onde uma já não existe mais, na prática não se concretiza, pois FRAGA observa que continua viva algumas de suas características nessa nova realidade.
FRAGA vê essa produção flexível como um sistema de transformações que veio para superar a rigidez da produção em massa de Ford, e que nem sempre essas transformações são tão românticas como se possa imaginar, pois temos o aumento do desemprego e do trabalho informal, além da expansão do emprego no setor de serviços, com subempregos e instabilidade constante.
É nesse ponto que GLAUCO em sua resenha entra e nos mostra que toda essa idéia de modernidade, de paixão pelo risco e pelo que é instável, não passa de glamour ao acreditar que a agilidade na mudança institucional leva a um maior retorno financeiro. Ele aponta o outro lado da moeda nos mostrando as mazelas desse sistema que vou listar assim:
Não há valorização do longo prazo, condição básica para o estabelecimento de experiências compartilhadas, sendo assim, o esquema de curto prazo corroi a confiança, a lealdade e o compromisso e produz trabalhadores cada vez mais acuados em meio à instabilidade
A ética do trabalho sofre por falta da densidade das experiências.
A falta de propósito em relação ao presente e de perspectivas futuras.
O risco tão exaltado se tornou desnorteante e deprimente.
A desvalorização das experiências passadas enfraquece nossa ligação com o mundo e nosso senso de responsabilidade. 
Em fim ele cita, 
“Um regime que não oferece aos seres humanos motivos para se ligarem uns para os outros não pode preservar a sua legitimidade por muito tempo” (SENNET)
2.4 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
2.4.1 ALTERAÇÃO NO PROCESSO COMUNICACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES
Não podemos mostrar como o informacionalismo trás suas transformações não só para o processo comunicacional, mas para todos os níveis tanto do modo de produção (estatismo e capitalismo) como também do modo de desenvolvimento (industrialismo e pós industrialismo) sem antes explicarmos aqui o que é exatamente o informacionalismo.
Tarefa árdua a qualquer estudioso tentar definir algo talvez indefinível, que assim como a cultura, é indefinível por que ainda está em processo de transformação. Mas tomando por base o que diz FRAGA, 
A reestruturação do modo capitalista de produção, no final do século XX, deu-se principalmente através do informacionalismo, ou seja, de uma revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação (FRAGA, 2006, pg 5)
O processo desencadeado pelo enfraquecimento do industrialismo e capitalismo baseado na chamada modernidade sólida de BAUMAN, levou a uma nova forma de desenvolvimento que fora denominada de informacionalismo, mas que BAUMAN define como modernidade líquida e FRAGA como produção flexível.
Mesmo não sendo algo inteiramente novo como alguns acreditam, mas como um rearranjo do antigo capitalismo, o informacionalismo vem transformando as relações do homem x trabalho, sociedade x ideologia, de forma avassaladora que muitos não percebem essas transformações devido a grande mídia favorável a chamada tecnologia da informação.
Assim como SENNETT, que tem um olhar crítico a esse novo modelo de desenvolvimento, citando aspectos negativos que já são sentidos pela sociedade organizacional, acredito que também nos processos comunicacionais aja fatores favoráveis e também desfavoráveis do informacionalismo. Mas citaremos aqui somente alguns favoráveis como:
O grande avanço que a tecnologia da informação deu em relação à comunicação como um todo, mais que se vê mais claramente no mundo organizacional. 
A globalização como o nome sugere, possibilitou as organizações agir de forma global, devido a essas novas tecnologias.
A internet abriu as portas para o mundo a todas as organizações, sejam elas grandes ou pequenas, possibilitando grandes oportunidades de negócio.
Novos apetrechos como notebooks, tablets, smartphones, aproximam agentes das organizações em tempo real, surgindo não só como novas formas de se comunicarem mais também como forma de ampliarem seus horizontes comerciais.
As redes sociais aproximam as organizações dos seus colaboradores, dos seus clientes, servindo como uma grande ferramenta de afirmação da cultura organizacional.
O conhecimento em todos os níveis é elevado, trazendo as organizações cada vez mais pessoas mais capacitadas e atentas as novas tendências de mercado.
A flexibilidade das competências pessoais permite agilidade no processo produtivo, aumentando muito a produtividade das organizações.
2.4.2 AS NOVAS EXIGÊNCIAS EM TERMOS DE COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
O processo comunicacional desenvolvido nas empresas é muito complexo e depende muito do comportamento e da cultura organizacional.
Mas creio eu que nenhuma exigência individual ficará de fora se este processo levar cada vez mais as organizações a pensar numa comunicação integrada, onde a cultura organizacional é diluída através de um processo comunicacional planejado, atingindo todos os níveis da organização.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
O administrador tem em seu percurso acadêmico, a aquisição de inúmeros conhecimentos, e citamos aqui alguns destes conhecimentos que são de vital importância para nosso seu crescimento profissional.
Em Fundamentos e Teoria Organizacional, os pilares da administração são expostos, para que entendamos a origem da administração como ciência, a fim de nos norteamos para o futuro, assimilando todas as teorias fundamentais que nos acompanhará ao longo de toda a carreira.
Em Comunicação e Linguagem, verificamos como se dá a comunicação e seu processo de interação e compreensão do todos que nos cerca, decifrando os códigos da linguagem, somos aperfeiçoados na identificação dos agentes da comunicação, instigando-nos a saber ouvir e a saber, falar.
Em Homem Cultura e Sociedade, desvendamos os enigmas sociais intrínsecos do ser humano, nos despertando para sermos agentes do processo, com saber cultural e ideológico. Somos levados ao desafio de quebrar paradigmas formados ao longo do tempo e a não sermos preconceituosos com aquilo que é diferente.
Em Comportamento Organizacional, entramos no mundo cultural das organizações, o que as definem, como avançam em relação ao futuro, como se comunicam e interagem com seus personagens interno e externos. A comunicação integrada nos é apresentada como novo modelo de processo comunicacional, nos levando a imaginação do que virá pela frente.
Enfim tivemos uma visão global da relação homem x trabalho, que advêm desde que o homem surgiu na terra, mas que até hoje vem transformando o homem como ser social, em todas as suas instituições, seja ela familiar, de trabalho, política, social, religiosa e cultural.
 REFERÊNCIAS
ALBIAZZETTI, Glane; ALMEIDA, Márcia B; BATTINI, Okçana. Homem, Cultura e Sociedade, Pearson Education do Brasil, 2013.
ALMEIDA, A. Economia Aplicada para Gestores, 2003.
ALVARENGA, G. Crônicas & Ensaios – UmaCrítica aos Costumes, 2007.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida, Tradução: Plínio Dentzien. 2003.
BRAVERMAM, Harry. Trabalho e Capital Monopolista: A Degradação do Trabalho no Século XX, 1987.
CHAUI, Marilena. Convite a Filosofia, 2000.
DOOB, M. A evolução do Capitalismo, 1987.
ELGENNENI, Sara M. de M. Psicologia Organizacional: Administração. Pearson Prentice Hall, 2010.
FRAGA, A. Da rotina à flexibilidade: Análise das características do Fordismo fora da Indústria, 2005.
FREITAS, A. Giro de Estoque – Um indicador de Qualidade do Estoque. 2012.
HEERS, J, História Medieval, 1984.
HEADLEY, Samara S.; CAMPOS, Ivan F. Administração e Teoria das Organizações, UNOPAR 2014.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração, 2011.
McDonalds University, Organização, Home Page, www.McDonalds
University.com. br.
PAGNAN, Celso L. Comunicação e Linguagem. UNOPAR 2014.
SENNETT, A Corrosão do Caráter: As Consequências Pessoais do Trabalho do Novo Capitalismo, 1999.

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