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Importância da Biodiversidade

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UNIVERSIDADE​ ​PRESBITERIANA ​ ​MACKENZIE 
ESCOLA ​ ​DE​ ​ENGENHARIA 
 
 
 
 
 
 
ESTUDOS 
ECOSSISTÊMICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São​ ​Paulo 
​ ​2017 
 
 
UNIVERSIDADE​ ​PRESBITERIANA ​ ​MACKENZIE 
ESCOLA ​ ​DE​ ​ENGENHARIA 
 
 
Alunos: 
Alessandra​ ​de​ ​Castro​ ​Santana 
TIA:​ ​31785417 
Bianca​ ​Lacerda​ ​Sousa 
TIA:​ ​41782021 
Danillo​ ​Henrique​ ​Rodrigues 
TIA:​ ​41780671 
Giovanni​ ​Ramalho​ ​Vergueiro 
TIA:​ ​41785398 
Jefferson​ ​Douglas​ ​Ramos 
TIA:​ ​41780868 
 
Professor: 
José​ ​Roberto​ ​Moura 
 
 
 
 
 
Trabalho de pesquisa 
apresentado a disciplina de 
Ciência do Ambiente, 
referente a grade curricular do 
curso de Engenharia de 
Produção. 
 
São​ ​Paulo 
2017 
1 
 
Sumário 
1. Importância​ ​da​ ​Biodiversidade………………………………………………4 
2. Situação​ ​atual​ ​da​ ​perda ​ ​de​ ​biodiversidade​ ​no​ ​Brasil​ ​e​ ​suas​ ​causas……7 
3. Unidades​ ​de​ ​Conservação​ ​–​ ​tipos​ ​e​ ​objetivos……………………………11 
4. Corredores​ ​ecológicos​ ​no​ ​Brasil:​ ​objetivos​ ​e​ ​características…………...16 
5. Reservas​ ​legais​ ​e​ ​áreas​ ​de​ ​servidão​ ​florestal​ ​–​ ​objetivos ​ ​e 
características………………………………………………………………...18 
6. Manejo​ ​de​ ​reflorestamento​ ​com​ ​exóticas​ ​pioneiras……………………...20 
7. Madeira​ ​certificada​ ​e ​ ​madeira​ ​legal ​ ​-​ ​características………………….....21 
8. Compensação​ ​ambiental​ ​e​ ​aplicação​ ​-​ ​município​ ​e​ ​estado​ ​de​ ​SP, 
governo ​ ​federal……………………………………………………………….31 
9. Pontos​ ​relevantes​ ​do​ ​Código​ ​Florestal,​ ​lei ​ ​n.º4.771/1965​ ​para​ ​a​ ​proteção 
da​ ​Biodiversidade.​ ​Alteração​ ​proposta​ ​em​ ​sua​ ​última​ ​revisão………….32 
10. Importância​ ​da​ ​Lei​ ​de​ ​Crimes​ ​Ambientais ​ ​nº​ ​9.605/1998​ ​para​ ​a 
preservação​ ​da​ ​biodiversidade……………………………………………..40 
11.Obras de engenharia que devem passar por estudos de impacto 
ambiental (Consultar CONAMA 001/86.). EIA: aspectos 
contemplados,​ ​metodologia………………………………………………...42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. Importância​ ​da​ ​Biodiversidade 
“Biodiversidade” pode definir-se como o conjunto das diferentes formas de vida 
que ​ ​existem​ ​no ​ ​Planeta ​ ​como​ ​um​ ​todo,​ ​ou​ ​numa​ ​região​ ​em​ ​particular. 
A grande preocupação que existe hoje é a de que o ser humano esteja a 
provocar o desaparecimento de muitas espécies num curto espaço de tempo, o 
que poderá conduzir à redução drástica dessa biodiversidade. Esse 
desaparecimento deve-se à prática intensiva da agricultura, à construção de 
barragens, à crescente urbanização, à destruição das florestas, à poluição e a 
outros ​ ​factores​ ​humanos. 
Mas​ ​porque ​ ​é​ ​que​ ​é​ ​tão​ ​importante​ ​preservar​ ​a​ ​biodiversidade? 
Razões de vária ordem estão na base deste princípio mundialmente aceite – da 
preservação: 
- Motivos éticos, pois o ser humano tem o dever moral de proteger outras 
formas​ ​de ​ ​vida, ​ ​como​ ​espécie​ ​dominante​ ​no​ ​Planeta; 
- Motivos estéticos, uma vez que​ ​as pessoas apreciam a natureza e gostam de 
ver​ ​animais ​ ​e​ ​plantas​ ​no​ ​seu​ ​estado​ ​selvagem; 
- Motivos económicos; a diminuição de espécies pode prejudicar actividades já 
existentes (pesca de uma espécie com elevado valor comercial que está a 
desaparecer, como o Sável e Lampreia). Pode ainda comprometer a sua 
utilização futura (ex. para produção de medicamentos). Não podemos esquecer 
que pelo menos 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos 
dependem​ ​dos​ ​recursos​ ​biológicos; 
- Motivos funcionais da natureza, dado que a redução da biodiversidade leva a 
perdas ambientais. Isto acontece porque as espécies estão interligadas por 
mecanismos naturais com importantes funções (ecossistemas), como a 
regulação do clima; purificação do ar; protecção dos solos e das bacias 
hidrográficas​ ​contra ​ ​a​ ​erosão;​ ​controlo​ ​de​ ​pragas;​ ​etc. 
 
4 
 
Nas últimas décadas a ação humana nos ecossistemas naturais tem vindo a 
afectar cada vez mais espécie da fauna e flora do planeta. Se a taxa de 
extinção de mamíferos e aves era, historicamente, de uma espécie perdida por 
cada 500 a 1000 anos, as profundas intervenções das diferentes actividades 
humanas​ ​têm​ ​acelerado​ ​esse​ ​ritmo. 
As principais causas para a extinção das espécies são as profundas 
alterações, ou mesmo a destruição dos habitats. A destruição dos habitats 
tem-se intensificado, principalmente, devido à crescente erosão e 
desertificação dos solos; ao sobrepastoreio; à poluição da água; do solo e da 
atmosfera por substâncias químicas; aos derrames de crude e de outros 
poluentes nos mares; ao consumo de alguns animais e plantas e à introdução 
de​ ​espécies ​ ​exóticas​ ​pelo​ ​Homem. 
Com menor diversidade de espécies a vida na Terra torna-se mais sujeita a 
alterações ambientais. Pelo contrário, quanto mais rica é a diversidade 
biológica, maior é a oportunidade para descobertas no âmbito da medicina, da 
alimentação, do desenvolvimento económico, e de serem encontradas 
respostas​ ​adaptativas​ ​a​ ​essas​ ​alterações​ ​ambientais. 
No âmbito da Cimeira da Terra que teve lugar no Rio de Janeiro, em 1999, 
realizou-se a ​Convenção sobre a Diversidade Biológica​. Este foi o primeiro 
acordo a englobar todos os aspectos da diversidade biológica: genomas e 
genes,​ ​espécies​ ​e​ ​comunidades,​ ​habitats ​ ​e​ ​ecossistemas. 
A Convenção sobre a Diversidade Biológica, assinada por 155 países incluindo 
Portugal, assume três objectivos fundamentais: a conservação da diversidade 
biológica, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e 
equitativa​ ​dos​ ​benefícios​ ​provenientes​ ​da​ ​utilização​ ​dos​ ​recursos​ ​genéticos. 
Portugal é um país com uma elevada riqueza ecológica, pois abarca 3 regiões 
biogeográficas – Atlântica, Mediterrânica e Macaronésia (Açores e Madeira). 
Apesar disso, contam-se em Portugal 275 espécies florísticas em situação de 
risco de extinção, 31 espécies de mamíferos, 67 de aves e 26 de peixes. A 
título de exemplo, o lince ibérico que é uma espécie autóctone da Península 
Ibérica (natural daquela região) encontra-se no top de animais em risco de 
extinção. 
Na sequência do compromisso de Portugal relativamente à Convenção sobre a 
Diversidade Biológica e de acordo com os princípios estabelecidos na 
Constituição da República Portuguesa e na Lei de Bases do Ambiente (Lei n.º 
11/87, de 7 de Abril), foi traçada a Estratégia Nacional de Conservação da 
Natureza​ ​e ​ ​Biodiversidade. 
Este documento orientador é um instrumento da política de ambiente e de 
ordenamento do território, que tem em conta as políticas globais do ambiente e 
a sua integração nas políticas sectoriais, em articulação com a estratégica 
europeia e mundial. A estratégia pretende assim, contribuir para se alcançar 
um ambiente propício à saúde humana e bem-estar das pessoas e ao 
desenvolvimento social e cultural das comunidades, bem como à melhoria da 
qualidade ​ ​de ​ ​vida. 
5 
 
Diversas instituições por todo o mundotêm desenvolvido acções, quer na 
protecção dos indivíduos de uma determinada espécie, quer através da 
protecção do seu habitat. Para evitar a destruição dos habitats e a manutenção 
dos ecossistemas tem sido promovida a classificação de zonas de interesse 
ecológico​ ​como ​ ​“áreas​ ​protegidas”. 
Estas áreas protegidas podem ser, por exemplo, locais incluídos na ​Rede 
Natura 2000 ​ (conjunto de áreas de interesse para conservação da natureza a 
nível da União Europeia) ou áreas abrangidas pela ​Reserva Ecológica 
Nacional (REN​ - abrange zonas costeiras e ribeirinhas, águas interiores, áreas 
de​ ​infiltração​ ​máxima​ ​e​ ​zonas ​ ​declivosas). 
Com estes instrumentos de ordenamento para a conservação da natureza, é 
possível delimitar as zonas onde as actividades humanas são condicionadas, 
em maior ou menor grau. Exemplo disso é a interdição à construção de 
loteamentos e edifícios, de estradas, de aterros, entre outros projectos em 
áreas ​ ​classificadas​ ​como​ ​REN. 
Para além da Reserva Ecológica Nacional (REN) e da Reserva Agrícola 
Nacional (RAN), o Decreto-Lei define também como instrumento de gestão 
territorial a figura “​Estrutura Ecológica​”, a qual tem como objectivo assegurar 
o desempenho das condições dos processos ecológicos ao mesmo tempo que 
contempla modelos de desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, e a nível 
local, os Planos Municipais de Ordenamento do Território têm um papel 
fundamental​ ​da​ ​definição​ ​dos ​ ​contornos​ ​da​ ​Estrutura​ ​Ecológica​ ​Municipal. 
Em termos de áreas protegidas, e de acordo com dados do , Portugal possui ​1 
Parque Nacional​ (Parque Nacional da Peneda-Gerês), ​13 Parques Naturais, 
9 ​ ​Reservas​ ​Naturais, ​ ​6​ ​Paisagens​ ​Protegidas​ ​e​ ​7​ ​Monumentos​ ​Naturais. 
Na ​Área Metropolitana do Porto​, existem ​2 áreas naturais protegidas de 
âmbito regional e local ​, com importância para a conservação da 
biodiversidade da região: a Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do 
Conde e Reserva Ornitológica de Mindelo (criada em Outubro de 2009) e a 
Reserva Natural Local do Estuário do Douro (criada em Fevereiro de 2009). A 
Paisagem Protegida Local das Serras de Santa Justa e Pias está em fase de 
discussão​ ​pública. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2 Situação ​ ​atual​ ​da​ ​perda​ ​de​ ​biodiversidade​ ​no​ ​Brasil​ ​e​ ​suas​ ​causas. 
O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo. É um dos 
dezessete países que, juntos, possuem 70% da biodiversidade do planeta. O 
conjunto dos biomas terrestres (Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga e 
Campos do Sul) abriga 20% das espécies do planeta, constituindo 20% da flora 
global. O Brasil tem mais de 55% de cobertura vegetal nativa e 15% da água 
doce ​ ​do ​ ​planeta. 
Tamanha biodiversidade reforça a importância das políticas orientadas para a 
conservação e o uso sustentável dos biomas, já que 60% das espécies 
ameaçadas de extinção estão em territórios protegidos, e aproximadamente 
75% das áreas federais de conservação abrigam tais populações. A 
perspectiva é a conservação e uso sustentável de biodiversidade e florestas 
frente às ameaças representadas pelos efeitos das mudanças climáticas e pela 
exploração​ ​excessiva ​ ​dos ​ ​recursos​ ​naturais. 
A​ ​freada​ ​na​ ​criação​ ​de​ ​UCs 
 
Segundo dados do ​Ministério do Meio Ambiente​, o Brasil conta com 
aproximadamente 1,5 milhão de km² de área coberta por ​Unidades de 
Conservação​, o que corresponde a 16,6% da área continental nacional e 1,5% 
das águas jurisdicionais brasileiras. Considerando a área coberta por Unidades 
de Conservação federais e estaduais e as ​Reservas Particulares do Patrimônio 
Natural (RPPN)​ no país, a maior parte se situa no bioma Amazônia, como pode 
ser observado na Figura 1. O Cerrado e a Mata Atlântica também detêm 
porções consideráveis da área protegida pelo ​SNUC (Sistema Nacional de 
Unidades​ ​de​ ​Conservação)​, ​ ​com​ ​10,9%​ ​e​ ​6,4%,​ ​respectivamente. 
Além dessas unidades de conservação, as Terras Indígenas - que pertencem à 
União e representam aproximadamente 13% do território brasileiro - e os 
territórios quilombolas também são considerados áreas protegidas. A rica 
sociodiversidade, representada por mais de duzentos povos indígenas e 
comunidades locais (quilombolas, caiçaras, seringueiros etc.), reúne 
inestimável acervo de conhecimentos tradicionais sobre a conservação e o uso 
da​ ​biodiversidade. 
As Unidades de Conservação (parques nacionais e estaduais) e as Terras 
Indígenas vêm sendo criticadas, principalmente pelo agronegócio, por serem 
protegidas e estarem fora do mercado. Existem cerca de 400 projetos no 
Congresso Nacional propondo a "desafetação", isto é, a retirada de áreas 
importantes​ ​dessas​ ​terras​ ​protegidas. 
No Brasil, as Unidades de Conservação têm sido criticadas por, muitas vezes, 
não saírem do papel, havendo inúmeras lacunas e fragilidades, tais como 
regularização fundiária pendente, falta de funcionários e infraestrutura básica, 
falta de revisão ou ausência de plano de manejo, dentre outros problemas. Um 
exemplo de que nem sempre o problema é a falta de recursos é o que ocorre 
na Câmara Federal de Compensação Ambiental, cujo funcionamento 
7 
 
burocrático dificulta e às vezes impede a aplicação de verbas para projetos em 
prol​ ​das​ ​unidades​ ​de​ ​conservação. 
A definição de áreas prioritárias para conservação, utilização sustentável e 
repartição de benefícios da biodiversidade é uma importante ferramenta 
desenvolvida para o planejamento e gestão territorial, permitindo identificar 
áreas e ações prioritárias, com base em critérios específicos estabelecidos 
para cada bioma: 26,6% das áreas prioritárias localizam-se no 
bioma ​Amazônia​, 21,6% na ​Mata Atlântica​, 18,9% na Zona Costeira, 15,7% 
no ​Cerrado​, ​ ​8,9%​ ​na ​Caatinga ​,​ ​2,8%​ ​do ​Pampa​ e​ ​1,9%​ ​do ​Pantanal​. 
Entre 2003 e 2008, de todas as áreas protegidas no mundo, 75% foram criadas 
no Brasil durante a gestão da ex-ministra Marina Silva. No atual governo, 
nenhuma​ ​foi​ ​criada. 
 
Área​ ​coberta​ ​por​ ​unidades​ ​de​ ​conservação​ ​do​ ​SNUC​ ​(federais,​ ​estaduais​ ​e​ ​RPPN),​ ​por​ ​bioma, 
2010​ ​Fonte:​ ​MMA,​ ​2010;​ ​Elaboração:​ ​SPI/MP 
Aumento​ ​do​ ​desmatamento​ ​ameaça​ ​biodiversidade 
No que se refere à cobertura florestal, na última década houve uma redução 
dos índices de desmatamento no território nacional. A Amazônia, que já perdeu 
14,6% de sua cobertura original, teve redução significativa de desmatamento 
até 2012. Em 2013, porém, observou-se um aumento do desmatamento 
estimado inicialmente em 28%, e posteriormente confirmado em 29%, 
conforme​ ​mostram​ ​as​ ​Figuras​ ​abaixo. 
8 
 
 
Taxa​ ​de​ ​desmatamento​ ​anual​ ​na​ ​Amazônia​ ​Legal​ ​Fonte:​ ​Instituto​ ​Nacional​ ​de​ ​Pesquisas 
Espaciais​ ​-​ ​INPE. 
 
O INPE divulgou oficialmente em 10 de setembro último a taxa de 
desmatamento na Amazônia Legal no período de agosto de 2012 a julho de 
2013. A avaliação consolidada mostra um crescimento de 29% em relação ao 
períodoanterior – agosto/2011 a julho/2012. O resultado final do mapeamento 
de 2013 apresentou uma taxa de 5.891 km² desmatados, comparados a 4.571 
km² do período anterior. E dados do INPE divulgados em setembro de 2014 
estimam que a Amazônia Legal perdeu 3.036 km² de floresta entre agosto de 
2013​ ​e​ ​julho​ ​de ​ ​2014, ​ ​ou​ ​seja, ​ ​9,8%​ ​a​ ​mais​ ​em​ ​relação​ ​ao​ ​período​ ​anterior. 
No que se refere à Mata Atlântica, estudo do ​INPE ​ e do ​SOS Mata Atlântica​, 
divulgado em maio de 2014, sobre o desmatamento no período de 2012 a 
2013,​ ​revela​ ​um​ ​aumento​ ​de ​ ​9%​ ​em​ ​relação​ ​ao​ ​período​ ​anterior​ ​(2011-2012). 
Assim, o desmatamento, que vinha caindo, recrudesceu nos últimos dois anos, 
principalmente em relação à Amazônia e Mata Atlântica. Isso significa enorme 
perda de biodiversidade, com destruição de espécies vegetais e animais, 
muitas ainda desconhecidas. E um grande prejuízo econômico e social para o 
país. 
Após anos de pesquisa, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro lançou no 
primeiro semestre de 2013 o​livro vermelho das espécies ameaçadas de 
extinção da flora brasileira ​. Das cerca de 44.000 espécies descritas, pouco 
mais de 6.000 foram avaliadas em relação ao risco de extinção, ou seja, 13,6% 
da diversidade de plantas. São 2.118 espécies ameaçadas, um aumento 
considerável em relação à contagem anterior. Essa informação não foi 
9 
 
oficializada pelo Ministério do Meio Ambiente, provavelmente por razões 
políticas. 
Da mesma forma, as espécies ameaçadas da fauna brasileira ainda não têm 
números definitivos. Oficialmente, segundo dados de 2008, são 627 espécies 
da fauna avaliadas como ameaçadas de extinção. Das 120.000 espécies no 
Brasil, (8.200 espécies de vertebrados e mais de 100.000 espécies de 
invertebrados),a meta do ​ICMBio​ é avaliar o risco de extinção de 10.000 
espécies até o final deste ano, ou seja, pouco mais de 8% da diversidade total 
de​ ​animais. 
O modelo econômico dominante prioriza o crescimento visto em termos 
quantitativos, como aumento do PIB, por exemplo, em detrimento da qualidade 
de vida da população. O desenvolvimentismo, hoje no poder, considera o meio 
ambiente como entrave ao crescimento. Essa mentalidade anacrônica e 
predatória está por trás da destruição da rica biodiversidade brasileira. O 
capitalismo selvagem não quer admitir que a floresta em pé vale mais do que 
abatida. 
Mas os riscos dramáticos das mudanças climáticas e da perda da 
biodiversidade – secas, inundações, desertificação, elevação do nível dos 
oceanos e acidificação, refugiados ambientais, falta de água e alimentos, etc. – 
alertaram o mundo quanto aos efeitos nocivos da sobre-exploração dos 
recursos naturais e da emissão de gases-estufa, abrindo espaço para os novos 
caminhos ​ ​da​ ​sustentabilidade​ ​ambiental. 
Apesar da importância de cada organismo vivo, observamos um crescente 
aumento na destruição da biodiversidade. As causas são as mais variadas, 
porém, na maioria das vezes, o homem apresenta grande influência no 
processo. Dentre os principais motivos da perda de biodiversidade, podemos 
destacar a destruição de habitat, o uso excessivo dos recursos naturais, a 
introdução​ ​de​ ​espécies​ ​invasoras​ ​e​ ​a​ ​poluição. 
A destruição de ​habitat ​ destaca-se entre os fatores que desencadeiam a 
diminuição da biodiversidade. Normalmente esse processo ocorre como 
consequência da urbanização e do desmatamento para aumento das áreas 
agropecuárias e desenvolvimento de grandes obras. Além disso, essa 
destruição​ ​também​ ​é ​ ​causada​ ​pelo ​aquecimento​ ​global. 
Como seus habitat são destruídos, várias espécies muitas vezes são obrigadas 
a migrar para outras áreas, enfrentando perigos e a incerteza da sobrevivência. 
Já aquelas espécies que são incapazes de procurar outro local para 
estabelecerem-se, como as plantas, acabam tendo sua população reduzida ou 
até,​ ​muitas​ ​vezes,​ ​extinta. 
O uso excessivo de ​recursos naturais também é uma grande ameaça à 
biodiversidade. A caça e a pesca, por exemplo, são práticas responsáveis pela 
diminuição do número de indivíduos de várias espécies anualmente, bem como 
a retirada ilegal de madeira e a exploração de plantas, como o xaxim. Além 
disso, o tráfico de animais e plantas silvestres é um comércio lucrativo que 
dificulta ​ ​a​ ​conservação ​ ​de​ ​vários​ ​organismos. 
10 
 
A biodiversidade também é ameaçada pela introdução de ​espécies exóticas​, ou 
seja, a introdução de espécies que não vivem normalmente naquele ambiente. 
Ao inserirmos uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode 
competir com as outras, predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se 
exageradamente e até mesmo provocar doenças. Percebe-se, portanto, que 
essa ação pode provocar a destruição de algumas espécies, afetando 
diretamente ​ ​o​ ​equilíbrio​ ​daquele​ ​ecossistema. 
A contaminação da água, do solo e do ar também é uma das causas da perda 
de biodiversidade. Diante da poluição dos ambientes, muitas espécies não 
conseguem se estabelecer em razão, por exemplo, da falta de alimento, 
dificuldade de acesso à água potável e do surgimento de doenças, o que acaba 
aumentando,​ ​assim, ​ ​o​ ​triste ​ ​número​ ​de​ ​espécies​ ​extintas. 
Para que a biodiversidade seja efetivamente protegida, é fundamental que seja 
feito o uso sustentável dos recursos que a natureza oferece. Para isso, são 
necessários investimentos e pesquisas para descobrir fontes alternativas de 
recursos, fiscalização no que diz respeito à exploração da natureza e à 
poluição, ​ ​bem​ ​como​ ​a ​ ​criação ​ ​de​ ​maiores​ ​áreas​ ​de​ ​proteção​ ​ambiental. 
Entretanto, nenhum esforço será suficiente se não houver mudança na 
consciência da população. É fundamental que todos entendam a importância 
de cada ser vivo para o planeta e compreendam que a destruição de qualquer 
espécie​ ​afeta ​ ​diretamente​ ​a ​ ​nossa​ ​vida. 
 
 
3 Unidades ​ ​de ​ ​Conservação​ ​–​ ​tipos​ ​e​ ​objetivos. 
Unidade de Conservação (UC)​ é a denominação dada pelo ​Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC)​ (​Lei nº 9.985, de 18 de julho 
de 2000​) às áreas naturais passíveis de proteção por suas características 
especiais. São "espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as 
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente 
instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias 
adequadas ​ ​de ​ ​proteção ​ ​da ​ ​lei"​ ​(art.​ ​1º,​ ​I). 
As UCs têm a função de salvaguardar a representatividade de porções 
significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e 
ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o 
patrimônio biológico existente. Além disso, garantem às populações 
tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional e ainda 
propiciam às comunidades do entorno o desenvolvimento de atividades 
econômicas​ ​sustentáveis. 
Uma marcha de bilhões deanos de evolução culminou num planeta capaz de 
sustentar vida em vários sistemas ecológicos. Estes ecossistemas, foram (e 
são) a base para o desenvolvimento e continuada evolução das mais variadas 
espécies existentes, sejam bacterianas, vegetais ou animais. A existência do 
11 
 
meio ambiente, portanto, é condição indissociável à vida. E, como a própria 
vida,​ ​um​ ​direito​ ​fundamental​ ​a​ ​todo​ ​o​ ​ser​ ​humano. 
No Brasil, este direito fundamental é garantido aos cidadãos pela ​Constituição 
Federal de 1988 no art. 225​: "Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo​ ​e​ ​preservá-lo​ ​para​ ​as​ ​presentes​ ​e​ ​futuras​ ​gerações." 
Mas apenas reconhecer o direito não é suficiente. É preciso que haja 
instrumento para que se possa concretizá-lo. Assim a Constituição impõe ao 
Poder Público o dever de "definir, em todas as unidades da Federação, 
espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, 
sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem 
sua proteção". Este comando foi atendido, enfim, com a promulgação da ​Lei nº 
9.985, de 18 de julho de 2000​ e do ​Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 
2002​ que,​ ​respectivamente, ​ ​cria​ ​e​ ​regula​ ​o​ ​SNUC. 
Sendo a proteção do meio ambiente uma competência que concorre a todas as 
esferas do Poder Público, à iniciativa privada e toda sociedade civil, coube ao 
SNUC disponibilizar a estes entes os mecanismos legais para a criação e a 
gestão de UCs (no caso dos entes federados e da iniciativa privada) e para 
participação na administração e regulação do sistema (no caso da sociedade 
civil), possibilitando assim o desenvolvimento de estratégias conjuntas para as 
áreas naturais a serem preservadas e a potencialização da relação entre o 
Estado,​ ​os ​ ​cidadãos​ ​e​ ​o ​ ​meio​ ​ambiente. 
As unidades de conservação da esfera federal do governo são administradas 
pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nas 
esferas estadual e municipal, por meio dos Sistemas Estaduais e Municipais de 
Unidades​ ​de​ ​Conservação. 
O SNUC agrupa as unidades de conservação em dois grupos, de acordo com 
seus ​ ​objetivos​ ​de​ ​manejo​ ​e ​ ​tipos​ ​de​ ​uso: Proteção​ ​Integral e Uso​ ​Sustentável. 
As ​Unidades de Proteção Integral​ têm como principal objetivo preservar a 
natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou 
seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou dano aos recursos naturais: 
recreação em contato com a natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, 
educação​ ​e​ ​interpretação ​ ​ambiental,​ ​entre​ ​outras. 
As ​Unidades de Uso Sustentável​, por sua vez, têm como objetivo 
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos, 
conciliando a presença humana nas áreas protegidas. Nesse grupo, atividades 
que envolvem coleta e uso dos recursos naturais são permitidas, desde que 
praticadas de uma forma a manter constantes os recursos ambientais 
renováveis​ ​e​ ​processos​ ​ecológicos. 
12 
 
O SNUC também prevê 12 (doze) categorias complementares de, que podem 
ser​ ​entendidos​ ​pela​ ​tabela ​ ​a​ ​seguir: 
 
 
 Grupo Categoria​ ​SNUC Origem Descrição/​ ​Objetivo Uso 
Proteçã
o 
Integral 
Estação​ ​Ecológica SEMA​ ​(1981) 
De​ ​posse​ ​e​ ​domínio​ ​público, 
servem​ ​à​ ​preservação​ ​da 
natureza​ ​e​ ​à​ ​realização​ ​de 
pesquisas​ ​científicas.​ ​A 
visitação​ ​pública​ ​é​ ​proibida, 
exceto​ ​com​ ​objetivo 
educacional.​ ​Pesquisas 
científicas​ ​dependem​ ​de 
autorização​ ​prévia​ ​do​ ​órgão 
responsável. 
Pesquisas 
científicas, 
visitação​ ​pública 
com​ ​objetivos 
educacionais. 
Reserva​ ​Biológica 
(REBIO) 
Lei​ ​de​ ​Proteção​ ​à 
Fauna​ ​(1967) 
Visam​ ​a​ ​preservação 
integral​ ​da​ ​biota​ ​(seres 
vivos)​ ​e​ ​demais​ ​atributos 
naturais​ ​existentes​ ​em​ ​seus 
limites,​ ​sem​ ​interferência 
humana​ ​direta​ ​ou 
modificações​ ​ambientais, 
excetuando-se​ ​as​ ​medidas 
de​ ​recuperação​ ​de​ ​seus 
ecossistemas​ ​alterados​ ​e​ ​as 
ações​ ​de​ ​manejo 
necessárias​ ​para​ ​recuperar 
e​ ​preservar​ ​o​ ​equilíbrio 
natural,​ ​a​ ​diversidade 
biológica​ ​e​ ​os​ ​processos 
ecológicos. 
Pesquisas 
científicas, 
visitação​ ​pública 
com​ ​objetivos 
educacionais. 
Parque 
Nacional(PARNA) 
Código​ ​Florestal​ ​de 
1934 
Tem​ ​como​ ​objetivo​ ​básico​ ​a 
preservação​ ​de 
ecossistemas​ ​naturais​ ​de 
grande​ ​relevância​ ​ecológica 
e​ ​beleza​ ​cênica, 
possibilitando​ ​a​ ​realização 
de​ ​pesquisas​ ​científicas​ ​e​ ​o 
desenvolvimento​ ​de 
atividades​ ​de​ ​educação​ ​e 
interpretação​ ​ambiental,​ ​de 
recreação​ ​em​ ​contato​ ​com 
a​ ​natureza​ ​e​ ​de​ ​turismo 
ecológico. 
Pesquisas 
científicas, 
desenvolvimento 
de​ ​atividades​ ​de 
educação​ ​e 
interpretação 
ambiental, 
recreação​ ​em 
contato​ ​com​ ​a 
natureza​ ​e 
turismo 
ecológico. 
13 
 
Monumento 
Natural SNUC​ ​(2000) 
Objetivam​ ​a​ ​preservação​ ​de 
sítios​ ​naturais​ ​raros, 
singulares​ ​ou​ ​de​ ​grande 
beleza​ ​cênica. 
Visitação​ ​pública. 
Refúgio​ ​de ​ ​vida 
silvestre SNUC​ ​(2000) 
Sua​ ​finalidade​ ​é​ ​a​ ​proteção 
de​ ​ambientes​ ​naturais​ ​que 
asseguram​ ​condições​ ​para​ ​a 
existência​ ​ou​ ​reprodução​ ​de 
espécies​ ​ou​ ​comunidades 
da​ ​flora​ ​local​ ​e​ ​da​ ​fauna 
residente​ ​ou​ ​migratória. 
Pesquisa 
científica​ ​e 
visitação​ ​pública. 
 
Grupo Categoria​ ​SNUC Origem Descrição/​ ​Objetivo Uso 
Uso 
Sustent
ável 
Área​ ​de 
Relevante 
Interesse 
Ecológico 
(ARIE) 
SEMA​ ​(1984) 
Geralmente​ ​de​ ​pequena 
extensão,​ ​são​ ​áreas​ ​com 
pouca​ ​ou​ ​nenhuma 
ocupação​ ​humana,​ ​exibindo 
características​ ​naturais 
extraordinárias​ ​ou​ ​que 
abrigam​ ​exemplares​ ​raros 
da​ ​biota​ ​regional,​ ​tendo 
como​ ​objetivo​ ​manter​ ​os 
ecossistemas​ ​naturais​ ​de 
importância​ ​regional​ ​ou 
local​ ​e​ ​regular​ ​o​ ​uso 
admissível​ ​dessas​ ​áreas,​ ​de 
modo​ ​a​ ​compatibilizá-lo 
com​ ​os​ ​objetivos​ ​de 
conservação​ ​da​ ​natureza. 
Respeitados​ ​os 
limites 
constitucionais, 
podem​ ​ser 
estabelecidas 
normas​ ​e 
restrições​ ​para 
utilização​ ​de​ ​uma 
propriedade 
privada​ ​localizada 
em​ ​uma​ ​ARIE. 
Reserva 
Particular​ ​do 
Patrimônio 
NaturaL 
(RPPN) 
MMA​ ​(1996) 
De​ ​posse​ ​privada,​ ​gravada 
com​ ​perpetuidade, 
objetivando​ ​conservar​ ​a 
diversidade​ ​biológica. 
Pesquisa 
científica, 
atividades​ ​de 
educação 
ambiental​ ​e 
turismo. 
14 
 
Área​ ​de ​ ​Proteção 
Ambiental 
(APA) 
SEMA​ ​(1981) 
São​ ​áreas​ ​geralmente 
extensas,​ ​com​ ​um​ ​certo 
grau​ ​de​ ​ocupação​ ​humana, 
dotadas​ ​de​ ​atributos 
abióticos,​ ​bióticos,​ ​estéticos 
ou​ ​culturais​ ​especialmente 
importantes​ ​para​ ​a 
qualidade​ ​de​ ​vida​ ​e​ ​o 
bem-estar​ ​das​ ​populações 
humanas,​ ​e​ ​tem​ ​como 
objetivos​ ​básicos​ ​proteger​ ​a 
diversidade​ ​biológica, 
disciplinar​ ​o​ ​processo​ ​de 
ocupação​ ​e​ ​assegurar​ ​a 
sustentabilidade​ ​do​ ​uso​ ​dosrecursos​ ​naturais. 
São​ ​estabelecidas 
normas​ ​e 
restrições​ ​para​ ​a 
utilização​ ​de​ ​uma 
propriedade 
privada​ ​localizada 
em​ ​uma​ ​APA. 
Floresta​ ​Nacional 
(FLONA) 
Código​ ​Florestal​ ​de 
1934 
É​ ​uma​ ​área​ ​com​ ​cobertura 
florestal​ ​de​ ​espécies 
predominantemente​ ​nativas 
e​ ​tem​ ​como​ ​objetivo​ ​básico 
o​ ​uso​ ​múltiplo​ ​sustentável 
dos​ ​recursos​ ​florestais​ ​e​ ​a 
pesquisa​ ​científica,​ ​com 
ênfase​ ​em​ ​métodos​ ​para 
exploração​ ​sustentável​ ​de 
florestas​ ​nativas. 
Visitação, 
pesquisa 
científica​ ​e 
manutenção​ ​de 
populações 
tradicionais. 
Reserva​ ​de 
Desenvolvimento 
Sustentável 
(RDS) 
SNUC​ ​(2000) 
São​ ​áreas​ ​naturais​ ​que 
abrigam​ ​populações 
tradicionais,​ ​cuja​ ​existência 
baseia-se​ ​em​ ​sistemas 
sustentáveis​ ​de​ ​exploração 
dos​ ​recursos​ ​naturais, 
desenvolvidos​ ​ao​ ​longo​ ​de 
gerações,​ ​adaptados​ ​às 
condições​ ​ecológicas​ ​locais, 
que​ ​desempenham​ ​um 
papel​ ​fundamental​ ​na 
proteção​ ​da​ ​natureza​ ​e​ ​na 
manutenção​ ​da​ ​diversidade 
biológica. 
Exploração 
sustentável​ ​de 
componentes​ ​do 
ecossistema. 
Visitação​ ​e 
pesquisas 
científicas​ ​podem 
ser​ ​permitidas. 
Reserva​ ​de​ ​Fauna 
(REFAU) 
Lei​ ​de​ ​Proteção​ ​à 
Fauna​ ​(1967)​ ​-​ ​sob​ ​o 
nome​ ​de​ ​Parques 
de​ ​Caça 
É​ ​uma​ ​área​ ​natural​ ​com 
populações​ ​animais​ ​de 
espécies​ ​nativas,​ ​terrestres 
ou​ ​aquáticas,​ ​residentes​ ​ou 
migratórias,​ ​adequadas​ ​para 
estudos​ ​técnico-científicos 
sobre​ ​o​ ​manejo​ ​econômico 
sustentável​ ​de​ ​recursos 
faunísticos. 
Pesquisa 
científica. 
15 
 
Reserva 
Extrativista 
(RESEX) 
SNUC​ ​(2000) 
Utilizadas​ ​por​ ​populações 
locais,​ ​cuja​ ​subsistência 
baseia-se​ ​no​ ​extrativismo​ ​e, 
complementarmente,​ ​na 
agricultura​ ​de​ ​subsistência​ ​e 
na​ ​criação​ ​de​ ​animais​ ​de 
pequeno​ ​porte,​ ​áreas​ ​dessa 
categoria​ ​tem​ ​como 
objetivos​ ​básicos​ ​proteger 
os​ ​meios​ ​de​ ​vida​ ​e​ ​a​ ​cultura 
dessas​ ​populações,​ ​e 
assegurar​ ​o​ ​uso​ ​sustentável 
dos​ ​recursos​ ​naturais​ ​da 
unidade. 
Extrativismo 
vegetal, 
agricultura​ ​de 
subsistência​ ​e 
criação​ ​de 
animais​ ​de 
pequeno​ ​porte. 
Visitação​ ​pode​ ​ser 
permitida. 
 
Segundo a legislação vigente, as UCs são criadas por meio de ato do Poder 
Público (Poder Executivo e Poder Legislativo) após a realização de estudos 
técnicos da importância ecológica dos espaços propostos e, quando 
necessário,​ ​consulta​ ​à​ ​população. 
Estas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais e só podem ser 
alteradas e/ou reduzidas mediante lei específica. Entretanto, em 2012, 
uma ​Medida Provisória que previa a redefinição de limites de sete UCs na 
Amazônia foi sancionada pela presidente​ e transformada em Lei Federal. Isso 
abre um precedente perigoso para a conservação no país, pois o instrumento 
elencado pelo legislador originário foi a lei ordinária que, por possuir, 
tramitação legislativa mais longa, atende à exigência original de manifestações 
populares​ ​e​ ​consultas​ ​públicas. 
 
4 Corredores​ ​ecológicos ​ ​e​ ​características. 
Corredor ecológico ou corredor de biodiversidade é uma faixa de vegetação 
que liga fragmentos florestais ou unidades de conservação separadas pela 
atividade humana. O principal objetivo desses corredores é possibilitar o 
deslocamento da fauna entre as áreas isoladas e garantir a troca genética 
entre​ ​as​ ​espécies. 
Assim, essas faixas de vegetação permitem que animais que seriam 
naturalmente isolados devido ao desmatamento possam passar de um 
fragmento florestal para o outro. Esse trânsito permite a dispersão de espécies 
e a recolonização de áreas degradadas, conciliando a conservação da 
biodiversidade​ ​e​ ​o​ ​desenvolvimento​ ​ambiental​ ​na​ ​região. 
A importância dos corredores é defendida por diversos estudiosos, que 
afirmam que o isolamento dos fragmentos de floresta está avançando 
rapidamente e que isso pode causar um colapso das funções ecológicas e da 
biodiversidade local. De acordo com Roseli Senna Ganem, Consultora 
16 
 
Legislativa, a necessidade de promover a conectividade entre os fragmentos de 
ecossistemas naturais encontra sua base na biologia da conservação. Os 
processos ecológicos necessitam de áreas extensas para se manter a longo 
prazo. Populações da flora e da fauna isoladas são mais vulneráveis às 
pressões​ ​externas,​ ​sendo​ ​susceptíveis​ ​à​ ​extinção. 
O conceito surgiu em 1990 e é uma das principais estratégias utilizadas na 
conservação da biodiversidade de determinado local. No Brasil, os corredores 
ecológicos são planejados e executados pela iniciativa governamental e pelas 
ONG´s​ ​ambientais. 
Esse instrumento está previsto na legislação brasileira desde 1993, quando o 
Decreto nº 750, que dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de 
vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata 
Atlântica, proibiu a exploração de vegetação que tenha por função formar 
corredores de remanescentes de vegetação primária ou em estágio avançado 
e ​ ​médio​ ​de ​ ​regeneração. 
Já a lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), impõe em seu Art. 25 que "as 
unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva 
Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, 
quando ​ ​conveniente,​ ​corredores​ ​ecológicos". 
Essas áreas possuem ecossistemas florestais biologicamente prioritários e 
viáveis para a conservação da biodiversidade na Amazônia e na Mata 
Atlântica, compostos por conjuntos de unidades de conservação, terras 
indígenas e áreas de interstício. Sua função é a efetiva proteção da natureza, 
reduzindo ou prevenindo a fragmentação de florestas existentes, por meio da 
conexão entre diferentes modalidades de áreas protegidas e outros espaços 
com​ ​diferentes​ ​usos ​ ​do​ ​solo. 
A implementação de reservas e parques não tem garantido a sustentabilidade 
dos sistemas naturais, seja pela descontinuidade na manutenção de sua 
infraestrutura e de seu pessoal, seja por sua concepção em ilhas, ou ainda pelo 
pequeno​ ​envolvimento​ ​dos​ ​atores ​ ​residentes ​ ​no​ ​seu​ ​interior​ ​ou​ ​no​ ​seu​ ​entorno. 
Integrante do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do 
Brasil, o Projeto atua em dois corredores: O Corredor Central da Mata Atlântica 
(CCMA) ​ ​e​ ​o​ ​Corredor​ ​Central​ ​da​ ​Amazônia​ ​(CCA). 
A implementação desses Corredores foi priorizada com o propósito de testar e 
abordar diferentes condições nos dois principais biomas e, com base nas lições 
aprendidas, preparar e apoiar a criação e a implementação de demais 
corredores. 
A participação das populações locais, comprometimento e conectividade são 
elementos importantes para a formação e manutenção dos corredores na Mata 
Atlântica​ ​e​ ​na​ ​Amazônia. 
Objetivos​ ​do​ ​projeto: 
17 
 
● Reduzir a fragmentação mantendo ou restaurando a conectividade da 
paisagem​ ​e​ ​facilitando​ ​o​ ​fluxo​ ​genético​ ​entre​ ​as​ ​populações. 
● Planejar a paisagem, integrando unidades de conservação, buscando 
conectá-las e, assim,promovendo a construção de corredores ecológicos na 
Mata​ ​Atlântica ​ ​e​ ​a​ ​conservação​ ​daqueles​ ​já​ ​existentes​ ​na​ ​Amazônia. 
● Demonstrar a efetiva viabilidade dos corredores ecológicos como uma 
ferramenta para a conservação da biodiversidade na Amazônia e Mata 
Atlântica. 
● Promover a mudança de comportamento dos atores envolvidos, criar 
oportunidades de negócios e incentivos a atividades que promovam a 
conservação ambiental e o uso sustentável, agregando o viés ambiental aos 
projetos​ ​de​ ​desenvolvimento. 
Para atingir este objetivo, o Projeto Corredores Ecológicos desenvolve uma 
abordagem abrangente, descentralizada e participativa, permitindo que 
governo e sociedade civil compartilhem a responsabilidade pela conservação 
da biodiversidade, podendo planejar, juntos, a utilização dos recursos naturais 
e do solo; envolvendo e sensibilizando instituições e pessoas, criando parceiras 
em diversos níveis: federal, estadual, municipal, setor privado, sociedade civil 
organizada​ ​e ​ ​moradores​ ​de​ ​entorno​ ​das​ ​áreas​ ​protegidas. 
 
 
5 Reservas legais e áreas de servidão florestal – objetivos e 
características. 
A reserva legal é a área do imóvel rural que, coberta por vegetação natural, 
pode ser explorada com o manejo florestal sustentável, nos limites 
estabelecidos em lei para o bioma em que está a propriedade. Por abrigar 
parcela representativa do ambiente natural da região onde está inserida e, que 
por​ ​isso,​ ​se​ ​torna​ ​necessária​ ​à​ ​manutenção​ ​da​ ​biodiversidade​ ​local. 
O​ ​atual ​Código​ ​Florestal​ define​ ​a Reserva​ ​Legal como: 
Art.​ ​3º​ ​Para​ ​os​ ​efeitos​ ​desta​ ​Lei,​ ​entende-se​ ​por: 
(...) 
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou 
posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de 
assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais 
do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos 
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o 
abrigo​ ​e​ ​a ​ ​proteção​ ​de ​ ​fauna​ ​silvestre​ ​e​ ​da​ ​flora​ ​nativa; 
O primeiro conceito de Reserva Legal surgiu em 1934, com o primeiro ​Código 
Florestal​. Foi atualizado em 1965, na ​Lei Federal nº 4.771​ (o Código Florestal 
recentemente revogado) que dividia as áreas a serem protegidas de acordo 
com as regiões, e não pelo tipo de vegetação como é no atual Código. Fixava 
um mínimo de 20% a ser mantido nas "florestas de domínio privado" na maior 
18 
 
parte do país, ressalvando uma proibição de corte de 50% nas propriedades 
"na ​ ​região​ ​Norte ​ ​e​ ​na​ ​parte ​ ​Norte​ ​da​ ​região​ ​Centro-Oeste". 
No Brasil, a Constituição da República garante a todos o direito tanto a um 
meio ambiente diverso e sustentável, como o direito ao desenvolvimento 
econômico. Não é difícil perceber que a busca da realização de um destes 
direitos pode vir a conflitar com o outro. O instituto da Reserva Legal é mais um 
dos instrumentos pelos quais o legislador brasileiro busca criar uma ponte entre 
estes ​ ​dois ​ ​interesses ​ ​fundamentais. 
Hoje, como visto anteriormente, o conceito é mais restritivo. A Reserva Legal, 
que junto com as ​Áreas de Preservação Permanente​ tem o objetivo de garantir 
a preservação da biodiversidade local, é um avanço legal na tentativa de conter 
o desmatamento e a pressão da agropecuária sobre as áreas de florestas e 
vegetação nativa. Ambientalistas defendem a sua preservação, o setor 
produtivo argumenta se tratar de intromissão indevida do Estado sobre a 
propriedade privada, o que diminuiria a competitividade da agricultura e a 
capacidade​ ​de​ ​produção​ ​do​ ​país. 
O percentual da propriedade que deve ser registrado como Reserva Legal vai 
variar de acordo com o bioma e a região em questão, sendo: 80% em 
propriedades rurais localizadas em área de floresta na ​Amazônia Legal ​; 35% 
em propriedades situadas em áreas de ​Cerrado​ na Amazônia Legal, sendo no 
mínimo 20% na propriedade e 15% na forma de compensação ambiental em 
outra área, porém na mesma microbacia; 20% na propriedade situada em área 
de floresta, outras formas de vegetação nativa nas demais regiões do país; e 
20%​ ​na​ ​propriedade​ ​em​ ​área ​ ​de​ ​campos​ ​gerais​ ​em​ ​qualquer​ ​região​ ​do​ ​país. 
Cabe a todo proprietário rural o registro no órgão ambiental competente 
(estadual ou municipal) por meio de inscrição no Cadastro Ambiental Rural - 
CAR. As especificidades para o registro da reserva legal vão depender da 
legislação​ ​de​ ​cada​ ​Estado. 
Uma vez realizado o registro fica proibida a alteração de sua destinação, nos 
casos de transmissão ou de desmembramento, com exceção das hipóteses 
previstas na Lei (art. 18). Em geral, nas áreas de reserva legal é proibida a 
extração de recursos naturais, o corte raso, a alteração do uso do solo e a 
exploração comercial exceto nos casos autorizados pelo órgão ambiental via 
Plano ​ ​de​ ​Manejo​ ​ou, ​ ​em​ ​casos​ ​de​ ​sistemas​ ​agroflorestais​ ​e​ ​ecoturismo. 
A servidão ambiental e a servidão florestal são dois mecanismos legais de 
autolimitação de uso de terras por parte dos proprietários para a preservação 
ambiental. Em ambos os casos, os donos de terras são beneficiados com 
incentivos tributários e facilidades para a obtenção de recursos para serem 
investidos​ ​nas​ ​áreas​ ​de​ ​proteção. 
A servidão florestal foi instituída pela Medida Provisória 2166-67/2001, que 
alterou o Código Florestal (Lei 4.771/1965). A MP permite que o proprietário de 
um imóvel rural destine parte da terra para a criação de área de proteção 
ambiental, além da reserva legal. A medida provisória também permite que 
19 
 
essa área seja usada para a instalação de ​reserva legal ​ de imóvel rural de 
terceiro. A servidão florestal só pode ser utilizada em casos de imóveis 
localizados na mesma microbacia hidrográfica e que pertençam ao mesmo 
ecossistema. Nesse caso, o proprietário renuncia ao direito de "supressão ou 
exploração"​ ​da​ ​vegetação​ ​nativa. 
A servidão ambiental, criada por meio da Lei 11.284/06, tem as mesmas 
características da servidão florestal, mas prevê do proprietário renuncia, em 
caráter permanente ou temporário, total ou parcialmente, ao direito de uso, 
exploração ou supressão de recursos naturais existentes na propriedade. O 
termo ​ ​"recursos​ ​naturais"​ ​é​ ​mais​ ​amplo​ ​do​ ​que​ ​"vegetação​ ​nativa". 
 
Nos dois casos, para ter efeitos legais, os proprietários devem averbar no 
registro do imóvel as áreas destinadas a servidão florestal e ambiental. Alguns 
juristas consideram que a criação da servidão ambiental, na prática, revogou a 
servidão​ ​florestal. 
Um exemplo de servidão ambiental é a Reserva Particular do Patrimônio 
Natural (RPPN). Para assegurar os benefícios tributários, o proprietário deve 
fazer relatório anual e apresentar ao órgão ambiental estadual e permitir 
inspeção anual da área pelas autoridades ambientais estaduais. A servidão 
ambiental​ ​também​ ​é​ ​chamada​ ​de​ ​servidão​ ​de​ ​conservação. 
 
6 Manejo​ ​de​​reflorestamento​ ​com​ ​exóticas​ ​pioneiras. 
O termo aplica-se apenas à implantação de florestas em áreas naturalmente 
florestais que, por ação antrópica ou natural, perderam suas características 
originais 
Com a colonização das propriedades rurais, principalmente para o plantio de 
café e lavouras de soja/milho/trigo, muitas áreas foram desmatadas na sua 
totalidade, e este fato ocorreu devido à falta de informação por parte das 
colonizadoras​ ​junto​ ​aos​ ​seus ​ ​compradores. 
São chamadas pioneiras as espécies resistentes à insolação direta, com 
crescimento rápido, frutificação precoce e ciclo de vida curto, aptas a colonizar 
ambientes​ ​inóspitos. 
Nesse processo é possível admitir o uso de espécies exóticas como pioneiras, 
em caráter temporário, tendo como propósito estabelecer condições favoráveis 
à ​ ​restauração​ ​do​ ​ecossistema​ ​original 
Espécies desses diferentes grupos ecológicos são plantadas juntas, de modo 
que as pioneiras, com seu rápido crescimento, possam propiciar, em curto 
prazo, sombra e matéria orgânica para o desenvolvimento das não pioneiras, 
possibilitando​ ​um ​ ​desenvolvimento​ ​mais​ ​rápido​ ​para​ ​o​ ​consórcio. 
20 
 
Ou seja, são feitos reflorestamentos mistos, combinando espécies nativas 
ameaçadas de extinção com espécies exóticas de rápido crescimento, em 
áreas ​ ​degradadas. 
Um exemplo de pioneira são os eucaliptos, que possuem rápido crescimento e 
são utilizados para produção de pasta de celulose. Eles poderão sofrer 3 cortes 
(que é o ciclo econômico desta planta), sendo que, no último corte, devem ser 
eliminados​ ​deixando​ ​somente​ ​as​ ​plantas​ ​nativas. 
 
7 ​ ​Madeira​ ​certificada​ ​e​ ​madeira​ ​legal​ ​-​ ​características. 
Madeira​ ​Legal​ ​e​ ​Madeira​ ​Certificada 
 
A madeira tem sido um motivo de muita discussão nos últimos anos, pois é 
uma das melhores matérias-primas para segmentos como o de móveis, papel e 
outros artigos. Porém, o desmatamento sem controle realizado durante muitos 
anos no Brasil tornou necessário que se criasse uma legislação e uma forma 
de​ ​desmatamento​ ​dentro​ ​da​ ​lei. 
Para evitar que inúmeras florestas desapareçam do país surgiram algumas 
táticas de controle da utilização de árvores para a produção de produtos. 
Porém, isso ainda traz muitas dúvidas para o consumidor, pois ele se depara 
com​ ​a​ ​chamada ​ ​madeira ​ ​legal​ ​e​ ​madeira​ ​certificada. 
As duas não são a mesma coisa e alguns consumidores desejam conhecer a 
diferença entre os termos para que possam comprar algo que não agrida ou 
deprede o meio ambiente. Compreender o que é uma e outra e qual a 
diferença que existe entre elas é essencial para fazer a escolha certa na hora 
de​ ​realizar​ ​uma ​ ​compra. 
Qual​ ​a​ ​Diferença? 
 
A madeira legalizada é proveniente de desmatamento e a certificada possui 
atrás de si um manejo florestal, ou seja, a empresa que a utiliza realiza a 
conservação da floresta, respeita a sua mão de obra e as comunidades locais 
bem​ ​como​ ​está​ ​em​ ​dia​ ​com​ ​o ​ ​pagamento​ ​dos​ ​seus​ ​impostos. 
Se você desconhece essa diferenciação entre uma e outra saiba que não é o 
único. Inúmero consumidor não tem bem clara essa diferença e por isso 
mesmo algumas pessoas que buscam não impactar a natureza acabam 
erroneamente ​ ​procurando​ ​por​ ​madeira​ ​legal. 
A madeira legal não é nenhuma vilã no mercado uma vez que a sua extração é 
permitida, porém, se você deseja adquirir uma madeira que seja 
ecologicamente correta e ofereça melhores condições para o meio ambiente 
deve priorizar a madeira certificada. Esse certificado garante que a empresa 
que ​ ​extraiu ​ ​essa​ ​madeira​ ​realizou​ ​esse​ ​processo​ ​por​ ​meio​ ​de​ ​manejo​ ​florestal. 
O termo “legal” apenas nos prova que a extração é autorizada pelos órgãos 
ambientais,​ ​por​ ​isso​ ​produto​ ​possui​ ​o​ ​Documento​ ​de​ ​Origem​ ​Florestal ​ ​(DOF). 
Sobre​ ​o​ ​DOF 
21 
 
O Documento de Origem Florestal (DOF), instituído pela ​Portaria n° 253, de 18 
de agosto de 2006​, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), constitui licença 
obrigatória para o transporte e armazenamento de produtos florestais de 
origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo, contendo as informações 
sobre a procedência desses produtos, nos termos do art. 36 da ​Lei nº 12.651, 
de​ ​25 ​ ​de​ ​maio ​ ​de​ ​2012​ (Lei​ ​de​ ​Proteção​ ​da​ ​Vegetação​ ​Nativa). 
A emissão do documento de transporte e demais operações são realizadas 
eletronicamente por meio do ​sistema DOF​, disponibilizado via internet pelo 
Ibama, sem ônus financeiro aos setores produtor e empresarial de base 
florestal, na qualidade de usuários finais do serviço e aos órgãos de meio 
ambiente integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), como 
gestores no contexto da descentralização da gestão florestal (​Lei 
Complementar​ ​nº​ ​140,​ ​de​ ​8​ ​de​ ​dezembro​ ​de​ ​2011​). 
Os critérios e procedimentos de uso do DOF são regrados pela ​Instrução 
Normativa Ibama nº 21, de 23 de dezembro de 2014​, alterada pela ​Instrução 
Normativa Ibama nº 9, de 12 de dezembro de 2016​ (IN Ibama nº 9/2016), válida 
para​ ​todos​ ​os​ ​estados​ ​da​ ​federação​ ​que​ ​o​ ​utilizam. 
É importante lembrar que há previsão no art. 6º, § 2º, da ​Resolução Conama nº 
379, de 19 de outubro de 2006​, de que estados utilizem sistemas próprios para 
emissão de documento de controle do transporte e armazenamento de 
produtos florestais desde que atendam às disposições constantes no anexo 
desta resolução. Assim, três unidades da federação se valem dessa 
prerrogativa, como Pará e Mato Grosso que utilizam o Sisflora e Minas Gerais 
o ​ ​SIAM. 
 
 Produtos florestais que estão sujeitos ao controle e, portanto, exigem a 
emissão​ ​de​ ​DOF ​ ​para ​ ​o​ ​seu​ ​transporte 
Nos termos da ​IN Ibama nº 9/2016​, são sujeitos ao controle os seguintes 
produtos: 
1.​ ​Produto​ ​florestal​ ​bruto 
Aquele que se encontra no seu estado bruto ou in natura, nas seguintes 
formas: 
a)​ ​madeira ​ ​em​ ​tora; 
b)​ ​torete; 
c)​ ​poste ​ ​não ​ ​imunizado; 
d)​ ​escoramento; 
e)​ ​estaca​ ​e​ ​mourão; 
f)​ ​acha​ ​e​ ​lasca​ ​nas​ ​fases ​ ​de ​ ​extração/fornecimento; 
g)​ ​lenha; 
h)​ ​palmito; 
i)​ ​xaxim. 
2.​ ​Produto​ ​florestal​ ​processado 
Aquele que, tendo passado por atividade de processamento, obteve a seguinte 
forma: 
a) madeira serrada devidamente classificada conforme Glossário do Anexo III 
da ​IN​ ​Ibama​ ​nº​ ​9/2016​; 
b) piso, forro (lambril) e porta lisa feitos de madeira maciça conforme Glossário 
22 
 
do​ ​Anexo​ ​III ​ ​da ​IN​ ​Ibama​ ​nº​ ​9/2016​; 
c) rodapé, portal ou batente, alisar, tacos e decking feitos de madeira maciça e 
de perfil reto, e madeiras aplainadas em 2 ou 4 faces (S2S e S4S) conforme 
Glossário​ ​do​ ​Anexo​ ​III​ ​da ​IN​ ​Ibama​ ​nº​ ​9/2016​; 
d)​ ​lâmina​ ​torneada ​ ​e​ ​lâmina​ ​faqueada; 
e) madeira serrada curta classificada conforme Glossário do Anexo III da ​IN 
Ibama nº 9/2016 ​, obtida por meio do aproveitamento de resíduos provenientes 
do​ ​processamento​ ​de​ ​peças​ ​de​ ​madeira​ ​categorizadas​ ​na​ ​alínea​ ​“a”; 
f)resíduos da indústria madeireira para fins energéticos ou para fins de 
aproveitamento industrial conforme Glossário do Anexo III da ​IN Ibama nº 
9/2016​,​ ​exceto ​ ​serragem; 
g)​ ​dormentes; 
h)​ ​carvão​ ​de​ ​resíduos​ ​da​ ​indústria​ ​madeireira; 
i) carvão vegetal nativo, inclusive o empacotado na fase de saída do local da 
exploração​ ​florestal​ ​e/ou​ ​produção; 
j)​ ​artefatos​ ​de​ ​xaxim​ ​na ​ ​fase​ ​de​ ​saída​ ​da​ ​indústria; 
k)​ ​cavacos​ ​em​ ​geral; 
l)​ ​bolacha ​ ​de ​ ​madeira. 
Voltar​ ​para ​ ​o​ ​topo 
Sobre​ ​o ​ ​acesso​ ​ao​ ​DOF 
As pessoas físicas ou jurídicas que necessitem de acesso ao DOF deverão 
cumprir​ ​os ​ ​seguintes​ ​requisitos: 
• Estar inscrito no ​Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente 
Poluidoras e/ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/APP)​ e ter 
declarado ​ ​pelo ​ ​menos​ ​uma​ ​atividade​ ​pertinente​ ​ao​ ​DOF​ ​(tabela​ ​abaixo); 
• Estar em situação regular junto ao Ibama, verificada por meio da ​emissão de 
Certificado ​ ​de ​ ​Regularidade​; ​ ​e 
• ​ ​Possuir​ ​Certificado ​ ​Digital​ ​do​ ​tipo​ ​A3. 
 Tabela​ ​de​ ​atividades​ ​pertinentes​ ​ao​ ​DOF​ ​no​ ​CTF 
Categoria Códig
o 
Atividade 
Indústria de 
madeira 
7-1 Serraria​ ​e​ ​desdobramento​ ​de​ ​madeira 
7-2 Preservação​ ​de ​ ​madeira 
7-3 Fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada,​ ​prensada​ ​e​ ​compensada 
7-4 Fabricação​ ​de​ ​estruturas ​ ​de​ ​madeira​ ​e​ ​móveis 
7-5 Preservação​ ​de ​ ​madeira​ ​-​ ​usina​ ​sob ​ ​pressão 
7-6 Preservação​ ​de ​ ​madeira​ ​-​ ​usina-piloto, ​ ​pesquisa 
7-7 Preservação​ ​de ​ ​madeira​ ​-​ ​usina​ ​sem​ ​pressão 
23 
 
Transporte, 
terminais, 
depósitos e 
comércio 
18-11 Transporte​ ​de​ ​produtos ​ ​florestais 
Uso de recursos 
naturais 
20-1 Silvicultura 
20-2 Exploração econômica de madeira ou lenha e subprodutos​ ​florestais 
20-9 Consumo​ ​de​ ​madeira,​ ​lenha ​ ​ou ​ ​carvão​ ​vegetal 
20-22 Importação​ ​ou​ ​exportação​ ​de ​ ​flora​ ​nativa​ ​brasileira 
20-31 Silvicultura - reserva florestal para fins de reposição florestal 
20-32 
Comércio de materiais de construção que 
comercializam subprodutos florestais, até cem 
metros​ ​cúbicos ​ ​ano 
20-33 Exploração econômica de madeira ou lenha e subprodutos​ ​florestais​ ​– ​ ​comércio​ ​atacadista 
20-34 Exploração econômica de madeira ou lenha e subprodutos​ ​florestais​ ​– ​ ​comércio​ ​varejista 
20-42 
Exploração econômica de madeira ou lenha e 
subprodutos florestais – instalação e manutenção 
de​ ​empreendimentos 
20-55 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – construção​ ​de ​ ​edifícios 
20-60 Silvicultura – florestamento ou reflorestamento com​ ​espécies​ ​nativas 
20-61 Silvicultura – florestamento ou reflorestamento com​ ​espécies​ ​exóticas 
20-62 
Exploração econômica de madeira ou lenha e 
subprodutos florestais – produção de carvão 
vegetal​ ​em​ ​florestas​ ​plantadas 
20-63 
Exploração econômica de madeira ou lenha e 
subprodutos florestais – coleta m florestas nativas 
de castanha, látex, palmito e produtos não 
madeireiros 
20-67 
Exploração econômica de madeira ou lenha e 
subprodutos florestais – extração de madeira em 
florestas​ ​nativas 
24 
 
20-68 
Exploração econômica de madeira ou lenha e 
subprodutos florestais – produção de carvão 
vegetal​ ​em​ ​florestas​ ​nativas 
20-70 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – esmagadora​ ​de​ ​grãos 
20-71 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – indústria​ ​siderúrgica 
20-72 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – frigorífico 
20-73 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – panificadora 
20-74 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – laticínio 
20-75 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – restaurante​ ​e​ ​pizzaria 
20-76 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – hotelaria 
20-77 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – cerâmica 
20-78 Consumo de madeira, lenha ou carvão vegetal – cerâmica 
20-79 
Exploração econômica de madeira ou lenha e 
subprodutos florestais – armazenamento de 
produtos/subprodutos​ ​florestais 
 
Porém, só o DOF não é determinante para sabermos que a retirada da madeira 
não afetou de alguma forma o ecossistema. Esse tipo de segurança é dada 
somente pela certificação que avalia todos os pontos para um bom manejo 
florestal. 
A certificação nos diz que a extração daquela árvore teve o menor impacto 
socioambiental​ ​possível. 
 
 
25 
 
O​ ​Selo​ ​de​ ​Certificação 
 
A FSC Brasil é uma organização não governamental e que não tem fins 
lucrativos criada para ajudar a promoção do manejo cuidadoso e 
não-predatório de madeira. O selo representa um símbolo de confiança para o 
consumidor que deseja ter em mãos produtos que tenham uma relação de 
respeito com o meio ambiente. Inúmeras lojas de decoração e materiais de 
construção e reforma contam com produtos em destaque com o famoso selo 
FSC Brasil. O selo FSC (Forest Stewardship Council – em português, Conselho 
de Manejo Florestal), é reconhecido internacionalmente e identifica os produtos 
que ​ ​foram​ ​oriundos​ ​de​ ​bom​ ​manejo​ ​florestal. 
 
Esse selo oferece ao consumidor a possibilidade de fazer escolhas melhores e 
assim trazer mais segurança quanto ao manejo florestal realizado pela 
produtora​ ​de​ ​determinado​ ​objeto. 
 
A certificação é um processo voluntário em que a certificadora realiza uma 
avaliação de um empreendimento florestal e verifica os cumprimentos de 
questões ambientais, econômicas e sociais que fazem parte dos Princípios e 
Critérios​ ​do ​ ​FSC. 
Esse​ ​processo​ ​pode ​ ​ser​ ​resumido​ ​em​ ​5​ ​etapas 
● Contato ​ ​inicial -​ ​A​ ​operação​ ​florestal​ ​entra​ ​em​ ​contato​ ​com​ ​a​ ​certificadora 
● Avaliação - Consiste em uma análise geral do manejo, da documentação e da 
avaliação de campo. O seu objetivo é preparar a operação para receber a 
certificação. Nessa fase são realizadas as consultas públicas, quando os 
grupos​ ​de​ ​interesse​ ​podem​ ​se ​ ​manifestar. 
● Adequação - Após a avaliação, a operação florestal deve adequar as não 
conformidades ​ ​(quando​ ​houver). 
● Certificação da operação - A operação florestal recebe a certificação. Nessa 
etapa,​ ​a​ ​certificadora​ ​elabora​ ​e​ ​disponibiliza​ ​um​ ​resumo​ ​público. 
● Monitoramento anual - Após a certificação é realizado pelo menos um 
monitoramento​ ​da​ ​operação ​ ​ao ​ ​ano. 
O​ ​processo​ ​da​ ​certificação​ ​é ​ ​conduzido​ ​pela​ ​certificadora. 
A certificação FSC é um sistema de garantia internacionalmente reconhecido, 
que identifica, através de sua logomarca, produtos madeireiros e não 
madeireiros​ ​originados​ ​do​ ​bom​ ​manejo​ ​florestal. 
 
Todo empreendimento ligado as operações de manejo florestal e/ou à cadeia 
produtiva de produtos florestais, que cumpra com os princípios e critérios do 
FSC,​ ​pode​ ​ser​ ​certificado. 
 
26 
 
Atualmente existem três modalidades de certificação: ​Manejo Florestal​, ​Cadeia 
de​ ​Custódia ​, ​ ​​Madeira ​ ​Controlada​. 
Manejo​ ​Florestal 
A certificação de Manejo Florestal garante que a floresta é manejada de forma 
responsável, de acordo com os princípios e critérios da certificação FSC. Todos 
os produtores podem obtero certificado, sejam pequenas, grandes operações 
ou associações comunitárias. Essas florestas podem ser naturais ou plantadas, 
públicas ou privadas. A certificação de manejo florestal pode ser caracterizada 
por tipo de produto: madeireiros, como toras ou pranchas; ou não madeireiros, 
como​ ​óleos, ​ ​sementes ​ ​e​ ​castanhas. 
Cadeia​ ​de​ ​Custódia​ ​(CoC) 
A certificação de cadeia de custódia (CoC) garante a rastreabilidade desde a 
produção da matéria-prima que sai das florestas até chegar ao consumidor 
final. Aplica-se aos produtores que processam a matéria prima de florestas 
certificadas. As serrarias, os fabricantes, os designers e as gráficas que 
desejam utilizar o selo FSC em seus produtos, precisam obter o certificado, 
para​ ​garantir​ ​a​ ​rastreabilidade​ ​de​ ​toda​ ​a​ ​cadeia​ ​produtiva. 
Madeira​ ​Controlada 
As normas de madeira controlada do FSC® têm como objetivo orientar as 
empresas certificadas a evitarem produtos com origem florestal de categorias 
consideradas​ ​inaceitáveis​ ​pelo​ ​FSC. 
 
A partir desta avaliação, as empresas controlam a origem dos materiais usados 
para a composição dos produtos “FSC Misto”, excluindo as procedentes de 
atividades​ ​florestais ​ ​social​ ​e​ ​ambientalmente​ ​danosas. 
As empresas certificadas em cadeia de custódia FSC que combinam materiais 
controlados e certificados FSC em seus produtos, devem demonstrar que o 
material​ ​controlado​ ​evitou ​ ​fontes​ ​das​ ​seguintes ​ ​categorias: 
 
• ​ ​Madeira​ ​extraída​ ​ilegalmente; 
• ​ ​Madeira​ ​extraída​ ​em​ ​Infração​ ​aos​ ​Direitos​ ​civis​ ​e​ ​Tradicionais; 
• Madeira extraída de florestas em que os Altos Valores de Conservação estão 
ameaçados​ ​pelas​ ​atividades​ ​de​ ​manejo; 
• Madeira extraída de Áreas Convertidas de Florestas para plantações e outros 
usos ​ ​não-florestais; 
• ​ ​Madeira​ ​de ​ ​florestas​ ​com​ ​Árvores​ ​Geneticamente​ ​Modificadas. 
Os ​ ​Princípios​ ​e ​ ​Critérios​ ​da​ ​FSC​ ​Brasil 
Os princípios e critérios exigidos pela FSC Brasil para que uma empresa possa 
usar o selo de certificação incluem questões ambientais, sociais e econômicas 
da atividade florestal para que seja garantido o bom uso dos recursos naturais, 
saúde​ ​e ​ ​segurança​ ​no​ ​trabalho. 
27 
 
Além disso, é necessário que a empresa realize um trabalho com vista a 
melhorar o bem estar das comunidades do entorno e partes interessadas. Em 
suma podemos dizer que para obter essa certificação da madeira as empresas 
precisam se adequar a soluções para uma melhor preservação da floresta e 
das comunidades que vivem em torno desse local em que é realizada a 
extração​ ​das​ ​árvores. 
A diferença entre a madeira legal e a certificada está no processo de manejo 
florestal​ ​que​ ​a​ ​segunda ​ ​realiza. 
 
O​ ​Que​ ​e​ ​Como​ ​se​ ​Certifica? 
O madeiramento estrutural que é usado em construções e também para fazer 
certos móveis representa o melhor exemplo de produtos fabricados com 
madeira certificada. Porém, o selo de certificação pode ser aplicado a qualquer 
tipo​ ​de​ ​matéria-prima​ ​que ​ ​seja​ ​de​ ​origem​ ​florestal. 
Os alimentos podem conter esse selo se contiverem base de produtos de 
extração florestal como é o caso das castanhas. Sendo assim além da madeira 
citada acima outros elementos podem receber a certificação como assoalhos, 
papel,​ ​batentes, ​ ​celulose,​ ​cosméticos​ ​e​ ​itens​ ​alimentícios. 
Essa madeira certificada pode ser proveniente de plantações florestais 
(reflorestamento) ou mesmo de florestas naturais como a Amazônia, por 
exemplo. Dentre as madeiras certificadas os dois tipos que mais se destacam 
são​ ​as​ ​do​ ​gênero​ ​Pinus​ ​e​ ​os​ ​lenhos​ ​provenientes​ ​de​ ​eucalipto​ ​e​ ​teca. 
Na Amazônia os melhores exemplos de espécies que recebem o selo de 
certificação são o ipê e o cedro. O trabalho da FSC Brasil é habilitar as 
certificadoras especializadas que por sua vez irão realizar o processo de 
certificação. Para que a certificação aconteça é necessário que a empresa 
realize​ ​uma ​ ​série​ ​de​ ​procedimentos​ ​e​ ​regras​ ​de​ ​conduta. 
Depois que a empresa solicitante obtém o selo de certificação passa por 
avaliações da certificadora para que seja atestado o cumprimento de todos os 
princípios ​ ​e​ ​critérios​ ​exigidos​ ​pelo​ ​FSC. 
Além do FSC existe o Certflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal) 
que também oferece certificação seguindo critérios e indicadores nacionais que 
estão prescritos nas normas elaboradas pela ABNT (Associação Brasileira de 
Normas Técnicas) e que integram Sistema Brasileiro de Avaliação da 
Conformidade e ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e 
Tecnologia). 
Certflor 
No Brasil, desde 1996 a Sociedade Brasileira de Silvicultura – SBS, em 
parceria com algumas associações do setor, instituições de ensino e pesquisa, 
organizações não-governamentais e com apoio de alguns órgãos do governo, 
vem trabalhando com um programa voluntário denominado Cerflor - Programa 
Brasileiro de Certificação Florestal. O Cerflor surgiu para atender uma 
demanda do setor produtivo florestal do país. Desde 1996, a Sociedade 
28 
 
Brasileira de Silvicultura - SBS estabeleceu acordo de cooperação com a ABNT 
para​ ​desenvolver​ ​os​ ​princípios​ ​e​ ​critérios​ ​para​ ​o​ ​setor. 
Em 20/02/2001, foi instalado o Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva 
de Madeira e Móveis, com objetivo de abrir espaço de diálogo entre o setor 
produtivo e governo. Dentro do enfoque do Programa Fórum de 
Competitividade, o setor traçou ações necessárias para o desenvolvimento e 
implementação de pré-projetos e de um futuro Contrato de Competitividade. 
Um dos projetos propostos foi o de Certificação Florestal, onde se buscou 
introduzir a certificação florestal no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação 
da​ ​Conformidade​ ​-​ ​SBAC. 
Com esse objetivo foi criada a Subcomissão Técnica de Certificação Florestal, 
no âmbito da Comissão Técnica de Certificação Ambiental, para o 
desenvolvimento​ ​dos​ ​trabalhos. 
com a presença dos Exmo. Srs. Ministros do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior, Sérgio Amaral, representantes dos Ministros do Meio 
Ambiente, José Carlos Carvalho e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 
Marcus ​ ​Vinícius​ ​Pratini​ ​de​ ​Moraes. 
Estrutura 
O Programa Brasileiro de Certificação Florestal foi desenvolvido dentro da 
estrutura do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade 
Industrial - Sinmetro, que tem como órgão que estabelece as suas políticas, o 
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - 
Conmetro e como órgão executivo central, o Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial - Inmetro (Lei n.º 5.966, de dezembro de 
1973). O Inmetro, autarquia federal vinculada ao Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC é o Organismo 
acreditador oficial do Governo Brasileiro e o gestor de programas de avaliação 
da​ ​conformidade, ​ ​dentre ​ ​eles​ ​o​ ​Cerflor. 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT é uma entidade 
não-governamental, sem fins lucrativos reconhecidapelo Conmetro como 
Fórum Nacional de Normalização e é membro fundador da ISO. A ABNT é o 
organismo responsável pelo processo de elaboração e revisão das normas do 
Programa​ ​Cerflor. 
Cerflor:​ ​Normas​ ​Brasileiras 
O Cerflor visa à certificação do manejo florestal sustentável e da cadei a de 
custódia de produtos de base florestal, segundo o atendimento de princípios, 
critérios e indicadores - aplicáveis para todo o território nacional - prescritos nas 
normas elaboradas no fórum nacional de normalização e integradas ao 
Sistema​ ​Brasileiro​ ​de​ ​Avaliação​ ​da​ ​Conformidade​ ​e​ ​ao​ ​Inmetro. 
As normas que compõem o Cerflor foram elaboradas pela ABNT CEE 103 - 
Comissão de Estudos Especial sobre Manejo Florestal, no âmbito da 
29 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Os projetos de normas de manejo 
florestal e de cadeia de custódia passaram por Teste de Campo, que são 
ensaios realizados em projetos de Norma Brasileira para verificar, e garantir, a 
aplicabilidade do documento, quando este vier a se tornar uma Norma 
Brasileira. Todas as normas, antes de sua publicação, foram submetidas à 
consulta​ ​nacional​ ​por​ ​um​ ​período​ ​de​ ​90​ ​dias. 
O Cerflor contempla um conjunto de normas, das quais cinco foram publicadas 
em fevereiro de 2002 pela ABNT, e uma em março de 2004. Em abril de 2007, 
continuando o procedimento de normalização segundo conceitos e diretrizes 
internacionais de Boas Práticas de Normalização, iniciou-se o processo de 
revisão das normas cuja experiência de aplicação completava 05 anos. Esse 
processo incluiu a realização de novas reuniões da Comissão de Estudo da 
ABNT,​ ​consulta​ ​nacional​ ​por​ ​90​ ​dias,​ ​dentre​ ​outras​ ​práticas. 
A Comissão de Estudos Especial da ABNT desenvolveu também, em 2009 e 
2010 as normas ABNT NBR 16789 e ABNT NBR 15753 para prover uma 
orientação e facilitar o entendimento e aplicação das normas ABNT NBR 14789 
e ​ ​ABNT​ ​NBR​ ​15789,​ ​respectivamente. 
O processo de revisão das normas brasileiras acontece, pelo menos, a cada 05 
anos, ou, sempre que se fizer necessária sua revisão. Podendo as mesmas 
serem revisadas e atualizadas por diversos motivos, como para melhorar a 
clareza dos requisitos especificados, para introduzir novos conceitos e novas 
tecnologias aplicáveis, para harmonização aos requisitos internacionalmente 
reconhecidos, com os estabelecidos nas normas internacionais do PEFC – 
Programa para o Reconhecimento dos Esquemas de Certificação Florestal, ou 
outros. 
Hoje, o Cerflor conta com o seguinte acervo normativo, além de utilizar normas 
internacionalmente aceitas como as Diretrizes para auditorias de sistema de 
gestão​ ​(ABNT ​ ​NBR​ ​ISO​ ​19011): 
● NBR 14789:2012 - Manejo Florestal - Princípios, Critérios e Indicadores 
para​ ​Plantações ​ ​Florestais 
● NBR 14790:2014 - Manejo Florestal - Cadeia de Custódia (baseada na 
PEFC​ ​ST ​ ​2002:2013) 
● NBR 14791 - Diretrizes para Auditoria Florestal - Princípios Gerais – 
CANCELADA ​ ​e ​ ​substituída​ ​pela​ ​NBR​ ​ISO​ ​19011 
● NBR 14792 - Diretrizes para Auditoria Florestal - Procedimentos de 
Auditoria - Auditoria de Manejo Florestal - CANCELADA e substituída 
pela​ ​NBR​ ​ISO​ ​19011 
● NBR 14793:2008 - Diretrizes para Auditoria Florestal - Procedimentos de 
Auditoria - Critérios de Qualificação para Auditores Florestais (em 
revisão) 
● NBR 15789:2013 - Manejo Florestal - Princípios, Critérios e Indicadores 
para​ ​Florestas​ ​Nativas 
30 
 
● NBR 16789:2014 - Manejo Florestal – Diretrizes para a implementação 
da​ ​ABNT​ ​NBR​ ​14789 
● NBR 15753:2009 - Manejo Florestal - Diretrizes para a implementação 
da​ ​ABNT​ ​NBR​ ​15789 ​ ​(em​ ​revisão) 
● NBR 17790:2014 - Manejo Florestal Sustentável - Cadeia de Custódia – 
Requisitos para organismos de certificação que realizam certificação em 
conformidade com a ABNT NBR 14790 (baseada na PEFC ST 
2003:2012). 
 
8 Compensação ambiental e aplicação - município e estado de SP, 
governo​ ​federal. 
 
A Compensação Ambiental é um mecanismo financeiro de compensação pelos 
efeitos de impactos não mitigáveis ocorridos quando da implantação de 
empreendimentos,​ ​e​ ​identificados​ ​no​ ​processo​ ​de​ ​licenciamento​ ​ambiental. 
Estes recursos são destinados as Unidades de Conservação para a 
consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. O 
instrumento da Compensação está contido no Art. 36 da Lei Nº 9985 de 18 
julho de 2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e 
regulamentado pelo Decreto nº 4340, de 22 de agosto 2002, alterado pelo 
Decreto​ ​nº5.566/05. 
A Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, instituiu a Política Nacional do Meio 
Ambiente, a qual “tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao 
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à 
proteção​ ​da​ ​dignidade ​ ​da ​ ​vida​ ​humana...”​ ​(Artigo​ ​2º). 
Um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente é a avaliação de 
impactos ambientais (inciso III, Artigo 9º). O Artigo 10º estabelece que 
dependerão de prévio licenciamento “a construção, instalação, ampliação e 
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos 
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os 
capazes sob qualquer forma, de causar degradação ambiental...”As definições, 
responsabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para o uso e 
implementação da Avaliação de Impacto Ambiental só foram estabelecidas a 
partir​ ​da​ ​Resolução​ ​CONAMA​ ​001,​ ​de​ ​23​ ​de​ ​janeiro​ ​de​ ​1986. 
No Estado de São Paulo, o cumprimento da Compensação Ambiental se dá 
pelo estabelecimento do Termo Compromisso de Compensação Ambiental – 
TCCA, celebrado entre a Secretaria do Meio Ambiente e o empreendedor, com 
interveniência do órgão licenciador. A assinatura do TCCA é realizada como 
condição à emissão da Licença de Instalação – LI do empreendimento, 
devendo ainda ser comprovado o depósito dos recursos da compensação 
ambiental​ ​em: 
-​ ​Conta ​ ​poupança​ ​vinculada;​ ​ou 
31 
 
- No Fundo Especial de Despesa para Preservação da Biodiversidade e dos 
Recursos​ ​Naturais​ ​–​ ​FPBRN. 
É utilizada a sistemática na qual os órgãos e entidades gestoras de Unidades 
de Conservação, habilitadas a receberem recursos de Compensação 
Ambiental, encaminham planos de trabalho com a indicação da Unidade de 
Conservação a ser beneficiada, da atividade pretendida e da estimativa de 
valores​ ​para​ ​suprir​ ​tais​ ​atividades,​ ​que​ ​são​ ​submetidos​ ​à​ ​apreciação​ ​da​ ​CCA. 
Após a aprovação do plano de trabalho, a CCA destina os recursos 
compatibilizando as prioridades para gestão das Unidades do Estado, 
observando as condicionantes estabelecidas pelo órgão licenciador e 
obedecendo ao disposto na Lei Federal nº 9.985/2000 e à ordem de prioridades 
estabelecidas ​ ​no​ ​Decreto​ ​Federal ​ ​nº​ ​4.340/2002. 
A escolha das Unidades beneficiárias parte do apontamento inicial feito pelo

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