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semana 1 processual penal 2


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Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências 
agrupadas em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que 
perambulava pelas redondezas. Após alguns solavancos e tortura físico-
psicológica, o suspeito, de apelido Alfredinho, acabou por admitir a autoria de 
alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia 
consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. 
Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado 
Chumbinho, que foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. 
A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente 
Chumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele mudado o corte 
de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o 
advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar 
a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione 
a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios 
constitucionais pertinentes. 
R: o habeas corpus deve ser concedido pois o meio que a polícia obteve a 
confissão, ou seja, tortura fere princípios constitucionais elencados no art. 5º, 
LVI, CF, sendo essas provas inadmissíveis no processo, ferindo o princípio da 
dignidade da pessoa humana previsto no art. 1º, III, CF devem ser retiradas 
dos autos do processo com base no art. 157, CPP, por se tratar de prova ilícita 
com base no art. 1º, I “a” da lei 9.455/1997, constranger alguém com emprego 
de violência ou grave ameaça causando-lhe sofrimento físico ou mental. 
 
(OAB FGV 2010.2) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, 
causandolhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu 
denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal 
grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A 
defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também 
presenciaram o fato. Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa 
afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por 
sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as 
testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em 
poder de Pedro. Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação 
do réu, sustentando que a legítima defesa não havia ficado provada. A Defesa 
pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima defesa. 
No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada 
dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa. 
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. 
(A) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como 
o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve 
condenar o réu. 
(B) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, 
como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima 
defesa, deve condenar o réu. 
(C) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No 
caso, como o juiz ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, 
deve absolver o réu. 
(D) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de 
proferir a sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que 
estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da 
sentença que vier a ser prolatada.