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Prática Simulada V Direito Administrativo II EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTIDO POLÍTICO BETA, agremiação política, com representação no Congresso Nacional, inscrito no CNPJ sob nº .... com sede na .... e-mail... neste ato representado por seu presidente,nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade n°.... inscrito no CPF sob n° ... com endereço .... , e –mail... vem, por seu advogado, infra assinado com endereço profissional na rua ... , onde recebe intimações, propor a presente: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO LIMINAR pelo rito especial, da Lei Orgânica do Município Alfa, pelos argumentos de fato e de direito a seguir expostos: DOS FATOS O Prefeito do Município Alfa, preocupado com a adequada conduta no seu mandato, procura o presidente nacional do seu partido político Beta ,o qual possui representação no Congresso Nacional, e informa que a Lei Orgânica do Município Alfa, publicada em 30 de maio de 1985, estabelece, no seu art. 11, diversas condutas como crime de responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato d o Prefeito a partir da abertura do processo político. Informou, também, que a mesma Lei Orgânica, em seu art. 12, contém previsão que define a competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante a Justiça Estadual de primeira instância. Por fim, informou que, em razão de disputa política local, houve recente representação oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no referido art.11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento. O impetrante, após o devido trâmite interno estabelecido no seu estatuto, conclui que a norma municipal está em dissonância com a CRFB/88 decidindo adotar providência judicial em relação ao tema. 15 de maio Prática Simulada V Direito Administrativo II DOS FUNDAMENTOS Com legitimidade amparada no art. 102, § 1° da CRFB/88 a saber: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo - lhe: (...) 15 de maio Prática Simulada V Direito Administrativo II § 1° A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na f orma da lei.” Assim, a presente ADPF funda -se no texto constitucional mencionado, e, ainda, na previsão do artigo 1º, § único e inciso I da Lei nº 9.882/99: “Art. 1º A arguição revista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.” A presente ação, nos termos do art. 103 , VIII da CRFB /88, ampara a legitimação ativa para seu ajuizamento, recaindo sobre os que tem direito de propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade, constantes no rol do referido artigo. É sabido que o texto do art. 2° d a CRFB/88 garante a independência e harmonia entre o s Poderes , principio este não respeitado pelo legislativo do município Alfa. Não sendo admitido, ainda, a violação d o art. 22, I, da CRFB/88, que confirma a competência privativa por parte da União para legislar sobre direito civil, comercial, penal processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e d o trabalho, tendo em vista que a matéria discutida, ser de direito penal, ocorrendo então violação de princípio federativo. É sabido, conforme o que prescreve o art. 29, X da CRFB/88, o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça ,em acordo com o texto da Súmula Vinculante 46 do STF que rege: “A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União.” Conforme julgado: Conforme disposto na Súmula Vinculante 46, a definição dos crimes de responsabilidade e das respectivas normas de processo e julgamento é de competência legislativa privativa da União. No que concerne ao regime pertinente aos Prefeitos Municipais, a referida competência foi exercida com a edição do Decreto-Lei 201/1967. 13. No caso concreto, a decisão reclamada reconheceu que o diploma normativo adotado para o julgamento da parte reclamante foi o Regimento Interno da Câmara Municipal. A Câmara Municipal prestou informações no mesmo sentido. O parâmetro normativo utilizado, portanto, é incontroverso. 14. A Súmula Vinculante 46, originada da Súmula 722/STF (aprovada em 26.11.2003), não se presta a servir como fundamento para toda e qualquer alegação de ofensa às normas federais que definem os crimes de responsabilidade e as respectivas regras de processo e julgamento. No entanto, trata-se de caso em que expressamente se admite a utilização de parâmetro normativo diverso do Decreto-Lei 201/1967. A violação à Súmula vinculante, portanto, é clara." (Rcl 22034 MC, Relator Ministro Roberto Barroso, Decisão Monocrática, julgamento em 16.11.2015, DJe de 24.11.2015) Sobre o tema, bem esquadrinha o professor Luís Roberto Barroso: “Embora conserve a fluidez própria dos conceitos indeterminados, e haja dificuldade em delimitar em abstrato o seu conteúdo, existe um conjunto de normas que inegavelmente devem ser abrigadas no domínio d os preceitos fundamentais. Nessa classe estarão os fundamentos e objetivos da República, assim como a s decisões políticas estruturantes, todos agrupados sob a designação geral de princípios fundamentais, objeto do Título I da Constituição (arts.10 a 4ª).Também os direitos fundamentais se incluem nessa categoria, o que incluiria, genericamente, os individuais, coletivos, políticos e sociais (arts.5º e s.). Aqui se travará,porcerto, a discussão acerca da fundamentalidade ou não de determinados direitos contemplados na Constituição brasileira, não diretamente relacionados à tutela da liberdade ou do mínimo existencial. Devem-se acrescentar, ainda, as normas que se abrigam nas cláusulas pétreas (art. 6 0, § 4º) ou delas decorrem diretamente. E, por fim, os princípios constitucionais ditos sensíveis (art. 34, VII), que são aqueles que por sua relevância dão ensejo à intervenção federal. Não se trata de catálogo exaustivo, como natural, mas de parâmetros a serem testados à vista das situações da vida real e das arguições que serão apreciadas pelo Supremo Tribunal Federal.” DA LIMINAR O periculum in mora faz-se presente visto que violado o principio da separação dos poderes,amparado no artigo 2º da Carta Magna, a violação à competêncialegislativa privativa da União amparada pelo artigo 22, I da CRFB/88 e a Súmula Vinculante 46 do STF, bem como violação ao artigo 29 , X da CRFB/88 que dispõe sobre os municípios e as respectivas leis orgânicas , as quais devem observar os preceitos constitucionais especialmente garantindo aos prefeitos a prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns. Ainda se observa a necessidade de sustar a eficácia da norma impugnada, requerendo suspensão do tramite da representação por crime de responsabilidade oferecida em desfavor do Prefeito do município Alfa, o que demonstra equivocadamente o fumus boni iuris. Assim, presentes os requisitos do fumu boni iuris e do periculum in mora é cabível e necessária a concessão da liminar. DO PEDIDO Diante do exposto requer: Seja concedida liminar para suspender o trâmite da representação por responsabilidade oferecida em desfavor do Prefeito. A notificação da autoridade coatora e os órgãos responsáveis pela violação do preceito fundamental da CRFB/88. A intimação do AGU para se manifestar sobre o mérito da ação. A oitiva do Procurador Geral da Republica nos termos do art. 5º §2º da Lei 9882/99. Seja julgado procedente o pedido para declarar a incompatibilidade com a CRFB/88 e os artigos 11 e 12 da Lei orgânica municipal de 30/05/85. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, testemunhal, documental e pericial. DO VALOR DA CAUSA Dá-se á causa o valor de R$ ...... Nestes Termos pede deferimento Cidade/Data Advogado/OAB
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