Buscar

funçoes da criminologia

Prévia do material em texto

Aula 04
Criminologia p/ Delegado Polícia Civil-PE (com videoaulas)
Professor: Alexandre Herculano
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 1 
2. Funções da criminologia 1 
3. Criminologia e Política Criminal 6 
4. Criminologia e o Direito penal 16 
4. Questões propostas 38 
5. Questões comentadas 42 
6. Gabarito 49 
 
 Olá, meus amigos! 
 Então, hoje, vou abordar os seguintes tópicos de edital: Funções da 
Criminologia, Criminologia e Política Criminal, e o Direito Penal. 
 
 Funções da criminologia 
 
 Pessoal, a função básica da criminologia é informar à sociedade e 
os poderes públicos sobre o delito, o delinquente, a vítima e o controle 
social, reunindo um núcleo de conhecimentos seguros que permita 
compreender cientificamente o problema criminal, preveni-lo e intervir 
Aula 04 - Funções da criminologia. Criminologia e 
política criminal. Direito penal. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
com eficácia e de modo positivo no homem delinquente. Ciência 
interdisciplinar que fornece e recebe informação a outras ciências. Assim, 
a criminologia: 
9 não é mera fonte de dados ou estatística; 
9 possui dados que são em si mesmos neutros e devem ser 
interpretados por teorias científicas; 
9 é uma ciência prática preocupada com problemas e conflitos 
concretos históricos. 
 
 Funções da Criminologia: 
9 informar à sociedade e aos poderes públicos sobre o delito, 
o delinquente, a vítima e o controle social, reunindo um 
núcleo de conhecimentos que permita compreender, 
cientificamente, o problema criminal, prevenindo e 
intervindo de modo positivo e eficaz no homem 
delinquente; 
9 servir como central de informações sobre o crime, fonte 
dinâmica de informações; 
9 buscar critérios e soluções para os problemas sociais 
relacionados com a criminalidade; 
9 formular impecáveis modelos explicativos sobre o 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
comportamento criminal; e 
9 prevenir, de forma eficaz, os delitos. 
 
 Pessoal, dentre as funções discriminadas acima, a última tem uma 
grande importância. A prevenção não se dá somente contramotivando 
o infrator potencial com a ameaça do castigo, contra estimulando-o 
psicologicamente, senão de outras maneiras, apoiando-se em programas 
que atuam em vários componentes do seletivo fenômeno criminal como 
espaço físico, o clima social, as condições ambientais, os agrupamentos 
de pessoas que podem ser alvos de delitos, a própria população punida, 
etc. Por esse caminho, a Criminologia pode contribuir com informações de 
grande utilidade e, sem dúvida, necessárias para que o homem sofra 
intervenção. 
 Conforme já mencionei em outras aulas, a moderna Criminologia 
possui, dentre suas destacadas características, o fato de seu objeto 
sofrer progressiva ampliação e mostrar-se bastante problemático. 
A razão disso está no fato de as investigações criminológicas tradicionais 
concentrarem atenção no delinquente e no delito, considerando, ainda, os 
chamados estados criminógenos. Porém, já num estágio mais avançado 
do estudo, descobriu-se o papel da vítima, também ligada ao delito. 
Assim, o interesse está, por exemplo, em desvendar as funções 
desempenhadas no ilícito penal como indicador da efetividade do controle 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
social, sua volumosidade, estrutura e movimento, como se tem mostrado 
distribuída a criminalidade entre os diferentes estratos sociais, etc. 
 E com o escopo de mais restaurar o trauma emocional ± os 
sentimentos e relacionamentos positivos, reduzindo o impacto dos crimes 
sobre os cidadãos que diminuir a criminalidade, surgiu a denominada 
Justiça Restaurativa, desenvolvida a partir de práticas restaurativas, na 
Nova Zelândia, em 1995, modelo inspirado em costumes aborígenes 
Maoris e adotado no sistema de Justiça da Infância e da Juventude. Tem 
o viés de restaurar os relacionamentos, em vez de simplesmente punir o 
delinquente ante a definição de sua culpabilidade. No controle da 
criminalidade passa a comunidade a ter papel relevante de facilitadora do 
processo restaurativo, considerando a ruptura do tecido social pela 
violação da normal penal. 
 Nessa linha, é preciso saber que o crime não é um tumor nem uma 
epidemia, senão um doloroso "problema" interpessoal e comunitário. 
Uma realidade próxima, cotidiana, quase doméstica: um problema "da" 
comunidade, que nasce "na" comunidade e que deve ser resolvido "pela" 
comunidade. Um "problema social", em suma, com tudo que tal 
caracterização implica em função de seu diagnóstico e tratamento. 
 A Criminologia "clássica" contemplou o delito como enfrentamento 
formal, simbólico e direto entre dois rivais - o Estado e o infrator -, que 
lutam entre si solitariamente, como lutam o bem e o mal, a luz e as 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
trevas; é uma luta, um duelo, como se vê, sem outro final imaginável que 
a incondicionada submissão do vencido à força vitoriosa do Direito. 
 Dentro desse modelo criminológico, a pretensão punitiva do Estado, 
isto é, o castigo do infrator, polariza e esgota a resposta ao fato delitivo, 
prevalecendo a face patológica sobre seu profundo significado 
problemático e conflitual. A reparação do dano causado à vítima (a uma 
vítima que é desconsiderada, "neutralizada" pelo próprio sistema) não 
interessa, não constitui nem se apresenta como exigência social; 
tampouco preocupa a efetiva "ressocialização" do infrator (pobre pretextodefensista, mito inútil ou piedoso eufemismo, por desgraça, quando tão 
sublimes objetivos fazem abstração da dimensão comunitária do conflito 
criminal e da resposta solidária que ele reclama). Nem sequer se pode 
falar dentro deste modelo criminológico e político-criminal de "prevenção" 
do delito (estricto sensu), de prevenção "social", senão de "dissuasão 
penal". 
 Já a moderna Criminologia é partidária de uma imagem mais 
complexa do acontecimento delitivo, de acordo com o papel ativo e 
dinâmico que atribui aos seus protagonistas (delinquente, vítima e a 
comunidade) e com a relevância acentuada dos muitos diversos fatores 
que convergem e interatuam no "cenário" criminal. 
 
 Vejamos uma possível questão de prova: 
 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
(Criminologia ± Polícia Civil ± 2016) Julgue os itens com base na 
Criminologia. 
São funções da criminologia, entre outras, servir como central de 
informações sobre o crime e formular impecáveis modelos explicativos 
sobre o comportamento criminal. 
 
Gabarito: C. 
 
 
 Criminologia e Política Criminal 
 
 Na aula 00 eu falei um pouco sobre a Política Criminal, nesta 
parte eu vou abordar esse tema com foco nos movimentos da 
criminologia crítica, do garantismo penal - que vamos aprofundar mais no 
tópico abaixo, e do abolicionismo. 
 A teoria crítica do direito penal teve sua origem nos anos 70 e 
surgiu na mesma época nos Estados Unidos e na Inglaterra, os dois 
primeiros movimentos que nasceram foram o da Universidade de 
Berkeley que se denominou Union of Radical Criminologists e o 
movimento inglês organizado em torno da National Deviance Conference. 
 Segundo a perspectiva crítica, a criminalidade não é mais uma 
qualidade ontológica de determinados comportamentos e de 
determinados indivíduos, mas se revela, principalmente, como um status 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
atribuído a determinados indivíduos, mediante uma dupla seleção: em 
primeiro lugar, a seleção dos bens protegidos penalmente e dos 
comportamentos ofensivos destes bens descritos nos tipos penais; em 
segundo lugar a seleção de indivíduos estigmatizados entre todos os 
que realizam infrações a normas penalmente sancionadas. Neste sentido, 
as classes subalternas são aquelas selecionadas negativamente pelos 
mecanismos de criminalização e as estatísticas indicam que a grande 
maioria da população carcerária é de extração proletária, de setores do 
subproletariado e, portanto, das zonas sociais marginalizadas. 
 De acordo com a criminologia crítica, o direito penal tende a 
privilegiar os interesses das classes dominantes e a imunizar do processo 
de criminalização, comportamentos socialmente danosos típicos dos 
indivíduos a elas pertencentes, e ligados funcionalmente à existência da 
acumulação capitalista, e tende a dirigir o processo de criminalização, 
principalmente para formas de desvio típicas das classes subalternas. 
 Segundo Alessandro Baratta, as estratégias para uma política 
criminal das classes subalternas deve ser: 
9 inserção do problema do desvio e da criminalidade na 
análise da estrutura geral da sociedade capitalista; 
9 ampliação e reforço da tutela penal em áreas de interesse 
essencial para a vida dos indivíduos e da comunidade: 
saúde, segurança no trabalho, integridade ecológica, 
criminalidade econômica; 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
9 radical e corajosa despenalização, de contração ao máximo 
do sistema punitivo, com a exclusão, total ou parcial, de 
inumeráveis delitos de costumes, de moral, etc; aliviando a 
pressão negativa do sistema punitivo sobre as classes 
subalternas (despenalização significa também a substituição 
de sanções penais por formas de controle legal não 
estigmatizantes - sanções administrativas ou civis); 
derrubada dos muros dos cárceres e abolição da instituição 
carcerária. As etapas de aproximação desse objetivo podem 
ser constituídas pelo alargamento do sistema de medidas 
alternativas, pela ampliação da suspensão condicional da 
pena, pela introdução de formas de execução da pena 
detentiva em regime de semi-liberdade, assim como 
abertura do cárcere para a sociedade através de parcerias e 
associações com organizações civis; 
9 Avaliação do papel da mídia e sua influência no senso 
comum no reforço aos estereótipos, que legitimam a 
ideologia das classes dominantes. Discussão ampla sobre o 
efeito da mass-media na indução do alarme social 
(Campanhas de lei e ordem). 
 
 EssDV�SURSRVWDV�GHIHQGHP�XP�³GLUHLWR�SHQDO�PtQLPR´��QHJDQGR�D�
legitimidade do sistema penal, mas propondo uma alternativa mínima 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
³TXH� FRQVLGHUD� FRPR� PDO� PHQRU QHFHVViULR´�� 'H� DFRUGR� FRP� =DIIDURQL�
esta proposta deve basear-se na maximização do sistema de garantias 
legais, colocando os direitos humanos como objeto e limite da intervenção 
penal. O propósito é diminuir a quantidade de condutas típicas 
procurando penalizar somente as mais danosas, prescindindo bagatelas e 
fazendo cumprir ULJRURVDPHQWH�DV�JDUDQWLDV�OHJDLV��6HJXQGR�HOH�³R�GLUHLWR�
penal mínimo, é, de maneira inquestionável, uma proposta a ser apoiada 
por todos os que deslegitimam o sistema penal, não como meta 
insuperável e, sim, como passagem ou trânsito para o abolicionismo, por 
mais inalFDQoiYHO�TXH�HVWH�KRMH�SDUHoD´� 
 Sobre a defesa do direito penal mínimo também escreve Ferrajoli, 
que defende o que ficou conhecido como Garantismo. Segundo ele a 
mínima intervenção significa que o Estado deve intervir unicamente nos 
casos mais graves, protegendo os bens jurídicos mais importantes, sendo 
o direito penal o último recurso quando já cessaram as alternativas 
restantes. 
 Concebe-se o programa político criminal minimalista como 
estratégia para maximizar os direitos e reduzir o impacto penal na 
sociedade, diminuindo o volume de pessoas nos cárceres através de 
processosde descriminalização e despenalização. Trata-se de um critério 
de economia que procura obstaculizar a expansão penal, legitimando 
proibições somente quando absolutamente necessárias. Os direitos 
fundamentais, neste caso, corresponderiam aos limites do direito penal. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 Ferrajoli indica três classes de delitos que deveriam ser 
amplamente descriminalizadas sob o amparo constitucional. Em termos 
quantitativos, deveriam ser excluídos os delitos de bagatela 
(contravenções, delitos punidos com penas pecuniárias ou restritivas de 
direitos) que não justificariam o processo penal e muito menos a pena. 
 Ao versar sobre as tipificações de condutas que não afetam bens 
jurídicos, como por exemplo, o consumo de drogas, o incesto, e/ou 
homossexualismo, Zaffaroni afirma que estas normas penais tutelam 
pautas éticas, normas morais, e não bens jurídicos. Confrontando com o 
pressuposto da laicização do direito penal, o autor se opõe a junção da 
moral com direito, e ainda a imposição de uma moral determinada. 
 Para Ferrajoli, a deslegitimação do sistema penal não corresponde 
à ideia de irracionalidade de nossos sistemas penais vigentes e operantes, 
e a impossibilidade radical de legitimar qualquer sistema penal. Ele recusa 
essa radicalização afirmando que mesmo em uma sociedade mais 
democratizada e igualitária seria necessário um direito penal mínimo 
como meio de serem evitados danos maiores. O direito penal mínimo 
legitima-se unicamente através de razões utilitárias, ou seja, pela 
prevenção de uma reação formal ou informal mais violenta contra o 
delito, funcionando esse direito penal como um instrumento impeditivo de 
vingança. 
 Esse pensamento se opõe à corrente de pensamento orientada para 
abolição das penas e dos sistemas penais. O grupo de pensadores que 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
pode ser adstrito a essa orientação não se interessa por uma política 
criminal alternativa, mas sim, por uma alternativa à política criminal. 
 O abolicionismo nega a legitimidade do sistema penal tal como 
atua na realidade social contemporânea e, como princípio geral, nega a 
legitimação de qualquer outro sistema penal que se possa imaginar no 
futuro como alternativa a modelos formais e abstratos de solução de 
conflitos, postulando a abolição radical dos sistemas penais e a solução 
dos conflitos por instâncias ou mecanismos informais. 
 2V�FKDPDGRV�³DEROLFLRQLVWDV´�DILUPDP�TXH�R�VLVWHPD�SHQDO�Vy�WHP�
servido para legitimar e reproduzir as desigualdades e injustiças sociais, e 
o direito penal é considerado uma instância seletiva e elitista. São muitas 
as suas razões para abolir o sistema penal. Aqui são listadas algumas 
delas: 
9 vivemos numa sociedade sem direito penal, porque a cifra 
negra é altíssima; 
9 o sistema é anômico, e o direito penal não protege a vida, a 
propriedade e nem as relações sociais, não atingindo seu 
intento; 
9 o sistema é seletivo e estigmatizante, e visivelmente cria e 
reforça as desigualdades, é discriminatório; 
9 o sistema penal é uma máquina para produzir dor 
inutilmente, a execução da pena é um meio de sofrimento e 
dor moral e física; 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
9 a pena de prisão é ilegítima, só se pode falar em pena 
TXDQGR� Ki� ³DFRUGR� HQWUH� DV� SDUWHV´�� (OD� QmR� UHDELOLWD� R�
preso, ao contrário, causa efeitos devastadores sobre sua 
personalidade. 
 As teorias críticas surgidas no campo da criminologia, ainda que 
tenham representado importante avanço na discussão acerca dos 
sistemas penais, estiveram nos últimos anos circunscritas ao campo 
acadêmico e pouco poder de influência tiveram na alteração ou 
reformulação de leis penais nos últimos anos no Brasil. O único 
movimento que no Brasil ganhou notoriedade nos anos 90 por propor 
reavaliar a atuação do sistema jurídico foi o Movimento do Direito 
Alternativo. Este movimento propõe uma ruptura com o direito 
OLEHUDO�SRVLWLYLVWD�TXH�HVWUXWXUD�R�³GLUHLWR�EXUJXrV´ e mantém o esquema 
de dominação na sociedade capitalista. 
 O que se pode notar no caso brasileiro, é que os argumentos na 
defesa de ideais de despenalização ou deslegitimação do direito penal 
assumidos por pesquisadores, juristas ou intelectuais são desconstruídos 
sob a tese da alta criminalidade brasileira. Frases do WLSR�³TXHP�GHIHQGH�
LVVR��QXQFD�SDVVRX�SRU�XP�DVVDOWR�´�RX�³GHSRLV�TXH�YRFr�SDVVDU�SRU isso 
YRFr� YDL� GHIHQGHU� D� SHQD� GH� PRUWH�´� SRGH� VHU� IDFLOPHQWH� RXYLGD�� SRLV�
esse é o tipo de discurso que constrói o medo e se confronta com todas 
as propostas descriminalizadoras e despenalizadoras que nos últimos 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
anos foram produzidas, mas que surtiram pouco efeito na discussão e na 
produção da legislação penal brasileira. 
 A importante contribuição das pesquisas nas ciências sociais de 
Cohen, Sutherland e Becker se reproduziram no Brasil em muitas outras 
pesquisas e trabalhos reveladores das formas criminalizadoras e seletivas 
que opera o sistema penal brasileiro (polícia, tribunais e cárceres), que 
atua na verdade sob a forma de um filtro. A seletividade do sistema se 
direciona para àqueles indivíduos que se acham em estado de 
vulnerabilidade ao poder punitivo, e esta seletividade se corresponde com 
esteriótipos criminais construídos socialmente, colocando alguns 
indivíduos e comportamentos em situações de risco criminalizante. 
 Seguindo, outro ponto importante para prova de você é a 
expansão do sistema penal como uma nova ideologia de controle: 
Movimento Lei e Ordem e Tolerância Zero! Isso já foi questão de 
prova! 
 Se contrapondo ao programa de direito penal mínimo, do direito 
penal constitucional, que se baseia na proteção integral dos direitos 
fundamentais, tem-se o eficientismo penal, um direito penal de 
emergência que se expressa através de políticas criminais repressivas e 
criminalizantes, baseando-VH�QR� GLVFXUVR� GD� ³OHL� H� GD� RUGHP´�� XP 
fundamentalismo penal criminalizador dos conflitos sociais. 
 6RE� R� GLVFXUVR� GH� ³JXHUUD� j� FULPLQDOLGDGH´�� GH� FRPEDWH� D�
violência, o eficientismo vai na contra mão das convenções internacionais 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
de proteção aos direitos humanos e dos princípios constitucionais 
modernos e institui um sistema penal repressivo e simbólico de Tolerância 
Zero. Essa é a tendência ideológica que passou a imperar nos 
Estados Unidos e que se espalhou pela Europa e América Latina. 
 A fim de garantir a segurança urbana, surgiu nos anos 80, no 
panorama político criminal, R� 0RYLPHQWR� ³/HL� H� 2UGHP´�� 2� GLVFXUVR�
jurídico-SHQDO� GH� ³OHL� H� RUGHP´� FRQFHEH� D� SHQD como um castigo e 
propõe, além da supressão de direitos e garantias individuais, punições 
cada vez mais severas para combater o aumento da criminalidade, 
incluindo a aplicação da pena de morte e prisão perpétua para crimes 
graves, construção de penitenciárias de segurança máxima e imposição 
de severos regimes prisionais, diminuição dos poderes do juiz de 
execução penal e a atribuição destes à autoridade penitenciária. 
 Atrelado ao discurso da Lei e Ordem, a política de Tolerância Zero 
da prefeitura de Nova York no mandato de Rudolph Giuliani foi bastante 
difundida como um novo modelo de combate ao crime. A proposta da 
³7ROHUkQFLD�=HUR´�SURS}H�XPD�UHSUHVVmR�LQWHQVD�H intolerante com relação 
a pequenos delitos como forma de reforço da segurança pública. 
 Neste caminho, nos anos 90, Nova York expandiu seus recursos 
destinados à manutenção da ordem e em 5 anos aumentou seu 
orçamento para a policia em 40%, quatro vezes mais do que as verbas 
dos hospitais públicos. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 O programa Tolerância Zero se baseia, em grande medida, na 
chamada teoria das janelas quebradas (broken windows). Essa teoria 
foi divulgada pelo famoso artigo do mesmo nome de autoria de James Q. 
Wilson em parceria com George Kelling e publicado em 1982, na revista 
norte-americana Atlantic Montly. O argumento principal da teoria é o de 
que uma pequena infração, quando tolerada, pode levar a um clima de 
anomia que gerará as condições propícias para que crimes mais graves 
aconteçam. Segundo a metáfora das janelas quebradas, se alguém 
quebra uma janela de uma casa ou edifício e esta não é concertada, 
outros virão também quebrar, e todos que por ali circulam admitirão que 
ninguém se importa com os atos de incivilidade e o abandono local, 
gerando um sentimento de decadência de desordem social. De acordo 
com a teoria, a desordem vai tomando conta daquela região, o que 
demonstra aos cidadãos que aquela zona é insegura e pronta a se 
converter em território do crime. 
 Quanto à violência, os autores afirmam que os crimes mais graves 
são frutos de uma série de pequenos delitos não punidos e que levam a 
formas mais graves de delinquência. Nas palavras GH�:LOVRQ�H�.HOOLQJ�³RV�
crimes graves florescem em áreas em que os comportamentos 
desordeiros permanecem sem respostas. O pedinte que age livremente é, 
FRP�HIHLWR��D�SULPHLUD�MDQHOD�TXHEUDGD´� 
 A teoria das janelas quebradas passou a ser objeto de discussões 
em vários institutos de pesquisa e centros voltados para reflexão e sobre 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
políticas de segurança pública nos Estados Unidos. Um dos institutos que 
popularizaram as idéias de Wilson e Kelling foi o Manhattan Institute, 
cujos seminários contavam com a frequente presença de Rudolph 
Giuliani, antes de ser prefeito de Nova York. As palestras e debates 
tinham o objetivo de buscar alternativas de políticas de segurança pública 
que levassem em conta as preocupações da teoria das janelas quebradas. 
 
 Criminologia e o Direito Penal 
 
É ponto pacífico que a Criminologia se relaciona 
fundamentalmente com o Direito Penal, eis que, embora autônomas, 
são ciências acentuadamente correlatas, limítrofes e complementares. 
A par disso, é o Direito Penal que delimita o objeto da 
Criminologia, fornecendo-lhe, até, o juízo valorativo do fato 
criminoso. 
É a Criminologia, por outro lado, que oferta ao Direito Penal os 
subsídios para o julgamento do fato criminoso. Destarte, a Criminologia 
é ciência propedêutica, ou seja, introdutória do Direito Criminal. Não 
obstante, enquanto o Direito Penal tem como objeto a 
culpabilidade, o objeto da Criminologia é a periculosidade. Enquanto 
o Direito Penal encara o crime como fato antijurídico, a Criminologia o 
vê como uma conduta anti-social. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
Enfim, o Direito Penal é ciência cultural, valorativa, normativa e 
finalista. A Criminologia é ciência causal-explicativa, de observação, de 
síntese, de pesquisa teórica. 
 Seguindo, o direito penal é a ciência que estuda o conjunto de 
normas jurídicas que definem determinadas condutas como infrações e 
dispõe a aplicação de sanções a quem as comete. Aparece como meio de 
controle mais drástico, ao qual se deve recorrer em última instância 
(ultima ratio) quando todos os demais meios de solucionar o problema 
fracassaram. 
 Classicamente, o direito penal se compõe da soma de todos os 
preceitos que regulam os pressupostos ou consequências de uma conduta 
cominada com uma pena ou medida de segurança e todo seu aparato 
normativo dirigido à tutela de interesses e direitos para o indivíduo e para 
a coletividade se orientam para o resultado, para a consequência jurídica. 
 O principal objetivo do direito penal é promover o respeito 
aos bens jurídicos, assim concebidos todo bem vital ao indivíduo e 
à coletividade. Para isso, proíbe as condutas dirigidas a lesionar ou pôr 
em perigo um bem jurídico. O que não pode fazer o direito penal é evitar 
que ocorram certos efeitos. 
 Na atualidade existem diversasreflexões sobre o direito penal. O 
modelo penal das sociedades democráticas vem sendo desenhado com 
base em políticas criminais, vale dizer, a partir de uma pretensa 
natureza jurídica preventiva das sanções penais. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 Nesta parte vamos apresentar as teorias e tendências do direito 
penal contemporâneo a partir das velocidades do direito penal 
delineadas por Jesús-María Silva Sánchez. 
 
 Primeira velocidade do direito penal: direito penal garantista. 
 
 Apresentado sob diversas denominações, tais como: direito penal 
mínimo, direito penal clássico, direito penal de garantias, direito penal 
tradicional, direito penal antropocêntrico, direito penal individualista, 
redução monista ou simplesmente direito penal, deita suas origens em 
acontecimentos sociais não muito distantes na história humana, como a 
Revolução Francesa de 1789 e o princípio de legalidade difundido pelos 
burgueses liberais para limitar o poder absolutista do Estado no sentido 
mais estrito, vale dizer, de que os governantes não podem atuar 
ilimitadamente em prejuízo dos particulares. 
 Nas sociedades democráticas o direito penal se caracteriza pela 
intervenção mínima e fundamenta-se nos princípios da subsidiariedade e 
da fragmentariedade, bem como nos direitos fundamentais, cuja 
finalidade é tutelar os direitos e constitucionais e de direito internacional. 
7HQGR�HP�YLVWD�TXH�³R�(VWDGR�GH�'LUHLWR�QD�GHPRFUDFLD�p�HVVHQFLDOPente 
JDUDQWtVWLFR´�� R� JDUDQWLVPR� SHQDO� DEVRUYH� D� IXQomR� EiVLFD� GH� OHYDU� ³DV�
JDUDQWLDV�SRVLWLYDGDV�SHOR�FRQVWLWXFLRQDOLVPR�DR�DOFDQFH�GRV�LQGLYtGXRV´� 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 Pelo princípio da intervenção mínima, que funciona, na prática, 
como limitador da incidência de normas incriminadoras, e com o intuito 
GH�PLQLPL]DU�D�³LQVHJXUDQoD�SHUSHWXDGD�SHOD�SHUHQH�LQIODomR�OHJLVODWLYD´��
R�GLUHLWR�SHQDO�GHYH� VHU� FRQYRFDGR�DSHQDV�SDUD� FXLGDU�GH� ³EHQV�
MXUtGLFRV� IXQGDPHQWDLV´� As outras atividades ilegais devem ser 
transferidas ao encargo dos demais ramos jurídicos. 
 A teoria do direito penal de garantias defende que a função penal é 
restrita aos direitos individuais e fundamenta-se nas orientações da 
Escola Penal alemã de Frankfurt constituída em 1924, segundo a qual o 
GLUHLWR� SHQDO� WUDGLFLRQDO� QmR� SRGH� VHU� DSOLFDGR� FRPR� ³LQVWUXPHQWR� GH�
tutela dos novos e grandes riscos próprios da sociedade presente 
(sociedade do risco) H��DLQGD�PDLV��GD�VRFLHGDGH�GR�IXWXUR´�� 
 De acordo com a doutrina desenvolvida na Escola de Frankfurt, o 
direito penal deve se manter as margens dos riscos modernos e ser 
direcionado apenas ao seu aspecto rígido, central, formado pelos bens e 
direitos individuais, como a vida, liberdade, propriedade, integridade 
física. 
 Em fim, a teoria do direito penal de garantias implanta um 
paradigma normativo de estrita legalidade, próprio do Estado de Direito, 
abarcando três planos (epistemológico, político e jurídico), a 
saber: 
9 no sentido epistemológico se caracteriza como sistema 
cognitivo ou de poder mínimo; 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
9 no aspecto político é apresentado como técnica de tutela 
idônea com a finalidade de minimizar a violência e de 
maximizar a liberdade; 
9 e sob o significado jurídico, como um sistema vinculativo 
impostos à função punitiva do Estado como garantia dos 
direitos dos cidadãos. 
 Dessa forma, infere-VH� TXH� SRGH� VHU� GHILQLGR� FRPR� ³JDUDQWLVWD´�
todo sistema penal que se adapta juridicamente a tal modelo e que o 
satisfaz de modo efetivo. 
 
 Segunda velocidade do direito penal: expansão do direito penal - 
via intermediária. 
 
 Uma via intermediária inserida entre a restrição do direito penal à 
proteção dos direitos individuais (direito penal de garantias) e a 
funcionalização intensificada da tutela penal (direito penal do inimigo, 
direito penal do risco, direito penal da terceira velocidade, direito penal 
estendido), pretende responder ao problema do modelo contemporâneo 
do direito penal por meio da uma política e de uma dogmática criminal 
duais ou dualistas. 
 Conforme Jesús-María Silva Sánchez��HP�VXD�REUD�³$�H[SDQVmR�GR�
'LUHLWR� 3HQDO´�� R� FRQIOLWR� HQWUH� XP� GLUHLWR� SHQDO� DPSOR� H� IOH[tYHO��
convertido num soft law, e um direito penal mínimo e rígido, que já não 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
consegue proteger todos os bens jurídicos da era globalizada, é preciso 
idealizar uPD�VROXomR�QR�³SRQWR�PpGLR´�GD�FRQILJXUDomR�GXDOLVWD� 
 A pretensão desta segunda velocidade do direito penal é, de um 
lado, manter o núcleo rígido do direito penal, onde devem permanecer 
imodificados os princípios do direito penal tradicional, dirigido à proteção 
subsidiária de bens jurídicos individuais, presente na individualização da 
responsabilidade penal e, consequentemente, na ação, na imputação 
objetiva e subjetiva, na culpa e na autoria também puramente 
LQGLYLGXDLV�� H�� GH� RXWUR�� LQVWLWXLU� XPD� ³SHULIHria jurídico-SHQDO´� GLULJLGD�
HVSHFLILFDPHQWH�j� ³SURWHomR FRQWUD�RV�JUDQGHV�H�QRYRV� ULVFRV´��RQGH�RV�
princípios do direito penal de garantias se encontrem adormecidos ou 
mesmo transformados, cedendo lugar a outros princípios de flexibilização 
controlada, fuQGDPHQWDGRV� QD� ³SURWHomR� DQWHFLSDGD� GH� LQWHUHVVHV�
coletivos mais ou menos indeterminados, sem espaço, nem tempo, nem 
autores, nem vítimas, definidos ou definíveis e, por conseguinte, numa 
palavra, de menor intensidade garantística´� 
 Entretanto, Jesús-María Silva Sánchez pondera que diante dos 
fenômenos que redundam na progressiva expansão do direito penal, 
existem doutrinadores que pretendem a volta do direito penal mínimo, 
construído nos moldes liberais, um direito desenhado para proteger os 
bens jurídicos individuais, com estreita vinculação pelos princípios de 
garantia. Outros, porém, sem chegar a propor uma redução radical do 
direito penalà proteção da vida, da saúde, da liberdade do patrimônio, 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
sugerem que a maioria dos fenômenos expansivos do direito penal 
GHYHULD� VHU� UHFRQGX]LGD� D� XPD� HVSpFLH� GH� ³GLUHLWR� DGPLQLVWUDWLYR�
VDQFLRQDGRU´� 
 O jurista português Jorge de Figueiredo Dias manifesta-se contrário 
j� UHIHULGD�HVSpFLH�GH� ³GLUHLWR� SHQDO� D� GXDV�YHORFLGDGHV´��SRU� HQWHQGr-la 
equívoca e inadequada à resolução dos problemas penais específicos 
postos pela sociedade do risco. 
 Na síntese de Jesús-María Silva Sánchez, as duas velocidades do 
direito penal são: a primeira, representada pelo direito penal mínimo, 
deve manter rigidamente os princípios político-criminais clássicos, 
as regras de imputação e os princípios processuais; e a segunda é 
destinada às hipóteses em que não se trata de pena de prisão, mas de 
penas de privação de direitos ou pecuniárias. Nesses casos, os princípios 
e regras do núcleo do direito penal poderiam experimentar uma 
flexibilização proporcional à menor intensidade da sanção. 
 A par dessas constatações, Jesús-María Silva Sánchez questiona se 
existiria uma terceira velocidade�� ³QD� TXDO� R� GLUHLWR� SHQDO� PtQLPR�
concorra com uma ampla relativização de garantias político-criminais, 
UHJUDV� GH� LPSXWDomR� H� FULWpULRV� SURFHVVXDLV´�� $FDED� FRQVWDWDQGR� TXH� Mi�
existe um direito penal de terceira velocidade no âmbito do direito penal 
socioeconômico, porém, entende que nesse particular a solução estaria na 
recondução às duas velocidades mencionadas e não em uma eventual 
terceira velocidade. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 
 Terceira velocidade do direito penal: direito penal máximo 
 
 A terceira velocidade do direito penal, na identificação de Jesús-
María Silva Sánchez, abarca o direito penal do inimigo, o direito penal do 
risco, o direito penal máximo, e significa a funcionalização intensificada da 
proteção penal ou a expansão do direito penal. O direito penal máximo 
está posto no outro extremo do direito penal mínimo, e LQGLFD�³FULDomR�GH�
um direito penal por inteiro funcionalizado às exigências próprias da 
VRFLHGDGH�GR�ULVFR´. O direito penal do inimigo representa esta tendência 
do direito penal contemporâneo. 
 Na sistematização do direito penal contemporâneo, por Jesús-
María Silva Sánchez, por meio de um critério que denomina de 
³YHORFLGDGHV´� GR� GLUHLWR� H� TXH� -RUJH� GH� )LJXHLUHGR� 'LDV� SUHIHUH� WUDWDU�
FRPR�³YLDV´�GR�GLUHLWR�SHQDO��GHFRUUH�GD�FRQVWDWDomR�GH�DFRQWHFLPHQWRV�
no mundo dos fatos de que em muitas ocasiões o direito penal acaba 
sendo mais penalizador que despenalizador e vem assumindo uma 
postura bastante flexível em relação aos seus princípios formais 
garantistas, na medida em que se tem criminalizado cada vez mais delitos 
de perigo abstrato, e se verifica uma adesão crescente às normais penais 
em branco no intuito de entender ao infinito a tutela jurídico-penal a bens 
jurídicos de caráter coletivo. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 Esse novo direito penal facilmente manuseado por interesses 
diversos, atualmente é justificado em decorrência dos problemas que a 
sociedade vem enfrentando em relação à segurança/insegurança pública. 
Como uma espécie de panaceia para todos os males referentes à 
criminalidade e à violência, o direito penal vem sendo flexibilizado e 
expandido e, como resultado, já tomou forma e corpo o direito penal do 
inimigo, verificado tanto nas normas internas quanto no direito 
internacional. 
 Destaca-se, juntamente como Damásio Evangelista de Jesus e 
João Marcello de Araújo Júnior, que essa nova filosofia 
intervencionista do direito penal produz efeitos negativos à sociedade 
H� SRXFR� SHUFHSWtYHLV�� SRLV� ³D� QDWXUH]D� VLPEyOLFD� H� SURPRFLRQDO� GDV�
normas penais incriminadoras, num primeiro plano, causa funcionalização 
GR� GLUHLWR� SHQDO´�� SDUD� QR� PRPHQWR� VHJXLQWH� VH� WUDQVIRUPDU� ³QD� PmR�
avançada de correntes extUHPLVWDV�GH�SROtWLFD�FULPLQDO´. 
 
 Direito penal de quarta velocidade: tribunal penal internacional 
 
 A quarta velocidade do direito penal contemporâneo surge com 
as ideias neopunitivistas e se refere aos crimes de lesa humanidade, que 
são aqueles praticados por líderes dos Estados, tanto do presente como 
do passado e que em razão do poder decorrente da posição política 
violaram tratados internacionais em geral e, em especial, qualquer 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
tratado, convenção ou norma que visem proteger direitos humanos. 
Pode-se dizer que a quarta velocidade do direito penal corresponde 
atualmente ao direito penal internacional concretizado pelo Tribunal Penal 
Internacional. 
O conceito político criminal de neopunitivismo foi cunhado pelo professor 
argentino Daniel R. Pastor, para quem a atual situação do sistema é 
classificada a partir da noção do neopunitivismo, entendido como corrente 
político-criminal que se caracteriza pela renovação da crença de que o 
poder punitivo pode e deve chegar a todos os espaços da vida social. 
 2� QHRSXQLWLYLVPR� VH� PDQLIHVWD� QD� GHQRPLQDGD� ³H[SDQVmR� GR�
GLUHLWR� SHQDO´� H� ILJXUD� FRPR� D� TXHVWmR� FHQWUDO� GDV� Ueflexões políticos-
criminais dos últimos anos. O traço distintivo deste estilo de direito penal, 
que engloba seus componentes, é sua marcada desumanização e um 
recrudescimento sancionador crescente, com uma legislação e uma 
ampliação judicial do direito penal que tende ao intervencionismo e à 
restrição das garantias individuais. 
 A primeira norma de caráter e incidência internacional geral a 
trazer regras correspondentes à quarta velocidade do direito penal foi o 
Estatuto de Roma, que dentre outras disposições, instituiu o Tribunal 
Penal Internacional ou Corte Penal Internacional. 
 Podem ser citados como exemplos de crimes da quarta velocidade 
do direito penal aqueles praticados durante a Segunda Guerra Mundial e 
70150643080
Criminologiaʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
julgados por Tribunais Penais Internacionais como o Julgamento de 
Nuremberg e o Tribunal de Jerusalém. 
 Durante muito tempo responsabilizava-se a falta de uma Corte 
Penal Internacional e a necessidade de sua institucionalização para se 
evitar que os acusados de crimes contra a humanidade em todas as suas 
manifestações (genocídios, crimes de guerra, contra direitos humanos) 
fossem considerados presumidamente culpados em face da natureza 
delitiva, da repercussão social e da propagação midiática, chegando-se, 
inclusive, à aceitação simpática da opinião pública de execuções sumárias 
sem justo processo. 
 Atualmente as atenções voltam-se ao aperfeiçoamento do processo 
penal internacional para que o direito penal internacional não se 
transforme num direito penal para inimigos, já que na relação de defesa 
dos direitos humanos sempre aconteceram ofensas ao também direito 
humano de defesa do acusado. 
 Por meio do Tribunal Penal Internacional são aplicadas aos 
governos que violam tratados internacionais de proteção de direitos 
humanos, as normais internacionais. Nessa velocidade do direito penal, 
existe ainda mais diminuição das garantias individuais penais e 
processuais penais, eis que conforme se vai afastando do direito penal de 
garantias, ou da primeira velocidade do direito penal, as garantias 
individuais vão sendo mitigadas e suprimidas. 
 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
Sistema de justiça criminal 
 
 O sistema de justiça criminal abrange órgãos dos Poderes 
Executivo e Judiciário em todos os níveis da Federação. O sistema se 
organiza em três frentes principais de atuação: segurança pública, 
justiça criminal e execução penal. Ou seja, abrange a atuação do 
poder público desde a prevenção das infrações penais até a aplicação de 
penas aos infratores. 
 As três linhas de atuação relacionam-se estreitamente, de modo 
que a eficiência das atividades da Justiça comum, por exemplo, depende 
da atuação da polícia, que por sua vez também é chamada a agir quando 
se trata do encarceramento ± para vigiar externamente as penitenciárias 
e se encarregar do transporte de presos, também à guisa de exemplo. 
A política de segurança pública, de execução penal e a 
administração da Justiça são majoritariamente desenvolvidas pelos 
poderes estaduais. Entretanto, os poderes públicos federal, também tem 
grande importância, já os poderes público municipal desempenham papel 
de menor importância nesta área. 
 
A Constituição Federal delineia uma série de princípios e diretrizes 
relativos ao processo penal. Entre os princípios constitucionais, 
destacam-se: 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
9 a presunção da inocência ± ou da não-culpabilidade, como 
preferem alguns juristas; 
9 o princípio do devido processo legal, contraditório e da 
ampla defesa; 
9 o da verdade real ou da busca da verdade; 
9 da irretroatividade da lei penal; 
9 o princípio da publicidade; e 
9 do juiz natural ± ³QLQJXpP� VHUi� SURFHVVDGR� QHP�
sentenciado senão pela DXWRULGDGH� FRPSHWHQWH´� �&)�� DUW��
5o, LIII). 
 
 Os órgãos de Justiça criminal no Brasil organizam-se nos níveis 
federal e estadual: juízes federais, Tribunais Regionais Federais, 
Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União, no primeiro caso, 
e juízes estaduais, Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e Defensorias 
Públicas Estaduais, no último. 
As competências de cada um destes órgãos são ditadas pela 
Constituição Federal e pelas legislações específicas, como as leis 
estaduais de organização judiciária. 
 O Poder Judiciário no âmbito federal é composto pelas justiças 
especializadas ± Justiça do Trabalho, eleitoral e militar ± e Justiça comum, 
constituída pelos juízes federais e pelos Tribunais Regionais Federais. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 As competências da Justiça comum federal são definidas pela 
Constituição Federal, em seus artigos 108 e 109. Entre elas, no que diz 
respeito às competências criminais, destaca-se o julgamento: 
9 dos crimes políticos e das infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da União; 
9 dos habeas corpus em matéria criminal de sua competência 
ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos 
atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
9 dos crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves; e 
9 dos crimes de ingresso ou permanência irregular de 
estrangeiro. 
 Enquanto os juízes federais constituem o primeiro grau de 
jurisdição, os Tribunais Regionais Federais ± cinco em todo o país, cada 
qual com sua área de jurisdição ± constituem o segundo grau, com a 
competência de julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos 
juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência 
federal em sua área de jurisdição, além de processar e julgar mandados 
de segurança e habeas corpus contra ato do próprio tribunal ou de juiz 
federal, entre outras competências. 
 A Justiça federal em cada região está organizada em varas 
especializadas e não especializadas, havendo varas federais criminais 
em algumas comarcas, além dos Tribunais Regionais Federais e dos 
Juizados Especiais Federais. Cada tribunal atua por meio de seu pleno, de 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
seu órgão especial e de seções e/ou turmas especializadas, entre as quais 
algumas se dedicam ± exclusivamente ou não ± aos feitos de matéria 
penal. 
 Os Juizados especiais federais criminais julgam infrações demenor potencial ofensivo de competência da Justiça federal, pautando sua 
atuação pelos princípios de oralidade, simplicidade, informalidade, 
economia processual e celeridade, de acordo com a Lei no 10.259/2001. 
Os juízes de direito, em primeira instância, e os Tribunais de 
Justiça, em segunda instância, integram o Poder Judiciário nos estados e 
se regem pelas constituições estaduais e pelas normas específicas que 
organizam suas unidades e atribuições. 
Os Tribunais de Justiça Estaduais atuam por meio das varas 
criminais, Juizados Especiais Criminais e tribunais do júri. O número e a 
distribuição das varas criminais, das varas não-especializadas que tratam 
das causas relacionadas a crimes, das varas de execução penal e dos 
juizados especiais e tribunais do júri são determinados pela lei de 
organização judiciária de cada estado, complementada pelo regimento 
interno do Tribunal de Justiça Estadual. 
O fluxo de justiça criminal obedece a sequências e ritos específicos 
de acordo com alguns fatores relacionados à infração penal cometida. A 
primeira distinção diz respeito ao tipo de ação penal, pública ou privada, 
que determinará os procedimentos a serem adotados pela autoridade 
policial, pelo Ministério Público, assim como os respectivos fluxos no 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
âmbito do Poder Judiciário. A seguir, são apresentadas as principais 
distinções entre os dois tipos de ação no que diz respeito ao inquérito 
policial e ao início da ação penal. 
O tipo de crime e a pena cominada no Código Penal definem os 
ritos a serem seguidos no âmbito do Poder Judiciário para que sejam 
ouvidas as testemunhas, os acusados e, finalmente, para que possa haver 
formação de convencimento pelo juiz e este profira a sentença. 
O Código de Processo Penal prevê o procedimento comum e os 
especiais. Entre estes, cabe destacar os ritos do júri e dos Juizados 
Especiais Criminais. A seguir, apresenta-se um quadro resumido em que 
são classificados os procedimentos previstos na legislação de acordo com 
os tipos de infração aos quais se aplicam. 
Cabe chamar atenção para o procedimento especial que ocorre no 
caso dos crimes de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos 
quais se dá o rito sumaríssimo, normatizado originalmente pela Lei no 
9.099/ 1995. O Juizados Especiais Criminais tratam as infrações penais de 
menor potencial ofensivo, cujas penas previstas não ultrapassam dois 
anos de privação de liberdade. 
Nestes casos, o inquérito policial é substituído pelo termo 
circunstanciado, remetido ao juizado, onde se dá início à audiência 
preliminar. O objetivo da lei que instituiu os Juizados Especiais Criminais 
foi desburocratizar a Justiça, garantir a reparação do dano na própria 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
ação penal e também contribuir para a ampliação da aplicação de penas 
alternativas às de prisão no caso de infrações menos graves. 
A pena aplicada por meio de transação penal não consta de 
certidão de antecedentes criminais nem implica reincidência. Perde o 
direito à transação penal o autor que já tiver sido condenado a pena 
privativa de liberdade em caráter definitivo, que já tiver sido 
anteriormente beneficiado por pena alternativa ou, no caso de seus 
antecedentes, conduta e personalidade e/ou os motivos e circunstâncias 
da infração indicarem que a pena alternativa não é suficiente. 
 
 Penologia x Penalogia 
 
 Pessoal, a penologia - vinculada a criminologia, é a disciplina que 
trata do conhecimento geral das penas ou castigos, cuidado! Pois, a 
penalogia é a parte do direito criminal que aborda a fixação das penas, 
impostas pelo judiciário. 
 Nesse sentido, é preciso saber que o estudo da pena tem por pano 
de fundo três correntes que englobam: as teorias absolutas, relativas e 
mistas. 
 As teorias absolutas veem a pena como consequência do crime: é 
o mal justo como contraprestação do mal injusto, ou seja, a punição do 
delito. Negando os fins utilitários da pena e estribando-se em uma 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
exigência de justiça, as teorias absolutas justificam a pena por sua 
natureza retributiva. 
 Cabe realçar que a pena se justifica pela necessidade social e não 
pelo reclamo de justiça, as teorias relativas buscam um fim utilitário para 
o apenamento. Para os relativistas, além de visar àqueles que 
delinquiram, a pena igualmente serve como advertência para os 
infratores em potencial. Tem a pena, assim, uma finalidade, que é a 
prevenção individual e geral. 
 Já as teorias mistas procuram, harmonizar as duas outras. Para as 
teorias mistas a pena tem caráter retributivo, mas também tem função 
utilitária na medida em que reeduca o delinquente e intimida os demais. 
 
 Atualmente, os sistemas jurídico-criminais recorrem 
abundantemente à pena privativa de liberdade que agrupa as 
seguintes finalidades: 
9 punição retributiva do mal provocado pelo criminoso; 
9 prevenção, para inibir novos delitos, por intermédio do 
aprisionamento do infrator e da intimidação de delinquentes 
em potencial; 
9 regeneração do preso, com sua reeducação e ressocialização. 
 
 No Brasil, para cumprimento da pena privativa de liberdade, 
existem o regime fechado - de total segurança, o regime semiaberto - 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
colônia agrícola, colônia industrial, etc., e o regime aberto - conhecido 
como "prisão-albergue". Ainda no Brasil, segundo a doutrina, o 
condenado à pena superior a oito anos inicia o cumprimento da pena em 
regime fechado. 
 O condenado não reincidente, cuja a pena for superior a quatro 
e não exceder a oito anos, poderá iniciar o cumprimento da sanção no 
regime semiaberto. No regime fechado, o condenado deverá trabalhar no 
período diurno, dentro e excepcionalmente fora do presídio, e a noite 
ficará isolado na cela. No regime semiaberto, o condenado trabalha em 
comum no período diurnoem colônia agrícola ou estabelecimento similar, 
também podendo trabalhar fora, bem como frequentar cursos (2ºgrau e 
superior, por exemplo). 
 No regime aberto o condenado poderá trabalhar fora do 
estabelecimento sem vigilância, além de frequentar curso ou exercer 
outra atividade autorizada, recolhendo-se à unidade prisional 
durante o período noturno e nos dias de folga. Pessoal, a 
determinação do regime prisional a ser imposta ao condenado é tarefa do 
juiz criminal, que levará em conta a natureza da pena e sua cominação. 
Fiquem atentos, pois as bancas costumam afirmar que aquela será pelo 
juiz da execução, o que não é verdade. 
 
 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 
 Pessoal, não esqueçam que a função da pena moderna se baseia 
em três objetivos fundamentais: retribuição (castigo), intimidação 
(prevenção) e emenda (regeneração). Dessa maneira, além de seu 
caráter aflitivo, tem a pena, também a finalidade de combater as causas 
individuais da criminalidade, de molde que o autor do crime torne a ser 
membro útil da comunidade. Visando o criminoso e retirando-o do meio 
social, a pena o impede de eventualmente delinquir outras vezes, a par 
de buscar recuperação. 
 
 Pessoal, resumidamente no quadro abaixo, vou colocar as principais 
diferenças dos três regimes de cumprimento de pena, os quais abordei 
acima: 
 
 
Fechado Semiaberto Aberto 
A pena é cumprida na 
Penitenciária. 
Obs: apesar de, na 
prática, isso ser 
desvirtuado, a 
chamada Cadeia 
Pública destina-se 
A pena é cumprida em 
colônia agrícola, 
industrial ou 
estabelecimento 
similar. 
Segundo a 
jurisprudência do 
A pena é cumprida na 
Casa do Albergado. 
A Casa do Albergado 
deverá estar 
localizada em centro 
urbano, separado dos 
demais 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
apenas ao 
recolhimento de 
presos provisórios 
(art. 102 da LEP), 
considerando que as 
pessoas presas 
provisoriamente 
devem ficar 
separadas das que já 
tiverem sido 
definitivamente 
condenadas (art. 300 
do CPP). 
STF e do STJ, faltando 
vagas em colônia penal 
agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar 
por deficiência do 
Estado, o condenado 
deverá ficar cumprindo 
a pena em regime 
aberto até que surja 
vaga no semiaberto. 
estabelecimentos 
prisionais, e 
caracterizara-se pela 
ausência de 
obstáculos físicos 
contra a fuga. Isso 
porque o regime 
aberto baseia-se na 
autodisciplina e senso 
de responsabilidade. 
 
O condenado fica 
sujeito a trabalho, 
dentro da própria 
Penitenciária, no 
período diurno e a 
isolamento durante o 
repouso noturno. 
O condenado fica 
sujeito a trabalho, 
dentro da colônia, 
durante o período 
diurno. 
Durante o dia, o 
condenado trabalha, 
frequenta cursos ou 
realiza outras 
atividades 
autorizadas, fora do 
estabelecimento e 
sem vigilância. 
Durante o período 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
noturno e nos dias de 
folga, permanece 
recolhido na Casa do 
Albergado. 
O preso poderá 
realizar trabalho 
externo somente em 
serviço ou obras 
públicas realizadas 
por órgãos da 
Administração Direta 
ou Indireta, ou 
entidades privadas, 
desde que tomadas as 
cautelas contra a fuga 
e em favor da 
disciplina. 
É admitido o trabalho 
externo, bem como a 
frequência a cursos 
supletivos 
profissionalizantes, de 
instrução de ensino 
médio ou superior. 
O trabalho externo 
também deve ser 
efetuado sob vigilância. 
O trabalho é sempre 
externo, nas 
condições acima 
explicadas. 
 
 Pessoal, vamos fazer algumas questões! 
 Grande abraço e bons estudos! 
 
 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
 
 
 
Questões propostas 
 
1) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil) A moderna 
criminologia exige do Estado Democrático de Direito um controle 
razoável da criminalidade que, no Brasil, apresenta como sugestão 
metodo-lógica e eficaz para a pequena e média criminalidade o 
modelo 
A) de justiça consensual como, por exemplo, a lei dos Juizados Especiais 
Criminais. 
%�� GD� ³WROHUkQFLD� ]HUR´�� FULPLQDOizando toda e qualquer conduta 
antissocial. 
&�� GR� ³'LUHLWR� 3HQDO� GR� ,QLPLJR´�� GHVHQYROYLGR� SHOR� DOHPmR� *QWKHU�
Jakobs. 
D�� GD� XWLOL]DomR� GR� 'LUHLWR� 3HQDO� FRPR� ³SULPD� UDWLR´�� HYLWDQGR�
desdobramentos mais graves. 
 
2) (INÉDITA - PCPE - CRIMINOLOGIA) O sistema de justiça 
criminal se organiza em três frentes principais de atuação: 
A) segurança pública, justiça criminal e execução penal. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
B) segurança pública, justiça criminal e juri popular. 
C) justiça criminal, segurança jurídica e execução penal. 
D) justiça criminal, segurança jurídica e juri popular. 
 
 3) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a 
Classe) Os objetos de estudo da moderna criminologia estão 
divididos em 
A) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima. 
B) três vertentes: política criminal, delito e delinquente. 
C) três vertentes: política criminal, delinquente e pena. 
D) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena. 
E) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. 
 
4) (VUNESP - PCSP - 2014) Dentre os modelos sociológicos, as 
teorias da criminologia crítica, rotulação e da criminologia radical 
são exemplos da teoria 
A) do consenso 
B) daaparência 
C) do descaso 
D) da falsidade 
E) do conflito 
 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
5) (VUNESP - PCSP - 2014) A teoria do neorretribucionismo, com 
origem nos Estados Unidos, também conhecida por "lei e ordem" 
ou "tolerância zero" 
A��³SRVLWLYD´ 
B��³MDQHODV�TXHEUDGDV´ 
C��³FOiVVLFD´ 
D��³FLGDGH�OLPSD´ 
E��³GLIHUHQFLDO´ 
 
6) (2016 - MPE-SC - Promotor de Justiça) Analise o enunciado da 
questão abaixo e assinale "certo" (c) ou "errado" (e). 
Em sede de Política Criminal, o Direito Penal de segunda velocidade, 
identificado, por exemplo, quando da edição das Leis dos Crimes 
Hediondos e do Crime Organizado, compreende a utilização da pena 
privativa de liberdade e a permissão de uma flexibilização de garantias 
materiais e processuais. 
 
7) (VUNESP - PCSP - 2014) A criminologia moderna estuda o 
fenômeno da criminalidade por meio da estatística criminal. Nessa 
VHDUD��D�H[SUHVVmR�³FLIUD�GRXUDGD´�GHVLJQD� 
A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder público que 
são elucidados. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
B) as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas ou apuradas; 
trata-se de um subtipo de "cifra negra", a exemplo do crime de 
sonegação fiscal. 
C) as infrações penais de maior gravidade, como, por exemplo, o 
homicídio, que, ao ser elucidado, permite ao poder público planejar 
melhor suas ações e alterar a legislação. 
D) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na 
Lei n.º 9.099/95, a exemplo do delito de perturbação do sossego alheio. 
E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que 
não chega ao conhecimento do poder público por falta de registro e, 
portanto, não são elucidados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
Questões comentadas 
 
1) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil) A moderna 
criminologia exige do Estado Democrático de Direito um controle 
razoável da criminalidade que, no Brasil, apresenta como sugestão 
metodo-lógica e eficaz para a pequena e média criminalidade o 
modelo 
A) de justiça consensual como, por exemplo, a lei dos Juizados Especiais 
Criminais. 
%�� GD� ³WROHUkQFLD� ]HUR´�� FULPLQDOizando toda e qualquer conduta 
antissocial. 
&�� GR� ³'LUHLWR� 3HQDO� GR� ,QLPLJR´�� GHVHQYROYLGR� SHOR� DOHPmR� *QWKHU�
Jakobs. 
D�� GD� XWLOL]DomR� GR� 'LUHLWR� 3HQDO� FRPR� ³SULPD� UDWLR´�� HYLWDQGR�
desdobramentos mais graves. 
 
Comentários: 
O direito brasileiro é adepto da teoria mista ou unificada de pena cuja 
sistemática é basicamente pautada no modelo punitivo, contudo, após a 
reforma da parte geral do código penal, passou a admitir parcialmente o 
sistema ressocializador, visando a composição e pacificação dos conflitos, 
como nos casos de infração de menor potencial ofensivo criadas a partir 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
da Lei 9.099, que instituiu os juizados especiais cíveis e criminais em 
1995. 
Gabarito: A. 
 
2) (INÉDITA - PCPE - CRIMINOLOGIA) O sistema de justiça 
criminal se organiza em três frentes principais de atuação: 
A) segurança pública, justiça criminal e execução penal. 
B) segurança pública, justiça criminal e juri popular. 
C) justiça criminal, segurança jurídica e execução penal. 
D) justiça criminal, segurança jurídica e juri popular. 
 
Comentários: 
O sistema de justiça criminal abrange órgãos dos Poderes Executivo e 
Judiciário em todos os níveis da Federação. O sistema se organiza em três 
frentes principais de atuação: segurança pública, justiça criminal e 
execução penal. 
Gabarito: A. 
 
 3) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a 
Classe) Os objetos de estudo da moderna criminologia estão 
divididos em 
A) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima. 
B) três vertentes: política criminal, delito e delinquente. 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
C) três vertentes: política criminal, delinquente e pena. 
D) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena. 
E) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. 
 
Comentários: 
Embora tanto o direito penal quanto a criminologia se ocupem de estudar 
o crime, ambos dedicam enfoques diferentes para o fenômeno criminal. 
Atualmente o objeto da criminologia está dividido em quatro vertentes: 
delito, delinquente, vítima e controle social. 
Gabarito: E. 
 
4) (VUNESP - PCSP - 2014) Dentre os modelos sociológicos, as 
teorias da criminologia crítica, rotulação e da criminologia radical 
são exemplos da teoria 
A) do consenso 
B) da aparência 
C) do descaso 
D) da falsidade 
E) do conflito 
 
Comentários: 
Conforme já estudamos em outras aulas, dentre as teorias 
macrossociológicas da criminalidade temos as teorias consensuais e 
70150643080
Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil - PE 
Teoria e Exercícios 
Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 49 
 
Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia - 
Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira. 
 
 
conflitivas, estas últimas, dotadas de caráter crítico com relação ao 
sistema penal de punição adotado (Teoria do Etiquetamento ou 
Rotulação) ou com o sistema econômico capitalista (Teoria Marxista ou 
Radical). 
Gabarito: E. 
 
5) (VUNESP - PCSP -

Continue navegando