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Aula 05 -a-sociologia-do-conflito-e-a-sua-aplicacao-criminologica

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CRIMINOLOGIA
A Sociologia do Conflito e a sua Aplicação Criminológica
Livro Eletrônico
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CRIMINOLOGIA
A Sociologia do Conflito e a sua Aplicação Criminológica
Prof.ª Mariana Barreiras
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SUMÁRIO
V. A Sociologia do Conflito e a sua Aplicação Criminológica .......................3
Postulados .................................................................................................6
Subdivisões ..............................................................................................6
Teorias do Conflito Cultural .........................................................................7
Teorias do conflito social de base não marxista ...............................................8
Teorias do conflito de base marxista ...........................................................11
Tendências político-criminais .....................................................................14
Mapa mental ............................................................................................28
Postulados da Teoria do Conflito .................................................................28
Subdivisões ............................................................................................29
Tendências político-criminais .....................................................................30
Modelos de política criminal ......................................................................32
Questões De Concurso ..............................................................................33
Gabarito ..................................................................................................43
Gabarito Comentado .................................................................................44
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A Sociologia do Conflito e a sua Aplicação Criminológica
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V. A Sociologia do Conflito e a sua Aplicação Criminológica
Como expliquei para você na nossa última aula, as teorias sociológicas do crime 
podem ser agrupadas em duas grandes categorias: as teorias do consenso e as 
teorias do conflito.
As teorias do consenso partem do pressuposto de existência de objetivos co-
muns a todos os cidadãos, que aceitam as regras vigentes. As pessoas de um 
grupo social possuem consenso em torno de uma série de valores e criam institui-
ções para manter a ordem social. Esse grupo de teorias também é chamado de 
integralista ou funcionalista, pois compreende-se que a sociedade é uma estrutura 
relativamente estável de elementos bem integrada e que todo elemento em uma 
sociedade possui uma função, contribuindo para a manutenção do sistema. Para 
essas teorias, o crime é uma disfunção. Como exemplos de teoria que se enqua-
dram nessa categoria estão a escola de Chicago, a teoria da associação diferencial, 
a teoria da anomia e a teoria da subcultura delinquente.
Enquanto as teorias do consenso partem da ideia de contrato social, os teóricos 
do conflito partem do pressuposto de que há força e coerção na sociedade. Somen-
te existe ordem porque há dominação de uns e sujeição de outros. A sociedade está 
sempre sujeita a processos de mudança e cada elemento da sociedade contribui, 
de certa forma, para sua desintegração. Para essas teorias, o crime faz parte da 
luta pelo poder. A teoria do labelling approach e outras teorias críticas se encaixam 
na categoria de teoria do conflito.
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Como há, no seu edital, um item específico para criminologia do conflito, vou 
aprofundar um pouquinho mais o tema. Lembre-se que os itens mais cobrados em 
provas sobre esse grupo de teorias são o labelling approach e a criminologia crítica1.
Alessandro Baratta explica que a ideologia oficial do Direito Penal e da crimi-
nologia tradicional se vale amplamente do princípio do interesse social e do delito 
natural, segundo os quais o núcleo central dos delitos previstos nos códigos re-
presenta ofensa aos principais interesses fundamentais da sociedade; e os delitos 
naturais são aqueles contra os quais toda sociedade civilizada se defende. Assim, 
para a ideologia penal oficial e para a criminologia tradicional, a criminalidade é 
uma qualidade objetiva, ontológica de certos comportamentos.
As provas gostam de perguntar sobre a ontologia da criminalidade. Em linhas ge-
rais, podemos dizer que a ontologia estuda a natureza do ser, da existência, da 
realidade. Quando a criminologia começa a debater se o crime existe ontologica-
mente, quer saber se ele existe por si próprio, ou seja, se algumas condutas podem 
ser consideradas essencialmente criminais, objetivamente criminais. A criminologia 
tradicional, em linhas gerais, acreditava que sim. A criminologia do conflito ques-
tiona esse postulado, pois para ela o crime não existe ontologicamente. Ele possui 
natureza definitorial: as condutas não são criminosas em si mesmas, mas são de-
finidas como criminosas em virtude de complexos processos de interação, domina-
ção e seleção.
1 Por serem as principais obras de referência no Edital dessa prova, a aula tomará como base: GARCÍA-
-PABLOS de Molina, Antonio; GOMES; Luiz Flávio. Criminologia. 5. Ed. São Paulo: RT, 2006, p. 265 e ss.; e 
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan, 6ª ed., 201, p. 
117 e ss. 
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Além de acreditar na ontologia do crime, a criminologia tradicional parte de um 
ideal de homogeneidade dos valores e interesses protegidos pelo direito penal.
Esses princípios, do interesse social e do delito natural, são negados pelos teóri-
cos do conflito. Para a criminologia do conflito, a criminalidade não é uma qualidade 
ontológica, mas um status social atribuído por meio de processos de definição e 
mecanismos de reação. O foco das teorias criminológicas se desloca da criminali-
dade para os processos de criminalização.
As teorias de conflito possuem forte tradição nos Estados Unidos, sobretudo 
em virtude do contexto social de pós-guerras, em que conflitos internos (raciais, 
de classe, de desemprego, de marginalização, estudantis, feministas) assumiram 
prevalência se comparados a conflitos externos. Elas partem do pressuposto da 
existência, na sociedade, de uma pluralidade de grupos e subgrupos que, eventu-
almente, apresentam discrepâncias em seus valores. Para as teorias do conflito, 
portanto, a sociedade não é monolítica, unitária. Ela está em constante mudança, 
cenário que é decorrente de visões diferentes de uma mesma situação por grupos 
antagônicos que coexistem.
Assim, para as teorias do conflito, não é o contrato social que garante a ma-
nutenção do sistema e que faz com que os grupos sociais evoluam. Essespapeis 
devem ser – e são – atribuídos ao conflito. É, portanto, o conflito que promove as 
alterações necessárias para o desenvolvimento dinâmico da sociedade.
Os teóricos do conflito demonstram, por exemplo, que o sistema penal trata os 
suspeitos de forma diferenciada com base em sua raça, etnia ou classe social, já 
que a sociedade não é hegemônica e que os agentes do controle social e outros 
grupos poderosos podem impor definições de desvio que atendem a seus objetivos2.
2 SCHAEFER, Richard T. Sociologia. 6 ed. Porto Alegre, AMGH Editora LTDA, 2014, p. 267. 
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Postulados
 
Os principais postulados da criminologia conflitual são: 
• A ordem social da sociedade industrializada não tem por base o consenso, 
mas sim o conflito;
• O conflito não é patológico, senão a expressão da própria estrutura e dinâmi-
ca da mudança social; 
• Os interesses protegidos pelo direito penal não são interesses comuns a todos 
os cidadãos; 
• O Direito representa os valores e interesses das classes ou setores sociais 
dominantes; 
• O crime é uma reação à desigual e injusta distribuição de poder e riqueza na 
sociedade;
• A criminalidade é uma realidade social criada por meio do processo de crimi-
nalização;
• A criminalidade e o direito penal têm, sempre, natureza política.
Subdivisões 
Em linhas gerais, as teorias do conflito podem ser subdividas em: 
• Teorias do conflito “cultural”.
• Teorias do conflito “social” de base não marxista.
• Teorias do conflito de base marxista.
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Teorias do Conflito Cultural 
Donald Taft defende que a criminalidade é produto da mudança social. A cultura 
é, para ele, o principal fator criminógeno em função de suas incontáveis contradi-
ções internas. Taft explica que quando menciona a cultura como fator criminógeno 
está se referindo à cultura em sua totalidade: a baixa credibilidade de certos valo-
res tradicionais obrigatórios; a crise das instituições; o impacto antipedagógico de 
casos de grande repercussão pública; a dupla moral social; e a crise moral derivada 
das contradições internas da cultura vigente. Para Taft, por exemplo, são proble-
mas culturais como a acentuação do princípio de competitividade e a dissolução de 
instituições que explicam as elevadas taxas de criminalidade nos Estados Unidos. 
Johan Thorsten Sellin é outro teórico no seio das ideias de conflito cultural. Em 
realidade, ele é considerado um dos pais da criminologia do conflito cultural. Para 
Sellin, os conflitos não ocorrem entre modelos culturais em bloco, mas sim entre 
as pautas normativas dos diversos grupos e subgrupos sociais, cujas valorações 
são discrepantes. Ele cita o exemplo dos conflitos provocados pelos meios de co-
municação em massa, que propõem modos de conduta que são seguidos por certo 
grupo, mas não são aceitos por outros. Sellin se interessou muito pela análise do 
conflito cultural existente na segunda geração de imigrantes instalada em uma 
dada localidade. A primeira geração de imigrantes tenderia a se comportar mais de 
acordo com as normas do novo local. Mas, para ele, as crenças e convicções fami-
liares têm elevado potencial de entrar em conflito com as do novo habitat a partir 
da segunda geração. De acordo com Sellin, quanto mais heterogênea uma socieda-
de, maior a probabilidade e frequência de conflitos e, portanto, maior a quantidade 
de crime nela.
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Teorias do conflito social de base não marxista
A partir da década de 1950 nos Estados Unidos começou a ficar clara a im-
possibilidade de considerar a ordem social como sendo unitária, monolítica. Isso 
se deveu, por exemplo, às situações das minorias étnicas, das rebeliões juvenis, 
dos usuários de drogas, das rebeliões pacifistas, todas reprimidas com a lei penal. 
Diante da percepção de que a sociedade é pluralista, antagônica e estratificada, 
abarcando grupos e subgrupos com diferentes valores, o poder político define qual 
é a hierarquia oficial de valores. Os grupos sociais tentam conquistar espações so-
ciais e isso gera conflitos.
Para o alemão Ralf Dahrendorf, as organizações sociais existem, se consolidam 
e evoluem em função da pressão que umas exercem sobre as outras. Ele parte 
de uma visão marxista do conflito, mas não acredita que o modelo marxista seja 
aplicável à sociedade contemporânea, mas sim à sociedade industrial. É necessário 
sair da utopia de representar a sociedade como algo estático, desprovido de con-
flito. Para ele, mudança, conflito e dominação são os três pilares de todo modelo 
sociológico. A relação de domínio cria o conflito, o conflito cria a mudança.
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Lewis Coser, por sua vez, defende que o conflito é uma luta que incide sobre 
valores e sobre pretensões à status sociais escassos, sobre poder e sobre recur-
sos. Os objetivos das partes em conflito são os de neutralizar-se, ferir-se ou elimi-
nar-se. Caso o conflito seja um meio para alcançar determinados fins (ex.: conflito 
para ter a posse de um bem), fala-se em conflito realístico, que é um conflito 
racional. Caso o conflito seja de fundo psicológico, e se mostre irracional, deriva-
do da necessidade de descarregar uma tensão agressiva, fala-se em conflito não 
realista, que é aquele que se configura como um fim em si mesmo. Essa distinção 
permitiria desenhar melhor modelos de controle do desvio, já que nem toda cri-
minalidade é irracional. Para Coser, aliás, o conflito pode contribuir para preservar 
a ordem social ao funcionar como válvula de escape, e assim fortalecer a organi-
zação social. O conflito é funcional porque assegura a mudança social e contribui 
para a integração e conservação da ordem e do sistema. Ele defende, portanto, 
a função positiva do conflito, desde que não se trate de um conflito contrário aos 
pressupostos da própria estrutura social. 
William Chambliss e Robert Seidman, no livro Law, Order and Power, defendem 
que a justiça penal não é neutra, mas sim expressão da estrutura conflitual de uma 
sociedade. O direito penal, portanto, não resolve pacificamente os conflitos sociais. 
Ele é criado e aplicado por uma sociedade cujas divisões oficiais reproduzem as 
estruturas depoder, logo, ele serve aos interesses dos grupos que detêm o poder.
Outro autor de extrema relevância para as teorias do conflito é o norte-ameri-
cano Richard Quinney. Para ele, a tarefa de fazer leis é uma tentativa de impor aos 
demais sua moralidade. Se há leis contra o jogo, a prostituição, o uso de drogas, 
transgredidas em larga escala, é porque o Direito Penal não representa uma apli-
cação coerente dos valores sociais. Ao contrário, ele reflete valores e interesses 
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concorrentes. As pessoas com poder protegem seus próprios interesses e definem 
o desvio de forma a atender suas necessidades. Quinney defende, então, a nor-
malidade, funcionalidade e inevitabilidade do conflito. São considerados postulados 
fundamentais da teoria de Quinney: 
• A natureza definitorial do delito (o caráter delitivo de uma conduta e de seu 
autor depende de certos processos sociais de definição, que lhe atribuem tal 
caráter, e de seleção, que etiquetaram o autor como delinquente);
• A relevância dos interesses do poder tanto na gênese dos dispositivos legais, 
bem como no processo de aplicação dos atos normativos;
• O construtivismo social (crença de que o desvio é produto da cultura em que 
vivemos).
Austin Turk, num enfoque bastante próximo ao labelling approach, defende que 
conduta delitiva não deve ser examinada isoladamente, pois ela é apenas uma das 
variáveis vinculadas à probabilidade de criminalização. A conduta delinquente se 
insere, portanto, num contexto de necessária interação de várias partes, incluindo 
legisladores, intérpretes, aplicadores das leis, delinquentes e cúmplices3. É por isso 
que Turk em sua teoria tenta compreender sob quais condições as discrepâncias 
culturais e sociais entre autoridade e indivíduos induzem ao conflito; sob quais 
condições se produz o processo de criminalização; e em que medida o status do 
delinquente influi em seu etiquetamento.
Por fim, Georg Vold assinala que o crime é um comportamento normal, apren-
dido no processo de interação de um determinado grupo e que, portanto, a crimi-
nologia deve se interessar em estudar quem tem o poder de definição, isto é, de 
3 DUARTE, Maria Carolina de Almeida. Política criminal, criminologia e vitimologia: caminhos 
para um direito penal humanista. Disponível em http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/
28580-28598-1-PB.pdf. Acesso em 08 ago. 2018. 
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determinar que um comportamento é criminoso. O criminoso é membro de um 
grupo minoritário, sem a base pública suficiente para dominar e controlar o poder 
de polícia do Estado. O crime é, portanto, um comportamento político. O conflito se 
produz quando, ao perseguir os próprios interesses, os grupos entram em concor-
rência e tendem a se eliminar reciprocamente.
Teorias do conflito de base marxista 
 Essas teorias contemplam o crime como fruto das relações de produção da 
sociedade capitalista. Você agora pode estar pensando que já leu isso antes. Sim! 
Na aula 4. Lá, quando falei para você de criminologia crítica, expliquei que a cri-
minologia crítica, também chamada de nova criminologia, nasce com forte apelo 
às ideias de Karl Marx. Para seus teóricos, há uma relação direta entre o modo de 
produção capitalista e o funcionamento dos modos punitivos. Não se trata mais de 
descobrir as razões da delinquência ou de lutar contra o crime, mas sim de abolir 
as desigualdades sociais para equacionar o fenômeno delitivo.
Na criminologia crítica, a própria criminologia, como vinha sendo desenvolvida, 
passa a ser objeto de estudo. A criminologia passa a questionar qual deve ser o 
objeto e qual deve ser o papel da investigação criminológica. Os teóricos críticos 
não querem defender a sociedade do crime, mas sim defender os indivíduos da 
sociedade capitalista. Houve, portanto, um importante giro metodológico: ao invés 
de se ocupar do crime e do delinquente, a criminologia passa a se preocupar com 
a análise da sociedade e do Estado.
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A criminologia crítica surgiu nos Estados Unidos e logo se espalhou para outros 
países, difundindo a ideia de realizar uma reflexão analítica sobre o real funciona-
mento do poder e das instituições de controle social. Essas teorias opõem-se ao 
positivismo, que focava sua análise no delinquente, e demandam que o Estado, que 
até então não era objeto da criminologia, passe a sê-lo. Para a criminologia crítica, 
portanto, deve-se contestar a função conservadora do status quo que a criminolo-
gia vinha realizando até o seu surgimento.
Para as teorias marxistas, o crime é um produto histórico, patológico e contin-
gente da sociedade capitalista. Na ordem social, classes antagônicas se confron-
tam. Uma dessas classes se sobrepõe e explora a outra, utilizando, para isso, o 
direito penal e a justiça. Desse modo, o sistema legal é um instrumento a serviço 
da classe dominante para oprimir a classe trabalhadora. A justiça penal possuiria 
administradores: os funcionários não estão lá para lutar contra o crime, mas sim 
para realizar a administração do fenômeno, recrutando a população desviada den-
tre as classes trabalhadoras que são sua clientela habitual.
Em resumo, para a criminologia crítica não é possível fazer criminologia sem 
questionar os processos de criação da lei penal de acordo com os interesses da 
classe dominante (chamados processos de definição) e os processos discriminató-
rio de aplicação da lei em prejuízo das classes oprimidas (chamados processos de 
seleção).
Do ponto de vista metodológico, a criminologia crítica se distancia das técnicas 
das ciências sociais. Não aceitam investigações puramente empíricas. Preferem o 
método histórico-analítico, em que são analisadas as agências de controle social 
da sociedade capitalista. Assim, por exemplo, no lugar de pesquisas estatísticas, 
nascem pesquisas analíticas, descritivas, situacionais.
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São considerados postulados da criminologia crítica:
1. Fundamento conflitual da desviação: a criminalidade surge emresposta a um 
conflito social;
2. Máxima relevância da desviação secundária: a consideração de que as instâncias 
de controle social impulsionam processos de etiquetamento e estigmatização;
3. Justiça de classe: a justiça é seletiva e discriminatória, recrutando sua clientela 
dos mais baixos estratos sociais;
4. Atitude empática em relação ao desviado: apreço em relação ao criminoso co-
mum e atitude hostil e beligerante com o delinquente poderoso;
5. Abolicionismo: descrença no papel desempenhado pelas instâncias de controle 
social formal. 
Ian Taylor, Paul Walton e Jock Young, na obra A nova criminologia e Criminologia 
crítica criticam as posturas tradicionais da criminologia do consenso. Dizem que o 
fenômeno criminal depende do modo de produção capitalista; a lei penal nada mais 
é do que uma superestrutura dependente da infraestrutura do sistema de produ-
ção. O direito não é uma ciência, mas uma ideologia que deve ser analisada no 
contexto de luta de classes. Aceitar a definição de crime equivale a aceitar a ficção 
da neutralidade do direito. 
Para os críticos, o vetor econômico suprime grande parte do livre-arbítrio dos 
indivíduos. Os atos são criminosos não porque ofendem a moralidade dos povos, 
mas porque interessa à classe dominante assim defini-los. As pessoas das classes 
mais baixas são rotuladas criminosas e as da burguesia não, porque o controle da 
burguesia sobre os meios de produção lhes dá o controle do Estado e da aplicação 
das leis4.
4 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 2 ed. São Paulo: RT, 2008, p. 329. 
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Tendências político-criminais 
Com base nos pensamentos críticos, surgem três grandes tendências: o aboli-
cionismo penal, o minimalismo penal e o neorrealismo ou eficientismo. Todos estão 
relacionados com escolhas político-criminais.
Política criminal é a escolha de estratégias de controle social para a proteção de 
um bem jurídico.
Para a tutela de bens jurídicos o Estado pode se valer de estratégias penais e extrape-
nais. Somente se justifica a tutela penal na hipótese de ser um meio eficaz de proteção 
do bem jurídico. Assim, a política criminal, com base em considerações de outros ramos, 
tais como a criminologia, a filosofia e a sociologia, visa à análise crítica da legislação 
penal e à propositura das devidas alterações5. 
A política criminal se dedica, portanto, a receber as contribuições da criminolo-
gia e propor alterações no sistema penal para que ele desempenhe bem sua função 
de tutela de bens jurídicos. 
Franz Von Lizst, jurista austríaco que trabalhou na Alemanha na segunda metade 
do século XIX, propôs um modelo tripartido da ciência conjunta do Direito penal. 
Essa ciência conjunta conteria três saberes autônomos, mas que deveriam andar 
interligados: o direito penal propriamente dito, ciência normativa e dogmática que 
tem por objetivo punir as condutas desviantes; a criminologia, como ciência das 
causas do crime e da criminalidade; e a política criminal, consubstanciada em um 
conjunto de princípios fundados na investigação das causas do crime e dos efeitos 
da pena (ou seja, fundados nas contribuições da criminologia), com base nos quais 
o Estado deve definir que instrumentos utilizará para controlar o fenômeno criminal.
5 SALIM, Alexandre; AZEVEDO, Marcelo André. Direito penal: Parte Geral. 7 ed. Salvador: JusPodivm, 2017, 
p. 44. 
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Recorde-se que a política criminal é uma disciplina que está a todo tempo avaliando 
se o Direito penal está cumprindo seus objetivos, sejam eles de proteção do bem jurídi-
co, de prevenção ou de repressão. A política criminal recebe as contribuições da crimino-
logia, seja sobre o crime, o criminoso, a vítima ou as instâncias de controle social, e, em 
seguida, oferece aos governantes opções concretas para bem equacionar o fenômeno.
Na imagem representativa que usei na primeira aula e repito agora, coloco a política 
criminal como uma ponte entre a criminologia e o direito penal, mas insiro uma seta 
bidirecional conectando as disciplinas. Afinal, ao mesmo tempo em que a criminologia 
estuda a realidade e tenta compreender o crime, a vítima, o criminoso e o controle so-
cial, com isso fornecendo ao direito penal um arcabouço fenomenológico traduzido em 
opções concretas pela política criminal, o próprio direito penal molda a atuação das ins-
tâncias de controle social, que são objeto da criminologia. Uma disciplina conversa com 
a outra a todo tempo. 
Nas palavras de Figueiredo Dias, 
elevadas (...) à categoria de objeto da criminologia, as instâncias de controle social conver-
teram-se simultaneamente em destinatários da política criminal. Os traços mais relevantes 
da criminologia interacionista e da seleção implicam deste modo todo um novo paradigma 
político-criminal.
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 Para que fique mais claro de visualizar, imagine que uma atriz famosa tenha 
fotos íntimas armazenadas em seu celular subtraídas e divulgadas por um hacker. 
O legislador, após o episódio, pode decidir por criminalizar a conduta, como de fato 
ocorreu no Brasil, com a promulgação da Lei n. 12.737/12, que tipificou os chama-
dos crimes informáticos. A decisão por criminalizar uma conduta é uma decisão de 
política criminal. 
Além dessa, a decisão do legislador de descriminalizar uma conduta e as deci-
sões dos aplicadores das leis penais em cada caso concreto são, igualmente, deci-
sões de impacto político-criminal. Afinal, de nada adianta o legislador penal aprovar 
uma lei se os mecanismos de controle social se “recusam”, em suas atuações, a 
cumpri-las.
Exemplificando: imagine que o legislador decida criminalizar a gordofobia, mas 
de que adiantará essa medida se os policiais fizerem vista grossa à prática desse 
delito nos meios em que operam?
Daí, defende a criminologia, a importância de que se aumentem a previsibilida-
de e a consistência das instâncias de controle, para que a política criminal oficial, 
plasmada na lei, compute em seus cálculos a concorrência que sofrerá das políticas 
criminais informais realizadas pelos operadores dos mecanismos de controle social. 
As instâncias de controle social podem, nas escolhas que fazem rotineiramente, 
frustrar reformas penais relevantes.
Recorde que, como mencionei anteriormente para você, a criminologia passou 
a listar, entre seus objetos de estudo, o controle social com o advento das teorias 
interacionistas, sobre a qual falarei detalhadamente nas próximas aulas. Para co-
meçar a entender o assunto, basta saber que a partir dos anos de 1960, nos Esta-
dos Unidos, com o labelling approach, também conhecido como teoriado etiqueta-
mento, teoria da rotulação social ou teoria interacionista, a criminologia deixa de 
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se preocupar tanto com o que o ser humano faz e por que o faz, e passa a estudar 
o modo como a sociedade responde ao crime. Nesse momento, a criminologia co-
meça a tentar decifrar as razões do enorme distanciamento que existe entre, de 
um lado, as decisões de política criminal do legislador de selecionar de maneira 
abstrata e potencial as condutas penalmente relevantes; e, de outro lado, a seleção 
efetiva e definitiva feita pelas instâncias de controle social.
Com a inclusão das instâncias de controle social na lista de objetos da criminolo-
gia percebeu-se a defasagem entre a política criminal da lei e a política criminal do 
processo formal de reação ao comportamento delinquente. A lei prevê de maneira 
abstrata todas as condutas que devem ser consideradas crimes. Mas os mecanis-
mos de controle social operam uma seleção quantitativa e outra qualitativa. 
Na seleção quantitativa, uma série de delitos não chegará ao conhecimento das 
autoridades. Trata-se de um efeito de funil ou da mortalidade de casos criminais. 
Isso é natural e a criminologia reconhece que o processamento de todos os casos 
(total enforcement) levaria à falência do próprio sistema penal. Sendo o efeito de 
funil algo esperado, a política criminal deve conhecê-lo ao realizar a tipificação ou 
descriminalização de condutas ou ao sugerir leis que proponham alterações proces-
suais ou sobre o modo de atuação dos órgãos de controle social formal.
Uma das consequências do efeito de funil é a existência da denominada cifra negra, 
aquela parcela de crimes que não integra as contagens oficiais. São os crimes que 
não chegam ao conhecimento das autoridades, pelas mais diversas razões. Por isso 
as estatísticas criminais não refletem a criminalidade real, mas apenas uma parte 
dela, restando uma cifra negra, oculta, difícil de decifrar. As bancas gostam de ve-
rificar se o candidato sabe o que é cifra negra e as demais cores de cifras cunhadas 
pela criminologia.
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Sendo o total enforcement indesejado, surgem nomenclaturas para as cifras da 
criminologia. A cifra negra seria a matriz das demais.
• Cifra dourada: trata-se dos delitos cometidos pelos poderosos que ficam im-
punes. Quando alguém dos altos estratos sociais comete um crime contra o 
sistema financeiro ou um crime tributário, por exemplo, é possível que fique 
sem punição porque o sistema penal é desenhado para selecionar a crimina-
lidade de rua, cometida pelos pobres. Aos crimes do colarinho branco (crimes 
dos poderosos) que permanecem desconhecidos ou em relação aos quais há 
uma indulgência do sistema persecutório penal, dá-se o nome cifra dourada.
• Cifra cinza: trata-se dos crimes que são de conhecimento das instâncias po-
liciais, porém que não chegam a virar um processo penal. São casos, por 
exemplo, solucionados pelos próprios policiais em sua atividade rotineira; 
ou na própria delegacia de polícia; ou com a renúncia da vítima ao direito 
de queixa ou representação. A cifra cinza demonstra que as polícias têm pa-
pel conciliador de conflitos e é, nesse aspecto, dotada de muito poder, pois 
exerce suas competências de tratar o fenômeno delitivo longe da supervisão 
direta das instâncias que seriam as intervenientes subsequentes do sistema 
de persecução, como ministério público, defensoria pública, poder judiciário. 
• Cifra amarela: trata-se de casos em que as vítimas sofreram algum tipo de 
violência praticada por servidor público e deixaram, por temor, de denunciar 
o ilícito às unidades competentes pela apuração. 
Os atos de abusos e violências cometidas por policiais contra a população são fre-
quentemente citados como os maiores exemplos de cifras amarelas.
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• Cifra verde: trata-se de delitos que têm como vítima o meio ambiente e que 
não chegam ao conhecimento policial ou não são processados porque impos-
sível tentar descobrir a autoria.
• Cifra rosa: trata-se de crimes de caráter homofóbico que não chegam ao co-
nhecimento das autoridades. 
Vista a seleção quantitativa, passo a falar agora da seleção qualitativa, que é 
aquela determinada pelas práticas dos operadores das instâncias de controle social 
que mencionei agora há pouco. É normal, por exemplo, que os aparelhos judiciais 
deixem de processar certas condutas em virtude da ocorrência de transformações 
sociais, antes mesmo de o texto da lei penal ser modificado. 
O conceito de “mulher honesta”, por exemplo, foi retirado do Código Penal ape-
nas em 2005, muito tempo depois de a realidade social demandar sua inaplicabili-
dade. Até hoje está em vigor o Decreto-Lei n. 16 de 6 de agosto de 1966, que tipifi-
ca a conduta de fabricar açúcar em casa. Além desses, há uma infinidade de outros 
dispositivos em desuso, assim como há uma série de condutas profundamente 
reprováveis que não são consideradas crimes. Gosto de citar aqui o caso da “cola 
eletrônica”, consistente na prática de fraudar certames com o uso de dispositivos 
eletrônicos. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.550/2011, que inseriu um capítu-
lo sobre fraudes em certames de interesse público no Código Penal, a conduta do 
candidato que entrasse na sala de prova com dispositivo eletrônico era, apesar de 
reprovável, atípica do ponto de vista penal.
Assim, há uma via de mão dupla. Os conhecimentos da criminologia são fun-
damentais para que o legislador tome decisões de política criminal. E, ao mesmo 
tempo, os mecanismos de seleção das instâncias de controle social, mediados pelas 
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leis aglutinadoras de decisões políticos criminais, são objeto de estudo constante 
da criminologia, numa retroalimentação do sistema que permite sua transformação 
constante.
Considerando as principais contribuições da criminologia, surgem diferentes 
modelos de política criminal.
Abolicionismo penal
Também conhecido como política criminal verde, é uma concepção surgida a 
partir da década de 1970 que defende o fim do sistema penal em razão de seus 
efeitos deletérios. Já que o sistema penal é estigmatizante, seletivo, acelerador de 
carreirascriminais e incapaz de promover ressocialização, sugere-se que ele seja 
extinto. Alguns autores de destaque são:
• Louk Hulsman: criminólogo holandês, autor de Penas perdidas. O sistema pe-
nal em questão, de 1982, sustenta a resolução dos conflitos sociais por meios 
alternativos, como a reparação e a conciliação. O sistema criminal deve ser 
abolido porque não protege a sociedade, não consegue prevenir a delinqu-
ência, carece de fundamento e de racionalidade, e por utilizar métodos dele-
térios e irracionais, acaba dando origens a novos conflitos na sociedade, por 
meio da exclusão, estigmatização e dominação de classe.
• Thomas Mathiesen: sociólogo norueguês, em sua obra The politics of aboli-
tion; essays in political action theory, de 1971, defende a extinção da pena 
de prisão, por ser ineficaz, e não a extinção do sistema penal como um todo. 
A partir da Escandinávia, o pensamento abolicionista se irradia para a Europa. 
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• Nils Christie: outro criminólogo norueguês, em sua obra Os limites da dor, de 
1981, defende a extinção de penas que causem dor. O sistema penal é uma 
máquina para produzir dor inutilmente. Ele é estéril, pois não transforma o 
condenado, e é irracional porque o aniquila.
 
Minimalismo penal 
Essa concepção defende que o direito penal é um mal necessário, uma forma 
de reação social dolorosa, porém legítima. É fundamental, então, que os direitos 
humanos sejam o fundamento de todo o sistema penal. É crucial, ademais, redu-
zir o âmbito de incidência da lei penal a situações em que se queira proteger bens 
jurídicos relevantes e de forma subsidiária, isto é, quando insuficientes as outras 
formas de controle social. A aplicação do direito penal de forma subsidiária, como 
vimos, dá-se o nome de direito penal de ultima ratio.
Os autores minimalistas propugnam a aplicação de sanções alternativas à pena 
privativa de liberdade sempre que for considerado possível ou recomendável. Isso 
porque, penas como as restritivas de direito ou pena de multa não possuem um 
traço estigmatizante tão marcado como ocorre com as penas de prisão, detenção, 
reclusão. 
Exemplos de autores minimalistas são Eugenio Raúl Zaffaroni, Alessandro Ba-
ratta, Luigi Ferrajoli. Elenco para você, agora, as principais linhas de pensamento 
de cada autor:
• Alessandro Baratta, jurista italiano, em sua obra Criminologia crítica e crítica 
do direito penal, propõe uma nova ciência total do direito penal, que incor-
porasse os valores humanistas. Defendendo a adoção do ponto de vista das 
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classes subalternas, postula a criação de uma política criminal alternativa, 
tendente a transformar a sociedade. Aqueles que seriam sempre afetados 
pelo poder punitivo, chamados de sujeitos fracos, seriam ouvidos, tudo com 
a finalidade de superar as condições econômicas do capitalismo. O novo sis-
tema penal perseguiria comportamentos atualmente imunes à persecução 
criminal, mas muito mais daninhos, como a criminalidade dos poderosos.
• Luigi Ferrajoli, um dos principais expoentes do Garantismo italiano e mundial, 
sobretudo a partir de seu artigo intitulado O direito penal mínimo, de 1986 
e de sua obra Direito e razão, de 1989, sustenta que os sistemas políticos 
devem ser capazes tanto de tolerar o desvio como produto de tensões sociais 
não resolvidas, como de prevenir o desvio pelo desaparecimento de suas 
causas materiais. Ferrajoli acredita que o fim do sistema penal levaria a uma 
anarquia punitiva, com respostas selvagens, uma situação pior do que a atu-
almente vivenciada no mundo. Daí a importância de permanência do direito 
penal, com todas suas garantias.
• Raúl Zaffaroni, argentino, em sua obra Em busca das penas perdidas, de 
1990, estabelecendo diálogo com Hulsman, reconhece que o sistema penal e 
a pena são seletivos e reprodutores da violência em qualquer sociedade. Ao 
mesmo tempo, admite que o sistema penal e a pena são “fatos de poder”, 
ou seja, instituições sociais efetivamente existentes e que não podem ser 
negadas. Importante, então, a existência de um direito penal mínimo e ga-
rantista, capaz de reduzir, assinalar os limites e, em alguns casos, cancelar o 
poder punitivo. A pena, apesar de ser um fato de poder, não é legítima, seja 
moralmente, seja juridicamente, pois os fins declarados da pena (prevenção, 
ressocialização) não são atingidos. Assim, a função dos penalistas e do direito 
penal seria a de reduzir a própria violência do sistema punitivo.
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Tanto o abolicionismo como o minimalismo penal são linhas de política criminal 
que se inserem dentro do marco da chamada criminologia crítica, que será detalha-
da nas próximas aulas. De momento, vale adiantar que a criminologia crítica rompe 
com os postulados de criminologia do consenso e acredita que o problema criminal 
é insolúvel dentro de uma sociedade capitalista.
Direito Penal Máximo
Também conhecida por eficientismo penal ou neorretribucionismo, defende que 
o direito penal é um instrumento eficaz para combater o crime. Essa corrente de 
política criminal se baseia na falência dos Estados de bem-estar social (Welfare 
state). Percebeu-se que no Estado assistencial, que garante padrões mínimos de 
educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos, não 
apenas o crime não havia sido erradicado como, em realidade, ele havia aumenta-
do. Muitos criminólogos passaram, já na década de 1970, a propugnar uma substi-
tuição do direito penal garantista por uma linha penal de mão dura.
Nesse contexto, se insere, por exemplo, a guerra às drogas formulada pelo go-
verno dos Estados Unidos da América (EUA). Com a chegada ao poder de Ronald 
Reagan nos EUA e de Margaret Thatcher no Reino Unido as ideologias conservado-
ras de matriz nacionalista e religiosa ganhariam impulsos e seriam exportadas para 
outras partes do globo, permanecendo até os nossos dias.
Essa linha de política criminal pretende acabar com o domínio de especialistas 
brandos com os delinquentes. Devem ser abandonas grandes teorizações para que 
se promova uma volta ao básico, ou uma criminologia da vida cotidiana.
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Destacarei doisautores nessa linha político-criminal e darei enfoque aos temas 
policiais, por razões óbvias, para a sua prova:
• James Q. Wilson, dos Estados Unidos, de matiz conservador, em sua obra 
Pensando sobre o delito, de 1975, defendeu o que se chamou de realismo de 
direita ou realismo criminológico. Para ele, as possibilidades de uma pessoa 
ser detida e severamente castigada haviam diminuído no país e era neces-
sário impor penas duras aos reincidentes, defendendo até mesmo a pena de 
morte. Wilson se tornou assessor de Ronald Reagan e propugnou a implan-
tação da teoria das janelas quebradas: era necessário punir mesmo as me-
nores incivilidades, já que elas seriam apenas o símbolo de uma deterioração 
maior. Em artigo publicado em 1982, James Wilson e George Kelling usaram a 
teoria das janelas quebradas para defender uma maior proximidade entre cida-
dão e policial. Explicavam que após uma experiência de cinco anos de patrulha-
mento a pé em Newark, era possível concluir que esse tipo de policiamento não 
auxiliava na redução das taxas de criminalidade. No entanto, os moradores dos 
bairros patrulhados a pé tiveram a insegurança reduzida, acreditavam que as 
taxas de crime haviam caído e tinham opinião mais favorável sobre o trabalho 
dos policiais, em comparação com moradores de outras áreas. Os policiais que 
faziam a ronda a pé, por sua vez, apresentavam maior satisfação com o trabalho 
e uma atitude mais positiva com os cidadãos se comparados com seus colegas 
em viaturas. A vizinhança estava se sentindo mais segura, não obstante as taxas 
da criminalidade tivessem se mantido, pois o que assusta as pessoas nos locais 
públicos não é apenas o risco de um crime violento, mas também o medo de ser 
incomodado por pessoas desordeiras: pedintes, bêbados, adolescentes arruacei-
ros, prostitutas, pessoas vagando ou com problemas mentais. A patrulha a pé 
conseguiu elevar o nível de ordem pública nessas vizinhanças. Desordem e crime 
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estão intimamente relacionados. Segundo Wilson e Kelling, psicólogos sociais e 
policiais concordam que se uma janela em um edifício se quebra e não é con-
sertada, transmite-se a mensagem de que ninguém se importa, de modo que as 
demais janelas podem e serão igualmente quebradas, até mesmo porque sem-
pre foi divertido quebrar vidros. E quando uma área se degrada – isto é, quando 
casas são abandonadas, o mato cresce, o lixo se acumula, uma janela é estilha-
çada, famílias se mudam, adultos sem vínculos passam a viver ali, as crianças 
deixam de ser repreendidas com frequência por seus pais, os adolescentes se 
reúnem livremente e sem limites, brigas acontecem, bêbados vagam pelas ruas, 
pedintes se aproximam dos pedestres –, a região se torna vulnerável de invasão 
pela criminalidade. É simplesmente mais fácil que crimes aconteçam ali do que 
em bairros onde o controle social informal ainda impera. Com medo, as pessoas 
evitam umas às outras, diminuindo ainda mais o controle informal. A polícia é 
chamada, e ainda que efetue alguma prisão, não acaba com a desordem e aca-
ba ganhando uma imagem de pouco efetiva. Wilson e Kelling defendem, então, 
que a polícia deve ser empregada para manutenção da ordem, lembrando, aliás, 
que tradicionalmente essa era a função dos primeiros corpos policiais da história. 
Os primeiros policiais combatiam o fogo, animais selvagens e comportamentos 
desrespeitosos. A resolução de crimes é uma atribuição relativamente recente na 
história do policiamento, não obstante a primazia que possui atualmente entre as 
tarefas policiais. Colocada a ênfase na função de combate à criminalidade, a liga-
ção entre manutenção da ordem e prevenção do crime, tão óbvia para gerações 
passadas, foi esquecida. Em 1994, quando Rudolph Giuliani foi eleito prefeito de 
Nova Iorque e instalou a política policial de “tolerância zero”, seguia aquilo que 
fora propugnado por Wilson. 
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• Ernest van den Haag, holandês radicado nos Estados Unidos, na obra Castigan-
do os delinquentes, de 1975, defendia a ordem como valor supremo. Para ele, 
haveriam três classes de pessoas: as más, as inocentes e as calculistas. As más 
deveriam ser separadas das boas. As inocentes, protegidas. E às calculistas, que 
seriam a maioria, deveria ser direcionada uma série de leis que os demonstrasse 
que, por um cálculo de custo-benefício, cometer o crime não valia a pena. Essa 
teoria é denominada teoria da lei e da ordem e é invocada para embasar políticas 
criminais punitivistas ainda na atualidade. Van den Haag é relembrado como um 
grande defensor da pena de morte.
• Günther Jakobs é defensor do chamado Direito Penal do Inimigo, teoria surgida 
em 1985. A ideia central de Jakobs reside na distinção entre cidadãos e inimigos. 
O cidadão é aquele indivíduo que, quando autor de um fato delitivo, danifica a 
vigência da norma, sem deixar, no entanto, de oferecer garantia de que se con-
duzirá, em linhas gerais, como cidadão. Para ele temos a pena, que consiste na 
compensação do dano à vigência da norma. O inimigo, por sua vez, é aquele que 
se afasta de maneira duradoura e decidida do Direito. É um indivíduo que não 
admite ser obrigado a entrar em um estado de cidadania e que não pode, por-
tanto, participar dos benefícios do conceito de pessoa. Aqui não há que se falar 
em pena, mas em eliminação de perigo. O Estado não deve tratar o inimigo como 
pessoa, já que isso vulneraria o direito à segurança das demais pessoas. O inimi-
go pode ser interceptado no estado prévio à lesão de um bem, pois é combatido 
por sua periculosidade. Assim, para manter o direito penal do cidadão vinculado 
à noção de Estado de Direito, é necessário “chamar de outra forma aquilo que 
tem que ser feito contra os terroristas, se não se quer sucumbir, isto é, deveria 
chamar Direito penal do inimigo, guerra contida”.6 Esta clara delimitação do Direi-
to penal do inimigo é menos perigosa, segundo o autor, do que entrelaçar todo o 
direito penal com fragmentos de regulações próprias do Direito penal do inimigo.
6 Jakobs, G. Direito Penal do Inimigo: noções e críticas. 2ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 37.
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• Jakobs, num movimento de relativização de conceitos, chama a atenção para 
o fato de que, na maioria dos casos, os inimigos não são inimigos totais, mas 
sim parciais, e explica que ainda que seja difícil detectar quem são os inimi-
gos, essa não é uma tarefa impossível. Afinal, aqueles indivíduos que con-
vertem a si próprios em parte de uma estrutura criminosa solidificada diluem 
e acabam transformando em ilusão a esperançade que voltem a levar uma 
vida “normal”. Quem quer ser considerada pessoa deve fazer a sua parte, 
garantindo fidelidade ao ordenamento. O autor assume que suas afirmações 
não são politicamente corretas, mas diz que o Direito penal do inimigo é, sim, 
Direito, rebatendo algumas críticas que lhe são feitas.
• Ele aborda a temática da punição de atos preparatórios, das extensas penas 
privativas de liberdade, da prisão preventiva, da interceptação telefônica, dos 
agentes infiltrados, da incomunicabilidade entre presos e seus defensores, 
apenas para citar alguns exemplos de regulação típica de Direito penal do 
inimigo. Com isso, chama atenção para a existência dessas regras de Direito 
penal do inimigo em todos os ordenamentos jurídicos da atualidade e explica 
que é extremamente importante ter consciência da problemática para que 
seja estabelecida uma separação mais ou menos nítida entre o imprescindível 
Direito penal do inimigo e o Direito penal do cidadão.
• Grande parte dos criminólogos condenam a previsão de um Direito penal do 
inimigo, defendendo que para vivermos em um Estado Democrático de Direi-
to não é possível considerar ninguém como inimigo. A realização da atividade 
de polícia judiciária sob o prisma de que o crime é um fenômeno normal, ine-
rente à convivência em sociedade, é importante para que os policiais mudem 
a visão de agência policial-penal ainda impregnada pelas correntes biologi-
cistas do criminoso por tendência, do criminoso nato, dos traços em raças 
propensas ao crime, da condição de pobreza etc7.
7 HOTT, Júlio Lopes. A polícia judiciária e o combate à criminalidade. Revista Brasileira de Políticas Públicas, 
Brasília, v. 5, n. 1, jan.-jun. 2015.
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Mapa mental
Teorias do consenso: sociedade é uma estrutura relativamente estável de 
elementos, bem integrada e de que todo elemento em uma sociedade possui uma 
função, contribuindo para a manutenção do sistema. Crime é disfunção. 
Teorias do conflito: há força e coerção na sociedade. Negação dos princípios 
do interesse social e do delito natural. A sociedade não é hegemônica. Os agentes 
do controle social e outros grupos poderosos podem impor definições de desvio que 
atendem a seus objetivos. 
Postulados da Teoria do Conflito
• A ordem social da sociedade industrializada não tem por base o consenso, 
mas sim o conflito;
• O conflito não é patológico, senão a expressão da própria estrutura e dinâmi-
ca da mudança social; 
• Os interesses protegidos pelo direito penal não são interesses comuns a todos 
os cidadãos; 
• O Direito representa os valores e interesses das classes ou setores sociais 
dominantes; 
• O crime é uma reação à desigual e injusta distribuição de poder e riqueza na 
sociedade;
• A criminalidade é uma realidade social criada por meio do processo de crimi-
nalização;
• A criminalidade e o direito penal têm, sempre, natureza política. 
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Subdivisões 
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Tendências político-criminais 
Criminologia e política criminal
Política criminal é uma disciplina que está, a todo tempo avaliando se o direito 
penal está cumprindo seus objetivos, sejam eles de proteção do bem jurídico, de 
prevenção ou de repressão. A política criminal recebe as contribuições da crimino-
logia, seja sobre o crime, o criminoso, a vítima ou as instâncias de controle social, 
e, em seguida, oferece aos governantes opções concretas para bem equacionar o 
fenômeno. 
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Efeito de funil ou mortalidades dos casos criminais 
CIFRAS DA CRIMINOLOGIA
Cifra negra: crimes que não chegam ao conhecimento dos operadores da justiça criminal.
Cifra dourada: delitos cometidos pelos poderosos que ficam impunes.
Cifra cinza: crimes que são de conhecimento das instâncias policiais, porém, não chegam a virar 
um processo penal. 
Cifra amarela: casos em que as vítimas sofreram algum tipo de violência praticada por servidor 
público e deixaram, por temor, de denunciar o ilícito às unidades competentes pela apuração.
Cifra verde: delitos que têm como vítima o meio ambiente e que não chegam ao conhecimento 
policial ou não são processados porque é impossível tentar descobrir a autoria.
Cifra rosa: crimes de caráter homofóbico que não chegam ao conhecimento das autoridades.
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Modelos de política criminal 
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QUESTÕES DE CONCURSO
1. (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Sobre as escolas criminológicas, é 
correto afirmar:
a) A Escola de Chicago fomentou a utilização de métodos de pesquisa que propi-
ciou o conhecimento da realidade da cidade antes de se estabelecer a política cri-
minal adequada para intervenção estatal.
b) A teoria da rotulação social busca compreender as causas da criminalidade por 
meio do processo de aprendizagem das condutas desviantes.
c) O positivismo criminológico desenvolveu a ideia de criminoso nato, aplicável 
contemporaneamente apenas aos inimputáveis.
d) O abolicionismo penal de Louk Hulsman defende o fim da pena de prisão e um 
direito penal baseado em penas restritivas de direito e multa.
e) A teoria da subcultura delinquente foi o primeiro conjunto teórico a empreender 
uma explicação generalizadora da criminalidade.
2. (FUMARC/PC-MG/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) “Por debaixo do problema da 
legitimidadedo sistema de valores recebido pelo sistema penal como critério de 
orientação para o comportamento socialmente adequado e, portanto, de discrimi-
nação entre conformidade e desvio, aparece como determinante o problema da 
definição do delito, com as implicações político-sociais que revela, quando este pro-
blema não seja tomado por dado, mas venha tematizado como centro de uma teo-
ria da criminalidade. Foi isto o que aconteceu com as teorias da ‘reação social’, ou 
labbeling approach, hoje no centro da discussão no âmbito da sociologia criminal.” 
BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. Introdução à sociologia do 
Direito Penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan: Instituto Carioca de Criminologia. p. 86. (Coleção 
Pensamento Criminológico)
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Com base no excerto acima, referente ao paradigma do labbeling approach, analise 
as asserções a seguir:
I – O labbeling approach tem se ocupado em analisar, especialmente, as reações 
das instâncias oficiais de controle social, ou seja, tem estudado o efeito es-
tigmatizante da atividade da polícia, dos órgãos de acusação pública e dos 
juízes.
PORQUE
II – Não se pode compreender a criminalidade se não se estuda a ação do siste-
ma penal, pois o status social de delinquente pressupõe o efeito da atividade 
das instâncias oficiais de controle social da delinquência.
Está CORRETO o que se afirma em: 
a) I e II são proposições falsas.
b) I e II são proposições verdadeiras e II é uma justificativa correta da I.
c) I é uma proposição falsa e II é uma proposição verdadeira. 
d) I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição falsa.
3. (FCC/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Sobre a política criminal e penitenciá-
ria brasileira nas últimas duas décadas,
a) medidas de combate à corrupção têm mudado significativamente o perfil da po-
pulação prisional brasileira, reduzindo a seletividade do sistema penal.
b) a política de construção de presídios tem se mostrado ineficiente na redução da 
superlotação prisional.
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c) a implementação de medidas descarcerizadoras resultou em sensível redução 
da criminalidade e na melhora dos presídios.
d) a utilização da justiça restaurativa na solução de conflitos penitenciários aumen-
tou o poder das facções prisionais.
e) o encarceramento feminino cresceu em virtude da falta de investimentos em 
presídios que considerem a questão de gênero.
4. (CESPE/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL/2015) Em relação aos pre-
ceitos da criminologia contemporânea e a aspectos relevantes sobre a justiça cri-
minal, o sistema penal e a estrutura social, julgue o item que se segue.
Na criminologia contemporânea, não se consideram os protagonistas do crime – 
vítima, infrator e comunidade – nem o desenvolvimento de técnicas de intervenção 
e controle, pois essas matérias devem ser objeto de políticas públicas de segurança 
pública e não da ciência criminológica.
5. (VUNESP/PC-SP/MÉDICO LEGISTA/2014) A autonomia da Criminologia frente ao 
Direito Penal
a) é almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada pelos estudiosos do se-
gundo.
b) não se concretiza, uma vez que a primeira não é considerada ciência, ao con-
trário do segundo.
c) comprova-se, por exemplo, pelo caráter crítico que a primeira desenvolve em 
relação ao segundo.
d) não se vislumbra na prática, uma vez que todos os conceitos da primeira são 
emprestados do segundo.
e) não se efetiva, uma vez que ambos têm o mesmo objeto e são concretizados 
pelo mesmo método de estudo, qual seja, o empírico.
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6. (VUNESP/PC-SP/DESENHISTA TÉCNICO/2014) As teorias macrossociológicas 
que influenciaram o pensamento criminológico moderno são as teorias:
a) clássica e contemporânea.
b) de consenso e de conflito.
c) positiva e refletiva.
d) negativa e refletiva.
e) social e comportamental.
7. (FCC/DPE/DEFENSOR PÚBLICO/2013)
A escola/doutrina descrita pelo autor é
a) funcionalismo penal.
b) abolicionismo penal.
c) “tolerância zero”.
d) Escola de Chicago.
e) associação diferencial.
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8. (VUNESP/PC-SP/PERITO CRIMINAL/2013) Assinale a alternativa correta.
a) A Teoria do Controle postula que o crime ocorre como resultado de um equilíbrio 
entre os impulsos em direção à atividade criminosa e os controles éticos ou morais 
que a detêm. Interessa-se principalmente pelas motivações que os indivíduos pos-
suem para executar os crimes.
b) A Escola de Buffalo é o berço da moderna Sociologia americana.
c) A moderna Sociologia Criminal contempla o fato delitivo invariavelmente como 
“fenômeno natural” e pretende explicá-lo em função de um determinado marco 
jurídico.
d) A Teoria Estrutural-Funcionalista explica o efeito criminógeno das grandes ci-
dades, valendo-se dos conceitos de desorganização e contágio inerentes aos mo-
dernos núcleos urbanos e, sobretudo, invocando o debilitamento do controle social 
nestes núcleos.
e) Teorias do Conflito, tradição na Sociologia Criminal norte-americana, pressu-
põem a existência, na sociedade, de uma pluralidade de grupos e subgrupos que, 
eventualmente, apresentam discrepâncias em suas pautas valorativas.
9. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2014) A teoria do neorretribucionismo, 
com origem nos Estados Unidos, também conhecida por “lei e ordem” ou “tolerân-
cia zero”, é decorrente da teoria.
a) “positiva”
b) “janelas quebradas”
c) “clássica”
d) “cidade limpa”
e) “diferencial”.
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10. (PC-SP/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2010) O movimento “Lei e Ordem” e a 
teoria das “janelas quebradas” (“broken windows”) defendem que pequenas infra-
ções, quando toleradas, podem levar à prática de delitos mais graves. 
O texto acima se refere à:
a) Criminologia Radical.
b) Defesa Social.c) Tolerância Zero.
d) Escola Retribucionista.
e) Lei de Saturação Criminal.
11. (FCC/DPE-SP/CIENTISTA SOCIAL/2015) Considere o seguinte excerto:
... inclinou-se a polemizar com as teorias de Parsons e de Marx. No que concerne 
ao sociólogo americano, seus escritos cuidaram de contestar os fundamentos que 
regem a teoria parsoniana do consenso social (...) acolhe as concepções de Marx 
quanto à natureza do conflito de classes na sociedade industrial de seu tempo, isto 
é, os conflitos predominantes no século XIX. No entanto, discorda que o modelo 
marxista seja aplicável à sociedade contemporânea.
(ADORNO, Sérgio. Conflitualidade e Violência: reflexões sobre a anomia na contemporaneidade. 
Tempo Social, São Paulo, v. 10, n. 1, 1998, p. 20)
A partir do excerto acima, o autor em questão é: 
a) Ralf Dahrendorf. 
b) Robert Merton. 
c) Erving Goffman.
d) Norbert Elias. 
e) Jürgen Habermas.
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12. (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2014) Do ponto de vista crimino-
lógico, a conduta dos membros de facções criminosas, das gangues urbanas e das 
tribos de pichadores são exemplos da teoria sociológica da(o):
a) abolicionismo penal
b) subcultura delinquente.
c) identidade pessoal.
d) minimalismo penal.
e) predisposição nata à criminalidade
13. (VUNESP/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO/2014/ADAPTADA) Considerando a teo-
ria do crime, julgue o item.
O abolicionismo, ou minimalismo penal, propõe a eliminação total da pena de pri-
são como mecanismo de controle social e sua substituição por outro mecanismo de 
controle.
14. (VUNESP/PC-SP/ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL/2014) Entende-se 
por cifras negras
a) as ocorrências criminais não registradas nos órgãos policiais responsáveis, em 
prejuízo do interesse da sociedade.
b) somente os delitos praticados pelos criminosos de colarinho branco, em prejuízo 
da coletividade.
c) os crimes hediondos praticados com violência ou grave ameaça.
d) os crimes de menor potencial ofensivo praticados sem violência ou grave ameaça.
e) apenas os crimes praticados por policiais, que não são apurados, por temor de 
represália.
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15. (VUNESP/PC-SP/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Os “crimes de colarinho branco” 
são delitos conhecidos na Criminologia por
a) crimes contra a dignidade social.
b) crimes de menor potencial ofensivo.
c) cifras cinza.
d) cifras amarelas.
e) cifras douradas.
16. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) Analise os enunciados das 
questões abaixo e assinale “Certo” – (C) Ou “Errado” – (E).
O minimalismo, enquanto movimento crítico ao sistema de justiça penal, foi conce-
bido com a proposta de supressão integral do sistema penal por outras instâncias 
de controle social. Em sentido oposto, revelou-se o movimento “Lei e Ordem”, que 
reconhecia no direito penal máximo o instrumento primordial à resolução dos pro-
blemas que afligem a sociedade. 
17. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) Analise os enunciados das 
questões abaixo e assinale “Certo” – (C) Ou “Errado” – (E).
Em sua obra “O Novo em Direito e Política”, José Alcebíades de Oliveira Júnior cita 
interessante trecho da doutrina de Luigi Ferrajoli: “a sujeição do juiz à lei já não é 
de fato, como no velho paradigma juspositivista, sujeição à letra da lei, qualquer 
que seja o seu significado, mas sim sujeição à lei somente enquanto válida, ou 
seja, coerente com a Constituição”. A interpretação da frase em destaque nos re-
mete ao conteúdo do modelo garantista.
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18. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012/ADAPTADA) Analise os enun-
ciados das questões abaixo e assinale “Certo” – (C) Ou “Errado” – (E).
EUGENIO RAÚL ZAFFARONI pauta o seu pensamento abolicionista no entendimento 
de que o sistema penal caracteriza-se por sua inutilidade e incapacidade de reso-
lução dos problemas para os quais se propõe solucionar. Defende a tese de que o 
sistema penal poderia ser substituído por outras formas alternativas de controle 
social, como, por exemplo, a reparação e a conciliação.
19. (CESPE/PC-MA/DELEGADO/2018/ADAPTADA) Acerca do direito penal e do po-
der punitivo, julgue o item.
No direito penal do inimigo, a sanção penal é aplicada com extremo rigor e objetiva 
punir o inimigo de modo exemplar por atos cometidos, sem, contudo, relativizar ou 
suprimir garantias processuais.
20. (CESPE/PC-MA/DELEGADO/2018/ADAPTADA) Acerca do direito penal e do po-
der punitivo, julgue o item.
O garantismo penal impede a intervenção punitiva do Estado, o qual deverá exercer 
função exclusivamente preventiva e garantidora das liberdades individuais.
21. (VUNESP/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO/2014/ADAPTADA) Considerando a teo-
ria do crime, julgue o item.
Idealizado por Günter Jakobs, o direito penal do inimigo é considerado um direito 
penal de terceira velocidade, por utilizar a pena privativa de liberdade, mas, tam-
bém, permitir a flexibilização de garantias materiais e processuais de todos inte-
grantes da sociedade, podendo, inclusive, ser observado no direito brasileiro alguns 
institutos da lei que trata dos crimes hediondos.
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22. (INÉDITA) Nils Christie se insere como abolicionista, tendo se debruçado espe-
cialmente sobre a questão da dor causada pela pena. 
23. (INÉDITA) Para as teorias do consenso, os agentes do controle social e outros 
grupos poderosos podem impor definições de desvio que atendem a seus objetivos. 
24. (INÉDITA) O modelo tripartido da ciência conjunta do Direito penal de Franz 
Von Liszt é corolário do direito penal do inimigo. 
25. (INÉDITA) As cifras amarelas dizem respeito às situações em que as vítimas 
sofreram algum tipo de violência praticada por servidor público e deixaram, por 
temor, de denunciar o ilícito às unidades competentes pela apuração.
26. (INÉDITA) Para as correntes conflituais da criminologia, o crime tem natureza 
política.
27. (INÉDITA) Jakobs, Baratta e Zaffaroni se inserem na linha do direito penal má-
ximo.
28. (INÉDITA)Taylor, Walton e Young defendem a neutralidade do direito.
29. (INÉDITA) O abolicionismo de Hulsman é considerado moderado, pois ele de-
fende apenas a extinção da pena de prisão, e não do sistema penal.
30. (INÉDITA) Johan Sellin defende

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