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ROCHAS ÍGNEAS I INTRODUÇÃO A parte sólida da terra, que é acessível às nossas observações, é denominada Crosta Terrestre. Esta é constituída por massas grandes e pequenas, distintas entre si, mas que se reduzem a um número limitado de tipos que são conhecidos como rochas. Uma rocha pode ser constituída por um único mineral – monominerálicas: calcário, por exemplo, ou vários minerais – poliminerálicas: granito, sendo o último o mais comum. Existem, todavia, rochas que fogem aos exemplos acima porquanto são constituídas de material vítreo, amorfo e de composição variada, que resultam de um rápido resfriamento – lavas vulcânicas. Outra exceção é fornecida pelas rochas de natureza biológica, como o carvão, que tem composição orgânica. Rocha, portanto, pode ser definida como sendo um agregado natural de minerais, material vítreo ou orgânico, que forma uma parte essencial da Crosta Terrestre, e tem características químicas e mineralógicas específicas, distintas dos agregados mineralógicos adjacentes. Minerais ainda não consolidados, tais como argila, areia e cascalho, são melhor designados de sedimentos1 ou de solo2. Os solos são sempre rasos e formam um manto que recobre as rochas da Crosta Terrestre, originados pela alteração superficial das rochas do substrato. O conhecimento dos solos tem importância especial para a agricultura, sendo estudado através da pedologia e edafologia. II CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS Petrologia é o estudo geral das rochas, envolvendo a sua constituição, modo de ocorrência, distribuição e origem. Petrografia é a parte que se ocupa do estudo descritivo dos tipos de rocha. Na petrografia são utilizados métodos macro e microscópicos. Petrogênese é a parte da petrologia que se ocupa da origem das rochas. De acordo com a sua origem ou gênese, as rochas podem ser classificadas em 3 grandes grupos: Rochas Ígneas ou Magmáticas, Rochas Sedimentares e Rochas Metamórficas. As rochas de origem ígnea constituem cerca de 95% do volume total da 1 se já sofreram algum tipo de transporte pelo vento, água, gelo, etc... 2 se ainda não sofreram transporte. Crosta3, enquanto que as rochas sedimentares, apesar de contribuírem com 5% do volume, cobrem 75% da superfície terrestre. As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta cheio de dinâmica – variações de temperatura e pressão, abalos sísmicos e movimentos tectônicos. Da mesma forma, as atividades de intemperismo causam constantes alterações sobre as rochas expostas. As rochas superficiais da Terra sofrem constante intemperismo, e lentamente reduzem-se em fragmentos, incluindo tanto os detritos sólidos da rocha original como os novos minerais formados durante o intemperismo. Os agentes de transporte redistribuem o material fragmentado sobre a superfície, depositando-o como sedimentos, que se transformam em rochas sedimentares. Estas, por aumento de pressão e temperatura geram as rochas metamórficas. Aumentando a pressão e a temperatura até determinado ponto, ocorrerá fusão parcial e novamente a possibilidade de formação de rocha ígnea, dando-se início a um novo ciclo. Ciclo da Rochas Foto 1 – Esquematização do ciclo da rochas. 3 Mas ocupam apenas 25% da sua superfície. Ocorrência das Rochas na Litosfera Foto 2 – Gráficos para demonstração de Volume e Área. III CONCEITO DE MAGMA Magma é uma massa fundida, ou semi-fundida, que se origina no interior da Crosta Terrestre, constituído por uma solução de silicatos, mantido líquido por uma temperatura extremamente elevada – milhares de °C. O magma contém geralmente um alto teor de vapor d’água e outros gases, além de alguns cristais já solidificados. Esta heterogeneidade de estados físicos se deve aos diferentes pontos de fusão dos constituintes magmáticos. fase gasosa: vapor d’água, HCl, HF, H2SO4, etc; fase sólida: minerais formados à grandes profundidades – intratelúricos. Os magmas apresentam composições diferentes dependendo da sua localização no interior da Terra, de sua origem, e geram pela sua solidificação um conjunto de rochas com composições similares, complementares ou interligados. A composição dos magmas irá refletir, obviamente, na composição mineral das rochas deles provenientes. A teoria da Cristalização Fracionada do Magma nos diz que um único tipo de magma, através da diferenciação magmática, originaria as várias rochas. Se o resfriamento lento é interrompido – resfriamento rápido – haveria, por exemplo, zonações em plagioclásios. Estágios de consolidação do magma: 1. Magmático ou Ortomagmático (1200–1700C): formam-se os principais minerais, cristalizando toda parte não volátil4; 4 Sobram líquidos e voláteis. 95% 5% Relação segundo Volume Rochas Ígneas Rochas Sedimentares 25% 75% Relação segundo a Área 2. Pegmatítico e Pneumatolítico (600–500C e 500–400C): o vapor a alta temperatura tem o poder de dissolução muito grande. Pegmatítico: fases carregam consigo fragmentos de rocha e dissolve outras substâncias que penetram em fraturas, etc. Pneumatolítico: fluídos e gases, reagem com a rocha, formado no estado ortomagmático5. 3. Hidrotermal (400–100C): sobra a parte mais solúvel do magma, precipitando ao longo de fraturas, formação de quartzo. 4. Sulfatada (<100C): sobram gases sulfatados, formando sulfetos e sulfatos. IV CONCEITO DE ROCHA ÍGNEA Rochas ígneas são aquelas produzidas pelo resfriamento e solidificação do magma. A palavra ígnea significa que a fluidez do magma é devido a alta temperatura. As rochas ígneas são também consideradas como sendo primárias, pelo fato de se originarem por resfriamento e consolidação de um magma, podendo posteriormente derivar em rochas sedimentares e metamórficas. É comum no vulcão em atividade o extravasamento do magma, que recebe o nome de lava ao atingir a superfície terrestre. Entretanto, nem sempre o magma atinge a superfície, esfriando-se em profundidade e transformando-se em rocha. A diferença entre o magma e a lava está em que a última é desprovida dos constituintes voláteis, os quais se perdem na atmosfera. A grosso modo, magmas cristalizados a grandes profundidades solidificam-se lentamente formando cristais bem desenvolvidos, enquanto os extrudidos na superfície originam rochas de granulação fina ou mesmo vítrea sem cristais desenvolvidos. Fundamentalmente as rochas ígneas se caracterizam por: 1. Ausência de fósseis: é insuficiente para provar que a rocha é ígnea, mas ajuda. Essa ausência é motivada pelas elevadas temperaturas a que estão submetidas às rochas ígneas, temperaturas estas capazes de carbonizarem qualquer matéria orgânica presente; 2. Composição: a presença de vidro indica sempre uma rocha de origem ígnea. A abundância de feldspato, desde que não ocorram estruturas tipicamente sedimentares ou metamórficas, pode ser considerada diagnóstica; 3. Textura: é o conjunto de caracteres que resultam do grau de cristalização, da forma, do tamanho e de maneira pela qual os cristais estão arranjados na rocha. É a 5 Reage também com a rocha encaixante. feição ou o aspecto da rocha. Um estudo completo da textura só pode ser feito ao microscópio; 4. Estrutura: é o conjunto de caracteres que se exprime descontinuidade ou variações na textura. V VULCANISMO É o conjunto de fenômenos que provocama saída de material magmático à superfície terrestre. Tipos de vulcanismo: 1. Vulcanismo de Fissura: é o tipo que propicia o extravasamento de material magmático na superfície através de amplas fraturas na Crosta Terrestre, denominados GEOCLASES. Este tipo de vulcanismo foi muito importante no passado geológico, superando de muito o vulcanismo de erupção central – Mesozóico. Atualmente só se verifica este tipo na Islândia – Mar do Norte. O maior derrame já estabelecido foi na Bacia do Paraná. Este último ocupou extensão de aproximadamente 1.200.000 Km², envolvendo espessuras consideráveis de rochas basálticas – básicas, que definem uma possibilidade de ordem econômica – Cretáceo. 2. Vulcanismo de Erupção Central: é aquele no qual a saída à superfície do material magmático se dá através de um conduto, com seção aproximadamente circular. Pode ocorrer fraturas em torno do vulcão devido a grandes explosões, inclusive atingindo a câmara magmática. Aparelho vulcânico Foto 3 – Aparelho Vulcânico Fonte http://www.cientic.com/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=199:vulcanologia &catid=20:diversidade-na-biosfera&Itemid=87 São produtos vulcânicos: Lavas: é material magmático que perde seus constituintes voláteis na superfície. Pode ser em blocos (aa), cordadas (pahoehoe) ou almofadadas (pillow lavas). Gases: é constituído pelos materiais voláteis. Os principais são H2 6, CO2, N2, S2, ou SO2. Materiais Piroclásticos ou Ejetóricos: fragmentos lançados de material rochoso o mais variado. Bombas ou blocos (>5 cm), lapili (2 mm<<5 cm), areia vulcânica (0,05 mm<<2 mm) e cinza vulcânica (<0.05 mm). 6 Vapor – 80-95% – sendo juvenil ou proveniente do magma, e água meteórica, vulcões inativos. Foto 4 – Tipos de lavas. Fonte http://www.volcano.si.edu/education/tpgallery.cfm?category=Lava%20Flows VI PLUTONISMO É o conjunto de fenômenos magmáticos que provocam a intrusão de massas ígneas no interior da Crosta Terrestre, segundo os tipos a seguir: 1 Plutões Concordantes: localizam-se paralelamente em relação à estratificação ou à xistosidade das rochas encaixantes. Sill: tem forma tabular e dimensões variáveis. Lacólito: tem forma lenticular – lente, com base plana e topo convexo. É dado pela consolidação de magmas muito viscosos. Lopólito: tem forma lenticular, convexo inferiormente e côncavo na sua parte superior. Foto 5 - Alguns tipos de estruturas de rochas ígneas plutônicas ou intrusivas. 2 Plutões Discordantes: independem da estrutura da rocha encaixante. Os corpos magmáticos cortam discordantemente a estratificação ou a xistosidade. Batólito: tem forma irregular, constituído de material ácido, que ocupa as raízes das regiões montanhosas, possuindo superfícies laterais delimitantes que divergem no sentido das regiões gradativamente mais profundas, não apresentando por isso terminação basal no sentido mais geral. Batólito > que 100 km² Stock: igual ao batólito, com exceção da respectiva envergadura – ou apófise. Stock até 100 km² Chaminé (Neck): tem forma aproximadamente cilíndrica, que corresponde a antigos condutos alimentadores de vulcões. Dique: tem forma tabular, e secciona a estrutura da rocha encaixante. Foto 6 – Aparelho Vulcânico Fonte http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/rochas/rochas-4.php Foto 7 – Dique e Sill em afloramento localizado no arquipélogo de Santorini. Fonte http://www.decadevolcano.net/photos/keywords/dikes.htm VII CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS São vários os critérios que se pode adotar para a classificação das rochas ígneas. Petrograficamente, podem ser classificadas de acordo com sua gênese, textura, composição química. VII.1 Quanto à gênese 1. Rochas Plutônicas: que se formam pela consolidação do magma em profundidade. O resfriamento ocorre de forma lenta, dando possibilidade dos cristais se desenvolverem sucessivamente, formando uma rocha com minerais de tamanhos aproximadamente semelhantes – equigranular. 2. Rochas Hipoabissais: que se formam pela consolidação do magma que não atingiu a superfície. O resfriamento rápido, não brusco, dá a rocha cristais de tamanho absoluto menor que nas plutônicas, enquanto que a granulação final da rocha será mais fina. 3. Rochas Extrusivas ou Vulcânicas: formadas pelo magma que atingiu a superfície. Ao atingir a superfície a lava se consolida rapidamente7 dando como resultado uma rocha com aspecto em que se observam cristais maiores, bem desenvolvidos e formados – fenocristais, imersos em uma massa vítrea ou de granulação fina que foi consolidada rapidamente. Em certos casos, dá-se o desprendimento de gases contidos na lava sob a forma de bolhas, que podem ser retidas com a consolidação 7 Brusca mudança de temperatura. resultando em um aspecto vesicular ou esponjoso. O exemplo típico é dado pela pedra-pome. Do que foi observado acima, as rochas ígneas apresentam diversos aspectos granulométricos que foram originados em função da diferença de local de cristalização das mesmas. A este aspecto granulométrico denominamos de textura da rocha. A textura é, pois, o elemento de identificação disponível para dizermos que uma rocha é plutônica, hipoabissal ou vulcânica. VII.2 Quanto à sua Textura As rochas sedimentares são geralmente estratificadas, isto é, revelam uma série de planos paralelos – estratos – que se separam uns dos outros por sua textura ou composição. A estrutura das rochas metamórficas geralmente é xistosa, isto é, revela também uma série de planos resultantes do paralelismo na orientação dos constituintes tabulares e prismáticos. Nas rochas ígneas, entretanto, não existem direções privilegiadas, seu aspecto é sempre o mesmo. Quando a rocha se apresenta com esse atributo – falta de orientação, e que é característico das rochas ígneas, dizemos que ela é maciça. Para fins macroscópicos dividiremos as rochas ígneas, de conformidade com sua textura em: Textura Fanerítica – caracteriza-se por cristais visíveis à vista desarmada e de tamanho aproximadamente uniforme. As rochas faneríticas podem ser plutônicas, hipoabissais ou, mais raramente vulcânicas. A textura típica das rochas plutônicas é a equigranular, com todos os cristais de tamanho similar. Os granitos são rochas plutônicas ácidas com textura tipicamente fanerítica equigranular. As rochas faneríticas, em que os cristais possuem tamanhos visivelmente diferentes, isto é, fenocristais maiores em meio a uma massa de granulação mais fina, são chamados inequigranulares ou porfiróides. Se a massa é fanerítica, denominam-se porfiríticas. Se a massa intersticial é afanítica, chama-se pórfiras. O importante é que essa feição indica uma cristalização mais precoce para os fenocristais que para o material intersticial, como é mais típico acontecer nas rochas hipoabissais. Textura Afanítica – própria das rochas nas quais não podemos distinguir cristais individualizados à vista desarmada. É necessário o uso do microscópio. Pela determinação de uma série de constantes óticas, pode-se reconhecer seus minerais e identificar a rocha. Textura Vítrea – quando a rocha é formada por vidro natural. Nessas rochas, através do microscópio verifica-se a existência de matéria homogênea e amorfa, semelhante ao vidro. Textura Vesicular – quando a rocha apresenta cavidades devido a bolhas de gás. As texturas afanítica, vítrea evesicular, são características das rochas vulcânicas subitamente solidificadas na superfície. Também típica da rocha vulcânica, mas não específica, é a textura de fluxo caracterizada pelo alinhamento subparalelo dos cristais. Foto 8 – onde: A) Textura fanerítica equigranular – granito, rochas plutônicas; B) Textura fanerítica inequigranular porfirítica – rochas hipoabissais; C) Textura fanerítica inequigranular pórfira – rochas vulcânicas; D) Textura amigdalóide – vesicular preenchida em rocha vulcânica. Foto 9 – Basalto Vesicular, Islândia. Fonte http://www.redes- cepalcala.org/ciencias1/geologia/islandia/geologia.islandia_cono.spatter.eldborg.htm VII.3 Quanto à composição química Rochas Ácidas – caracterizadas pela presença de quartzo e grande quantidade de feldspato. Possuem cores claras. Peso específico em torno de 2,7. Teor de sílica muito elevado (SiO2>65%). Ex.: Granito, Riolito Rochas Subácidas ou Neutras – são os tipos intermediários entre ácida e básica. Teor de sílica em torno de 60% e baixa porcentagem de quartzo (0 a 5%). Ex.: Sienito, Traquito, Diorito, Andesito. Rochas Básicas – geralmente não apresentam quartzo. São de cor escura. Ricas em silicatos ferromagnesianos. Cerca de 50% de SiO2 e peso específico em torno de 3,0. Ex.: Gabro, Basalto Rochas Ultrabásicas – contém menos de 45% de SiO2. A carência de sílica reflete a ausência de feldspatos. Presente somente silicatos ferromagnesianos. São muito escuras e pesadas. Ex.: Peridotito, Piroxenito VII.4 Minerais Máficos e Félsicos Minerais Máficos (Mg+Fe) – são os minerais escuros tais como micas, piroxênios, anfibólios, etc. Minerais Félsicos (feldspato+Sílica) – são os minerais claros tais como quartzo, feldspatos alcalinos, plagioclásios, etc. Pelo Bromofórmio: Félsicos (minerais leves) d < 2,83 Máficos (minerais pesados) d 2.83 Índice M – teor em máficos (%) Tabela 1 – Nomenclatura de acordo com o teor em máficos. Índice M (%) Rochas M < 35 Leucocráticas 35 M < 65 Mesocráticas 65 M < 90 Melanocráticas M 90 Ultramáficas VII.5 Quanto à sua Composição Mineralógica Classificação de Rochas Ígneas Plutônicas (modificado de Streckeisen,1976 e LeMaitre, 1989 in Hibbard,M.J. 1995) Quartzo Feldspato Alcalino Plagioclásio 1 2 3a 3b 3c 3d 3e 4a 4b 4c 4d 4e 85 60 20 5 5a 5b 5c 5d 5e 10 35 65 90 1 - Quartzolito (Silexito) 2 - Granitóide enriquecido emquartzo 3a - Feldspato alcalino granito 3b - Sienogranito 3c - Monzogranito 3d - Granodiorito 3e - Tonalito 4a - Feldspato alcalino quartzo sienito 4b - Quartzo sienito 4c - Quartzo monzonito 4d - Quartzo monzodiorito ou Quartzo monzogabro 4e - Monzodiorito ou Monzogabro 5a - Feldspato alcalino sienito 5b - Sienito 5c - Monzonito 5d - Quartzo diorito ou Quartzo gabro 5e - Diorito ou Gabro Foto 10 – Diagrama QAP ( Streckeisen) para classificação de rochas ígneas. VIII PRINCIPAIS ROCHAS ÍGNEAS Tabela 2 – Características de algumas das principais rochas ígneas. VIII.1 Rochas Plutônicas 1. Granito – é a rocha ígnea mais comum que se conhece. Contém Feldspatos, Quartzo e Mica como minerais importantes, ocorrendo Zirconita, Turmalina, Apatita, Rutilo, como minerais acessórios. Os granitos possuem textura fanerítica maciça. Entretanto o Ortoclásio pode constituir fenocristais, caso em que denominamos de granito porfirítico. Os fenocristais geralmente aparecem com o contorno cristalino bem nítido, podendo alcançar alguns centímetros de aresta. A densidade dos granitos vai de 2,7 a 2,75. Foto 11 - Granito 2. Sienitos – cor de cinza até branco, podendo mostrar tons azulados. Predomina o Feldspato Alcalino, contendo ainda Biotita, Anfibólio ou Piroxênio. É Leucocrático e equigranular, sendo a granulação entre milimétrica e centimétrica. Pode conter Nefelina. 3. Dioritos – são rochas compostas de Hornblenda e Feldspato, não sendo comum a Biotita. A Hornblenda é geralmente preta ou verde escura e, como é abundante nestas rochas, tem cor sempre mais escura do que os granitos. 4. Gabros – são rochas constituídas essencialmente por Plagioclásios e minerais ferromagnesianos em abundância. Os ferromagnesianos mais comuns são a Augita e a Hornblenda, que ocorrem juntos ou separados, freqüentemente com alguma biotita e, em certos casos, com Olivina mais ou menos abundante. A textura é granular, muito embora o alongamento dos feldspatos possa dar uma falsa impressão de textura porfirítica. Os Gabros podem ter grande importância econômica, pois os seus silicatos podem estar intimamente ligados ou misturados com óxidos de ferro ou com sulfetos, o que dá lugar a verdadeiras jazidas de minério de ferro ou de minerais sulfurados – Ni e Cu. É facilmente confundido com o Diabásio, que geralmente possui granulometria milimétrica e, com o gabro8. 8 milimétrica. 5. Peridotito – é uma rocha melanocrática, constituída essencialmente de Olivina, contendo freqüentemente magnetita. Textura granular, cor preta, às vezes esverdeada. VIII.2 Rochas Hipoabissais 1. Granito-Pórfiro, Sienito-Pórfiro e Diorito-Pórfiro – estas rochas possuem as composições mineralógicas de suas respectivas rochas plutônicas, porém de textura porfirítica9. Sua cor é cinza-rósea ou avermelhada – para os dois primeiros – e cinza escuro, às vezes esverdeada – diorito-pórfiro. 2. Diabásio – constitui-se essencialmente de Piroxênios e Plagioclásios cálcicos – labradorita. É o equivalente hipoabissal do basalto, de coloração preta ou esverdeada. Ocorre geralmente como diques, intrudindo ou cortando perpendicularmente as rochas preexistentes. III.3 Rochas Extrusivas ou Vulcânicas 1. Basaltos – estes incluem todas as lavas com 45 a 55% de sílica. São rochas ígneas afaníticas de cor muito escura: verde, cinza, negra com tonalidades arrochadas ou pretas. São totalmente opacos. Sua granulação pode ser apenas discernível com a lupa ou, ao contrário, totalmente indiscernível, caso em que a rocha tem um aspecto homogêneo e sem brilho. Foto 12 – Basalto 9 Massa granular fina com fenocristais. 2. Riolito – é o equivalente extrusivo do granito em composição química. Sua textura é porfirítica, podendo mostrar certo arranjo orientado como conseqüência do movimento da lava. 3. Obsidiana – vidro vulcânico acinzentado a preto de fratura conchoidal, brilho vítreo e translúcido nos cantos. Possui composição química similar ao Riolito. Ás vezes vesicular com bolhas bem individualizadas, passando a um tipo semelhante a uma espuma endurecida, tão grande é a quantidade de poros – Pedra-Pome. 4. Traquito e Fonolito – cor cinza ou esverdeada, leucocrática a mesocrático. Na massa fundamental afanítica cinzenta ou esverdeada havendo cristais prismáticos de Feldspatos e às vezes Biotita, Piroxênio ou Anfibólio. 5. Andesito – cinza escuro ou verde escuro, e mesocrático. Na matriz ocorrem fenocristais de Feldspato e Anfibólio ou Piroxênio. 6. Cinzas Vulcânicas – são materiais não coerentes, lançados pelos vulcões. As partículas de maior tamanho, lançadas pelos vulcões, podem soldar-se intimamente e estreitamente, constituindo uma brecha ou conglomerado vulcânico. IX UTILIDADES IX.1 Elementos Químicos Cu e Mo – as intrusões granítico-granodioríticas, são os principais depósitos de Cu pórfiro. Aparecem ao longo de fraturas em granitos, granodioritos até tonalitos. Também como sulfatos e sulfetos: Pirita, Calcopirita, Lazurita, Goethitae Malaquita. Sn – só em rochas ácidas, sendo bastante comum em graisen e pegmatitos, associado com Li, Be e W. Mo – disseminado ao longo de fraturas, preferencialmente em granitos. Au – aparece em apófises, nas zonas externas de corpos graníticos ou filões com Quartzo – hidrotermais. IX.2 Ocorrência por rochas Sienitos Nefelínicos – as variedades leucocráticas são fonte de Nefelina para a composição de cerâmicas. Por vezes, apresentam ocorrências importantes de Pirocloro, minerais de Colômbio e Tântalo. Dioritos – Au, Cu e Ni associados, como acessórios. Peridotitos e rochas relacionadas – Asbesto, Cromita, Magnesita, Ni, Pt e Diamante. Gabro – muito importante, normalmente c/Cromita, Pt, Zn, Magnetita, Ilmenita, Cu, Ni, Pirita, Calcopirita e Au. Basalto e Diabásio – eventualmente podem conter concentrações de Cu nativo e Mn (dendrites), ou aparecer na forma de sulfetos. Pt, Ag e Zn podem aparecer. Andesito – Cu em fraturas, sendo pós-magmático. Au pode aparecer, sendo discutível a sua origem. IX.3 Material para construção civil e ornamentação BIBLIOGRAFIA Ferreira, J. B. (1980). Dicionário de Geociências. Fundação Gorceix, Ouro Preto, MG. Hyndman, D. W. (1972). Petrology of Igneous and Metamorphic Rocks. Leinz, V. e Amaral, S. E. (1978). Geologia Geral. Companhia Editora Nacional, 7ª edição. Nery, G. G. et alli. (1986). Geologia para Engenheiros de exploração, perfuração e produção. PETROBRÁS, SEPES-DIVEN-SEN/BA, 3ª edição. The American Geological Institute (1984). Dictionary of Geological Terms. Robert L. Bates & Julia A. Jackson, Ed., 3ª edição. Turner, F. J. & Verhoogen, J. (1960). Igneous and Metamorphic Petrology. Wanderley, P. R. M. et al. (1984). Noções de Minerais e Rochas. Editora da Universidade Federal de Alagoas. Streckeisen (1976) e LeMaitre (1989) in Hibbard,M. J. (1995). Petrography to petrogenesis. Pub. Prentice-Hall Inc, New Jersey.
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