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AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia PARASITOLOGIA Aula 12: Taenia sp. e Hymenolepis sp. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Temas/objetivos desta aula 1. Biologia de Taenia e Hymenolepis; 2. Ciclo biológico dos parasitas; 3. Teníase e Cisticercose; 4. Patogenias de T. solium, T. saginata e H. nana; 5. Diagnóstico das doenças; 6. Controle das doenças. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Morfologia dos cestodas Não possuem os sistemas digestório, circulatório e respiratório; Corpo achatado, em forma de fita — o estróbilo — que é segmentado (os segmentos são as proglotes) e dotado de uma região anterior — o escólex, com órgãos de fixação; O escólex é uma pequena dilatação (1-2 milímetros), situada na extremidade mais delgada do helminto, com o qual o parasito se fixa no intestino do hospedeiro através de acúleos ou ventosas. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 64 56 55 5 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Morfologia dos cestodas O estróbilo compreende toda a parte do corpo que se segue ao escólex e à região de crescimento (colo) do parasito; Anéis ou proglotes crescem e se diferenciam à medida que se afastam do colo. Cada segmento possui um conjunto completo de órgãos reprodutores masculinos (amadurecem primeiro) e femininos HERMAFRODITA: Proglotes jovens: possuem apenas esboços dos órgãos reprodutores; Proglotes maduras: possuem órgãos reprodutores completamente formados (podem efetuar a cópula cruzada – entre proglotes) ; Proglotes grávidas: útero desenvolvido e repleto de ovos. As proglotes gravídicas desprendem-se do estróbilo – uma a uma ou em grupos e, como o colo continua em crescimento, o verme não diminui em tamanho. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Morfologia de adultos de Taenia sp. Taenia saginata: Escólex quadrangular com 4 ventosas. Não possui acúleos (espinhos); + de 1000 proglotes: 4-12 metros de comprimento; 40.000 a 80.000 ovos/proglote; Proglotes possuem movimentos ativos. Taenia solium: Escólex globoso com 4 ventosas e rostro com fileira de 25-50 acúleos (espinhos); 700-900 proglotes: 1,5-4 metros de comprimento; 30.000 a 50.000 ovos/proglote; Proglotes possuem movimentos passivos. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Morfologia de Taenia sp. A B C D Taenia saginata (A), escólex de T. saginata – 4 ventosas e sem acúleos (B) e escólex de T. solium – 4 ventosas e coroa de acúleos (C). Ovo de Taenia sp. (D). https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=42740968 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=51264784 (modificada) e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=28027154 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Ciclo biológico de Taenia sp. - Teníase Adulto no intestino delgado (jejuno) do homem; Larva cisticerco na musculatura do bovino ou suíno; Cada proglote grávida: ~30-50mil ovos; Paciente parasitado = 700 mil ovos contaminando o ambiente por dia; No animal: larva penetra na mucosa intestinal corrente sanguínea músculo (gordura e alguns órgãos também); Após 7-10 semanas no tecido do animal, a larva se torna infectante para o homem. Após um ano, todas as larvas já morreram e calcificaram no corpo do animal. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 17 03 22 5 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Teníase (Taenia sp.) – Patogenia Esses parasitos são conhecidos popularmente como “solitárias” porque os indivíduos com teníase em geral só apresentam um exemplar do helminto em seu intestino, normalmente por anos (25 a 30 anos!); São vermes grandes, medindo a T. saginata de 8 a 12 metros e a T. solium de 2 a 8 metros de comprimento; A doença é assintomática. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=776561 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Teníase (Taenia sp.) – Quadro clínico Primeiros sinais: 1) Expulsão ativa de proglotes (T. saginata) encontradas na cama ou na roupa íntima, fora das evacuações, em intervalos irregulares; 2) Dores abdominais; 3) Distúrbios da motricidade e das secreções digestivas. Outros sinais clínicos: 1) Dor epigástrica – “dor de fome” ou de úlcera duodenal; 2) Inapetência e perda de peso; 3) Aumento do apetite (menos frequente). https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=776561 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Teníase (Taenia sp.) – Quadro clínico Clinicamente, o parasitismo humano pelos vermes adultos de Taenia solium é menos evidente do que pela T. saginata, pois o estróbilo é menor e menos musculoso e suas proglotes menos ativas; E por saírem estas passivamente de mistura com as fezes, podem passar despercebidas pelo paciente. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =2 39 47 98 0 Proglotes de Taenia AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Teníase (Taenia sp.) – Quadro clínico A gravidade da Taenia solium está na possibilidade do homem tornar-se ocasionalmente o hospedeiro de sua forma larvária – o cisticerco – que determina os quadros clínicos da doença denominada CISTICERCOSE; Não há cisticercose humana atribuível à Taenia saginata. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Cisticercose (Taenia solium) – Ciclo biológico Quando o homem ingere os ovos da Taenia solium, após 2-3 dias, a oncosfera é liberada e ativada. Ela invade a mucosa intestinal e penetra na circulação, indo localizar-se em algum tecido do organismo. Ela se transforma então em CISTICERCO. VIAS DE INFECÇÃO: • Heteroinfecção; • Autoinfecção interna; • Autoinfecção externa. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =6 10 01 03 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Cisticercose (Taenia solium) – Patogenia MECÂNICA Deslocamento ou compressão dos tecidos em função do crescimento da larva Após ~ 6 meses INFLAMATÓRIA Infiltrado celular, encapsulamento, morte e calcificação após meses h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =6 10 01 03 DEPENDE: DA LOCALIZAÇÃO, DA DOSE, DO ESTADO GERAL DO PACIENTE AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Cisticercose (Taenia solium) – Quadro clínico NEUROCISTICERCOSE - cefaleia intensa (hipertensão craniana); náuseas e vômito, ataques epileptiformes; desordem mental, formas de delírio; prostração, alucinações, paralisia; OCULAR - deslocamento e perfuração da retina, reação inflamatória exudativa, opacificação do humor, perda parcial ou total da visão/olho; CARDÍACA - palpitação, ruídos anormais, dispneia; MUSCULAR - reação local, dor. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 07 09 93 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Diagnóstico da infecção por Taenia sp. TENÍASE: Exame de fezes Tamis – busca de proglotes; Fita gomada – busca de ovos; Concentração – Técnica de Blagg, sedimentação espontânea, entre outros. CISTICERCOSE: Exames de imagem Raio X; Ressonância. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 07 09 93 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Controle da infecção por Taenia sp. Esgotamento sanitário; Suínos não devem frequentar hortas; Atenção à irrigação de pomares e hortas com águas contaminadas com ovos do parasito; Hortas não devem ser fertilizadas com fezes humanas; Educação sanitária; Judeus e muçulmanos: não se alimentam de carne de porco ou carnes mal passadas – não se infectam por T. solium; Evitar consumo de carne mal passada; Diagnóstico e tratamento de indivíduos parasitados. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Morfologia de Hymenolepis nana ADULTOS: Mede 2 a 10 cm de comprimento; Hiperinfecções 2-3mm; O escólex possui uma coroa de pequenos acúleos no rostro (retrátil) e 4 ventosas; As numerosas proglotes (100 – 300) são mais largas do que longas, com o poro genital sempre do mesmo lado. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =4 33 55 13 9 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Morfologia de Hymenolepis nana OVOS: Quase esféricos, transparentes e incolores; Membrana externa delgada; Membrana interna envolvendo a oncosfera: dois mamelões claros em posições opostas, de onde partem filamentos longos. LARVAS CISTICERCOIDES: Presentes nas vilosidades intestinais do homem ou na cavidade geral dos hospedeiros intermediários (insetos). Confere imunidade protetora contra reinfecções. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =2 93 68 19 AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Ciclo biológico de Hymenolepis sp. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =2 9 3 6 8 2 8 e Ciclo monoxênico Ovos nas fezes ingestão (homem) eclosão no intestino delgado oncosferas nas vilosidades larvas cisticercoides adultos (20 DAI) Ciclo heteroxênico Ovos nas fezes ingestão (larvas de insetos) larvas cisticercoides (cavidade geral dos insetos adultos) ingestão (homem) larvas cisticercoides na mucosa intestinal adultos AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Ciclo biológico de Hymenolepis sp. – Hospedeiros intermediários Coleópteros (“carunchos” de cereais) e pulgas https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tenebrio_molitor_MHNT.jpg?uselang=pt-br https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Xenopsylla_cheopis_ZSM.jpg?uselang=pt-br AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Himenolepíase – Quadro clínico A infecção por H. nana está frequentemente associada a outras parasitoses – POLIPARASITISMO – e atinge principalmente crianças em idade pré-escolar e escolar (até 15 anos); Maioria ASSINTOMÁTICA desenvolvimento de autocura, no ciclo monoxênico; HIPERINFECÇÃO (principalmente em crianças — casos de retroperistaltismo ou má higiene + hábito de roer unhas): diarreia, perda de peso, dor abdominal, meteorismo, flatulência e, mais raramente, ataques epileptiformes, com perda de consciência e convulsões. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Himenolepíase – Diagnóstico Clínico; Exame de fezes: Concentração – Técnica de Blagg; Sedimentação espontânea. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Himenolepíase – Controle Exames de fezes periódicos; Tratamento precoce dos casos positivos; Atenção a instituições fechadas/semifechadas; Pacientes HIV+ e/ou usuários de drogas imunossupressoras; Higiene individual e ambiental; Uso de privadas ou fossas; Uso de aspirador de pó; Combate aos insetos de cereais (carunchos) e pulgas. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Saiba mais Assista ao vídeo produzido por um grupo da Universidade Federal do Rio de Janeiro de uma colonoscopia de paciente infectada por Taenia sp.. Observe a morfologia das proglotes. Link: https://www.youtube.com/watch?v=HRVNJzdG7tk No vídeo de um neurocirurgião (https://www.youtube.com/watch?v=809oZDHdGhA) é possível ver a cirurgia de retirada de um cisticerco do tecido cerebral. ATENÇÃO: CENAS FORTES. AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia Referências bibliográficas NEVES, David Pereira; MELO, Alan L. de; GENARO, Odair; LINARDI, Pedro M. Parasitologia Humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu. REY, Luís. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. As fontes das imagens estão referenciadas em cada slide e podem ser conferidas em https://commons.wikimedia.org/ AULA 12: TAENIA SP. E HYMENOLEPIS SP. Parasitologia VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Características morfológicas de Ascaris sp., Trichuris sp. e Enterobius sp.; Ciclo biológico e adoção de medidas profiláticas; Impacto das doenças causadas pelos helmintos em estudo. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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