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www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Processual Penal – Aula 11 Renato Brasileiro 1 NULIDADES 1. Tipicidade processual e nulidade. a. Tipicidade penal; b. Tipicidade processual; 2. Espécies de irregularidades. a. Irregularidades sem consequência para o proces- so: b. Irregularidades que acarretam sanções extrapro- cessuais: c. Irregularidades que podem acarretar a invalida- ção do ato processual: d. Irregularidades que acarretam a inexistência jurí- dica do ato processual: 3. ESPÉCIES DE ATOS PROCESSUAIS. a. Atos perfeitos: b. Atos meramente irregulares: Súmula n. 366 do STF: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resu- ma os fatos em que se baseia. c. Ato nulo: d. Atos inexistentes: Pontes de Miranda: “Defeito não é falta; O que falta, não foi feito; O que foi feito com defeito, tem que ser refeito, sem defeito; O que não foi feito, não existe, e pois não pode ter defeito, tem que ser feito”. 4. CONCEITO DE NULIDADE. Sanção aplicada ao ato processual defeituoso, pri- vando-o da aptidão de produzir seus efeitos regula- res. 5. Distinção entre nulidades absolutas e nulida- des relativas. Súmula 155 do STF: “é relativa a nulidade do pro- cesso criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha”. Súmula 273 do STJ: “intimada a defesa da expedi- ção da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado”. Súmula 523 do STF: “No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua defi- ciência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”. STF: “(...) Esta Corte vem assentando que a de- monstração de prejuízo, a teor do art. 563 do CPP, é essencial à alegação de nulidade, seja ela relativa ou absoluta, eis que “(...) o âmbito normativo do dogma fundamental da disciplina das nulidades pas de nullité sans grief compreende as nulidades abso- lutas” (HC 85.155/SP, Rel. Min. Ellen Gracie). Pre- cedentes. A decisão ora questionada está em per- feita consonância com o que decidido pela Primeira Turma desta Corte, ao apreciar o HC 103.525/PE, Rel. Min. Cármen Lúcia, no sentido de que a inob- servância do procedimento previsto no art. 212 do CPP pode gerar, quando muito, nulidade relativa, cujo reconhecimento não prescinde da demonstra- ção do prejuízo para a parte que a suscita. Recurso improvido”. (STF, 2ª Turma, RHC 110.623/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 13/03/2012, Dje 61 23/03/2012). CPP Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas: I - as da instrução criminal dos processos da com- petência do júri, nos prazos a que se refere o art. 406; II - as da instrução criminal dos processos de com- petência do juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere o art. 500; (...) (...) caios Nota sinalizadora sob o ponto de vista formal, deve ser compreendida como a perfeita subsunção da conduta praticada pelo agente ao modelo abstrato previsto na lei penal caios Nota sinalizadora o ato proc. deve ser praticado em consonância com a CF e CADH e as leis proc., assegurando-se o dev proc. legal caios Nota sinalizadora ex: abreviaturas caios Nota sinalizadora ex: multa ao perito negligente caios Nota sinalizadora atenta contra o int. publico /interesse prep das partes caios Nota sinalizadora ex: sent sem dispositivo caios Nota sinalizadora abaixo caios Marcador de texto caios Sublinhado www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Processual Penal – Aula 11 Renato Brasileiro 2 III - as do processo sumário, no prazo a que se refe- re o art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes; IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo depois de aberta a audiên- cia; V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes (art. 447); (...) (...) VI - as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500; VII - se verificadas após a decisão da primeira ins- tância, nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes; VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem. CPP Antiga redação do art. 406. Terminada a inquirição das testemunhas, mandará o juiz dar vista dos au- tos, para alegações, ao Ministério Público, pelo pra- zo de cinco dias, e em cartório, ao defensor do réu. CPP Atual redação do art. 406. O juiz, ao receber a de- núncia ou queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 dias. CPP Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusa- ção e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando- se, em seguida, o acusado e procedendo-se o de- bate. (...) §4º As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10. CPP Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; II - por ilegitimidade de parte; III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; (...) (...) b) o exame do corpo de delito nos crimes que dei- xam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; (...) (...) e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos conce- didos à acusação e à defesa; f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri; g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; (...) (...) h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; k) os quesitos e as respectivas respostas; (...) (...) l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; m) a sentença; n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; (...) (...) p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento; IV - por omissão de formalidade que constitua ele- mento essencial do ato. Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Processual Penal – Aula 11 Renato Brasileiro 3 contradição entre estas. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948) CPP Art. 572. As nulidades previstasno art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sa- nadas: I - se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior; II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim; III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos. 6. PRINCÍPIOS. 6.1. Princípio da Tipicidade das Formas. 6.2. Princípio da Instrumentalidade das Formas: CPP Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da inti- mação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar- se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregu- laridade poderá prejudicar direito da parte. 6.3. Princípio do Prejuízo. CPP Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 6.4. Princípio da Eficácia dos Atos Processuais. 6.5. Princípio da Restrição Processual à Decre- tação da Ineficácia. 6.6. Princípio da Causalidade (Efeito Expansivo). CPP Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sa- nada, na forma dos artigos anteriores, serão reno- vados ou retificados. § 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência. § 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. 6.7. Princípio da Conservação dos Atos Proces- suais (Confinamento das Nulidades). 6.8. Princípio do Interesse. CPP Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nuli- dade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja obser- vância só à parte contrária interesse. 6.9. Princípio da Lealdade (Boa-fé). caios Nota sinalizadora *ATO NULO: diante da lesão ao interesse pub ao interesse das partes, esse ato é passível de invalidação. Por mais grave que seja o vício, esse ato é considerado válido e eficaz, pelo menos até a declaração da nulidade. caios Nota sinalizadora *ATOS INEXISTENTES: tamanha a gravidade do vício que sequer pode ser tratado como ato processual,s endo considerado pela doutrina como espécie de "não ato". Nesse caso, não se cogita de invalidação, visto que e a inexistência representa um defeito que antecede qualquer consideração sobre a validade do ato processual caios Sublinhado caios Nota sinalizadora a existência do modelo típico não é um fim em si mesmo. Na verdade, a forma prescrita em lei visa proteger algum interesse ou atingir determinada finalidade. Por isso, antes de ser decretada a ineficácia do ato processual, devemos verficar se o interesse foi protegido ou se a finalidade do ato foi atingida. em caso afirmativo não há motivos para decretar a nulidade. caios Nota sinalizadora direito privado: ato nulo não produz efeitos - nulidade é automáticanullAmbito processual: a inobservância do modelo típico pode acaretra a invalidação do ato processual, que produz seus efeitos regulares pelo menos enquanto a nulidade ão for declarada caios Nota sinalizadora a invalidação de um ato processual defeituso somente pode ocorrer se houver instrumeno pocessual adequado e se o momento ainda for oportuno
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