Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Processo Penal III – 2º Bimestre TEORIA GERAL DOS RECURSOS (547 a 580 CPP) • Definições - É um dos instrumentos processuais de natureza voluntária ou necessária de reexame de uma mesma relação processual ainda não preclusa com finalidade de a reformar, invalidar, esclarecer ou confirmar. • Classificação o Legais ou Constitucionais – Os recursos legais são aqueles previstos na legislação infraconstitucional (Rese, Apelação, etc). Os Constitucionais estão previstos na Constituição, embora seu procedimento seja regulado em lei federal (ROC, Resp, Rext). o Voluntários ou Necessários – Voluntários são aqueles que a parte tem a faculdade de interpor, devido ao seu inconformismo. Necessários são um reexame como pressuposto de validade da decisão (ex: Sentença que concede HC só passa em julgado quando for julgada por uma banca criminal). o Ordinários ou Extraordinários – Ordinários são aqueles não há condição específica para sua interposição (Apelação não tem condição específica para ser interposta). Os Extraordinários, pressupõem uma condição anterior sem a qual eles não podem existir (ex: Rext, discute-se matéria de natureza Constitucional, que venha sido discutida e que tenha Repercussão Geral). • Pressupostos Recursais – Juízo de Admissibilidade ou de Prelibação. Juízo “A Quo” (1º juízo de admissibilidade) e Juízo “Ad Quem” (2º juízo de admissibilidade( o Objetivos ▪ Previsão Legal – O recurso criminal é previsto pelo legislador em casos específicos, mas há decisões que não comportam qualquer meio recursal (ex: Decisão homologatória de acordo no Jecrim). • Unirrecorribilidade – Para cada decisão, há apenas um recurso. • Fungibilidade – O Juiz aceita o recurso errado como o correto, dado que não haja erro grosseiro e má-fé. ▪ Tempestividade – É o manejo do recurso no prazo previsto em Lei. Ex: Embargos de Declaração (2 dias no CPP, 5 dias na Lei 9099/95). ▪ Formalidade – Como deve ser feita a interposição: • Se a interposição se dá por petição ou por termo; • Apresentação das RAZÕES; • Preparo, que é o pagamento da taxa de recurso. Somente o querelante paga o Preparo para recorrer. o Subjetivos ▪ Legitimidade – São as partes, autor e réu: Mp e Querelante; Réu e Querelado. • Atenção para o RESE e Apelação subsidiária, que podem recorrer: ofendido ou vítima, pessoas do art. 31 CPP (CADI), quando o Ministério Público fica inerte. ▪ Interesse – Somente quem sucumbiu poderá articular o Recurso, pois tem interesse numa melhor situação jurídica. • Efeitos dos Recursos o Devolutivo – Todos terão efeito devolutivo, pois a matéria será reexaminada. o Suspensivo – É a exceção. A decisão recorrida não surtirá efeito enquanto o recurso não for julgado. o Regressivo – O juízo A Quo terá a oportunidade de retratação. o Extensivo – Está diretamente ligado ao concurso de pessoas (art. 29). Vários réus. Se eles respondem pelo mesmo crime e um só recorrer. Toda vez que o recurso for sobre questões subjetivas do réu, diz apenas sobe quem recorreu. Se for objetiva (por exemplo, desclassificação) vale para todos. • Proibição da Reformatio in Pejus Direta e Indireta (2º Bimestre) o Direta – É vedado ao Tribunal, ao julgar RESE ou Apelação, interposto exclusivamente pela defesa, proferir acórdão que, de qualquer modo, seja prejudicial aos pedidos articulados pelo réu. ▪ Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença. ▪ O maior problema aqui são as decisões do juri. • 1º Posicionamento – Se o Juiz togado, na dosimetria, deu a pena mínima, a nova decisão só poderá também ser pena mínima (ex: antes era homicidio simples, depois virou qualificado. Antes era 6 anos, depois vira 12). • 2º Posicionamento – STF – Mesmo que o jurado reconheça que o novo juri seja qualificado, por exemplo, (exemplo acima), deve-se manter o máximo da pena da decisão anterior. o Indireta – É uma construção doutrinária que veda que a nova decisão do juiz de piso, após ter sido a 1ª anulada por recurso exclusivo da defesa, não poderá exceder os limites (prejudiciais) da decisão recorrida. o No caso de recurso exclusivo da apelação, o Tribunal pode reformar in mellus. • Reexame Necessário o É um expediente processual de interesse coletivo, que impõe o duplo grau de jurisdição para que uma decisão transite em julgado. o São casos de reexame necessário ▪ Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença que conceder habeas corpus; ▪ Art. 574, II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411. • Aqui está se falando da Absolvição Sumária do Juri. • Nenhum TJ aceita isso mais. o Tal sentença não está mais no art. 411 o Ampliação dos poderes do Juiz, não faz sentido ter reexame necessário nesse caso. Embora haja Juiz que ainda remeta ao Tribunal. ▪ Arquivamento e Absolvição em crimes contra a economia popular e crimes contra a saúde pública. ▪ Decisão que concede reabilitação criminal. ▪ Decisão que concede Mandado de Segurança. RECURSOS EM ESPÉCIE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO E AGRAVO NA EXECUÇÃO PENAL (arts. 581 e ss CPP, art. 197 Lei 7210/84) 1) Cabimento e Previsão Legal • O RESE/Agravo são meios de impugnação às decisões interlocutórias e terminativas, proferidas no curso da ação penal. • O art 581 contém um rol TAXATIVO, embora caiba interpretação analógica. • A apelação é residual (ex: art. 593, II CPP). • Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: • I - que não receber a denúncia ou a queixa - O recebimento da denúncia é irrecorrível; Os legitimados serão o MP ou Querelante. • II - que concluir pela incompetência do juízo – Declínio de competência de ofício. • III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição – SALVO SUSPEIÇÃO! • IV – que pronunciar o réu – A impronúncia, hoje, é recorrida por apelação. • V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante – Medidas cautelares. • VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade • IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; o No VIII se age de ofício, no IX indefere um pedido que foi feito. o Decisões terminativas de mérito. Causas de extinção de punibilidade. o Nestes casos, há possibilidade de RESE subsidiário. • ATENÇÃO – Todas as demais decisões, se de competência do juízo da Execução (art. 66 LEP), caberá Agravo na Execução Penal, eis que o art. 197 LEP revogou tacitamente parte do art. 581 CPP. • O inciso XXIV não existe mais! Não existe mais conversão de multa em prisão. A multa será inscrita em dívida ativa. • ATENÇÃO – A decisão interlocutória e terminativa no bojo de uma sentença, caso necessário, será impugnada por APELAÇÃO (art. 593, I CPP), eis que este é o recurso preferível. o Mesmo que a discussão recaia apenas sobre a decisão interlocutória. 2) Prazos e Legitimação • 5 dias para interposição o Réu/Querelado; MP/Querelante e Assistente habilitado o O assistente não habilitado (ofendido e seus familiares). Este poderá interpor recurso subsidiário. Em caso de RESE, somente poderá nos casos dos incisos VIII e IX. • 2 dias para razões e contrarrazões • art. 581, XIV – O Prazo é de 20 dias ao Presidente do TJ. 3) Procedimento • O RESE/Agravo poderá subir nos autos ou por instrumento, com o fim de não sustar o curso da ação/execução. o Subirános autos quando não houver prejuizo para o andamento do processo. o O instrumento (traslado) é basicamenteu uma cópia. • A petição será endereçada ao juizo “a quo”, onde será realizado o juízo de prelibação, ou seja, o juízo de admissibilidade prévio. • Abre-se vista para rzões e contrarrazões (2 dias). • Concluso os autos, o Magistrado poderá se retratar (efeito regressivo) ou manter a decisão recorrida, quando remeterá os recurso ao tribunal competente. RECURSO DE APELAÇÃO 1) Previsão Legal (CPP e Lei 9099/95) • Art. 593, I CPP - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular o Sentença Absolutória (386 CPP) o Absolvição Sumária (397 CPP) o Absolvição Sumária do Júri (415 CPP) o Sentença Condenatória (387 CPP) • Art. 593, II CPP – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; o Não relacionadas no art. 581 CPP. o Ex: Decisão que julga incidente de restituição de coisa apreendida. o Ex: Impronúncia. • Art. 593, III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: • PRIMEIRAMENTE – A Soberania (art. 5º XXXVIII CF) do Tribunal do Júri é relativa, pois há 04 hipóteses de recurso de uma decisão no Tribunal do Juri. o a - ocorrer nulidade posterior à pronúncia; ▪ Aqui se pede a Anulação da Sentença (Sistema de Cassação). ▪ ex: comunicabilidade dos jurados. ▪ ex: testemunha que não foi intimada. ▪ ex: advogado dativo que foi colocado no lugar do constituído. o b - for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; ▪ Juiz diverge da votação dos jurados ou; ▪ Juiz diverge da letra da lei. ▪ Se pede a reforma da decisão. o c - houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; ▪ Erro na dosimetria da pena. ▪ Se pede para reformar a Sentença. o d - for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. ▪ Única hipótese em que se recorre do conselho de sentença. ▪ Nesse caso, se pede a anulação/cassação. Somente uma única vez. ▪ Essa alínea vem sofrendo crítica da doutrina por conta de mudança da lei que adicionou hipótese de absolvição genérica pelos jurados. • Art. 82 Lei 9099/95 - Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. o Sentenças absolutórias e condenatórias. o Rejeição da Denúncia ou queixa no JECRIM. • Art. 76, §4º Lei 9099/95 - § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. o Decisões de homologação de transação penal. 2) Prazos e Legitimidade • Interposição o CPP – 5 dias para MP/querelante; Réu/querelado; Assistente habilitado. o CPP – 15 dias para assistente não habilitado (Caso de Apelação Subsidiária – vítima e seus parentes) o Lei 9099/95 – 10 dias. • Razões e Contrarrazões o CPP – 8 dias. ▪ No TJ (art. 600, §4º). o Lei 9099/95 – Junto à petição de interposição. 3) Características e Efeitos • Apelação - (Princípio do Tantum Devolutum Quantum Apelatum). o Ampla – Se apela de tudo, não indica o que se está apelando. o Restrita – Aponta-se um ponto específico da Sentença que irá recorrer. • Apelação o Residual o Perferível • Efeito o Devolutivo o Extensivo o Não regressivo o Suspensivo – Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena. 4) Procedimento • Petição de interposição ao Juizo “a quo” • Prazo para Razões e Contrarrazões (CPP) • Remessa ao Tribunal de Justiça • O recurso é distribuido (próxima aula) RESE E APELAÇÃO NOS TRIBUNAIS 1) Procedimento • Haverá a distribuição para uma das câmaras ou turmas criminais, dependendo do Regimento Interno do TJ; • Será aberto vistas ao Ministério Público, que oficia em segundo grau, independentemente da natureza da Ação; • O desembargador relator (previamente sorteado) fará, inicialmente, novo Juízo de Admissibilidade (ou prelibação). Em seguida, lançará seu voto, dentro dos limites da irresignação; • Em seguida, o feito irá a um Desembargador revisor, que pedirá a inclusão em pauta; • Em Plenário, será o recurso julgado por maioria de votos, formando um Acórdão; 2) Embargos Infringentes ou de Nulidade • Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. o Exclusivo da Defesa. o A publicação é quando se torna público, não quando publicado no DOJ. • Embargos Infrigentes buscam o reexame do direito material discutido no Acórdão. Portanto, o pedido será de reforma. • Embargos de Nulidade visam reexame do procedimento (norma de direito processual). Assim, a finalidade é a anulação do julgado. • Pressupostos Recursais o Acórdão originado do julgamento do RESE ou Apelação (também serve para o Agravo da LEP); o Acórdão deve ser não unânime; o Sucumbência, ou seja, Acórdão desfavorável ao Réu (recurso exclusivoda defesa); ▪ O MP não pode fazer uso de tais recursos, pois é autor da ação e não é sucumbente, porém, de acordo com a doutrina (não está na lei): MP pode ingressar com tais embargos quando for fiscal da lei, em prol do querelado. • Prazos e Procedimentos o A petição de interposição é direcionada ao Desembargador Relator, no prazo de 10 dias da publicidade do acórdão; o Este Relator (1º) fará prévia admissibilidade, e remeterá o caso à nova distribuição para novo Relator (2º); o O novo Relator emitirá seu voto nos exatos limites da divergência; o Em seguida, o feito será apreciado por novo desembargador revisor; o Em novo julgamento, agora com os desembargadores do primeiro, mais o novo relator e revisor, será confeccionado novo Acórdão o Deste novo acórdão não caberá mais embargos infringentes ou de nulidade, cabendo apenas Resp ou Rext. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Natureza Jurídica – A doutrina entende majoritariamente que são considerados Recursos, pois reanalisa-se uma decisão proferida em uma mesma relação processual. Para tanto, devem se submeter aos pressupostos recursais, com tempestividade, legitimidade, interesse e formalidade. Pressupostos • Ambiguidade – Há Interpretação dúbia do julgado ou de parte dele; • Contradição – O julgado tráz contradição nas proposições ou nos argumentos ou palavras contraditórias; • Obscuridade – Não há clareza no termo ou conteúdo do julgado; • Omissão – Há teses que, embora tenham sido discutidas, não foram alvo do julgado. Prazos • Art. 619 CPP – Acórdãos – 2 dias. • Art. 382 CPP – Sentença – 2 dias. • Art. 83 Lei 9099/95 – Acórdão e Sentença – 5 dias. Procedimento • Petição endereçada ao Prolator da decisão, apontando qual parte do julgado quer esclarecer • Haverá Juízo de Admissibilidade (Conheço ou Não Conheço) e, após, Juízo de Mérito (Procedo ou Não Procede) • ATENÇÃO – No caso de embargos com efeito modificativo (Infringente), hánecessidade da oitiva da parte contrária (contraditório) antes do julgamento. Efeitos • Os embargos de declaração conhecidos, INTERROMPEM o fluxo do prazo recursal, em qualquer procedimento. Princípio da Complementariedade Recursal – Possibilidade de complementar o recurso, toda vez que a decisão embargada for modificada (ex: MP apela uma Sentença, Réu embarga. Juiz modifica a sentença por conta dos embargos e abre vista para o MP, possibilitando a complementação de sua Apelação, tendo em vista “nova” Sentença. HABEAS CORPUS Natureza Jurídica o Não é um recurso, mas sim um ação popular penal constitucional. Não há necessidade de relação jurídica ou de reexaminar alguma decisão. O objetivo do Habeas Corpus é o de reaver o direito à liberdade. Previsão Legal • Direito à Liberdade de Locomoção • Art. 5º, LXVIII CF – Passou a ter status constitucional de direitos do cidadão. • Art. 647 CPP - Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. • Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: I - quando não houver justa causa; II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade. o Rol exemplificativo de situações fora da legalidade da prisão processual ou prisão da condenação. o I – Justa Causa; II – Tempo; III – Competência. Etc. Pressupostos • Condições da Ação o Legitimidade o Possibilidade o Interesse • Constrangimento à Liberdade de Locomoção por ILEGALIADDE ou ABUSO DE PODER Espécies de Habeas Corpus • HC Liberatório ou Corretivo ou Repreensivo – O Paciente está sofrendo objetivamente a coação à sua liberdade. Aqui, o pedido do HC é de Liberdade do indivíduo, independentemente da natureza do crime ou de qualidades subjetivas. Não há discussão de mérito. • HC Preventivo – O paciente está na iminência de sofrer coação ilegal. O pedido é de Salvo Conduto. o Controle da Persecução Penal – HC com finalidade de trancar o Inquérito Policial ou Ação Penal, podendo até mesmo rescindir a coisa julgada. Legitimidade • Ativa o Qualquer pessoa o Analafbeto o Pessoa Jurídica o Estrangeiro o Incapaz o Ministério Público – cuidado aqui, pois pode haver conflito de interesses. • Passiva o Agentes Públicos – PM, PC, Juiz, Promotor, Desembargador, Ministro, etc. o Particular – Alguem que pratique uma ilegalidade (e não de abuso de poder). Atores (Partes) o Impetrante – Firma a petição. o Coator ou Autoridade Coatoa – Quem ordena ou mantém a prisão. Não confundir detentor (quem está com a pessoa) com coator. o Paciente – Quem sofer a coação Processamento o Simplicidade e Sumariamente – se leva em conta apenas se a prisão é justa. o Petição à autoridade competente – Sempre se pede àquele que é competente a julgar o crime. o Lugar o Hierarquia o Possibiliadde de deferimento da Liberdade em caráter liminar o Informações à autoridade coatora o Julgamento o Recursos o RESE (1º Grau) o RoC – STJ e STF (105 CF) MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA CRIMINAL Previsão Legal – art. 5º IIX CF e Lei 12016/09 Cabimento – Conceito negativo, pois o MS só tem valia quando não for caso de HC e HD. • Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. • Ex1: Sigilo nas Investigações; • Ex2: Incomunicabilidade do Sujeito Delitivo; • Ex3: Dar efeito suspensivo aos recursos. Legitimados – MP, Réu, Querelante, Querelado ou 3º Interessados. Prazo – 120 dias do ato. • 120 dias ininterruptos desde a data da lesão ao direito líquido e certo. Não é prazo processual. Termina e começa em qualquer dia. • Ato – independente de ser ou não decisão. Competência e Procedimento – Vide Lei 12016/09 • Lembrar que aqui o ato deve ser de agente público. • Precisa-se de prova pré constituída; ausência de dilação probatória. • A competência é igual ao HC = Territorialidade e Hierarquia. REVISÃO CRIMINAL Previsão Legal – art 621 e ss CPP Cabimento – Sentença Condenatória com Trântito em Julgado, nas hipóteses do art. 621 CPP. • Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: o I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; o II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; o III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. o Novas provas – Audiência de Justificação para preparo de Revisão Criminal. Legitimados – O réu e seus representantes (CADI) Prazo – Não há prazo Procedimento – Vide arts. 625 e ss CPP. • Indenização - Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos. o § 2o A indenização não será devida: ▪ a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder; ▪ b) se a acusação houver sido meramente privada. AFERIÇÃO DE PRAZOS NO PROCESSO PENAL • Os prazos processuais correm em cartórios, são contínuos e peremptórios; • Os prazos processuais penais não se interrompem por férias e dias não úteis; • O prazo processual penal somente tem início e fim em dias úteis; • Fixação do termo inicial (termo a quo) o Comunicação do ato processual tradicional ▪ Por mandado de intimação – Observar a data da certidão como a data da intimação; ▪ Por aviso der recebimento – Observar a data do registro feito pelo carteiro; ▪ Por carta precatória – Observar a data firmada pelo oficial de justiça deprecado; ▪ Intimação em cartório, audiência ou plenário – Observar a data do ato; ▪ Ao MP e ao Defensor Público – A intimação é necessariamente pessoal, com vista dos autos . • No processo penal se dá a dupla intimação do réu. O polo passivo da relação processual só se dá devidamente intimado quando ambos (réu e seu defensor) forem intimados. o Comunicação do Ato Processual por meio eletrônico (Lei 11.416/06) ▪ Diário da Justiça Eletrônico • Disponibilização ou divulgação é quando a matéria é veiculada pelo DJE; • Eleger o dia da publicação para satisfazer o ato intimatório, sempre como dia útil; • O dia da publicação será o 1º dia útil subsequente. ▪ Sistemas de Processo eletrônico. • Dá-se como lida de acordo com o sistema, independentemente se a pessoa leu o u não. NULIDADES (SISTEMA DE INVALIDAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS) Objeto de Estudo • Existência, Eficácia, e Válidade. • Quanto de deformação (atipicidade) há no ato em estudo. • Validação e Invalidação. Tipicidade x Atipicidade • Tipicidadade do ato processual é sua adeuqação ao modelo legal. • Atipicidade do ato processual é sua inadequação ao modelo legal. o Ex: Sentença sem fundamentação; o Interrogatório sem a presença do advogado. Grau de Atipicidade do ato Independentemente da classificação (didática), toda Nulidade (invalidação) sempre necessita de provimento judicial neste sentido. • Ato inexistente o Tem aparência de um ato processual, mas não consegue o mínimo necessário (existência).Ex: Juiz leigo prolata “Sentença”, mas na verdade não o é. É Projeto de Sentença. • Mera Irregularidade o O grau é mínimo de atipicidade, não afetando interesses das partes e/ou do Estado. o O ato será válido e não será contestado, por conta do princípio da instrumentalidade das formas. • Ato Relativamente Nulo o A nulidade relativa é a deformidade do ato frente a um modelo infraconstitucional. o Há violação de direito das partes. o Deve ser arguída tempestivamente sob pena de Convalidação (O ato continuará, mesmo deformado). • Ato Absolutamente Nulo o A nulidade absoluta é a deformidade do ato frente a um modelo Constitucional (Princípios) ex: Ampla Defesa, Contraditório, etc. o Deve ser conhecida de ofício ou a requerimento, contudo, em regra, não preclui. o Prejuízo ▪ Doutrina -> O prejuízo é presumido. ▪ STF -> O prejuízo deverá ser provado. Princípios do Sistema de Nulidades • Instrumentalidade das Formas – O processo não é um fim em si mesmo. Certos vícios podem ser tolerados, caso o objetivo final seja alcançado. Menos formalidade e mais efetividade. • Princípio do Prejuízo – Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou a defesa (art. 563 CPP). o A nulidade absoluta também deve ter o prejuízo demonstrado, porém não preclui. • Princípio do Interesse – Aquele que causa a irregularidade, não pode alegar sua invalidação. Só pode pedir a invalidade do ato, aquele que não deu causa à sua atipicidade. • Princípio da Causalidade – A invalidação contaminará atos que foram consequentes ou dependentes do ato invalidado. • Princípio da Convalidação – Dá-se ao ato a validade que ele anteriormente não tinha. o Preclusão – A nulidade não é arguida e ela permanece no processo surtidno seus efeitos, exceto as nulidades absolutas que podem ser arguidas a qualquer tempo, em qualquer instancia. ▪ Temporal – Por decurso do tempo. ▪ Lógica – Pratica-se um ato que demonstra que aceitou o ato defeituoso. o Ratificação – Aceita-se o ato que foi praticado do jeito que ele está. Normalmente acontece com deslocamento de competência (ex: tráfico que depois descobriu ser internacional). ▪ A ratificação é legal, normalmente, nos atos instrutórios. ▪ Não podem ser ratificados os atos decisórios. o Suprimento – Alguns atos, embora nasçam deformados, podem ser complementados, e assim sendo, com esse suprimento, se tornam válidos (ex: complementação da Denuncia pelo MP). o Substituição o Trânsito em Julgado – Presume-se que todos os atos processuais anteriores são válidos. Nulidades em Espécie – Rol do art. 564 CPP • Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: • I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; • II - por ilegitimidade de parte; • III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: o A) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; o B) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; o C) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; o D) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; o E) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; o F) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri; o G) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; o H) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; o I) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; o J) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; o K) os quesitos e as respectivas respostas; o L) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; o M) a sentença; o N) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; o O) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; o P) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento; • IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. • Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas. Resolução das questões 1) qual é o recurso e sua previsão legal (art, incisos, etc). 2) dia, mês e ano do prazo. 3) reformar ou invalidar o ato. * não vai cair embargos de declaração. 2 questões só com as perguntas 1 e 2. 2 questões com perguntas 1, 2 e 3. DISCURSIVAS: Apelação, RESE, Agravo LEP, Embargos (pra saber sair), HC, MS, RC
Compartilhar