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ALCALÓIDES ISOQUINOLÉICOS Tirosina A estrutura isoquinolínica ocorre em vários alcalóides e em várias famílias botânicas muito distintas. Representam o maior grupo de alcalóides vegetais e possui grande variedade na estrutura química. São derivados da tirosina semelhantes a dopamina Dopamina Papaverina Morfina COMPOSIÇÃO QUÍMICA Alcalóide isoquinoléicos: Grupo das morfinanas: morfina, codeína e tebaína Grupo ftalil isoquinoleína: noscapina Grupo benzil isoquinoleína: papaverina Papaverina Codeína Tebaína Papoula - Papaver somniferum Papaveraceae Planta herbácea; semente não contém alcalóide Palha da papoula- cápsula seca e triturada com o pecíolo Espécies de Papoula Papaver somniferum var. album Papaver somniferum var. nigrum cultivo em clima temperado quente cultivo em clima temperado frio ÓPIO Papaver somniferum •Cápsula coletada antes da maturidade Ópio - látex obtido por incisões das cápsulas verdes de Papaver somniferum, dessecado ao sol onde perde parte de água. Constituição do Ópio Alcalóides: Morfina 40-50% Papaverina 15-20% Noscapina 20- 25% Codeína 10- 15% Tebaína 5-8% Outros 0,5-1% O ópio brando, de consistência mole, com cerca de 30 % de água, é usado pela indústria para a extração dos alcalóides, em particular a morfina e a codeína. O ópio farmacêutico, não deve ter um teor em água superior a 10 % e possuir 10,0 % de morfina e 2,0% de codeína. MORFINA •Propriedades farmacológicas •Efeitos sobre o SNC; •Efeito analgésico; •Modifica a percepção da dor; •Eficácia sobre as dores de grande intensidade; •ação sobre 0o centro da tosse; •ação sobre os centros do vômito; •ação sedativa; •Atua sobre fibras lisas(longitudinais) diminui o tônus e o peristaltismo, efeito antidiarréico e > das secreções biliares, hepáticas e brônquicas; •Ação sobre fibras circulares, causa espasmos dos esfíncteres; •> sennsibilidade ao CO2 •ACIDENTE MORTAL INTOXICAÇÃO MORFÍNICA FARMACOCINÉTICA DA MORFINA Absorção digestiva Ótima difusão parenteral Efeito max. Em 7 min IV, 30 min IM e 90 min SC. Atividade de 4 a 5 h Biotransformação no fígado Eliminação urinária superior a 90% Receptores morfínicos em nível de SNC - fibras lisas PROPRIEDADES Tebaína Antitussígeno Não é utilizado na terapêutica Noscapina Antitussígeno Ação broncodilatadora (xaropes) Papaverina Antiespasmódico Analgésico à dose forte Antiespasmódico e antidiarréico a dose fraca Codeína Analgésico Antitussígeno dos centros respiratórios Causa cosntipação Exemplos Os xaropes e gotas à base de codeína só podem ser vendidos nas farmácias brasileiras com a apresentação da receita do médico, que fica retida nas farmácias para posterior controle. ALCALÓIDES ESTEROIDAIS Estes compostos de 27 carbonos sintetizados a partir do colesterol, têm tanta importância econômica, por constituírem-se a base para a produção dos hormônios esteroidais humanos colesterol solanidina conessina Os alcalóides Esteroidais são encontrados nas famílias Apocynaceae, Bruxaceae, Liliacea e solanaceae. Espécies importantes Veratrum viride (hélebro –verde) e Veratrum album (hélebro – branco) Veratrum album Veratrum viride Veratridina PROPRIEDADES Droga: rizomas Dificuldade de padronização biológica devido a instabilidade e complexidade das moléculas Propriedades: hipotensivas, cardipressoras, analgésicas e inseticidas Alcalóides: Cevadina Germitrina Neogermitrina, Neoprotoveratrina, Veratridina, veratrosina Germina, Germitrina Rubijervina Veratramina Germidina Protoveratrina (nas duas espécies) Metilxantinas Biogênese e Estrutura química: Os principais precursores das metilxantinas são as bases púricas livres dentre os quais a Adenina parece ser a mais importante. A purina contém um anel de 6 membros (Pirimidínico) fundido com um anel de 5 membros (imidazólico). Adenina Distribuição e papel fisiológico: • Ocorrem em famílias não filogeneticamente relacionadas, com distribuição restrita: regiões tropicais e subtropicais • Nos vegetais estão envolvidas no metabolismo do nitrogênio e carbono • Estágio de desenvolvimento, alterações sazonais e técnicas agronômicas alteram teores de metilxantinas. Os teores de cafeína no chá-da-índia aumentam com o crescimento do vegetal e com uso de fertilizantes nitrogenados (Suzuki et al., 1992) Propriedades físico-químicas: • Apresentam caráter anfótero (comportam-se como ácidos ou bases fracas). Exceto cafeína (trimetilada) caráter BÁSICO • São solúveis em água e soluções aquosas ácidas a quente e etanol a quente, solventes orgânicos clorados e soluções alcalinas. •Cafeína, teofilina e teobromina podem ser diferenciados em função de sua solubilidade, temperatura de sublimação e faixa de fusão dos respectivos sublimados (Merck Index, 1996) Métodos laboratoriais: Método de extração Metilxantinas podem ser extraídas por: Solventes clorados em meio amoniacal; Solventes clorados diretamente de sol. Aquosas ácida; Porque: são bases muito fracas e seus sais dissociam-se muito facilmente em água. Métodos laboratoriais: Caracterização Reação de Murexida (Murex = lesma do mar que contem matéria corante púrpura) CCD Fundamento da reação de Murexida: baseia-se numa cisão oxidativa da xantina em aloxano e ácido dialúrico e posterior formação de um complexo amoniacal, purpurato de amônio, de cor violácea. Doseamento O doseamento é feito preferencialmente por: Gravimetria- A análise gravimétrica está baseada na medida indireta da massa de um ou mais constituintes de uma amostra. Por medida indireta deve- se entender converter determinada espécie química em uma forma separável do meio em que esta se encontra, para então ser recolhida e, através de cálculos estequiométricos, determinada a quantidade real de determinado elemento ou composto químico, constituinte da amostra inicial. Espectrofotometria no UV HPLC Métodos laboratoriais: Ações farmacológicas e usos: Dentre os efeitos podemos destacar: Sobre o SNC: estimulantes, inibem o sono, diminuem sensação de fadiga ,etc. Sobre o sistema cardiovascular: ação inotrópica (↑FC e DC) Sobre a musculatura lisa: relaxamento da musculatura brônquica (principalmente teofilina) Sobre a musculatura estriada: estímulo da contração, reduzindo a fadiga muscular (principalmente cafeína) Sobre a diurese: teobromina e teofilina ↑ débito sanguíneo renal e a filtração glomerular, possuindo atividade diurética Ações farmacológicas e usos: Usos: Cafeína em associação com analgésicos, nas dores de cabeça (Excedrin® = paracetamol + cafeína, Doril® = AAS + cafeína); Guaraná usado na medicina popular como estimulante, tônico, revigorante; Teofilina é um broncodilatador utilizado na asma, enfisema e bronquite crônica Café Nome cientifico: Coffea arabica e Coffea canephora Família: Rubiaceae Parte utilizada: semente Pequena árvore nativa das zonas montanhosas do sudoeste da Etiópia e sul do Sudão (Coffea arabica). Mais de 50% das sementes secas são constituídas de glicídeos, principalmentepolissacarídeos, lipídeos 10 a 18%, proteínas 10 a 12%. Teor de cafeína (depende da torrefação): Coffea arabica 0.6 a 1.8% (no comércio 1 a 1.3%), Coffea canephora 1.5 a 5.2% (no comércio 2 a 3%) CAFÉ – Coffea arabica Cafeína A CAFEÍNA É UM ESTIMULANTE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL, PRINCIPALMENTE DO CÉREBRO. AUMENTA A CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO E DE VIGÍLIA (“TIRA O SONO”). É UM ESTIMULANTE CARDÍACO E RESPIRATÓRIO. RELAXA A MUSCULATURA DOS BRÔNQUIOS. ALÉM DE SER CONSUMIDA NAS BEBIDAS ESTIMULANTES, A CAFEÍNA É COMPONENTE DE MUITOS MEDICAMENTOS USADOS NOS CASOS DE GRIPE. NESSES CASOS, ELA É COMUMENTE ASSOCIADA À ASPIRINA. EXÉMPLOS: MELHORAL®, FONTOL® Cafeína em Alimentos e Bebidas PLANTAS QUE CONTÊM CAFEÍNA SÃO EMPREGADAS PARA PRODUÇÃO DE BEBIDAS ESTIMULANTES: CAFÉ – Coffea arabica (RUBIACEAE) CHÁ – Camellia sinensis (THEACEAE) CACAU – Theobroma cacao (STERCULIACEAE) GUARANÁ – Paullinia cupana (SAPINDACEAE) MATE – Ilex paraguariensis (AQUIFOLIACEAE) Guaraná Nome cientifico: Paullinia cupana Kunth Família: Sapindaceae Parte utilizada: sementes Originário da Amazônia Brasileira e Venezuelana e das Guianas. As sementes são constituídas de cafeína, traços de teofilina e teobromina, saponinas, taninos (12%), amida (até 60%), pectinas e mucilagens. Os teores de cafeína nas sementes variam de 2.5 a 5% GUARANÁ – Paullinia cupana Mate – Ilex paraguariensis (Aquifoliaceae) Cacau Nome cientifico: Theobroma caco L. Família: Sterculiaceae Parte utilizada: sementes Árvore originaria da America tropical e cultivada no sudeste asiático, áfrica e America do sul. A droga é constituída de: triglicerídeos e ac. Graxos (50%), composto polifenólicos e taninos condensados (5 a 10%), metilxantinas (1 a 3%) compostas após torrefação de 0.3% de cafeína e 1,5% de teobromina CACAU – Theobroma cacao (STERCULIACEAE) COCA-COLA Antigamente..... A Coca-cola continha extrato de folhas de Coca, extrato de sementes de cola, além de outros produtos aromatizantes e açúcar. Cola nitida - Malvácea As variedades mais comuns são obtidas de várias árvores do oeste da África ou da Indonésia, como Cola nitida ou Cola vera e a Cola acuminata. Cuja sementes apresentam 1% de cafeína