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LIPÍDIOS Aula


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LIPÍDIOS
Professor Renato Martins
LIPÍDIOS
A substância gordurosa, separada das bases salináveis, foi dissolvida em álcool em ebulição. Ao esfriar, foi obtida cristalizada e muito pura, e neste estado foi examinada. Como ainda não foi descrita, eu proponho chamá-la de margarina, derivada da palavra grega que significa pérola, porque uma de suas características é ter a aparência de madrepérola.
Michel-Eugène Chevreul, 1814
LIPÍDIOS
 São substâncias orgânicas denominadas ésteres, as quais, liberam, por hidrólise, ácidos graxos e álcoois. 
	Quimicamente, de um modo geral, os lipídios são caracterizados por apresentarem um grupo hidroxil (álcool) unido a um grupo carboxil (ácido carboxílico), originando um éster.
Hidroxil
Carboxil
Éster
Características
São untuosos ao tato.
Apresentam altos pontos de fusão e baixos pontos de ebulição.
São insolúveis em água.
São solúveis apenas em solventes orgânicos, tais como; éter, clorofórmio, benzina, entre outros.
Ácidos graxos
 São ácidos carboxílicos encontrados na maioria dos lipídios. Apresentam carboxila, cadeias longas, abertas, homogêneas, podendo ser saturadas ou insaturadas. 
Ácidos Graxos Saturados
Não possuem duplas ligações
São geralmente sólidos à temperatura ambiente
Gorduras de origem animal são geralmente ricas em Ácidos Graxos saturados 
Exemplos
Ácido Palmítico - CH3(CH2)14COOH
Ácido Esteárico - CH3(CH2)16COOH
Ácido Araquídico - CH3(CH2)18COOH 
Ácidos Graxos Insaturados
Possuem uma ou mais duplas ligações sendo mono ou poli-insaturados.
São geralmente líquidos à temperatura ambiente.
A dupla ligação, quando ocorre em um ácido graxo natural, é sempre do tipo "cis".
Os óleos de origem vegetal são ricos em Ácidos Graxos insaturados.
Quando existem mais de uma dupla ligação, estas são sempre separadas por pelo menos 3 carbonos. As duplas ligações nunca são adjacentes e nem conjugadas.
Exemplos
Ácido Palmitoléico - CH3 - (CH2)5 - HC = CH - (CH2)7 – COOH
Ácido Oléico - CH3 - (CH2)7 - HC = CH - (CH2)7 – COOH
Ácido Linoléico - CH3 - (CH2)3 - (CH2 - HC = CH)2 - (CH2)7 – COOH
Ácido Linolênico - CH3 - (CH2 - HC = CH)3 - (CH2)7 – COOH
Ácido Araquidônico - CH3 - (CH2)3 - (CH2 - HC = CH)4 - (CH2)3 – COOH
EPA - CH3 - (CH2 - HC = CH)5 - (CH2)3 - COOH
Observações
A fórmula molecular de um ácido graxo saturado é CnH2n+1 COOH.
Ex: ácidos palmítico e esteárico.
Se o ácido tem uma dupla ligação, o número de átomos de hidrogênio diminui duas unidades.
Ex: ácido oléico.
Para cada dupla ligação que aparece no ácido, o número de átomos de H diminui duas unidades.
Ex: ácidos linoléico e linolênico.
AGREGAÇÃO
Exemplo de lipídeo laderano da membrana do anamoxossomo. O mecanismo para a síntese das estruturas dos anéis ciclobutanos fundidos, que são instáveis, não é conhecido. Laderanos podem empilhar-se, formando uma membrana de estrutura muito densa, impermeável e hidrofóbica, permitindo o sequestro da hidrazina produzida nas reações anamox. 
 
TIPOS DE LIPÍDIOS
Glicerídeos, Triglicerídeos ou Triacilgliceróis
São ésteres do glicerol com ácidos graxos. 
Os óleos e gorduras são misturas de glicerídeos.
Nas gorduras (manteiga, toucinho, banha e sebo) predominam glicerídeos de ácidos saturados (palmítico e esteárico) e são "sólidas" à temperatura ambiente.
Nos óleos (óleo de soja, algodão, amendoim e milho), predominam glicerídeos de ácidos insaturados (oléico) e são líquidos à temperatura ambiente. 
Os glicerídeos saturados (gorduras) são responsáveis pela arteriosclerose. 
Os triglicerídeos são os mais abundantes como reserva energética de animais e plantas e nas reservas de gordura do corpo humano. 
O comprimento da molécula do ácido graxo, assim como o seu grau de saturação, interfere na digestão e na absorção da gordura.
Estrutura Molecular
1,2,3 - propanotriol
glicerol
Desidratação
3 moléculas de água liberadas
Ligação Éster
Glicerol
Formação de
Triglicerídeo ou Triacilglicerol
3 Moléculas de Ácido Graxo
Glicerol
	O glicerol é um álcool de molécula pequena que faz parte da composição dos glicerídeos. Mediante quebra de glicerídeos, as moléculas de glicerol representam cerca de 5% da energia fornecida por essas substâncias. O glicerol liberado pode ser fosforilado e entrar na via glicolítica do metabolismo como gliceraldeído-fosfato.
Glicerol
Transformando óleo em margarina
NOVA LEGISLAÇÃO
	Nova Legislação (RDC n 54/2012)
	Há um prazo de até o dia 01/01/2014 para as empresas se adequarem à nova lei. Logo, somente os produtos produzidos a partir dessa data terão que obedecer aos novos critérios. A legislação ficou mais rigorosa e diz que só poderá ser considerado “não contém” gordura trans o produto que:
Contiver no máximo 0,1 g de gordura trans por porção (ou por 100 g ou 100 ml em pratos preparados) E
Cumprir com as condições de baixo conteúdo para gorduras saturadas: conter no máximo 1,5 g da soma de gorduras saturadas e trans por porção quando essa for maior do que 30 g (para porções menores ou iguais a 30g a condição deverá ser atendida em 50 g do produto) E a energia proveniente de gorduras saturadas não poderá ser superior a 10% do valor energético total do alimento.
Observação - Ácidos Graxos Essenciais
	Os Ácidos Graxos Essenciais (AGE’s), são caracterizados por apresentarem a ligação do átomo de carbono na posição ômega (ω) da molécula do ácido graxo, sendo por isso denominados ômega-3 (Ácido Linolênico), ômega-6 (Ácido Linoléico). Geralmente são deficientes na dieta, gerando desequilíbrios metabólicos. 
Cerídeos
	São lipídios constituídos por ácidos graxos associados a uma molécula de álcool de cadeia longa (monoálcool superior).
	Como exemplos de cerídeos citam-se a cera de abelha, a cera de carnaúba e, nos vegetais, na superfície das folhas, lipídios como a cutina que impermeabilizam a superfície contra a evaporação excessiva da água.
Lipídios Estruturais em Membranas 
Fosfolipídios
	Os fosfolipídios são ésteres do glicerofosfato - um derivado fosfórico do glicerol.
	A um dos oxigênios do fosfato podem estar ligados grupos neutros ou carregados, como a colina, a etanolamina, o inositol, glicerol ou outros. As fostatidilcolinas, por exemplo, são chamadas de lecitinas.
Observação
 Lecitina # Lectina 
Lectina – proteína vegetal que se une a carboidratos.
Lecitina (fosfatidilcolina) – fosfolipídio existente na gema do ovo, na soja e no cérebro.
Fosfato
Esquema básico de um fosfolipídio
Natureza Anfipática
Natureza anfipática do fosfolipídio, resultante de uma região polar e de uma região apolar
 
Estruturas resultantes de interações dos fosfolipídios e água
 Lipossomo
Bicapa lipídica
Micela
Esfingolipídios
	A principal diferença entre os esfingolipídios e os fosfolipídios é o álcool no qual estes se baseiam: em vez do glicerol, eles são derivados de um amino-álcool. Estes lipídios contém 3 componentes fundamentais: um grupo polar, um ácido graxo, e uma estrutura chamada base esfingóide
Esfingolipídios
Esfingosina – um amino-álcool
Esfingomielina, um exemplo de esfingolipídio.
Os axônios encontram-se revestidos por dobras únicas ou múltiplas formadas por células envoltórias, denominadas: células de Schwann nas fibras nervosas periféricas e oligodendrócitos no sistema nervoso central.
O conjunto desse material envoltório denomina-se: bainha de mielina.
 
	Quando os esfingolipídios foram descobertos pelo médico e químico Johann Thudichum, suas funções biológicas eram tão enigmáticas como a esfinge, pela qual ele os nomeou.
GLICOESFINGOLIPÍDIOS
ESTERÓIDES
	São Lipídios que não possuem Ácidos Graxos em sua estrutura. São derivados do ciclopentanoperidrofenantreno, um composto que consiste de quatro anéis não-planares fusionados.
 O esteróide mais importante é o colesterol, que possui um grupamento OH na posição C3. Esse grupamento polar OH confere-lhe um fraco caráter anfipático, permitindo queeste esteróide seja um componente majoritário das membranas plasmáticas animais; enquanto que seu sistema de anéis fusionados lhe fornece uma rigidez maior do que outros lipídios de membrana. 
 O colesterol é o precursor metabólico dos hormônios sexuais, do glicocorticóides, mineralocorticóides, ácidos e sais biliares e vitamina D.
DERIVADOS DO COLESTEROL
Porcentagens lipídicas aproximadas de diferentes membranas celulares
LIPÍDEO
Hepatócito
Eritrócito
Mielina
Mitocôndria
R.E.
E. coli
Colesterol
17
23
22
3
6
0
Fosfatidiletanolamina
7
18
15
35
17
70
Fosfatidilserina
4
7
9
2
5
traços
Fosfatidilcolina
24
17
10
39
40
0
Esfingomielina
19
18
8
0
5
0
Glicolipídeos
7
3
28
traços
traços
0
Outros
22
13
8
21
27
30
LIPOPROTEÍNAS
São associações entre proteínas e lipídeos encontradas na corrente sanguínea, e que tem como função transportar e regular o metabolismo dos lipídeos no plasma 
A fração protéica das lipoproteínas denomina-se Apoproteína, e se divide em 5 classes principais - Apo A, B, C, D e E - e várias subclasses 
A fração lipídica das lipoproteínas é muito variável, e permite a classificação das mesmas em 5 grupos, de acordo com suas densidades e mobilidade eletroforética:
Quilomícron = É a lipoproteína menos densa, transportadora de triacilglicerol exógeno na corrente sanguínea 
VLDL = "Lipoproteína de Densidade Muito Baixa", transporta triacilglicerol endógeno 
IDL = "Lipoproteína de Densidade Intermediária", é formada na transformação de VLDL em LDL 
LDL = "Lipoproteína de Densidade Baixa", é a principal transportadora de colesterol; seus níveis aumentados no sangue aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio 
HDL = "Lipoproteína de Densidade Alta"; atua retirando o colesterol da circulação. Seus níveis aumentados no sangue estão associados a uma diminuição do risco de infarto agudo do miocárdio.
QUILOMÍCRON
“QUEIMANDO” GORDURAS
O PAPEL DA CARNITINA
ß-OXIDAÇÃO
E
CETOGÊNESE
“GORDURA” SE CONVERTENDO EM “AÇÚCAR”
O COLESTEROL REMANESCENTE OU “FEIO”
EICOSANÓIDES
TERPENOS
 Possuem unidades isoprenóides como unidades básicas. As vitaminas E e K são os representantes mais importantes, além de vários óleos aromáticos de vegetais.
	Em regiões muito secas e quentes, as coníferas desprendem uma quantidade tão grande de terpenos, que estes se acumulam na atmosfera e, através de reações fotoquímicas, levam à formação de partículas semelhantes a uma neblina ou névoa. Como conseqüência, pode ocorrer a formação de verdadeiras cúpulas de névoa semelhantes ao “smog” verdadeiro.
CAROTENÓIDES
Funções

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