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Resumo histologia digestório

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Lídia Jagnow TI 
Resumo – Tecidos: Conjuntivo, cartilaginoso, ósseo e muscular 
 
TECIDO CONJUNTIVO 
 
 Origina-se do mesênquima, que deriva principalmente do mesoderma 
 Abundância em material extracelular: 
- fibras do tecido conjuntivo  colágenas, reticulares e elásticas; incluídas em 
matriz amorfa 
- matriz extracelular, substância fundamental ou substância amorfa: gel viscoso 
de macromoléculas alongadas, como glicosaminoglicanas, proteoglicanas e 
glicoproteínas adesivas (fibronectina e laminina) muito hidratadas, que se entrelaçam e 
ligam a receptores celulares chamados integrinas. 
 FUNÇÕES: intercâmbio entre substâncias, sustentação mecânica e filtro molecular 
de dimensões e cargas 
 VARIEDADES: 
 - frouxo 
 - Tec. Conj. propriamente dito - denso - modelado 
 - não modelado 
 TECIDO 
CONJUNTIVO - Tec. Conj. de propriedades especiais  tec. adiposo, tec. elástico, 
tec. 
reticular ou hemacitopoético (linfóide e mielóide), tec. mucoso 
 - Tec. cartilaginoso 
 - Tec. ósseo 
 
- Áreas do conjuntivo, destruídas por inflamação ou por lesão traumática, são 
preenchidas novamente pela proliferação do conjuntivo adjacente, pois esse tipo de 
tecido é dotado de grande capacidade de regeneração. O tecido conjuntivo formado 
para repor áreas de destruição de outros tecidos constitui as cicatrizes. 
 
 COMPOSIÇÃO: 
 
a) MATRIZ EXTRACELULAR 
- propriedades da matriz conferem características funcionais 
- fibras elásticas conferem elasticidade e resistência à tração  base da sustentação 
mecânica 
- matriz amorfa (GAGs e proteoglicanas): consistência e conteúdo hídrico  transporte 
de substância entre células e sistema circulatório. 
- Glicoproteínas de adesão: fixam células à matriz, influenciam a organização do 
citoesqueleto, orientam células migratórias 
  MATRIZ AMORFA: contém água, sais e outras subst. de baixo peso 
molecular; consistência viscosa e semi-fluída; serve de meio de difusão para subst. de 
baixo peso molecular e de filtro para as de maior tamanho (impede disseminação de 
microorganismos invasores); glicoproteínas de adesão; proteoglicanas (complexos de 
macromoléculas de proteínas e polissacarídeos). 
  PROTEOGLICANAS: são compostos macromoleculares formados por 
glicosaminoglicanas (polissacarídeo + ác. urônico + hexosamina) sulfatadas ligadas a 
proteínas, formando agregados de proteoglicanas; 95% de carboidratos. As principais 
glicosaminoglicanas são: 
- Hialuronana: líquido sinovial articulações e corpo vítreo do olho 
- Sulfato de condroitina: pequenas quantidades na matriz amorfa e abundante na 
cartilagem 
- Sulfato de dermatana 
- Queratossulfato: córnea, cartilagem e tecido ósseo 
Lídia Jagnow TI 
- Heparan- sulfato: aorta, fígado e pulmão 
  GLICOPROTEÍNAS: possuí um conteúdo de carboidrato máximo de 
60%; possuem regiões que aderem a receptores celulares e regiões que aderem a fibras 
do conjuntivo. 
- Fibronectina: sítio de aderência para células, o que torna possível a migração das 
células, que só pode ser feita sobre um substrato, e a fixação das células em locais 
determinados. 
- Laminina: aderência de estruturas das lâminas basais às células, influenciando na 
filtração de moléculas através dessas lâminas. 
- Tenascina: orientam migração celular e crescimento de axônios 
- Entactina: une laminina ao colágeno IV. 
 
b) FIBRAS 
  FIBRAS COLÁGENAS: constituídas de fibrilas que se mantêm unidas através 
da matriz amorfa; o colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano (30%). As 
fibras colágenas, em HE, coram-se pela eosina; em coloração de Mallory, coram-se de 
azul forte e em coloração de Van Gieson, coram-se de vermelho. De acordo com 
estrutura e função, forma grupos: 
- Colágenos tipo I (derme, tendão, osso, fibrocartilagem), II (cartilagem hialina e disco 
intervertebral), III (músculo liso e conjuntivo reticular), V (idem tipo I), XI (idem tipo II)  
colágenos clássicos formadores de fibrilas 
- Colágenos tipo IV (lâminas basais)  não formam fibrilas e sim retículos filamentosos 
 papel de aderência e filtração. 
- Formação: transcrição no núcleo  tradução do pré-colágeno com propreptídeos  
hidroxilação no RER de resíduos de prolina e lisina  glicosilação no RER  formação 
da tripla hélice do pró-colágeno  transporte do pró-colágeno para o complexo de Golgi 
 liberação da molécula para o espaço extracelular onde a pró-colágeno peptidase 
separa a maioria dos pró-peptídeos, transformando o pró-colágeno em tropocolágeno 
que se agrega  fibrilas colágenas. 
- distúrbios resultantes de defeitos na síntese de colágeno 
 
DISTÚRBIO DEFEITO SINTOMAS 
S. de Ehlers-Danlos tipo IV Falha na transcrição e 
tradução do colágeno tipo 
III 
Ruptura da aorta e do 
intestino 
S. de Ehlers-Danlos tipo VI Falha na hidroxilação da 
lisina 
Elasticidade da pele 
aumentada; ruptura do 
globo ocular 
S. de Ehler – Danlos tipo 
VII 
Diminuição da atividade da 
peptidase do procolágeno 
Aumento da mobilidade 
articular; luxações 
freqüentes. 
Escorbuto Síntese diminuída de 
colágeno por falta de vit C 
Ulcerações das gengivas, 
hemorragia 
 
 FIBRAS RETICULARES: são delgadas e formam uma rede extensa em 
certos órgãos, geralmente apoiando as células; altamente P.A.S positivas. São 
formadas por colágeno tipo III associado a glicoproteínas e proteoglicanos. Essas fibras 
constituem o arcabouço de sustentação das células dos órgãos hemacitopoéticos (baço, 
linfonodos, medula óssea), das células musculares e das células de muito órgão 
epiteliais (fígado, rim e pâncreas) 
 FIBRAS ELÁSTICAS: são fibras delgadas que se ramificam e anastomosam, 
formando uma rede de fibras cuja principal componente é a glicoproteína estrutural 
elastina (produzidas por fibroblastos e cél. musculares lisas dos vasos sanguíneos), que 
pode ser digerida pela elastase secretada pelo pâncreas. As fibras elásticas também 
apresentam microfibrilas ricas em aminoácidos polares e que contêm fibrila. A fresco 
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apresentam tonalidade amarelada; na coloração seletiva com orceína, apresenta uma 
coloração marrom-avermelhada. 
 
c) CÉLULAS: 
  FIXAS: 
  FIBROBLASTOS: sintetiza colágeno, elastina, proteoglicanos e 
glicoproteínas. Há 2 tipos extremos: células mais ativas é o fibroblasto e a quiescente é 
o fibrócito. 
  CÉL. RETICULARES: estão presentes no tecido conjuntivo e órgãos 
linfóides; sintetizam fibras reticulares 
  CÉL. MESENQUIMAIS: é o tecido primitivo do feto que sintetiza matriz 
extracelular; derivadas do mesoderma; diferenciam-se em fibroblasto e adipócitos 
também sendo capazes de diferenciar em cél. musculares lisas (formação de vasos) 
  ADIPÓCITOS: células de origem mesodérmica, especializadas e, armazenar 
energia sob a forma de triglicerídeos. 
 
 MIGRATÓRIAS: 
  MACRÓFAGOS: grande capacidade de fagocitose, apresentando morfologia 
variável de acordo com seu estado funcional e localização. Atuam como elementos de 
defesa e têm papel importante na remoção de restos de células e de elementos 
extracelulares. Originam-se dos monócitos, que são cél. sanguíneas que atravessam os 
capilares e penetram no tecido conjuntivo, onde adquirem o aspecto de macrófago. 
- SISTEMA FAGOCITÁRIO MONONUCLEAR  células da medula óssea que são 
precursoras dos monócitos + monócitos + macrófagos: 
TIPO CELULAR LOCALIZAÇÃO FUNÇÕES 
Monócito Sangue Precursor dos macrófagos 
Macrófago Tec. conjuntivo, órgãos linfáticos, 
pulmão 
Secreção de citocinas, fatores 
quimiotáticos e diversas outras 
moléculas que participam do 
processo defensivo da inflamação 
Cél. Kupffer Fígado Idem aos macrófagos 
Cél. micróglia Tecido nervoso do SNC Idem aos macrófagos 
Cél. LangerhansPele Apresentação de antígenos 
Osteoclasto Tecido ósseo Digestão da matriz óssea 
Célula gigante 
multinucleada 
Tecido conjuntivo (fusão de diversos 
macrófagos) 
Digestão ou segregação de corpos 
estranhos 
 
 MASTÓCITO  INFLAMAÇÃO E ALERGIA  originam-se da medula óssea; 
contém mediadores químicos da inflamação como a histamina (constritor da 
musculatura lisa); heparina (anticoagulante); secretam alguns leucotrienos; possuem 
receptores específicos IgE produzidos pelos plasmócitos. As moléculas produzidas 
pelos mastócitos caracterizam uma secreção parácrina. Coram-se de vermelho quando 
corados pelo azul de toluidina. 
- A liberação dos mediadores químicos armazenados nos mastócitos promove as 
reações de sensibilidade imediata. Um exemplo dessas reações é o choque anafilático. 
  PLASMÓCITO: originam-se no linfócito B ativado e sintetizam e secretam 
anticorpos (imunoglobulinas), fabricados em resposta à penetração de antígenos.. 
Possuem citoplasma muito basófilo, devido a grande quantidade de REG (aspecto de 
roda de carroça, ao lado do núcleo). 
  CÉLULAS DENDRÍTICAS: originam-se de precursores provenientes da 
medula óssea, possivelmente derivem dos monócitos. Estão presentes em muitos 
órgãos, sendo abundantes nos órgãos linfáticos nos locais ricos em linfócitos T e, na 
pele, recebem o nome de Cél. de Langerhans. São células imunoestimuladoras pois, 
além de apresentarem os antígenos às células T, elas são capazes de estimular células 
T que ainda não entraram em contato com qualquer antígeno. São capazes de 
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expressar moléculas MHC classe II  as moléculas MHC (Major Histocompatibility 
Complex) são constituintes do sistema imunitário, sendo que as do tipo II são de 
distribuição mais restrita e são encontradas nas células apresentadoras de antígenos 
como os macrófagos, linfócitos T, células dentríticas e células de Langerhans. 
 LEUCÓCITOS (glóbulos brancos): vêm do sangue por diapedese. Os 
leucócitos mais freqüentes no tecido conjuntivo são os neutrófilos, eosinófilos e 
linfócitos. 
 - LINFÓCITOS: não são fagócitos; possuem núcleo basófilo rodeado por 
estreito bordo de citoplasma; estão presentes em grande quantidade em tecidos 
linfóides e mucosas do trato digestivo e vias aéreas. 
 - EOSINÓFILOS: núcleo bilobado; têm mobilidade e atividade fagocítica 
moderada; abundante no trato digestivo e vias aéreas. Fagocitam e eliminam complexos 
de antígenos com anticorpos que aparecem em casos de alergia. Esses granulócitos 
são atraídos para as áreas de inflamação alérgica pela histamina (basófilos e 
mastócitos). Através de proteínas básicas os eosinófilos também participam da defesa 
contra parasitas, como o Schistosoma mansoni e Trypanosoma cruzi. 
 - NEUTRÓFILOS: escasso no conjuntivo normal; possuem grânulos 
citoplasmáticos com hidrolases ácidas e lisozimas, fosfatase alcalina, lactoderrina, 
colagenase e outras. Têm mobilidade ativa e grande capacidade fagocítica, constituindo 
importante defesa celular contra invasão de microorganismos. 
 
 
 
TECIDO CARTILAGINOSO 
 
 Tipo especializado de tecido conjuntivo  consistência rígida e rápido crescimento. 
 Função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve 
choques e facilita os deslizamentos, e é essencial para a formação e o crescimento dos 
ossos longos. 
 Contém células, os condroblastos e condrócitos, e abundante material extracelular, 
a matriz (constituída por colágeno, proteoglicanas, glicoproteínas, colágeno e elastina). 
As cavidades da matriz ocupada pelos condrócitos são chamadas de lacunas. 
 Não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo 
envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das cavidades articulares. Em 
alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as cartilagens, indo nutrir outros tecidos. 
 Não possui vasos linfáticos e nervos. 
 Crescimento das cartilagens deve-se a 2 processos: 
 - crescimento intersticial: por divisão mitótica dos condrócitos preexistente 
 - crescimento aposional: a partir das células do pericôndrio 
 A cartilagem que sofre lesão regenera-se com dificuldade. Havendo fratura, células 
do pericôndrio invadem a área e dão origem a tecido cartilaginoso que repara a lesão. 
Quando a área é extensa, o pericôndrio, em vez de formar novo tec. cartilaginoso, forma 
uma cicatriz de tecido conjuntivo denso) 
 3 tipos: 
 CARTILAGEM HIALINA: 
- É a mais comum; matriz com delicadas fibrilas constituída principalmente de colágeno 
tipo II 
- A fresco: branco-azulada e translúcida 
- É muito sujeita a processos degenerativos, sendo o mais comum a calcificação da 
matriz (deposição de fosfato de cálcio sob a forma de cristais de hidroxipatita). Esse 
processo pode ser normal, como no caso da formação dos ossos. 
- Disco epifisário nos ossos longos, responsável pelo crescimento em extensão 
- Forma o primeiro esqueleto do embrião 
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- No adulto  parede das fossas nasais, traquéia e brônquios, extremidade ventral das 
costelas e recobrindo superfícies articulares dos ossos longos. 
 MATRIZ: 
- Fibrilas de colágeno tipo II + proteoglicanas muito hidratadas + glicoproteínas adesivas; 
- Glicosaminoglicanas (GAGs): água de solvatação  sistema de absorção de choques 
mecânicos, principalmente nas cartilagens auriculares 
- Agrecana: agregado molecular que mantém a rigidez da matriz cartilaginosa, 
interagindo com as fibrilas colágenas; 
- Condronectina: glicoproteína adesiva com sítios de ligação para condrócitos, fibras 
colágenas e glicosaminoglicanas, participando, assim, da associação do arcabouço 
macromolecular da matriz aos condrócitos; 
- Cápsula ou matriz territorial: zona, ao redor dos condrócitos, ricas em proteoglicanas 
e pobres em colágeno. 
  CONDRÓCITO 
- Renovam as macromoléculas da matriz cartilaginosa  secretoras de colágeno, 
principalmente tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas 
- Aparecem em grupos de até 8 células  grupos isógenos  originadas de um único 
condroblasto 
- Oxigenação deficiente 
- energia pela glicólise anaeróbia, com formação de ácido láctico 
- Os nutrientes trazidos pelo sangue atravessam o pericôndrio, penetram na matriz da 
cartilagem e vão até os condrócitos mais profundos  difusão através da água de 
solvatação e bombeamento pelas forças de compressão e descompressão sobre as 
cartilagens. 
- Funcionamento depende de um balanço hormonal adequado. A síntese de 
proteoglicanas é acelerada pela tiroxina e testosterona, e diminuída pela cortisona, 
hidrocortisona e estradiol. O hormônio do crescimento promove a síntese de 
somatomedina C pelo fígado, a qual aumenta a capacidade sintética dos condroblastos 
e também a sua multiplicação, estimulando o crescimento das cartilagens. 
  PERICÔNDRIO 
- Tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas que envolve todas as cartilagens 
hialinas, EXCETO as cartilagens auriculares 
- Fonte de novos condrócitos para o crescimento; responsável pela nutrição, oxigenação 
e eliminação dos refugos metabólicos da cartilagem  pericôndrio possui vasos 
sanguíneos e linfáticos inexistentes no tec. cartilaginoso 
- Cél. semelhantes a fibroblastos, que podem facilmente multiplicar-se por mitoses e 
originar condrócitos, caracterizando-se assim, funcionalmente como condroblastos. 
 
 
 CARTILAGEM ELÁSTICA 
- Semelhante à cartilagem hialina, porém inclui, além das fibrilas de colágeno 
(principalmente tipo II), uma abundante rede de fibras elásticas finas, contínua com as 
do pericôndrio. 
- Encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na 
epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe 
- Cresce principalmente por aposição 
- Menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina 
 
  CARTILAGEM FIBROSA 
- Também chamada fibrocartilagem, é um tecido com características intermediárias 
entre o conjuntivodenso e a cartilagem hialina. 
- Numerosas fibras colágenas tipo I constituem feixes de orientação irregular entre os 
condrócitos; está sempre associada ao tecido conjuntivo denso 
- Não tem pericôndrio 
- Resistente às tensões 
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- Encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões ou 
ligamentos se inserem nos ossos, e na sínfise pubiana. 
 
 
 
 TECIDO ÓSSEO 
 
 Tecido duro e resistente com certa elasticidade 
 Constituinte principal do esqueleto; serve de suporte para as partes moles e protege 
órgãos vitais; aloja e protege a medula óssea; proporciona apoio aos músculos 
esqueléticos; sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração 
muscular; depósito de cálcio, fosfato e outros íons (homeostasia). 
 É um tipo especializado de tecido conjuntivo denso, formado por células e material 
extracelular calcificado (matriz óssea). 
 Como não existe difusão de substâncias através da matriz óssea, a nutrição dos 
osteócitos depende de canalículos que existem na matriz. Esses canalículos 
possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os capilares sanguíneos e os osteócitos 
 Todos os ossos são revestidos em suas superfícies externas e internas por 
membranas conjuntivas que possuem células osteogênicas, o periósteo e o endósteo, 
respectivamente. 
 ORGANIZAÇÃO MACROSCÓPICA: 
 - OSSO ESPONJOSO (TRABECULAR): trabéculas que se entrecruzam 
formando um retículo esponjoso; espaços intercomunicantes preenchidos com medula 
óssea; sem sistema de Havers 
- OSSO COMPACTO (CORTICAL): massa compacta sem espaços visíveis; 
deposição de lâminas; sistema de Havers 
 SISTEMA DE HAVERS ou ÓSTEON: sistema cilíndrico paralelo à diáfise, formado 
por 4 a 20 lamelas concêntricas, cujo canal central é o canal de Havers, por onde 
passam vasos e nervos. A comunicação entre estes canais é feita pelos canais de 
Volkman. Quando o osso é jovem, a luz do canal é mais ampla e suas paredes, menos 
calcificadas. Entre os sistemas de Havers encontram-se grupos irregulares de lamelas, 
os Sistemas Intermediários, originados de restos de sistemas de havers parcialmente 
destruídos durante o crescimento ósseo. 
 OSSOS: 
- LONGOS  epífise  tecido esponjoso com camada fina compacta 
superficial 
  diáfise  tecido compacto com esponjoso no interior e canal 
medular, possui medula óssea 
- CURTOS: centro esponjoso e periferia compacta 
- CHATOS: duas camadas compactas 
 REVESTIMENTO ÓSSEO: periósteo e endósteo  nutrição do tecido ósseo e 
fornecimento de novos osteoblastos (crescimento e recuperação do osso) 
- PERIÓSTEO: superfície externa. Na camada superficial, têm fibras 
colágenas e fibroblastos. As fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas 
que penetram no tecido ósseo e prendem o periósteo ao osso. Na porção 
profunda, é mais celular e possui as células osteoprogenitoras, que 
diferenciam-se em osteoblastos. 
- ENDÓSTEO: superfície interna, geralmente constituído por uma camada de 
células osteogênicas revestindo as cavidades do osso esponjosos, o canal 
medular, os canais de Havers e os de Volkmann. 
 OSSIFICAÇÃO: constante síntese e secreção de matriz óssea orgânica pelos 
osteoblastos com posterior mineralização A ossificação pode ser intramembranosa ou 
endocondral, entretanto, nos 2 tipos de ossificação, o primeiro tecido ósseo formado é 
do tipo primário. 
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- OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA: ocorre no interior de membranas do 
tecido conjuntivo. O local da membrana onde a ossificação começa chama-se centro de 
ossificação primária  células mesenquimatosas se transformam em osteoblastos que 
vão sintetizar o osteóide (matriz ainda não mineralizada), que logo se mineraliza, 
englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos. Cavidades são 
penetradas por vasos sanguíneos e células mesenquimatosas indiferenciadas, que irão 
dar origem à medula óssea Esse tipo de ossificação forma os ossos frontal, parietal e 
partes do occipital, do temporal e dos maxilares. 
- OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL: têm início sobre uma peça de cartilagem 
hialina que sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz 
cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralização e a morte dos condrócitos. As 
cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos, são invadidas por capilares 
sanguíneos e células osteogênicas. Essas células diferenciam-se em osteoblastos, que 
depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada. Esse tipo de 
ossificação forma ossos curtos e longos. 
- Ossificação dos ossos longos: o primeiro tecido ósseo a aparecer é formado 
por ossificação intramembranosa do pericôndrio que recobre a parte média da diáfise 
(centro primário). Seu crescimento é rápido e em sentido longitudinal. Mais tarde, 
formam-se os centros de ossificação secundária, um em cada epífise. Esses centros 
têm crescimento radial, além disso, nas superfícies articulares não existe pericôndrio, 
de modo que não se forma anel ósseo nessa região. Quando o tecido ósseo ocupa a 
epífise, o tecido cartilaginoso fica reduzido a 2 locais: cartilagem articular (persiste por 
toda a vida) e cartilagem epifisária ou de conjugação. Esta última é constituída por um 
disco cartilaginoso não penetrado pelo osso e será responsável pelo crescimento 
longitudinal dos ossos. Na cartilagem epifisária podemos distinguir as seguintes zonas: 
1. zona de repouso (cartilagem hialina), 
2. zona de cartilagem seriada ou de multiplicação (condrócitos empilhados no 
sentido longitudinal), 
3. zona de cartilagem hipertrófica (condrócitos volumosos com depósitos de 
glicogênio e lipídeos; matriz reduzida a tabiques delgados), 
4. zona de cartilagem calcificada (mineralização dos delgados tabiques e morte dos 
condrócitos), 
5. zona de ossificação (aparece tecido ósseo) 
 
 MATRIZ ÓSSEA EXTRACELULAR: 
 Matriz orgânica: fibras colágenas tipo I incluídas numa substância fundamental, 
confere elasticidade e resistência à tração. No adulto, 90% é colágeno 
 Substância Fundamental: 
• Proteoglicanas: sulfato de condroitina e hialuronana 
• Osteocalcina = BGP: proteína não colágena mais abundante no osso adulto. É 
sintetizada pelos osteoblastos, sendo que a síntese é estimulada pela forma ativa de 
vitamina D. Une-se à hidroxiapatita, sendo importante na calcificação 
• Osteonectina: glicoproteína adesiva do tipo fibronectina e condronectina, une-se às 
superfícies celulares e matriz. É sintetizada pelos osteoblastos 
• Osteopontina: sintetizada pelos osteoblastos; propriedades similares à fibronectina 
 Colágeno: fundamentalmente do tipo I 
 Sais Minerais: confere dureza e resistência à tração. Mg, K, Na, carbonato, citrato, 
mas a maior parte depósitos é de fosfato de cálcio. 
 Processo de mineralização (calcificação): consiste na deposição de íons inorgânicos, 
principalmente fosfato de cálcio. Após a remoção de cálcio, os ossos mantêm sua forma 
intacta, porém tornam-se tão flexíveis quanto os tendões. A destruição da parte orgânica 
(colágeno) também deixa o osso com sua forma intacta, porém quebradiço. 
 
 CÉLULAS: 
  CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS: 
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- São oriundas das células mesenquimais primárias 
- São semelhantes ao fibroblasto 
- Multiplicam-se por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel 
importante no crescimento dos ossos e na reparação das fraturas. 
- Presente na porção profunda do periósteo 
  OSTEOBLASTOS: 
- São células formadoras de osso 
- Células que sintetizam a parte orgânica (colágeno tipo I, proteoglicanas e 
glicoproteínas adesivas) da matriz óssea 
- Sintetizam ostecalcina (BGP), osteonectina e osteopontina 
- Capazes de concentrar fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz 
- Localizados nas superfícies ósseas 
- Quando aprisionados pela matriz recém-sintetizada,formam os osteócitos 
- Osteóide = matriz recém-formada, adjacente a osteoblastos ativos, e que ainda não 
está calcificada 
- Possuem fosfatase alcalina  importante na mineralização 
- Apresentam receptores para a forma ativa da vitamina D 
- Secretam citocinas e fatores de crescimento de efeito local sobre formação e 
reabsorção de osso: IL-1, IL-6 e IL-11 (estimulam formação de osteoblastos, 
recrutamento e ativação de osteoclastos); IGF-I; prostaglandinas; TGF-* (atrai células 
osteoprogenitoras, estimula maturação de osteoblastos, favorece produção de matriz, 
inibe atividade de osteoclastos) 
 OSTEÓCITOS: 
- Verdadeira célula óssea  encontrados no interior da matriz óssea, ocupando as 
lacunas 
- Emitem finos prolongamentos pelos canalículos, pelos quais estabelecem contato, 
através de junções comunicantes, com outros osteócitos  passagem de pequenas 
moléculas e íons 
- São essenciais para a manutenção da matriz óssea; sua morte é seguida por 
reabsorção da matriz. 
- Oriundos de osteoblastos retidos na matriz recém-sintetizada 
  OSTEÓCITO DE SUPERFÍCIE: 
- Formam a camada de epitélio simples pavimentoso na superfície óssea sem atividade 
de osteoblastos ou osteoclastos 
- Quando ativados secretam colagenase 
  OSTEOCLASTOS: 
- Células multinucleadas cuja função é destruir o tecido ósseo 
- Localizados em cavidades na superfície da matriz óssea  Lacunas de Howship 
- Originam-se de precursores mononucleados provenientes da medula óssea que, ao 
contato com o tecido ósseo, se unem para formar osteoclastos multinucleados. 
- Secretam enzimas lisossômicas; possuem colagenases que atacam ossos e liberam 
Ca+2  fagocitam osteócitos, colágeno e mineral 
 
 
 aula 15: TECIDO MUSCULAR 
 
 As células musculares têm origem mesodérmica. 
 Constituído por células alongadas (sarcolema, sarcoplasma e retículo 
sarcoplasmático) e que contêm grande quantidade de filamentos citoplasmáticos, 
responsáveis pela contração. 
 FUNÇÃO: geração de força motora (actina – miosina) e movimentos corporais 
(contração) 
 3 tipos de tecido: músculo liso, músculo estriado esquelético e músculo estriado 
cardíaco. 
 
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 MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO 
- Formado por feixe de células cilíndricas, longas e multinucleadas, com núcleos 
periféricos  fibra muscular  origem através dos mioblastos 
- As fibras musculares são envoltas por camadas de tecido conjuntivo: o epimísio 
(envolve grupos de feixes de fibras musculares), o perimísio (envolve cada feixe de 
fibras) e o endomísio (envolve cada fibra muscular). 
- Vasos sanguíneos penetram no músculo por septos do tecido conjuntivo e formam 
uma rica rede de capilares que correm entre as fibras musculares. 
- Cada fibra muscular apresenta perto do seu centro uma terminação nervosa motora 
 placa motora 
- Citoplasma da fibra muscular  preenchido por fibrilas paralelas  miofibrilas 
 MIOFIBRILAS: 
- São cilíndricas e longitudinais à fibra muscular. 
- Ao M.E. de polarização: banda A (faixa escura, anisotrópica; apresenta faixa mais clara 
no centro – banda H); banda I (faixa clara, isotrópica). No centro da banda I aparece 
uma linha transversal, a linha Z 
- Estriação devida à repetição dos sarcômeros  formado pela parte da miofibrila que 
fica entre duas linhas Z sucessivas 
- Miofibrilas do músculo estriado contêm 4 proteínas principais: actina, miosina, 
tropomiosina e troponina 
 MIOSINA: filamentos grossos em forma de bastão; sítio de ligação a actina; 
banda H 
 ACTINA: filamento fino; polímeros longos com sítios de ligação com miosina 
 TROPOMIOSINA: filamento fino; presa à actina de forma espiralada; impede a 
ligação actina/miosina 
 TROPONINA: filamento fino; presa à molécula de tropomiosina; complexo de 
3 subunidades (liga-se à actina, liga-se a tropomiosina e têm afinidade por Ca+2) 
- Proteínas acessórias: )-actinina, filamina, amorfina (na linha Z) / miomesina / titina / 
desmina / proteína C / distrofina 
 CONTRAÇÃO MUSCULAR: na contração, os filamentos de actina deslizam sobre os 
de miosina. Quando há disponibilidade de íons Ca2+ estes se combinam com a 
troponina. Isto faz com ocorra uma modificação espacial nas 3 subunidades de 
troponina, o que empurra a molécula de tropomiosina para dentro do sulco da hélice de 
actina. Em conseqüência, ficam expostos os locais de ligação da actina e esta fica livre 
para interagir com a miosina. Durante a contração há um aumento da zona de 
sobreposição entre os filamentos e um encurtamento dos sarcômeros. Uma única 
contração muscular é o resultado de milhares de ciclos de formação e destruição de 
pontes de actina-miosina. A contração depende da disponibilidade de íons Ca e o 
relaxamento está na dependência da ausência de íons. O retículo sarcoplasmático 
regula o fluxo de íon cálcio, necessário para a realização rápida dos ciclos de contração 
e relaxamento. A despolarização da membrana do retículo sarcoplasmático, que resulta 
na liberação de íons Ca, inicia-se na placa motora (junção mioneural na superfície das 
fibras). O sistema de túbulos transversais ou sistema T é o responsável pela contração 
uniforme de cada fibra muscular esquelética. 
 PLACA MOTORA: contração normal das fibras musculares esqueléticas é 
comandada por nervos motores que se ramificam do perimísio. No local de inervação, 
o nervo perde sua bainha de mielina e forma uma dilatação que se coloca dentro de 
uma depressão da superfície muscular. Esta estrutura é a placa motora. O terminal 
axônico apresenta muitas mitocôndrias e vesículas sinápticas com o neurotransmissor 
acetilcolina  sarcolema fica mais permeável ao sódio  despolarização  sistema de 
túbulos transversais  reticulo sarcoplasmático  liberação de íon cálcio  contração. 
 DISTROFIA MUSCULAR: degeneração progressiva das fibras musculares 
 - Distrofia Muscular de Duchenne: sintomas ocorrem antes dos 5 anos de idade, 
sendo que leva a morte aos 20 anos. É uma miopatia hereditária, ligada ao cromossomo 
Lídia Jagnow TI 
X. No músculo esquelético desses doentes, nota-se que a distrofina (proteína que liga 
filamentos de actina ao sarcolema) é inexistente ou então possui molécula defeituosa. 
 - Distrofia Muscular de Becker: mais benigna que a DMD; sintomas aparecem 
nos primeiros anos de vida e, aos 25 anos, o paciente está em cadeiras de roda. Neste 
caso a mutação genética implica na diminuição da produção de distrofina. 
  MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO 
- Constituído por uma rede tridimensional de células alongadas que possuem 1 ou 2 
núcleos, com estriações transversais e que se interligam por junções aderentes e se 
comunicam por junções comunicantes 
- Discos intercalares  3 especializações juncionais: zônula de adesão, desmossomos 
e junções comunicantes 
- Contração involuntária e rítmica 
- Distribuição irregular do retículo sarcoplasmático 
- 40% volume citoplasmático = mitocôndrias = intenso metabolismo aeróbio 
- Principal fonte de energia: ácidos graxos trazidos por lipoproteínas sanguíneas 
- Músculo cardíaco armazena ácidos graxos sob a forma de triglicerídeos  gotículas 
lipídicas no citoplasma de suas células 
- As fibras apresentam grânulos secretores que contêm a molécula precursora do 
hormônio ou peptídeo atrial natriurético. Este hormônio atua nos rins aumentando a 
eliminação de sódio (natriurese) e água (diurese) pela urina, baixando a pressão arterial 
 ação oposto à aldosterona 
  MÚSCULO LISO 
- É formado pela associação de células fusiformes, com núcleo único e central, 
revestidas por uma lâmina basal e mantidas juntas por uma rede muito delicada de fibras 
reticulares. As células musculares não apresentam estriações transversais; possuem 
poucas mitocôndrias, Golgi e RER. 
- As células musculares lisas contraem-se lenta e involuntariamente  vísceras 
- Célula muscular lisa apresenta feixes de miofilamentos que formamuma trama 
tridimensional. Estes feixes apresentam microfilamentos formados de actina e 
tropomiosina e miosina. A contração se dá por deslizamento e inicia-se pela entrada de 
Ca2+ no citoplasma. A miosina da célula lisa só interage com a actina quando a miosina 
está fosforilada, sendo assim, o cálcio que entra no citosol forma um complexo com a 
calmodulina. Este complexo ativa a cinase da cadeia leve de miosina, que é uma enzima 
que catalisa a fosforilação da miosina. A contração do músculo liso pode ser 
desencadeada por: serotonina, prostaglandinas, angiotensina e oxitocina. 
- Filamentos intermediários: desmina e vimentina (músculo liso de vasos sanguíneos) 
- O músculo liso recebe fibras do sistema nervoso simpático e parassimpático, porém 
não possui junções neuromusculares (placas motoras). 
- Diferenças em relação ao músculo estriado: retículo sarcoplasmático reduzido; capaz 
de sintetizar colágeno tipo III, fibras elásticas e proteoglicanas; terminações do SN 
simpático e parassimpático sem junções mioneurais elaboradas.

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