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Prova - Formação do estado português

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Universidade Federal de Pernambuco
Alunos: André Junior e Roberto Pedro
Disciplina: Impérios português e espanhol
Professora: Bartira Ferraz
Avaliação
1- De acordo com seus conhecimentos adquiridos durante as aulas, discorra sobre a formação do estado nacional português,seu contexto social, político-administrativo e econômico.
Para começarmos a discorrer sobre o contexto histórico da formação do estado nacional português, remetemos aos povos que habitavam a península Ibérica no período pré-romanos, acredita-se que era composto de povos autóctones e que sofreram influência dos povos indo-europeus de origem celta. Os povos celtas mesclaram-se com os povos iberos dando origem aos celtiberos na Meseta central,essa evolução e configuração dos povos da península Ibérica sofreu influência de povos gregos, romanos e posteriormente de povos germânicos e os mouros. Dentro do península havia variadas composições de povos, dentre esses: vascões, lusitanos, celtiberos, galizios, turdetanos, cantabros e etc. A chegada do período de romanização ocorreu de forma significativa a partir do fim da segunda Guerra Púnica(218-201 a.c) onde era um período onde a península serviu de entreposto das tropas romanas durante o conflito, e da disputa da guerra lusitana que foi uma disputa pelas terras da Andaluzia, essa influência fica evidente nas construções e nos costumes ,principalmente na imposição da língua latina como a língua oficial servindo de elo comunicativo desses vários povos e também o surgimento de várias cidades com a chegada destes romanos(dentre essas, Braga,Santiago do Cacém e Conímbriga na Lusitânia) que se estabeleceram pela península. Essa descrição nos remete também a um slide apresentado durante uma aula que era uma imagem do templo romano de Évora em Portugal datado do século I, vimos influências arquitetonicas dos povos de origem islâmica, romana e cristã. Durante a segunda metade do século V as invasões de povos de origem germânica bárbara( vigodos e suevos) tiveram grande importância nessa configuração populacional no que hoje é o estado português, Dentro dessa panela de pressão que era a península, em especial o condado portucalense, ocorre a invasão dos povos islâmicos advindos do norte da África no século VIII, eles cruzaram o estreito de Gilbraltar(Colunas de Hercúles,assim chamados pelos gregos) e tomaram boa parte da península das mãos dos povos de origem germânica e os empurrando para o norte,nessa época Portucale( do latino Portus, "porto" e outro grego cale, "belo".) já era a sede da diocese portucalense. Em finais do século IX houve uma organização para uma reconquista do território perdido pelos mouros(as denominados pelos reinos cristãos os povos de origem islâmica) e coma ajuda dos cruzados e nobres, muitos desses territórios foram recuperados dentre os quais a casa ducal de Borgonha,representada pelos primos,Raimundo e Henrique de Borgonha, que em chamado do monarca de Castela, Afonso VI tiveram méritos durante as guerras de reconquistas da Galiza, e pelos seus serviços tiveram como premio terras doadas. Naquela época o condado já havia sido incorporado ao reino da Galiza em 1071 dependente do reino de Leão e em 1096 o filho de de Henrique de Borgonha,também chamado de de Herinque fica com a sua parte de herdeiro com as terras do condado de Portucale como dote do casamento com a filha ilegítima do Rei de Leão, Afonso VI, D. Teresa de Leão tornando-se condessa de Portucale. Apartir de 1107 depois de disputas pelo poder se sucessão do reino de Leão e Galiza,sofrendo pressões dos nobres da corte, a sucessora direta ao trono do reino, Urraca I, teve que negociar para assumir e teve que se casar com o rei Afonso I de Aragão e Navarra, gerando assim um confronto com os interesses de Henrique de Borgonha, que começou a governar com uma certa autonomia do Reino de Leão. Ele só firma uma paz já no fim de seu reinado em 1112,e depois de morrer começa a se configurar uma disputa pelo pelo de portucale, de um lado o seu filho que ainda não tinha a sua emancipação, Afonso Henriques, e do outro lado a sua mãe e sucessora por direito ao trona, D. Teresa De Leão. Ela reclama o seu direito se alia ao nobre da galego da Casa de Trava, Fernão Peres de Trava e com o intuíto de permanecer sobre o julgo do reino de Leão e Castela, Afonso Henriques com a ajuda de seus aliados entra em conflito com a mãe, pois ele quer a autônomia de Portucale, e consegue vencê-la na batalha de São Mamede em 1128,com a vitória o estado português consegue sua autonomia,em 1139 depois da vitória comntra os mouros na batalha de Ourique ele se declara rei de Portugal, sua autonomia é reconhecida pelo papa Alexandre III e isso ajuda no reconhecimentospelos demias estados da época. Nascia assim o estado nacional de Portugal, com o seu primeiro monarca, Afonso I, conhecido como "o conquistador" que em 1147 com a ajudas de ordens de cavaleiros cruzados, fez o cerco e tomou Lisboa em 1147,seus exitos em conquistas no centro e no sul de Portugal foram decisivas para a expansão e expulsão dos mouros e empurando eles para o sul,ele quase duplicou o território que recebeu.
Depois da morte de D. Afonso I o seu filho D.Sancho I assume o trono, conhecido como "o povoador", ele prioriza a questão administrativa e económica do seu reino a questão demografia e o perído onde o reino precisava de uma estabilização,o país passou por um problema bem comum durante boa parte da Dinastia de Borgonha, a variação da distribuição da população e o baixo índice populacional e a sua econômia agrária. No Livro escrito por José Mattoso, "Identificação De Um País" na página 22 do segundo volume ele aborda sobre esse período do reinado de D. Sancho I:
"Pelos fins do século XII, a pressão demográfica diminui ligeiramente, em virtude da intesificação das investidas almóadas de 1181 a 1195, o que deve ter provocado refluxo da população da linha do Tejo, que tenta regressar as cidades ou voltar ao Norte,mas sobretudo por causa de uma série de maus anos agricolas pelos anos de 1191 ou 1196 à 1199,que assolaram particulamente a terra de Santa Maria(Feira),Braga e a Galiza.Seguir-se-iam graves intemperes em Évora,Satarem e Coruche em 1216 e 1218.Sentiam-se, assim, no nosso país, fomes paralelas as que assolaram o resto da Europa e o norte de África, entre 1193 e 1197,e a Inglaterra em 1202. A fome obrigou muita gente da Zona de Gaia,Viseu e Entre Rios a vender a suas terras. Os cónegos de Braga tinham de empenhar as suas propriedadespara se alimentarem antes de 1206 (LF 498), e o papa Inocêncio III respode a uma consulta do arcebispo de Braga, declarando que não deverão fazer penitência aqueles que durante a Quaresma comeram carne em tempo de fome, no qual a maioria morria por tempo de víveres(MHV, I, n° 329, de 1206 = BPIn. III, n° 109). Daí resultaram agitações populares da gente faminta que desencadearam a revolta burguesa do Porto de 1208 a 1210, as agitações de 1207 em Lisboa, as pilhagens dos coutos de Alcobaça pouco antes de 1210, os protestos dos clérigos de Leiria no ano seguinte, as questões entre o mosteiro de Tarouca e os seus vizinhos."
Analisando o fragmento do texto,durante o período de governo do monarca D. Sacho I apesar das conquistas, a configuração territorial ainda era maleável e o deslocamento populacional fazia com que houvesse uma má distribuição das pessoas no território. Aponta-se também questões econômicas, o período de uma produção agrícola bem escassa, a busca de terras acessíveis ao plantio era um fator predominante,o texto continua falando da agricultura e da pecuária, que o fator de não consumir carne em períodos onde se guardava votos religiosos de jejum era bastante cobrada e delicada, mostrando a influência da igreja católica em questões socias e econômicas da época. O controle administrativo se passava muito por questões de conquista e luta pela dominação de terrritórios ocupados pelos mouros, a população ainda dependia de um sistema predominatemente feudal, a distribuição de forais entre nobres impedia umasubordinação do rei a uma burguesia nacional, mantendo o controle de poder, a formação de uma burguesia eminente que necessitava de condições mais favoravéis,são questões tipícas da baixa Idade Média, também não fogem a regra do que se desencadeava dentro do jovem Reino de Portugal. A conquista de Silves, um importante centro administrativo e econômico do Sul, com população estimada em 20.000 pessoas demostra a força (ainda que com ajuda dos cavaleiros das ordens religiosas) do reino português. Sancho ordenou a fortificação da cidade e construção do castelo,outro importante fator são as proteções dos possíveis contra-ataques dos mouros,e daí vinham as construções de fortificações nas cidades. Voltando a falar de econômia segue o trecho do livro de José Mattoso, página 23 que aborda a questão mais aprofundada do comércio e da agricultura.
" Durante a segunda metade do século XIII, a intensificação das atividades econômicas permite, segundo parece, equilibrar melhor os níveis da população e dos recursos alimentares. Efectivamente, a criação de feiras, a construção de pontes e Igrejas, o surto do comércio marítimo internacional, a diminuição da pirataria muçulmana no Atlântico, a prosperidade das cidades, parecem indicar um certo domínio da situação. De facto, parece ter-se conseguido durante algum tempo aumentar a produtividade por meio da secagem de pântanos ou o arroteamento de montes e de matas, e a intensificação das actvidades piscatórias, ou mesmo a generalização de melhores técnicas agrícolas, como a melhoria dos processos de assolamento, o desenvolvimento da criação de gado, o uso dos instrumentos de ferro,sobretudo o arado, a utilização de plantas azotadas e a intensificação do cultivo de leguminosas. "
As questões econômicas em Portugual no período medieval se compreendem num panorama do desenvolvimento da agricultura e da pecuária no mundo, do melhor aproveitamento do plantio e das terras, a formação de uma econômia voltada para o comércio e uma ascenção da burguesia, a expulsão dos mouros e consolidação de crescimento de uma população ainda pequena num território ainda em expansão. A conclusão desse aspecto por Mattoso em seu livro, nas páginas 25 e 26:
" Não esqueço que a questão demográfica me interessa como elemento para explicar a formação nacional e e a superação da oposição entre o Norte senhorial e o País concelhio. De facto, os movimentos populacionais, mesmo quando não chegam a provocar grandes deslocações de massa, levam a transferências importantes, num movimento cuja a tendência constante tem o sentido Norte-Sul e Oeste-Este. É ele que sustenta a senhorialização do vale do Douro, de Trás-os-Montes, de parte da beira, da Estremadura e, depois, do Alentejo.É também responsável pelo crescimento das cidades, pelo fixação do rei, da corte e de muitos nobres em Coimbra, Lisboa, Santarém, Évora e em várias povoações da Estremadura. Mesmo que as transferências fossem quantitativamente reduzidas, a população autóctone na Estremadura e no Alentejo, demasiado débil, não me parece ter oferecido resistência social nem cultural. A assimilação das gentes do Norte, de cultura diferente, foi facilitada pela preservação moçárabe das tradições latinas.....Os desníveis de densidade demográfica, que já se verificavam, sem dúvida, no século X, não desapareceram, porque a incapacidade tenológica não permitia a subsistência de muitas gentes nas montanhas,nem mesmo no Alentejo. Daí, sobretudo das terras altas, a gente também fugia, acossada pela fome e pela dureza do clima. As tentativas de povoamento fracassavam constantemente......Homens e mulheres que, passando à Lusitânia, continuaram a chamar-se << portugueses >>, isto é,gente de Portucale, do território portuense e que impuseram o mesmo qualitativo a todos os que tinham nascido dentro do Reino, embora bem longe do Porto."
A comprensão de nacionalidade portuguesa no seu ínicio estava associada a um povo que de um condado que nomeava outros povos dentro da Lusitânia, e os movimentos populacionais por eventuais situações fizeram com que esses povos se aculturassem e tomassem para si essa nacionalidade. A má distribuição da população no território e intemperes e formação dos nucleos das cidades, o cilcos e a falta de técnicas de agricultura que geravam fome,agora estavam se estabilizando.D. sancho I foi também relatado na obra do historiador português Orlando Ribeiro, que discorre sobre a luta pela reconquista de Silves e posterriormente a auto intitulação de Sancho com rei de Portugal e dos Algarves, fala muito sobre a luta e o avanço do exército mouro dos almóadas, na página 107 tem o trecho que fala sobre isso:
" A primeira reconquista de Silves (1189), conservada por pouco menos de um ano, não podia se manter por falta de apoio terrestre. Ela pode considerar-se como uma diversão a pressão exercida pelos exércitos almóadas que, no ano seguinte, as alturas da outra banda, cercando Santarém, ameaçando toamr Lisboa e isolando completamente Évora, defendida valorosamente pelos freires de Calatrava. Sem um concurso de uma armada de cruzados, nunca D. Sancho I se atreveria a tentar a expugnação da cidade. As forças portuguesas vieram parte por mar, navegando com a armada estrangeira, parte por terra, através de serranias cortadas de desfiladeiros, despovoados e incultas, e se nenhum castelo lhes tolhia a passo, também, provavelmente não encontrando resistência...."
É de total e grande importância para a expansão e reconquista dos territórios não só de Portugal mais de toda a península Ibérica, as ordens de cavaleiros,dentre as citadas na obra são a Ordem dos Cavaleiros do Santo Ofício, que não só ajudaram Sancho I mais o seu antecessor, Afonso I, e seus sucessores a expulsar os mouros, que por sinal tiveram uma influência muito significativa em toda a península. Em um trecho da obra de Orlando Ribeiro que cita bem sobre a presença árabe,em especial no território português.(página 33)
" Os mulçulmanos trouxeram, em especial para a civilização do país, onde dominaram de quatro à cinco séculos, um contributo de importância comparavél aos romanos. Com os árabes vieram e em muito maior número que eles, populações de todo o Norte da África conjunto designado genericamente por mouros: entre aqueles, os berberes representavam o elemento principal. Atravesando o estreito, fixando-se de preferência nas regiões meridionais, não encontraram, na sua nova pátria, nem uma terra estranha nem gente diferente. De tal forma uqe, no paralelismo de modos de vidas do << Algarve >> e do << Magrebe >>, é impossível destrinçar com segurança o que se devia a invasão mulçumana de um fundo anterior comum. O território português sempre viveu na periferia do mundo árabe e longe dos grandes centros de irradiação do sul da península. Quando se quebrou a unidade política do califado, os reinos de Taifa que se constituiram foram, salvo o de Badajoz ( que estendeu o seu dominío até Lisboa)...."
A importância dos árabes para o povoamento do sul de portugal foi de grande valia para despertar o interesse da reconquista e do melhor aproveitamento para a povoação específicamente nessa região,muito antes da autonômia de Portugal os condados dos povos autóctones que já haviam sofrido influência dos povos germânicos,estavam aglutinados e em minoria, todos na região norte da península, não é de se estranhar que muitos costumes e a cultura desses povos influênciaram a configuração populacional portuguesa, o autor ainda levanta uma hipótese para o enfraquecimento e a perda dos territórios do mouros; a unidade politica dos califados. Quando ocorre uma fragmentação desses califados, há um enfraquecimento das forças e do domínio árabe na península, mais não deixaram de dominar e ameaçar os remanecentes dos povos cristãos, nem tão pouco os dominados deixaram de se aculturam ou de praticar os seus cultos cristãos. Os povos que se estabeleceram vindos do norte da África, trouxeram consigo os seus costumes e influênciaram a língua, a cultura a matemática e as ciências dos povos cristãos,de Portugal,da língua portuguesa e culinária, ou seja, são transmisores de conhecimento e se mesclaram as culturas da península.
Referências Bibliográficas
A Identificação De Um País; José Mattoso
A Fomação De Portugal; Orlando Ribeiro

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