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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
nome
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DOCENTE E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
TRÊS LAGOAS
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Nome
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DOCENTE E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Monografia apresentada ao Curso de licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para a obtenção do grau de licenciada em Pedagogia.
Orientador: Prof. Me. Valdeci Luiz Fontoura dos Santos.
TRÊS LAGOAS
2010
NOME
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DOCENTE E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________
Prof. Me. Valdeci Luiz Fontoura dos Santos (UFMS)
________________________________________________
Prof. Me. Odair França de Carvalho (UFU)
________________________________________________
Profª. Dra. Maria José Alencar Vilela (UFMS)
TRÊS LAGOAS
2010
Dedico a Cidinha, querida tia e saudosa professora, por ter me mostrado o caminho e a esperança de mudar o mundo para melhor sendo professora (in monorian).
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a toda força espiritual que me ajudou chegar até o final dessa etapa da minha vida.
A minha mãe Zelinda pelo amparo.
A minha avó Severina por todo apoio.
Ao Jefferson pelo consolo nos momentos difíceis.
Aos amigos Bianca, Fernando e Roger pela parceria.
As minhas camaradas, amigas, parceiras Amanda e Bruna por seguirmos juntas no mesmo sonho de superar a atual realidade.
A minha amiga Michela pelos conselhos.
A todos os professores do curso de Pedagogia que contribuíram com a minha formação. 
A todos colegas de militância estudantil.
Por fim, agradeço ao meu amigo, irmão, pai, parceiro, anjo Professor Orientador Me. Val Fontoura, que foi mais que um orientador em minha vida, foi a base para minha formação enquanto acadêmica e como pessoa.
Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore Não posso adiar para outro século a minha vida nem o meu amor nem o meu grito de libertação. 
António Ramos Rosa
RESUMO
ARAÚJO, Deise Cristina. A atuação do pedagogo docente e a educação ambiental. 2010. 51f. Trabalho de Conclusão de curso (TCC) - Câmpus Pedagógico, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas, 2010.
O presente trabalho socializa os resultados de conclusão de curso desenvolvida na área da Educação Ambiental. Iniciou-se o trabalho em educação ambiental analisado sua dimensão pedagógica suas exigências e reflexões acerca da problemática ambiental e também acerca da educação. Elegeu-se como objeto a atuação do pedagogo docente nos anos iniciais do ensino fundamental. Indaga-se o conhecimento sobre a temática, como o pedagogo docente desenvolve sua intervenção didática com a temática ambiental com o objetivo de investigar se tal prática existe e como ela se desenvolve criticamente. A coleta dos dados se deu por meio de questionários e entrevista. Partimos da reflexão da questão ambiental analisada em sua dimensão pedagógica com o principal benefício de colaborar com o meio ambiente, por meio da formação de cidadãos e cidadãs críticos e conscientes da problemática ambiental. Buscamos respostas para as seguintes questões: Os pedagogos docentes têm uma visão crítica e política referente à Educação Ambiental? As intervenções didáticas desenvolvida pelos pedagogos conseguem constituir uma visão crítica nas crianças com relação à ação do homem no meio ambiente?
Palavras-chaves: Pedagogo Docente + Educação Ambiental + Intervenções Didáticas.
LISTAS DE ANEXOS
ANEXO 1 Questionário...........................................................................................................49
ANEXO 2 Roteiro de entrevista..............................................................................................51
LISTAS DE SIGLAS
EA – Educação Ambiental.
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais. 
PPP – Projeto Político Pedagógico.
 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11
1. O objeto de pesquisa.............................................................................................................12
2. A opção metodológica da pesquisa.......................................................................................14
3. A organização desta monografia...........................................................................................15
CAPÍTULO I 
A ESTRUTURA DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................16
1.1 Os olhares sobre a terra: trajetória histórica de uma prática de exploração.................................................................................................................................17
1.2 Educação ambiental: advento e consolidação.....................................................................20
1.3 Concepção pedagógica dialética e Educação Ambiental crítica.........................................23
CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO OLHAR DE PEDAGOGOS DOCENTES.............................................................................................................................30
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................43
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................................................................45
ANEXOS..................................................................................................................................48
Introdução
A raiz do dilema ambiental está na forma como aprendemos a pensar o mundo: dividindo-o em pedaços.
Noel Melnnis 
	Este trabalho resulta de uma investigação que teve como objeto o papel da Educação Ambiental e a prática do Pedagogo docente nos anos iniciais do ensino fundamental.
	A questão ambiental é uma temática que sempre chamou a minha atenção. Observei na minha cidade�, por exemplo, a coleta seletiva, distribuição de lâmpadas fluorescentes, distribuição de cestas básicas para a família que mais arrecadassem garrafas PETS, enfim, várias formas de incentivo aos moradores da cidade para economizar e preservar o meio ambiente que fazem da temática uma questão cotidiana em minha vida.
	Observando os problemas ambientais conseguimos ver que esses problemas não estão acontecendo apenas pelas mãos dos cidadãos, logo não vejo esse tipo de incentivo ser discursado para os grandes geradores da crise ambiental que é a produção capitalista. 
	Desse modo, “desde a Revolução Industrial, a atividade interventora e transformadora do homem em sua relação com a natureza vem se tornando cada vez mais predatória” (TOZONI-REIS, 2003, p. 01). A produção capitalista explora os recursos naturais e não se preocupa com o fim desses recursos. Já o sistema capitalista que não abrirá mão de sua produção, coloca na mão dos indivíduos, principalmente das classes populares, o grande desafio de economizar e preservar o meio ambiente. Assim, Reigota (1991, p. 37) descreve que “A problemática ambiental não pode se reduzir só aos aspectos geográficose biológicos, de um lado, ou só aos aspectos econômicos e sociais, de outro. Nenhum deles, isolado, possibilitará o aprofundamento do conhecimento sobre essa problemática”.
	O papel da Educação Ambiental refere-se ao desenvolvimento da consciência crítica e ao fortalecimento e mobilização da comunidade para exigirem direitos e resolverem problemas locais, “o que reafirma a opção dos educadores pela atuação na esfera micro-social para se chegar à transformação da esfera macro-social” (PELICIONI, 2004, p. 12). 
	“Nossa realidade está longe de resolver problemas ambientais como, transportes, saúde, moradias, alimentação e educação” (REIGOTA, op.cit). Assim, justifiquei a execução desta pesquisa por entender meu papel cidadão ao contribuir com a preservação do ambiente de forma democrática e coletiva, de forma justa, pois a necessidade humana de renovação ambiental está presente todos os dias em nossas vidas. 
O objeto da pesquisa.
	Esse trabalho desenvolveu-se pro meio de uma questão: Apenas os indivíduos têm o dever de salvar e preservar o planeta que é de todos? 
	Em minhas observações de aulas realizadas em escolas da educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, nos anos de 2007 e 2008, não relatei nenhuma iniciativa ou projetos do pedagogo docente em abordar a questão ambiental. Assim, me questiono porque durante minha vida escolar ouvia sempre que preservar é a melhor maneira de salvar o planeta terra, e nas minhas aulas de Ciências, Geografia e até mesmo nas aulas de interpretação de texto havia esse discurso.
	Nessa ótica, a educação ambiental analisada em sua dimensão pedagógica exige reflexões acerca da problemática ambiental e também acerca da educação. 
Foi pela aproximação a estas categorias, pensando sobre elas, tentando mergulhar em suas determinações, que encontrei uma pista que me parecia fundamental para pensar os pressupostos teóricos dos professores dos cursos investigados sobre educação ambiental, especialmente pelo seu caráter essencialmente histórico: a intervenção humana no ambiente (TOZONI-REIS, 2003 apud MARX, 1993). 
	A consciência ambiental já chegou à escola e iniciativas são tomadas sobre isso, por educadores de todo país. Por isso, destaca se a “importância de incluir o Meio Ambiente nos currículos escolares como tema transversal, permeando toda prática educacional” (BRASIL, 1998; p. 169). Contudo, os educadores devem compreender que a emergência que é ainda maior que a ecológica é a crise do pensamento dos dominantes do mundo, em relação à degradação da natureza, tendo a educação ambiental como propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação de todos os professores e educandos. 
	O objetivo da educação ambiental, não está longe dos objetivos da escola, ambos se empenham para desenvolver uma formação integral do aluno logo, esse cidadão, será inserido na sociedade e também no meio ambiente. Seu objetivo é desenvolver no estudante dimensões políticas, culturais, históricas e sócio-econômicas, para que o aluno tenha compreensão do meio e saiba interpretar de forma crítica os diversos problemas ambientais. A escola contribui desenvolvendo novos valores, para que as gerações futuras pensem coletivamente, em todos, e em tudo que compõe nosso meio.
	Assim o objetivo desse trabalho é investigar a atuação do pedagogo docente nos anos iniciais do ensino fundamental em relação à educação ambiental, buscando observar a prática desses enquanto formadores. Com as respostas dessa indagação, buscamos saber se a educação ambiental é passada de forma crítica e transformadora e quais são os instrumentos para realizar essa prática. 
	Nessa pesquisa busquei respostas para as minhas indagações. 
	-Os professores têm uma visão crítica referente à Educação Ambiental? 
	-A temática ambiental esteve/está presente na formação inicial e contínua dos pedagogos?
	Acreditando que a principal contribuição deste trabalho é colaborar para o despertar de uma consciência ambiental, igualmente Pedro Jacobi (2003, p.14) afirma que: 
As questões que o ambientalismo suscita estão hoje muito associadas às necessidades de constituição de uma cidadania para os desiguais, à ênfase dos direitos sociais, ao impacto da degradação das condições de vida decorrentes da degradação socioambiental, notadamente nos grandes centros urbanos, e à necessidade de ampliar a assimilação, pela sociedade, do reforço a práticas centradas na sustentabilidade por meio da educação ambiental.
	Sabemos que a educação sozinha não mudará os rumos do planeta, mas contribuirá para que isso aconteça e como já dizia Paulo Freire (1988, p.67) “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”. 
	Parece-nos que o papel do pedagogo docente como mediador desse assunto é de total importância, igualmente contribuindo para um mundo sem desigualdades e livre dos problemas ambientais, que possa entender que o meio ambiente não é uma fonte inesgotável de recursos para o desenvolvimento material da sociedade (VIÉGAS, 2005). 
	A educação ambiental tem a finalidade de proporcionar ao ambiente uma relação entre homens e recursos naturais de forma sustentável, também contra a alienação do homem em relação ao desenvolvimento industrial. Qual educação propõe uma mudança do paradigma hegemônico de desenvolvimento econômico, com base em princípios de justiça social, superação da desigualdade socioeconômica e construção democrática ancorada no dinamismo dos atores sociais. “Traz a discussão da sustentabilidade para o campo das relações sociais, analisando as formas sociais de apropriação e uso dos recursos e do meio ambiente” (DELUIZ; NOVICKI, 2004). 
	“A educação é mediadora na atividade humana, articulando teoria e prática, a educação ambiental é mediadora da apropriação, pelos sujeitos, das qualidades e capacidades necessárias à ação transformadora responsável diante do ambiente em que vivem” (TOZONI-REIS, 2003). Por isso devemos olhar de forma crítica as mudanças ocorridas em nosso planeta e compreender as relações que o capital tem com o meio ambiente, para que haja um modelo diferente da exploração capitalista.
2. A opção metodológica desta pesquisa.
	Por todas as argumentações aqui expostas a pesquisa teve como apoio para a investigação das minhas questões o referencial Materialismo Histórico-Dialético (dialética), pois acreditamos que esse não é apenas um referencial, mas uma postura que se envolve na pesquisa, vendo todos os fenômenos, assim para discutir a ação e transformar a ação envolvida. Diante disso, a dialética se porta como método, pois é necessário descobrir as leis dos fenômenos da investigação, capturando ponderadamente as articulações da problemática em estudo, analisando as evoluções e rastreando as conexões entre os fenômenos que os envolve. 
	A lógica formal traz a separação sujeito-objeto, o que, para os pensadores da dialética não satisfazia, pois na procura da superação desta separação iniciaram pelas constatações acerca do movimento e da contrariedade do mundo, dos homens e de suas relações. Percebe-se que a lógica formal não é capaz de explicar as contradições e impede o desenvolvimento do pensamento, barrando o necessário movimento para compreensão das coisas. Sendo o mundo dialético, se faz necessário um método, uma teoria de interpretação, que possa ser subsídio para a compreensão, e por meio desse instrumento lógico pode ser o método dialético desenvolvido por Marx, que para Ivani Fazenda a dialética se situa no nível de realidade, no nível histórico, sob a forma da trama de relações contraditórias, conflitantes, de leis de construção, desenvolvimento e transformação dos fatos. Compreender a realidade significa, portanto compreender o todo, porque esta aparece para nós sob forma desorganizada, caótica e superficial/fenomênica.
	Essa teoria fundamenta o principal interesse dessa pesquisa, ou seja, observar no cotidianodo pedagogo docente a utilização da sua práxis (junção de teoria e prática), para identificar a posição sócio-política da temática ambiental na utilização dos projetos didáticos. A práxis “no processo dialético de conhecimento da realidade, o que importa não é a crítica pela crítica, o conhecimento pelo conhecimento, mas a crítica e o conhecimento crítico para uma prática que altere e transforme a realidade anterior no plano de conhecimento e no plano histórico-social” (ibid).
	O procedimento desta pesquisa contará com coleta dos dados e entrevista com pedagogo docente como educador ambiental, buscando colaborar para uma educação que forme para o todo, com igualdade independe das diferenças, para que o mundo não seja mais divido em pedaços. 
A organização desta monografia.
	Esta monografia está organizada em três momentos. No primeiro, apresentamos a trajetória ambiental, seus eventos, sua historicidade e as contribuições para educação ambiental.
	No segundo, apresentamos a análise de dados de questionários feitos com pedagogas docentes das series iniciais do ensino fundamental. Primeiramente, a partir do questionário selecionamos documentos� para análise, porém encontramos dificuldades em ter acesso a esses documentos, desse modo elegemos uma das pedagogas docente para uma entrevista com a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre a prática pedagógica referente a educação ambiental.
	Por fim, apontamos possíveis considerações finais sobre a pesquisa e a importância da educação ambiental nas escolas.
Capítulo I: A estrutura dos princípios da Educação Ambiental
Garganta seca, o nariz sangra
O cinza domina a paisagem urbana
Todos sabem o que vai acontecer e
ninguém faz nada para deter
O ozônio vai sumindo
O calor vai aumentando
A poluição vai destruindo
O ser humano se matando
Os mares vão morrendo
As flores desaparecendo
Extinguindo animais
O ser humano retrocedendo.
Sociedade Armada
	A evolução da humanidade sempre esteve historicamente envolvida com o meio natural, ou seja, com o meio ambiente. Assim, desde que o homem percebeu que para sua sobrevivência teria que utilizar dos recursos naturais, o meio ambiente vem sendo degradado. 
	Portanto, para a sua sobrevivência, o homem sempre esteve ligado ao meio natural. Logo, desde ás primeiras gerações o homem vem extraindo do meio ambiente seu sustento e suas ferramentas de trabalho. De tal modo, essa dependência do meio ambiente como aponta Vieira (2007) “se configurou na deificação do meio ambiente e na adoração da mãe natureza”. 
	Com o passar das gerações o homem foi modificando seu modo de trabalho, e com o surgimento do capitalismo e suas revoluções, o meio ambiente se tornou o principal estoque de recursos, tanto de matéria-prima quanto depósito de lixo. Assim, o homem passou a extrair de forma predatória os recursos do meio ambiente. 
	Toda mudança ocorrida no sistema de produção e na forma em que o homem passa a se relacionar com o meio ambiente, vinculada ao capitalismo de forma direta, afeta o meio ambiente, pois toda alteração vem seguida de um efeito. Assim, o modo de produção capitalista e o modo de trabalho existente nesse sistema que é tanto de exploração do trabalhador como dos recursos naturais, é o principal explorador do meio ambiente. Desse modo Manfredi (1998, p. 29), “caracteriza o trabalho como uma forma de ação original e especificamente humana, por meio do qual o homem age sobre a natureza, transforma a ordem natural em ordem social”. 
	Porém, a relação humana do trabalho junto à natureza não precisa ocorrer de forma abusiva, para o homem se manter em sociedade ele busca na natureza suas fontes, na ótica capitalista não temos como anteparar as grandes empresas, indústrias que estão a todo vapor, o caráter de produção capitalista tem em vista apenas o lucro da produção do trabalho, exploram os recursos naturais os trabalhadores e não se importam com as consequências desses abusos. 
	Por conseguinte, utilizando-se dos recursos naturais de forma consciente e com a superação do modo de produção vigente trará grandes benefícios para o meio ambiente e ao trabalhador que necessita do meio para a sua sobrevivência.
1.1. Os olhares sobre a terra: trajetória histórica de uma prática de exploração
	Ressaltando o modo de produção anterior ao capitalismo, podemos observar a distinção da utilização do meio ambiente antes do capitalismo e em sua especificidade. 
	Durante a Idade Média (1000 a 1500 d.C) havia um olhar diferenciado sobre a natureza que se caracteriza como pensamento humanista, onde os homens e mulheres desse período só se importavam com o ser humano e sua questões, ou seja, com a essência humana. Nesse período, não se dava importância às questões ambientais, pois o posicionamento cristão� observava a natureza como uma benção divina, sem fim. Contudo os problemas nesse período podem ser observados através da história tanto como problemas sociais, como ambientais, assim afirma Penteado (1997. p. 81) que:
Basta olha o tratamento dispensado a índios e negros em nosso país ao longo do período colonial e do Império. Basta olhar as condições de vida de índios e negros no Brasil hoje [...] Porém ela era exercida a favor de uns, em detrimento de outros. 
	Mesmo Penteado destacando questões do Brasil, podemos concluir que em todo continente descoberto existia o uso da terra, do solo e dos demais recursos naturais, que aqui no Brasil foi feito pelos europeus e seus descendentes.
	Além dos problemas sociais que os povos dessa época enfrentaram o meio ambiente também passou por grandes explorações como a procura por minério, os desbravamentos de terras, que mudaram todo um cenário próprio das regiões em busca de ganho para si próprio. 
	Com a revolução industrial (séc. XVIII) e a revolução francesa (1789-1799) o sistema feudal perde força e o sistema capitalista ganha dimensão. A lógica humanista é deixada de lado para dar espaço à lógica capitalista, na qual o objetivo maior é o lucro. 
	De tal modo na lógica capitalista o que conta é o lucro, objetivo sobre o qual se assesta este sistema de produção (idib), ou seja, quanto maior a produção maior é o lucro, e isso significa lucro imediato, nesse sentido à lógica capitalista não se importa com as consequências que a sua produção traz, tanto para o meio ambiente como para os que produzem. 
	O capitalismo valoriza os bens, e deixa de lado o homem, não valorizando seu trabalho. Assim sendo Marx (1993, p. 111) assinala que “O trabalho não produz apenas mercadorias; produz-se também a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e justamente na mesma com que produz bens”. Logo o sistema capitalista não se importa com as consequências da sua exploração, tanto do trabalhador que para o sistema é uma mercadoria morta, e muito menos com o meio ambiente.
	Se pensarmos sobre essas lógicas, compreende-se que elas privilegiam uns e não a todos. No caso da sociedade capitalista, o burguês é sempre bem favorecido ao contrário do trabalhador. Na Idade Média os privilegiados eram os membros do alto clero e os senhores feudais. 
	Diferente das lógicas humanista e capitalista a lógica ambientalista que traz em sua especificidade o compromisso com o meio ambiente e com o trabalhador. Nas palavras de do Heloísa Penteado (1997, p. 80) podemos observar que:
Na perspectiva do meio ambiente, o que importa é o conjunto dos aspectos envolvidos por qualquer transformação ou mudança, com especial destaque àqueles que dizem respeito ao ser humano, pelo fato de ser ele: a) o único elemento do meio ambiente capaz de intervir de forma deliberada e racional o seu próprio meio (no qual se inclui enquanto animal simultaneamente paciente dos resultados destas intervenções); b) o único elemento do meio ambiente que detém o conhecimento e, portanto, poder de interferência, sobre esse meio; c) detentor apenas de parte deste conhecimento, por mais especialista que possa ser sobredeterminado assunto; é fato fartamente constatado pelas Ciências Humanas que nenhum homem detém todo conhecimento, ou toda a cultura sobre determinado aspecto de seu mundo. 
	Nessa mesma posição da lógica ambientalista o pensamento é coletivo, é preciso preservar, tanto o meio ambiente evitando a exploração industrial dos recursos ambientais, e também a poluição de rios, cidades, e ao homem proporcionando bem-estar, empregos dignos, bons salários, educação, cultura e igualdade social. 
	A lógica ambientalista vem ganhando espaço a partir do século XX, e segundo Penteado (ibid) engloba muito mais que a preservação do meio ambiente. Porém, a preservação do meio ambiente deve se caracterizar como questão política, para que dessa forma busquemos na educação ambiental a preservação do meio ambiente. 
	A “educação trata de uma ação, vale dizer, de um movimento intencional que se realiza em um contexto histórico” (Wachowicz; 2007 p.13), assim a educação ambiental deve mostrar as questões do ambiente a partir dos movimentos históricos ocorridos e que estão ocorrendo na sociedade.
	A educação ambiental como destaca Reigota (idib. p.13) se caracteriza como uma educação política, onde
“o que deve ser considerado prioritariamente na educação ambiental é a analise das relações políticas, econômicas, sociais e culturais entre a humanidade e a natureza e as relações entre os seres humanos, visando a superação dos mecanismos de controle e de dominação que impedem a participação livre, consciente e democrática de todos”. 
	Nessa ótica ao fazer o estudante conhecer o meio ambiente de forma crítica e desalienante, a educação ambiental como política deve se caracterizar como:
questionadora das certezas absolutas e dogmáticas; é criativa, pois busca desenvolver metodologias e temáticas que possibilitem descobertas e vivências, é inovadora quando relacionada com os conteúdos e as temáticas ambientais com a vida cotidiana e estimula o diálogo de conhecimentos científicos, étnicos e populares e diferentes manifestações artísticas; e crítica muito crítica, em relação aos discursos e às práticas que desconsideram a capacidade de discernimento e da intervenção de pessoas e dos grupos independentes e distantes dos dogmas políticos, religiosos, culturais e sociais e da falta de ética (idid. p. 15). 
	Portanto, a educação ambiental política e crítica busca formar cidadãos e cidadãs com visão planetária dos problemas ambientais, e principalmente mostrar a relação que o modo de produção capitalista tem com os problemas ambientais. Dessa forma utilizando-se da concepção dialética podemos nós pedagogos docentes educar para além, buscando superar as relações de poder que se estabelece no capitalismo. 
1.2. Educação Ambiental: advento e consolidação
“Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la”.
Bertolt Brecht
	A Educação Ambiental surge do movimento ambientalista que por Fábio Cascino (2000) “acontece nos anos 60 junto a outros movimentos como o dos Hippies, a explosão do feminismo, o movimento negro, o pacifismo, a libertação sexual e a ‘pílula’, as drogas, o rock and roll, as manifestações anti-Gerra Fria e a corrida armamentista/nuclear e anti-Vietnã”. Todos esses acontecimentos deram início junto a maio de 68, onde os estudantes de Paris gritavam pelas ruas “Queremos um planeta mais azul, assim nasce um novo discurso sobre o planeta, surge o ambientalismo e as lutas por um planeta mais azul, antinuclear e pacifista (Cascino; p. 34)”. 
	No Brasil o ambientalismo passa a ter maior expressão na década de 50, como afirmação diz Jacobi (2003, p.02) que:
As primeiras iniciativas ambientalistas se originam nas ações de grupos preservacionistas na década de 50. Em 1955 é fundada a União Protetora do Ambiente Natural (UPAN) pelo naturalista Henrique Roessler em São Leopoldo no Rio Grande do Sul, e em 1958 é criada no Rio de Janeiro a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) com objetivos e modo de atuação estritamente conservacionistas, que centrava suas atividades na preservação da fauna e da flora, com particular ênfase naquelas ameaçadas de extinção. Na década de 70 a FBCN com a colaboração da União Mundial para a Conservação – IUCN – e o Fundo Mundial para Natureza - WWF- começou um programa de financiamento em colaboração com agências ambientais. 
	No cenário da ditadura militar em 1966 “é iniciada a Campanha pela Defesa e Desenvolvimento da Amazônia (CNNDA) no esforço de mobilizar a sociedade para a preservação da Amazônia” (ibid). Na luta em defesa da Amazônia junto aos seringueiros Chico Mendes foi um dos grandes ambientalistas brasileiro, que em 1981 foi morto por defender a causa do desmatamento. 
	No Brasil os eventos de maior importância segundo Brasil (2008) foram:
1) De 31 de maio a 5 de junho daquele ano�, 962 educadoras/es da América Latina e Caribe foram atraídos a Guadalajara (México), para o II Congresso Ibero-americano de EA. Entre eles, a educadora Nana Minnini Medina. Realizado sob auspícios do Ministério do Meio Ambiente do México, Universidade de Guadalajara, Federação dos Grupos Ambientalistas, Unesco, Pnuma e Unicef, ele teve justamente as “marcas de Tbilisi” como tema central. As conclusões dão idéia do clima que reinava não só no Brasil, mas nos outros países da região, diz ela. (p.15).
2) Em agosto do mesmo ano, 1.131 brasileiras/os concentraram-se em Guarapari (ES) para aquele que foi o maior evento exclusivamente para a educação ambiental no país até então: o IV Fórum Brasileiro de EA, ao qual se associou o I Encontro da Rede Brasileira de EA (Rebea). (p.16).
3) A mobilização não parava de crescer. De acordo com as estatísticas oficiais, a 1ª Conferência Nacional de EA (CNEA), realizada em Brasília (DF), de 7 a 10 de outubro de 1997, atraiu 2.868 participantes. Pouco mais da metade, representantes de instituições governamentais, entre os quais, 354 delegados regionais. Das muitas atividades paralelas, uma exposição de projetos de EA mostrou detalhes de 413 experiências, que revelaram a diversidade de práticas de EA promovidas pelos vários atores sociais, em todo país. (idib)
4) Em 1997 também foram marcantes no Brasil as Teleconferências de Educação Ambiental: uma nacional, em junho, e cinco regionais, entre agosto e dezembro. Transmitidas por satélite, a melhor tecnologia disponível na época, os debates chegavam ao vivo a telecentros em vários pontos do país, para onde acorreram milhares de educadoras/es, para ver, ouvir e interagir com debatedoras/es. E houve retransmissão para a TV a cabo e a TV Escola. Em pauta, o estado da arte da EA do MEC e a discussão de práticas no meio escolar. (p.17).
	Assim, podemos perceber que a atuação de educadores ambientais no Brasil já tem se consolidado ao longo de sua trajetória, os eventos proporcionaram que a discussão sobre o meio ambiente chegasse até a escola. 
	A questão ecológica teve uma grande difusão planetária por consequência do maior acidente químicos-ambientais ocorrido em Bhopal na Índia (1995), onde o vazamento de gás vitimou várias pessoas e contaminou o solo, ar e a água da região e o de Chernobyl na Ucrânia (1986) sendo o maior acidente nuclear contaminando um grande território e vitimando milhares de cidadãos e cidadãs que sofrem até hoje as consequências desses acidentes ambientais.
	Consequentemente, por essas questões históricas a educação ambiental proporciona discussões para que todos os seres vivos se apropriem dos recursos da natureza de forma não predatória, buscando um equilíbrio no ambiente por meio de propostas democráticas para romper com o atual sistema de produção que promove a devastação ambiental.
	Como vimos às questões ambientais são de total importância na discussão da preservação do meio ambiente e como aponta Reigota (2002, p.69) 
a ecologia, num curto tempo, é obrigada a adquirir maturidade política, já que entra em cena com destaques no espaço internacional, nos meio de comunicação de massa, nas escolas, na opiniãopública etc. e surge com debates que cercam “meio ambiente-desenvolvimento.
	Dessa maneira, no início nos anos 70 ocorreram eventos mundiais sobre a temática. Assim , em 1972, a questão ambiental foi pauta da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em Estocolmo na Suécia no auge da Guerra-fria onde os países da União Soviética boicotaram a conferência na qual foi discutidas questões sobre a educação para o meio ambiente assim gerando um documento com 24 artigos e um de seus principais desdobramentos a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 
	Enquanto que em 1975, 
temos o I Seminário Internacional sobre Educação Ambiental, em Belgrado, onde estão explicitadas suas metas e objetivos, determinando, por exemplo, que esta deve ser contínua, multidisciplinar e integrada dentro das diferenças regionais, entre outras características (GUIMARÃES, 1995 apud DIB-FERREIRA, 2002; p.17-18). 
Outros eventos foram de total importância para o crescimento da discussão ambiental como o RIO 92, onde se discutiu que 
A educação ambiental deveria estar voltada para o desenvolvimento sustentável seguindo três diretrizes: reorientação do ensino para o desenvolvimento sustentável, aumento a consciência pública e promoção do treinamento. O desenvolvimento de recursos humanos é uma preocupação fundamental (ONU apud TOZONI-REIS, 1992,). 
	“A RIO–92 também foi um grande evento de mídia [...] ressaltou em meio ao choque das pretensões, a necessidade de respeito a um meio ambiente que se degrada, como um valor maior a ser cultivado e preservado” (PENTEADO, op. cit.), onde foi extraído o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global�.
	Essa conferência teve o objetivo de avaliar as aplicações e progressos das diretrizes estipulados no Rio de Janeiro e também proporcionou
aos cidadãos e cidadãs do continente africano uma participação ativa, expondo as mazelas em que vivem, como as inúmeras guerras civis, o imenso números de pessoas contaminadas com o vírus HIV, a poluição da água e do ar, o analfabetismo e a pobreza extrema de grande parte da população (REIGOTA; 2009. p.26).
	Contudo a Rio+10 contou com o fracasso que como delineia Reigota (idib, 2009) “está relacionado com o próprio fracasso das Nações Unidas, ‘prisioneira’ dos interesses das grandes potências, principalmente dos Estados Unidos”.
	Nesses eventos foram elaborados documentos, dos quais o principal foi o protocolo de Kyoto (1997), onde se apresenta uma série de mecanismos a serem adotados pelos países que assinaram sua adesão como a utilização de fontes de energias limpas, diminuírem as emissões de metano presentes no lixo orgânico, proteção de áreas verdes e o crédito de carbono, visando à redução de emissão de gases poluentes. 
Essa discussão surge buscando uma sustentabilidade, no entanto a sustentabilidade no atual sistema não terá grandes vitórias para o meio ambiente, pois esse discurso é sustentado pelas grandes impressas, onde essas se omitem do seu dever de preservação e coloca através da mídia e de seus discursos para os trabalhadores a sustentabilidade da natureza, para assim continuar com a exploração dos recursos naturais.
1.3. Concepção pedagógica dialética e Educação ambiental crítica...
Feliz aquela que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina
	A educação ambiental é pauta das principais discussões no nosso país e no mundo, e está em grande desenvolvimento em produções acadêmicas a partir dos anos 90. 
	As produções em educação ambiental buscam investigar como essa educação é desenvolvida no chão da escola, buscando relacionar as atividades desde a gestão escolar, passando pelos professores e chegando aos estudantes. Destaque-se que Lorenzeti (2010, p. 09), em sua pesquisa do “estado da arte EA” aponta
que a educação ambiental no Brasil institui-se como área de pesquisa em consonância com os movimentos internacionais de promoção da Educação Ambiental, principalmente a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente – a Rio 92. Outro fator que se deve destacar é que a partir de 1997 o Ministério da Educação, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, define a temática ambiental, mais especificamente Meio Ambiente e Saúde (BRASIL, 2001), como tema transversal em todos os níveis de ensino.
	Encontramos também pesquisa sobre Educação Ambiental no GT22 na Anped� onde há inúmeras pesquisas sobre a temática.
	Com base nessas produções o que caracterizaria a educação ambiental? 
	A educação ambiental se distinguiu em diversas configurações, podendo segundo Carvalho (2004 apud PORTUGUAL, SANTOS; p.15)
denominar educação ambiental como práticas variadas que diferem o quando o posicionamento político-pedagógico. Há várias denominações a prática pedagógica, segundo Sorrentino (2000), a quatro grandes correntes: conservacionista, educação ao ar livre, gestão ambiental e economia ecológica. Para Carvalho (2004b), existem muitas maneiras de agrupar as práticas ambientais: “educação ambiental popular, crítica, política, comunitária, formal, não-formal, para o desenvolvimento sustentável, conservacionista, socioambiental, ao ar livre, para solução de problemas entre tantas outras.
	Assim, referencio em minha pesquisa a concepção crítica de educação ambiental, que demonstra o verdadeiro problema ambiental que estamos vivenciando nessas ultimas décadas, que é o modelo da sociedade capitalista.
	A educação ambiental crítica nos permite refletir sobre a essência da crise ambiental que está vinculada ao modo de produção capitalista, e não só ficarmos pautados na especificidade dos problemas ambientais. Portanto, “a educação ambiental crítica propõe uma nova leitura de mundo capaz de promover a transformação da realidade pela práxis educativa, uma nova maneira de fazer educativo que reflete uma escolha, uma opção ética-política”. (PORTUGUAL; SANTOS, 2004, p. 17). 
	A acepção da educação ambiental crítica é a sua capacidade de refletir sobre o paradigma capitalista, e a educação vem para intervir no mundo sobre as práticas cidadãs. 
	Nessa perspectiva, poderíamos pensar a educação ambiental crítica mais que crítica, deveríamos pensá-la como educação política, e assim indagar as possíveis possibilidades de construir um ambientalismo sério com propostas democráticas buscando a superação do sistema capitalista, para que dessa forma não tenhamos uma ambientalismo “impregnado da utopia de mudar radicalmente as relações que conhecemos hoje, sejam elas entre a humanidade, sejam elas entre a humanidade e a natureza”. (REIGOTA, opt. cit.)
	A utopia a que me refiro é a de que no sistema de produção atual não podemos superar os problemas ambientais. Igualmente embasada na perspectiva marxista acredito que a educação crítica e política estão juntas para superar não só os problemas ambientais, mas sim o sistema de produção capitalista.
	Portanto, “uma ação educativa coerente com essa perspectiva necessita estar embasada no diálogo, no respeito aos diversos saberes e práticas, na horizontalidade e transparência de gestão do poder da informação” (PORTUGAL, SANTOS. 2004, p. 23). Nessa perspectiva, a educação ambiental é moldada de dimensões políticas e ecológicas, que deve ser tratada como emancipadora e crítica.
	A educação ambiental deve começar desde a formação do educador. A formação de educadores ambientais, que na escola são os pedagogos docentes, 
precisa ser pensada e debatida no sentido de buscar capacitação e informação no campo ambiental procurando integrá-los a uma reflexão crítica que está voltada a uma proposta de ação e intervenção social e política” (ARENDT, 2004 apud VASCONCELLOS),
para mobilizar, conscientizar, construir e consolidar atuações para um ambiente equilibrado e justo.
	Os princípios da educação ambiental podem ser realizados nas escolas, nos parques e reservas ecológicas, nas associações de bairro, nos sindicatos, nas universidades, nos meios de comunicação de massaetc. e como pontua Reigota (2009), “entendemos a escola como um local privilegiado para desenvolver a educação ambiental, trabalhando as questões que envolvem o homem e o meio ambiente e seus problemas”.
	De tal modo, o educador ambiental deve se comprometer com o cuidar do ambiente em toda sua dimensão, se posicionado politicamente a frente do problema.
	Os PCNs explicitam que “a questão ambiental deve ser trabalhada de forma contínua, sistemática, abrangente e integrada e não como áreas ou disciplinas” (BRASIL, 1998, p.27). 
	Logo como afirma Reigota (ibid) os PCN’s ao abordando o meio ambiente como um tema transversal
houve uma substituição quase automática de terminologia. Muitos passaram a considerar que a educação ambiental havia, enfim, se tornado oficial. Uma outra foi a de considerar transversalidade como sinônimo de interdisciplinaridade. Esses dois conceitos são bem diferentes e implicam práticas pedagógicas bem diferentes. Numa breve explicação podemos dizer que uma prática pedagógica interdisciplinar trabalha com o diálogo de conhecimentos disciplinares e que a transversalidade, pelo menos como foi definida pelos precursores, entre eles Félix Guattarri, não desconsidera a importância de nenhum conhecimento, mas rompe com a ideia de que os conhecimentos sejam disciplinares e que são válidos apenas os conhecimentos científicos.
	Desse modo, a complicação das interpretações de leitura do termo transversal deve levar em conta o grande avanço que os PCN’s trouxeram para educação ambiental.
	Trabalhar a Educação Ambiental na perspectiva da transversalidade, apontada enfatiza adequar-se a concepção dialética�, e como estratégia metodológica a utilização de projetos. O assunto revela-se um desafio que as escolas vêm enfrentando com muitas dificuldades, pois com a utilização do sistema apostilado o professor se volta a um tecnicismo e apenas reproduz os conteúdos, ou seja, os professores deixam de deter o conhecimento assim servindo a alienação.
	A pedagogia dialética proporciona ao educador partir da própria prática refletindo e analisando sua intervenção com os conteúdos, permitindo avançar com seus estudantes na relação com a sociedade e sua história. 
	A perspectiva dialética parte do diálogo que é à base do processo educacional, onde não há como separar o ensino da aprendizagem, e o diálogo com destaca Jaime Cordeiro (2009, p. 99)
Se o diálogo não resume todo o processo educacional, certamente ele é o seu núcleo, a sua porção principal e central. Nesse sentido, devemos concluir que a linguagem é estruturante da relação pedagógica e tem poderosa influência na aprendizagem dos estudantes [...] Nesse sentido pode-se descrever o professor como aquele que exerce, na relação pedagógica, diversas práticas de atos comunicativos específico da sua profissão: prelecionar, explicar, fazer perguntas, encorajar aos alunos a falar etc. 
	As propostas da educação ambiental no PCN, traz atividades que podem ser elaboradas por vários temas, tendo como partida o diálogo na sala de aula, pois é de fundamental importância avaliar o conhecimento dos estudantes, assim colocando nesse diálogo a relação do conhecimento teórico com a realidade.
	O diálogo é fundamental no processo de ensino-aprendizagem, todavia não só de diálogo se caracteriza a pedagogia dialética, a relação professor e estudante devem ultrapassar a autoridade que professores adotam por estar em uma “condição” maior de saber, essa relação não pode estar caracterizada apenas na representação de que o professor ensina e o estudante aprende. O ensino aprendizagem acontece entrelaçado com os saberes do professor e a aprendizagem dos estudantes. 
	O professor na sua prática deve estar atento ao seu ato de ensinar, buscando não falar muito e sabendo que cada estudante aprende de forma diferente e que sua aula não será a mesma sempre, dessa forma contrapondo o tecnicismo e proporcionando a interação com seus estudantes para que a aprendizagem aconteça.
Outra dimensão da pedagogia dialética é a relação com o saber, onde aprender e ensinar 
Do ponto de vista do professor, compreender essa dimensão da relação pedagógica exige, em primeiro lugar, que ele faça, no seu próprio processo contínuo de formação e de reflexão, um exame sobre as suas formas de relação com o saber e os sentidos que ele mesmo atribui àqueles conhecimentos que ele domina e ensina [...] Aprender e ensinar só são possíveis pela intervenção do outro. São portanto, atividades que se desenvolvem por meio de uma relação. No caso da relação com o saber, ela é ao mesmo tempo relação consigo próprio, com o outro com o mundo, na medida em que esse saber e essa relação ajudam a contruir a identidade do sujeito, a sua particularidade diante dos outros sujeitos e também permitem organizar, pôr em ordem e interpretar o mundo circundante (idib, p. 122). 
	“Na pedagogia dialética admite-se o movimento e o caráter essencial da realidade, pois o dinamismo se explica pela interação recíproca do todo com as partes que o constituem e também pela contraposição entre si” (PIMENTA; 2008. p.73).
	Portanto, a educação ambiental deve se configurar na escola por meio da relação pedagógica dialética que segundo Martins (2008, p.44)
A educação é um processo histórico, global, e dialético, de compreensão da realidade, tendo em vista a sua transformação. A escola é um espaço onde se desenvolve um processo de ação-reflexão-ação comprometido com ações transformadoras. Nessa perspectiva, a ênfase do processo desloca-se para a práxis social e a questão central está na relação dialética da compreensão – transformação.
	O educar na educação ambiental busca compreender as relações do homem com a natureza e buscar superar sua relação predatória, por isso a concepção pedagógica dialética das condições para que a prática da educação ambiental aconteça de forma transformadora. 
	Nesse sentido a utilização de projetos didáticos dá ao pedagogo docente uma forma mais articulada de trabalhar os conteúdos junto da discussão ambiental. Nas disciplinas de diferentes frentes podemos realizar a educação ambiental com a utilização da produção de texto, nas operações matemáticas, com pesquisas na internet, e buscando no cotidiano do estudante na escola o trabalho com o tema transversal.
	O uso dos projetos didáticos é uma boa ferramenta para abordar esse tema, pois os projetos possibilitam o ensino dos conteúdos com a participação dos estudantes de forma que garante a articulação do conteúdo com o tema transversal.
	Os problemas ambientais devem ser tratados na escola de forma esclarecedora, emancipada e crítica, para essa atitude se desenvolver, o educador deve partir do cotidiano em que sua turma está de onde os alunos vivem, por onde eles percorrem até chegar à escola, buscando também o lúdico.
	A educação ambiental deve formar para cidadania e desse modo os professores devem estar em contínua formação de seus conhecimentos, e em reflexão com a sua prática, pois segundo Fábio Cascino (2000, p. 12) a formação dos professores
Deve estar na prática e para a prática [...] Considerada esta prática, a formação de professores deverá ser radicalmente repensada, uma vez que deveremos estar redimensionando uma atuação, seu locus – ambiente – de trabalho e as interfaces desses com o ambiente externo à sala de aula, aos alunos, à comunidades escolar como um todo.
	A formação de professores deve elencar o pensar sobre a prática profissional, assim o professor ao chegar no chão da escola deve compreende a realidade presente, partir da realidade que se encontram seus estudantes, por meio da perspectiva dialética para que o professor saiba pensar sobre a sua prática, avaliando e modificando a realidade para o melhor desempenho da sua prática.
	O meio ambiente esta vivenciando trágicas transformações no seu cenário, a educação ambiental em sua prática deve em sua atuação mobilizar, conscientizar, mostrar aos educandos os responsáveis pela destruição do planeta, utilizando aHistória, Geografia, a Ciência, apontando os países que estão no bloco de predadores do meio ambiente, os países com emissões de gases estufa (CO2), como China, EUA que é o campeão por emitir gases, cerca de 1,48 milhões de toneladas ao ano, Índia e o Brasil que por ser um país em desenvolvimento encontra se entre os 20 maiores poluidores e também o país que mais desmata para interesses do agronegócio.
	A educação ambiental deve segundo Cascino (2000) ir, 
além do só ensinar para uma cidadania coletiva e crítica, EA deve considerar conceitos, teorias, reflexões, interações do desejo, da necessidade e da possibilidade, usar o bom senso, o senso de limites, repensar os espaços e as tarefas educacionais, formais e não formais, enfim, repensar currículo para que essa se desenvolva na sua plenitude, pois sem base para essa formação a EA não tem seu papel comprido. 
	Isto posta poderíamos afirmar que a educação ambiental necessita ser pensada globalmente todas as discussões, pois como um tema transversal a educação ambiental deve estar presente em todo processo educacional transitando em todas as disciplinas. O currículo deve permitir que a educação ambiental deva ser integrada em todas as disciplinas buscando a superação dos problemas ambientais. 
	Logo, a educação ambiental esta para a democratização, para o respeito, para o diálogo das novas necessidades, buscando uma 
pedagogia que se volte para os interesses políticos da questão ambiental, que desenvolva uma concepção crítica sobre as praticas de exploração que o capitalismo desenvolve e que reflete de forma devastadora no meio ambiente, uma pedagogia que “tem como meta inaugurar um fazer educação que considere as diferenças, as iniciativas autônomas, que respeite as ações e reflexões que correm e se articulam fora dos espaços controlados” (ibid, p.83).
	Uma pedagogia para a educação ambiental deve buscar a ambientalização dos cidadãos e cidadãs, buscando desenvolver a criticidade relacionando com o ambiente todas as relações que o ser humano tem com o meio, a prática pedagógica centrada na compreensão da vida, de todos os aspectos econômicos, sociais, políticos para uma experiência de aprendizagem do mundo real que supere a nossa alienação de natureza e dos meios de degradação da natureza respaldada na lógica capitalista, para que o senso de participação de todos na educação, começando pelo currículo desenvolva possibilidades de interação dos assuntos ambientais com as disciplinas, passando pelo PPP da escola, onde deve se destacar a importância do trabalho com a temática ambiental, para que o ensino dos estudantes seja de princípios críticos e norteadores de um ideal social. 
	Uma educação ambiental que possibilite a percepção; participação crítica e política dos estudantes para um meio ambiente mais saudável para todos. 
Capítulo II: A educação ambiental no olhar de pedagogos docentes.
Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.
Paulo Freire
	Até esse momento retratamos sobre a teoria da educação ambiental e sua historicidade, seus maiores eventos e suas contribuições para esse debate, a atuação do pedagogo docente e suas ferramentas para proporcionar aos seus estudantes uma educação ambiental crítica e política. 
	Desse modo, definidas as questões até aqui colocadas sobre a educação ambiental, a presente pesquisa buscou investigar a atuação do pedagogo docente e sua prática como educador ambiental, assim o desenvolvimento da pesquisa se iniciou por meio de coleta de dados, os instrumentos usados foram questionários aplicados com os pedagogos e entrevista com um pedagogo docente que respondeu ao questionário.
	A análise de dados foi realizada em seis escolas do município de Três Lagoas – MS, onde em cada escola foi aplicado um questionário com questões abertas com dois pedagogos docentes dos primeiros anos do ensino fundamental. 
	O critério de eleição das escolas foi topográfico sendo eleitas escolas de centro e de periferia. A devolutiva dos questionários foi de 50%, e em uma leitura preliminar dos dados podemos apontar condições que mostra que o pedagogo tem um conhecimento sobre a educação ambiental fragmentada e como aponta Loureiro (2010, p. 82) os pedagogos têm certa “resistência ao diálogo entre pesquisadores do campo da educação ambiental”.
	Ao analisar os questionários formulados para reconhecer as concepções teóricas e práticas dos pedagogos docentes, utilizo o materialismo histórico-dialético como referencial teórico-metodológico, pois esse referencial não analisa as partes e sim todo, ou seja, a interação sujeito objeto e como destaca Loureiro (2010; p.108):
Nossa atividade no mundo não é descolada da materialidade das relações sociais que nos constituem. Ou seja, agimos sob certas condições socioeconômicas, político-institucionais e culturais que determinam os sentidos e intencionalidades presentes no momento da realização prática. 
	As categorias metodológicas do método dialético que deram suporte a análise dos dados foram a Práxis e Contradição. Essas categorias como afirma Acácia Kuenzer (2008, p. 64) são, “embora não continuamente explicitadas, deverão dar o necessário suporte à relação pesquisador-objeto de pesquisa durante todo o desenrolar do trabalho, iluminando todos os procedimentos”. 
	Assim, a categoria da Práxis 
mostrando que o conhecimento novo será produzido através de permanente e sempre crescente movimento do pensamento que vai do abstrato ao concreto pela mediação do empírico; ou seja, através do efetivo movimento da teoria para a prática e desta para a teoria, na busca da superação da dimensão fenomênica e aparente do objeto, buscando concretude; a teoria já produzia e expressa na literatura será buscada permanentemente a partir das demandas de compreensão do empírico e tomada sempre como marco inicial e provisório, a ser reconstruída e transformada na sua relação com o objeto de investigação (ibid).
	Desse modo, “a práxis caracteriza-se pela ação do indivíduo, mediado por relações sociais, sobre a matéria, visando à transformação do “mundo exterior” e, nesse movimento, a transformação do mundo interior”. (VÁSQUEZ, 2007 apud. LOREIRO, 2010, p.117)
	A categoria da contradição está entrelaçada com a prática e ao posicionamento político, a relação do real com o plano das ideias, com o movimento de ações do real. Concordando com Kauzer (2008, idib) quando afirma que a categoria da contradição auxilia 
captar a todo momento o movimento, a ligação e unidade resultante da relação dos contrários, que ao se opor dialeticamente, um incluindo-se/excluindo-se no/do outro, se destroem ou se superam; as determinações mais concretas contêm, superando-as, as determinações mais abstratas; assim, o pensamento deverá mover-se durante o transcurso da investigação, entre os pólos dialeticamente relacionados, buscando compreender onde e como se incluem/excluem[...], e assim por diante, buscando não implicações lineares que “resolvam” as tensões entre os contrários mas captando a riqueza do movimento e da complexidade do real, com suas múltiplas determinações e manifestações.
	Portanto, o retorno dos pedagogos docentes entrevistados sobre a educação ambiental revela uma contradição de uma questão para outra respaldada em uma visão alienante sobre os problemas ambientais, já que ao mesmo tempo em que apontam a educação ambiental como fundamental para formar cidadãos e cidadãs críticos sobre os problemas ambientais, destacam que o trabalho com a temática esta apenas interferindo nas questões de ordem pessoal e não coletivamente como propõem uma educação ambiental crítica e política.
	Didaticamente poderíamos inferir que a apresentação de conceitos referentes à questão do meio ambiente não é sinônimo de um trabalho com educação ambiental. A apresentação de conceitos é parte do trabalho, entretanto, parece faltar o avanço para a questão procedimental e atitudinal.
	Ao serem questionados sobre o conceitode educação ambiental foi possível perceber que a maioria dos sujeitos concebe a educação ambiental como: “Uma disciplina”; “É saber preservar o meio ambiente”; “Conhecer os direitos e deveres”; “Conscientiza para preservar”; “Melhorar o meio ambiente”. Esses excertos nos mostram a falta de conhecimento do pedagogo docente sobre educação ambiental, destaco a falta de conhecimento dos temas transversais, onde em seu Volume 9 traz o tema meio ambiente como um assunto que deve ser destacado, não como uma disciplina específica, que trata apenas de como cuidar, preservar e conhecer direitos e deveres sobre o meio ambiente. 
	Entretanto, sabemos que a educação ambiental é um tema transversal que deve ser tratado em todas as disciplinas do currículo e pode ser conceituada em formar cidadãos e cidadãs que reconheçam as mudanças e os problemas ambientais e suas especificidades.
	Podemos observar também a falta do conhecimento sobre educação ambiental crítica, pois os excertos que seguem ilustram essa carência conceitual por parte dos sujeitos:
É oferecer instrumentos para que o aluno possa compreender problemas que afetam a sua vida, a de sua comunidade, a de seu país e a do seu planeta, e atuar sobre a sua realidade (Violeta�). 
O não cuidar do seu ambiente, poluição, queimadas, desmatamento, etc (Flor de Liz).
Confesso que esse tema é pouco abordado em nossos cursos de capacitação, por isso não tenho tantos esclarecimentos a oferecer (Orquídea).
	Desse modo, observamos que a educação ambiental não esteve presente na formação inicial e nem é tema da formação contínua do pedagogo docente, assim dificultando a implementação da prática pedagógica de um trabalho com educação ambiental. A formação continua como aponta Loureiro (2010, p.108), 
pode ser definida enquanto processo educativo planejado, englobando procedimentos diversos (cursos, eventos, palestras etc.) que asseguram o aprimoramento da prática profissional ao longo do seu exercício. Seu objetivo é basicamente qualificar a atuação técnica no mundo do trabalho, tanto em seus aspectos teóricos e reflexivos, quando práticos e metodológicos. 
	Isto posto, podemos destacar que na formação do pedagogo e também do indivíduo parece haver um silenciamento das discussões sobre a temática ambiental. Na dimensão da formação inicial e na dimensão da formação contínua, tal silenciamento acaba resultando na ausência de um trabalho com educação ambiental junto às crianças dos anos iniciais do ensino fundamental.
	Partindo disto, entendemos que o posicionamento político do pedagogo deveria estar presente em sua prática, entretanto, sem um posicionamento claro e bem fundamentado, a prática dos pedagogos fica fragilizada. 
	A análise aponta para a ausência deste conhecimento na formação dos pedagogos docentes. Suas falas revelam que conhecem a educação ambiental superficialmente e, de acordo com o exposto na revisão de literatura deste trabalho, a educação ambiental é política.
Vejamos as falas das pedagogas� que seguem:
O homem tem o direito de explorar os recursos naturais segundo a política ambiental, e assegurar que a atividade não cause danos ao meio ambiente (Violeta).
É muito cobrado, exigido para que se trabalhe a Educação Ambiental, fala-se muito, mas a destruição está presente a todo momento com investimentos em asfaltos, passarelas, quebra-molas, construções de casa para pessoas carentes. Temos que sermos críticos e perceber que isso não deixa o nosso ar, o meio ambiente melhor, só destrói (Azaléia).
Realiza leis, mas fica somente no papel (Flor de Liz).
É correto desde que se saiba trabalhar (Rosa Branca).
	A educação ambiental como política está além de atividades parlamentares e civis� organizadas, a educação ambiental como política implica saber compreender as condições em que o meio ambiente está, e com suas relações econômicas, culturais, sociais e etc. para que o processo educativo tenha um desenvolvimento da criticidade, assim tendo a participação de todos os sujeitos na sociedade como uma estratégia de romper com os dominantes, pois devemos praticar uma educação e consciência ambiental. Estarmos conscientes de nossas atitudes implica compreender os eventos, assim nossa posição referente aos eventos que estão acontecendo em nossa sociedade pode transformar e mudar o presente, para compreendermos que o tudo está para todas as pessoas, para as pessoas e pelas pessoas.
	Tentamos observar se o pedagogo docente tem conhecimento sobre as pesquisas e teorias na área de educação ambiental. Porém, o resultado nos mostra que o conhecimento sobre a temática está no senso comum e que não há uma base teórica sobre a temática, pois ao serem questionadas se concordavam com o posicionamento de educar para “pensar globalmente e atuar localmente” e “pensar localmente e agir globalmente” as respostas estavam em perspectiva não relevantes, como mostram os excertos:
Pensar globalmente e agir localmente, porque preciso começar pelo local onde moro para depois ampliar para outros locais (Copo de Leite). 
Concordo porque se pensarmos no global vamos perceber que é preciso agir localmente para evitar que os danos sejam alastrem (Rosa Branca).
Acredito que para as crianças da faixa etária que trabalho seja mais viável pensar globalmente e atuar localmente pois nesta idade as crianças precisam; vivenciar para assimilar (Orquídea). 
Sim, pois se aprendermos a economizar água não faltará para o semelhante (Flor de Liz). 
Concordo, pois a partir do momento que se pensar globalmente e atua localmente, ou vice-versa, a pessoa é crítica e está colaborando para um ambiente mais saudável, tanto local como globalmente (Azaléia).
Sim, assumindo atitudes referentes à nossa proteção e melhoria, e estabelecer ligações entre outras situações mais ampla (Violeta).
	Destacamos que o olhar das pedagogas sobre esse assunto não esta ancorado ao conceito de fato, pois “pensar globalmente e atuar localmente” e “pensar localmente e agir globalmente” deve ser pensando sobre os efeitos sociais e dos problemas ambientais, e não só a preservação do local para chegar ao global. As práticas em relação às questões ambientais devem ultrapassar o muro da escola e atingir uma dimensão do todo, para percebemos que os problemas ambientais causados localmente pela indústria capitalista atingem todo o planeta em uma dimensão global.
	Sabemos que é de fundamental importância que os pedagogos estejam ancorados com a teoria, pois a relação teoria e prática é base para uma prática pedagógica, assim a formação contínua é fundamental, pois a ação pedagógica sem “reflexão crítica e conhecimento que a oriente, e sem a vinculação dialética entre ação dos sujeitos e condicionantes sociais, não é garantia de um futuro melhor” (ibid) e nem de uma educação que forma cidadãos e cidadãs críticos como todas as pedagogas colocaram sobre a atuação da educação ambiental.
	Referente ao conhecimento sobre os temas transversais e o trabalho com projetos didáticos os resultados nos mostra que os temas transversais são conhecidos, são trabalhados em aula, porém o meio ambiente não é tão conhecido, o tema transversal mais trabalhado com os estudantes é educação sexual.
	O excerto que segue dá a dimensão desta questão:
Em sua maioria é abordado a Educação Sexual, pois é muito presente esta curiosidade nas crianças (Orquídea).
	As estratégias/metodologias utilizadas para trabalhar com os temas transversais são diversas como aponta a fala seguinte:
Sim, através de projetos, palestras, conversa informal, visita a campo (Violeta).
	Assim, podemos observar que os projetos não são de uso frequente das pedagogas, pois observamos que o trabalho com a transversalidade são realizados:
Através de histórias infantis (Flor de Liz).
Em todas as disciplinas dão abertura para que se trabalhe os temas transversais (Rosa Branca). 
	A análise aponta para o fato de que a prática pedagógica esta desvinculada do seu papel que é formar cidadãos e cidadãsque compreenderia a sociedade em que vivemos, pois os temas transversais proporcionam esse tipo de relação, fazendo com que os assuntos discutidos na escola não fiquem apenas nesse plano e sim que possam ser vinculados a realidade na sociedade.
	Desse modo, a prática pedagógica encontrada nos mostra que está sem apoio teórico e sem a dimensão dialética de educação assim 
[...] no campo ambiental, observar que o padrão de expropriação e dominação tende a se reproduzir não mais de forma ecologicamente incorreta, ou seja, incompatível com a moral e a conduta socialmente aceita no tratamento da questão, mas dentro de roupagens discursivas verdes, com fortes apelos éticos, pautados no uso de tecnologias limpas e na mudança de comportamento pessoal. Com isso, a justa motivação para o enfrentamento do cenário de crise se fragiliza diante dos efeitos de uma prática ingênua ou confortável de seus agentes promotores, que reproduzem as relações de produção, responsáveis pela degradação que se pretende combater (ibid).
	Na constatação da importância que a educação ambiental tem para a preservação do meio ambiente, formando cidadãos e cidadãs conscientes de seus deveres e direitos para que o cenário ambiental mude, logo conseguimos observar o seguinte excerto:
Sim, mas é preciso que o professor trabalhe com o objetivo de desenvolver nos alunos, uma postura crítica diante da realidade local e global (Violeta).
	Temos nesse excerto a colocação apenas de uma das seis pedagogas, isso nos mostra que o não posicionamento das pedagogas sobre esse assunto destaca que a prática pedagógica está fragilizada, onde essas pedagogas não se veem capazes de transformar a realidade por meio da sua intervenção pedagógica.
	Pelo o exposto observa-se que a consciência sobre os problemas ambientais e de como deverão ser tratados em sua prática pedagógica é contraditória ao seu discurso, essa prática está impregnada com uma ideologia de que os problemas ambientais só serão resolvidos se atuarmos individualmente, cada uma fazendo a sua parte. O que observamos também é a opinião das pedagogas sobre a vinculação dos problemas ambientais com o modo de produção capitalista: 
Sim, pois a exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma demasiadamente intensa, se esquecendo que recursos não renováveis, como o petróleo, ameaçam escassear (Violeta).
Está, pois quem tem dinheiro (capitalismo) constrói e destrói o seu meio e investe na infra-estrutura (Azaléia).
Sim, pois o dinheiro é o “deus” do homem (Flor de Liz).
Não totalmente, mas em sua grande parte sim (Orquídea).
Não, os problemas ambientais decorrem da irresponsabilidade do cidadão que não respeita os bens públicos e que não tem consciência de que é o destruir de tudo que o cerca (Rosa Branca).
	Esses excertos nos mostram a falta de posicionamento político e dialético da prática pedagógica, o quanto a consciência ambiental desses sujeitos está impregnada por um discurso capitalista, onde o sujeito desenvolve seu pensamento partindo do senso comum e traz para si à responsabilidade das condições ambientais, desse modo a produção capitalista que está a todo vapor se ausenta dos problemas ambientais discursando que as mudanças do meio ambiente só acontecem pela mobilização dos sujeitos impregnados pelo discurso dominante que está presente na mídia, nos livros didáticos e hoje com o sistema apostilado a educação é muito mais voltada para o sistema capitalista, pois só está contribuindo com a formação de novos trabalhadores que deverão competir por um espaço no mundo do trabalho na sociedade e não mudá-la e transformá-la. 
	Esses dados podem nos mostrar o caráter naturalista da visão de mundo sobre educação ambiental. “Os conteúdos naturais dos valores/atitudes são os principais indicadores da representação da educação relacionada à subjetividade humana” (TOZZONI – REIS, 2003; p. 06), ou seja, a visão de educação ambiental dessas pedagogas está relacionada com a individualidade de cada um, desse modo o educar nessas condições é contraditório nas falas das pedagogas, pois o conhecimento de formar cidadãos e cidadãs críticos para esse grupo de pedagogos é de um cidadão que conheça a realidade em que se encontra o meio ambiente, mas agir apenas no individualismo, com atitudes e valores que estão apenas no plano do próprio bem-estar. Essa visão está apoiada na lógica humanista, a ideia síntese é que as somatórias de indivíduos, espiritualmente equilibrados, produzem uma sociedade equilibrada garantindo as condições necessárias para o equilíbrio ambiental.
	Esse processo pedagógico pode ser questionado, como esses pedagogos atuam dessa maneira, poderíamos eleger várias “respostas” para essa indagação como, o presente tecnicismo nas escolas com o sistema apostilado; a falta de uma didática instrumental; falta de formação contínua, e a não abordagem da temática ambiental na formação desses pedagogos.
	Entretanto, complementado a análise dos questionários foi eleita uma pedagoga docente para entrevista� com o desígnio de aprofundar a investigação sobre a prática pedagógica do educador ambiental. 
	Na tentativa de buscar conhecer a formação inicial da entrevistada sobre educação ambiental ao discutirmos sobre o acesso que teve em sua formação inicial foi:
No início da minha formação tive acesso ao conteúdo sobre educação ambiental, através de cursos, ah capacitação, acesso a internet, alguns projetos, enfim, sobre esse conteúdo recebi várias informações de várias formas. (Azaléia)
	Nota-se que na formação inicial não houve disciplinas tanto obrigatórias como optativas, a entrevistada em sua fala deixa claro que o conhecimento sobre educação ambiental aconteceu em cursos, captações durante sua formação, também explicita que seu conhecimento sobre a temática se consolidou por meio de pesquisas de seu interesse. 
	Na formação do pedagogo ainda é comum os cursos de Pedagogia não abordarem a questão ambiental, porém hoje já encontramos a educação ambiental sendo discutida nas disciplinas metodológicas do ensino em Ciências, Geografia e História.
	Como foram destacados nos questionários, os pedagogos trabalham em sua prática pedagógica com projetos didáticos, e ao argumentarmos com a pedagoga Azaléia sobre como é a elaboração dos projetos didáticos em sua prática podemos compreender que a prática de realizar projetos envolve toda a escola e não só em uma atividade isolada como nos mostra o excerto:
Os projetos são elaborados para envolver toda a escola ou, às vezes, só a primeira fase do Ensino Fundamental. Os assuntos são desenvolvidos de forma que todos os alunos participem de forma lúdica e de pesquisa, para formação de opinião e conhecimento (Azaléia).
	E sobre a avaliação do desempenho do projeto o excerto nos mostra:
O desenvolvimento e participação dos alunos no projeto usados para avaliar a aprendizagem. O trabalho em equipe deu uma visão de tudo o que pode ser mudado ou aperfeiçoado. Os problemas surgidos no percurso foram a pauta de observação, registros e o cumprimento de cada etapa do projeto (Azaléia).
	Nessa perspectiva, a fala da pedagoga Azaléia nos mostra o grande sentido de avaliar uma determinada ação, que é o avaliar para buscar respostas para a mudança e o aperfeiçoamento da prática pedagógica com professor e estudante. Conseguimos ver esse vestígio de avaliação dialética na fala da pedagoga Azaléia, onde o pedagogo como mediador do conhecimento utiliza a avaliação para mudar sua prática para alcançar os objetivos da educação, que deve romper com as “relações do capitalismo” (Wachowiscz, 2006, p. 140) que tem a educação como uma ferramenta para formar trabalhadores alienados, que não conseguem associar o conhecimento escolar com a sociedade.
	Em toda a pesquisa o interesse maior é investigar se a prática pedagógica está conseguindo mediar com as crianças os problemas ambientais de forma crítica e como deve ser mudada a realidade, ao questionar a pedagoga sobre esse ponto ela coloca:Devido os meus alunos serem muito pequenos, faixa de 5 a 6 anos eles não conseguem ter uma visão crítica sobre os problemas ambientais e nem de como mudá-los sem á orientação do professor e/ou de um adulto experiente no assunto, mas é uma sementinha semeada que acreditamos dar bons frutos futuramente, mas somos sabedores de que, as vezes, não atingimos todos. (Azaléia)
	Um dos objetivos principais que os PCNs – Temas Transversais trazem para o ensino fundamental são:
compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas (BRASIL, 1997, p.04).
	Concordando com os PCNs a criticidade desenvolvida com as crianças deve começar com a compreensão da realidade que a cerca, intervindo para que as crianças não fiquem apenas com o pensamento dominante e que posam ir além do que é mostrado a elas. Os pedagogos devem estimular a investigação com as crianças, sempre colocando questões que irão gerar debates, para que a discussão sobre os assuntos ambientais e outros sejam aproveitados para a aprendizagem das crianças.
	A mediação dos debates deve acontecer para que as crianças busquem encontrar a especificidade dos assuntos tratados, dessa forma estaremos formando cidadãos e cidadãs críticos e conscientes de que os problemas ambientais não são causados apenas por nós, e sim em sua grande maioria pela produção capitalista.
	A educação ambiental deve ser retratada desde os pequenos como um exercício de coletividade, sabendo de quem cobrar as mudanças, saber que não devemos ficar individualistas perante os problemas ambientais, sociais, políticos, econômicos e etc. diferente da fala da pedagoga Azaléia, não devemos ficar pensando em mudanças futuras, plantando sementinhas e achando que nosso trabalho não está sendo feito por conta do cognitivo das crianças, o trabalho com a educação ambiental deve proporcionar mudanças no nosso presente, no agora, e acreditar que o trabalho com o pequenino é sempre rico e levando em consideração que essa idade é mais fácil de trabalhar com a formação do pensamento deles.
	Nesse sentido concordamos com Navega (2005, p. 206) que afirma
A educação de nossas crianças tem sido focada no fornecimento de fatos e conceitos, a tradicional idéia de se "regar" a mente das crianças com "conhecimento". Entretanto, desde Jean Piaget tem-se verificado que o conhecimento mais sólido é aquele aprendido pelas crianças através de ações e interações com o ambiente que a cerca. Isto sugere uma postura ativa das crianças, nas quais sejam incentivadas a perguntar, questionar, experimentar, testar, enfim, uma postura de se envolver na construção de suas visões do mundo [...] Assim, as crianças precisam ter noções sobre pensamento crítico desde o começo e enquanto adquirem os conhecimentos tradicionais. A idéia básica aqui é substituir a tradicional "memorização de fatos" pelos procedimentos ativos de investigação e resolução de problemas. O pensamento é algo que é movido por questões, e não por respostas. Dessa forma, alternando entre momentos de explicação, momentos de experimentação e momentos de questionamento, a criança se sente parte ativa na construção do seu conhecimento. Isto favorece o crescimento de um hábito de pesquisa e investigação, uma prática que irá se refletir positivamente por toda a sua vida. Dessa postura, tem-se futuros adultos criativos, curiosos e intelectualmente ativos, que sempre procuram por formas de crescimento pessoal.
	Considerando que a educação ambiental, por não ser uma disciplina curricular no ensino fundamental, mas sim, um tema transversal, fato que revela uma enorme complexidade no seu trato com os estudantes, podemos apontar, na finalização desta análise para os seguintes resultados:
	Os pedagogos docentes acreditam que possuem uma visão crítica sobre os problemas ambientais, entretanto, esta visão não está fundamentada, logo não pode ser considerada crítica. Parece-nos que esta “visão crítica” presente na fala dos sujeitos revela uma preocupação que está na dimensão do individual, já que não se organizam em equipes para trabalhar com a educação ambiental.
	A ausência da necessária visão crítica em educação ambiental parece resultar do desconhecimento da literatura sobre o assunto, fato que implica em uma prática pedagógica reprodutora da ideologia dominante, e no caso da educação ambiental, quando falamos em ideologia dominante percebemos um projeto que responsabiliza os indivíduos pela situação do meio ambiente e não as grandes empresas, fábricas e inúmeras organizações que produzem bens de consumo sem se preocupar com os impactos ambientais.
	Destacamos que a temática da educação ambiental, tanto na formação inicial quanto na formação contínua dos pedagogos foi e está silenciada, pois o assunto é pouco abordado, e a procura sobre o assunto parte do interesse pessoal de cada pedagogo buscando se atualizar sobre a questão do meio ambiente. Entendemos que os pedagogos devam sim buscar, tal formação, entretanto, a formação inicial e contínua deve eleger tal conteúdo nos processos formativos do pedagogo com o fim de fundamentar a necessária visão crítica sobre a questão, condição que consideramos fundamental para propiciar um efetivo trabalho com educação ambiental.
	Considerando a prática pedagógica encontrada por meio desta pesquisa, podemos apontar que a educação ambiental hoje realizada pelos pedagogos docentes está longe de ser uma educação crítica, libertadora e política. A prática pedagógica, de acordo com os relatos dos sujeitos, não estaria na direção da formação de cidadãos e cidadãs conscientes da problemática ambiental. Sem esta consciência a transformação da relação que estabelecemos com o meio ambiente continuará a ser predatória e não sustentável.
	Nossa análise também destaca que o discurso dos sujeitos está impregnado com a ideologia capitalista de responsabilização individual dos cidadãos com relação às mazelas presentes em nossa relação com o meio ambiente. Didaticamente, cabe destacar que a presença do tecnicismo educacional, entendido aqui como a fragmentação do trabalho pedagógico, em que o professor é apenas o executor de atividades planejadas por especialistas que não estão em contato com os estudantes, impele a uma prática não planejada pelo próprio professor que resulta na perspectiva de uma educação ambiental, como um sério problema.
	Não há como estabelecer um trabalho com educação ambiental crítica por meio, apenas, da transmissão de conceitos e/ou socialização de informações desconectadas da realidade em que estão inseridos os estudantes, local de vivência real, espaço onde é exercida a relação com o meio ambiente.
	Como resultado final de nossa análise, destacamos que a “transmissão” de conteúdos ambientais, valores, e socialização de informações descomprometidas com a ação dos sujeitos em suas coletividades não pode ser entendida, enquanto educação ambiental, já que o caráter educativo, nesta perspectiva, não passa pelas dimensões da relação pedagógica 
(diálogo, pessoal, cognitiva) necessárias à uma aprendizagem significativa que pode resultar, sim, em posicionamento do estudante diante da questão ambiental.
 
Considerações finais...
	Esta pesquisa teve como objeto a atuação do pedagogo docente e sua prática pedagógica como educador ambiental e suas ferramentas para que a mesma aconteça de forma crítica, libertadora e política. 
	A educação ambiental deveria estar presente nas escolas, tendo, no âmbito da educação da infância (0 a 10 anos), como seu mediador o pedagogo docente. 
	Entendemos que a educação humaniza o homem, e, neste processo a educação

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