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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO BRASIL. ANA DALVA BARROS DA SILVA 1 MARIA ADELAIDE MAIO RODRIGUES 2 Resumo O presente artigo aborda sobre um tema de extrema importância para a educação básica brasi- leira, com um caráter metodológico de estudos bibliográfico, o artigo irá tratar assuntos como o que fazer para que a educação ambiental e a sustentabilidade venha, se realizar de forma concreta nos espaços escolares da educação básica, uma ação que que vai muito além dos espaços escolares, que precisa ter iniciativa em casa, não adianta ouvir na escola que devemos cuidar do meio onde vivemos, se em casa acontece tudo ao contrário, se os próprios pais não são exemplos para seus filhos. Portanto, a escola precisa da colaboração dos pais, precisa da conscientização das famílias para que a educação de fato aconteça. Na maioria dos casos a sustentabilidade apresentada é mais aparente que real. Para ser sustentável o desenvolvimento deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Palavra-chave: Educação Ambiental. Sustentabilidade. Educação Básica. Espaços escolares. 1 Aluna do curso de pedagogia- E-mail: anadalvabarros21@gmail.com /Telefone: (85)996659369 2 Maria Adelaide Rodrigues Maio- Professora orientadora da Universidade Estácio de Sá 1. INTRODUÇÃO O estudo objetiva analisar a importância de se tratar a educação ambiental nas escolas para preparar cidadãos conscientes frente às questões ambientais, contribuindo para a preservação do meio ambiente. Este Artigo faz parte da disciplina Trabalho e Conclusão de Curso, com- ponente curricular do 8º período do curso de pedagogia. Foi elaborado através da metodologia de estudos de pesquisa bibliográfica de livros e sites, que embasarão e nortearão este artigo. O presente estudo refere-se à educação ambiental e sustentabilidade na educação bási- ca, sendo fundamental a conscientização do ser humano, quanto ao seu modo de ser e agir sobre meio ambiente, buscando fazer com que os alunos compreendam a educação ambiental como um modelo de comportamento. A escolha desta linha de pesquisa veio pelo interesse de pesquisar mais, por ser um tema pouco valorizado por nosso governo, por não ter a devida importância na educação básica. Hoje nas escolas se fala mais em sustentabilidade no dia da água, no dia do meio am- biente, passando esses dias se torna esquecido, só se volta a falar na próxima data, geralmente nesses dias as escolas fazem trabalhos com os alunos, maquete, levam os alunos para recolhe- rem lixos das ruas, das praias, passando essa data educação ambiental fica esquecida. O aluno, quando entra em contato com os elementos da natureza e passa a se compor- tar de modo ambientalmente correto, entendendo as funções do meio ambiente para a manu- tenção e existência da vida, além de praticar ações voltadas para a conservação da natureza, aprender a respeitar e a entender a importância das questões ambientais para as novas e futu- ras gerações, refletindo sobre seu papel na manutenção da preservação ambiental. As escolas, portanto, têm papel fundamental de disseminar informações e transmitir conhecimentos relativos ao meio ambiente, ao passo que formarão jovens com pensamento crítico e consciente, que levarão os conhecimentos adquiridos para sua casa e seu bairro, pro- pondo ideias e soluções que auxiliarão no desenvolvimento sustentável e na mitigação dos danos causados ao meio ambiente. No entanto, é necessário que os professores sejam mediadores dessa proposta educati- va, levando ações práticas e do dia a dia que visem à reflexão e conscientização de seus alu- nos. Para tanto, é necessário que o corpo docente das instituições estejam preparadas para enfrentar este desafio, educando-os de forma lúdica e ratificando valores de proteção e pre- servação do meio ambiente. É um assunto que deveria fazer parte do nosso dia a dia, a nossa vida era para ser um exemplo de educação em todos os sentidos, não basta querermos nos mostrar educados na frente das pessoas para impressiona-las se longe delas não temos o me- nor zelo com o meio em que vivemos. Preservar e zelar pela nossa biodiversidade deve para ser uma atitude de cuidado assim como temos que ter higiene e zelo com o nosso corpo, com a nossa alma. Para que possa acontecer na prática, deve-se buscar meios e ações que visem o cuidado com o meio ambiente e o desenvolvimento de hábitos sustentáveis, promovendo um olhar diferenciado frente às quentões do meio ambiente, a qual almeja de forma consciente a construção gradativa de uma melhor qualidade de vida para todos. A escola é um lugar apro- priado para propor esse conhecimento sobre educação ambiental e sustentabilidade, pois pode ser trabalhado de forma interdisciplinar através dos conhecimentos que cada aluno já tem, por meio de interações sociais e atividades diversas. Um estudo nessa perspectiva possibilita conhecimentos sobre práticas cotidianas com vistas a um entendimento melhor as questões ambientais e de sustentabilidade. Este por sua vez oportuniza o contato da criança com a natureza para exercer o hábito da preservação do meio ambiente, buscando assim a redução dos problemas ambientais bem como a preservação dos recursos naturais. A ação sustentável tem como características ser um processo no qual não coloca em risco os recursos naturais, e tem grande relevância para a sociedade toda, para as empresas, o governo, uma empresa liderada por pessoas conscientes, que tiveram uma educação séria, certamente irá se preocupar com a saúde de seus funcionários, das pessoas em geral e a con- servação do meio ambiente. Um governo que teve uma base educacional de qualidade vinda de casa e da escola, será um governo exemplar e preocupado com a qualidade de vida do seu povo, investirá recursos na sustentabilidade de seu país. A sustentabilidade é uma meta a ser alcançada, o Brasil ainda está longe de se tornar um país sustentável, somos um povo ignoran- te, só olhamos o externo das coisas. 2. DESEVOLVIMENTO O presente artigo será dada ênfase para as informações com relação à Educação e sustentabi- lidade, o modo de vida que expressam características sustentáveis e exploração dos recursos naturais. A Educação Ambiental é composta de ações educativas que contribuem para a for- mação de cidadãos conscientes com relação à preservação do meio ambiente, capazes de to- marem decisões sobre questões ambientais necessárias para o desenvolvimento sustentável. O maior desafio dos educadores no século XXI é se adequar a maneira como as crian- ças e adolescentes pensam para que o conteúdo seja absorvido de maneira satisfatória. Uma boa estratégia é trazer a prática para a aula. Deste modo, a teoria passada em sala ganha exemplos reais e deixa de ser abstrata. A educação ambiental é um dos tópicos mais importan- tes a serem absorvidos pelas crianças, explorar sua relação com a natureza e os impactos que suas ações podem causar no sentido ecológico. O lixo é atualmente um dos maiores proble- mas ambientais. Figura 1 Fonte: Programa de Coleta seletiva de Votorantim, 2014. O crescimento populacional gera, proporcionalmente, um aumento na quantidade de resíduos sólidos e líquidos descartados, tornando-se uma grande ameaça ambiental e social, pois o lixo provoca poluição e contaminação do solo e da água, libera gases do efeito estufa e propício a proliferação de animais transmissores de doenças. A sustentabilidade é de muitís- sima importância para todos os seres vivos do planeta terra, nas escolas deveria ser uma disci- plina que levasse consciência aos alunos, que não ficasse só na teoria, mas que fosse praticada em nosso dia a dia. A horta é um exemplo, e serve de objeto de estudo interdisciplinar os estudantes discu- tem temas como alimentação, nutrição e ecologia que aliados ao trato com a terra e plantas, geram situações de aprendizagem reais e diversificadas. Assim, os educadores devem dar o máximo de responsabilidades às crianças, inserindo-os nas discussões sobre o rumo do proje- to e cuidados com as plantas. Figura 2-Horta escolar Fonte: Horta HK 28 Agosto 2014 Entre os benefícios alcançados com a implementação do projeto horta escolar, se des- tacam a produção e consumo de alimentos naturais pelos alunos, atividades ligadas à culinária na escola, troca de conhecimentos, inserção de assuntos como a economia doméstica, a in- fluência nas escolhas alimentares das crianças, além de apresentar na prática as consequências que ações do homem têm em relação ao meio ambiente. As hortas também podem inserir a comunidade, trazendo para o projeto os pais e familiares dos alunos. As crianças servem de multiplicadores, porque levam o que aprendem na escola para casa e, deste modo, a influência da horta não se restringe somente à escola. O resultado do projeto horta na escola são alunos mais conscientes que levam para a vida ensinamentos eco- lógicos, amplificando a necessidade de uma mudança de postura que é preciso implantar na sociedade com relação à natureza. Leonardo Boff (2013) nos conclama para uma reflexão que se encon- tra no final da Carta da Terra. Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Isto requer uma mu- dança na mente e no coração. Requer outro assim, um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos de- senvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sus- tentável nos níveis local, nacional, regional e global (BOFF, 2013, p.14). Hoje tanto se fala em preservação ambiental, nas escolas estudamos como forma de higiene e cuidado com o meio, não jogar lixo nos rios, não jogar lixo no meio em que preci- samos para viver, não gastar água, aproveitar as coisas ao máximo e fazer reciclagem. Todas essas informações nós sabemos, mas não cria consciência, pois, muitas pessoas jogam lixo da janela de seus carros, jogam nos rios. A forma com que nós estamos tratando o nosso planeta nos últimos séculos não oferece uma garantia da perpetuação das espécies, até mesmo da espécie humana. Segundo a Carta da Terra “estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro” (BOFF, 2013, p.167). Para tanto é preciso que utilizemos uma das dicas para a sustentabilidade de Leonardo Boff, a lógica dos 7 erres no nosso cotidiano escolar, “Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Rearborizar, Rejeitar (o consumismo e a propaganda espalhafatosa), Redistribuir e Respeitar” (BOFF, 2013, p.182). Que são formas de viver e conviver com responsabilidade ambiental em qualquer se- guimento da sociedade, face às degradações ambientais globais. Muita das vezes a mesma pessoa que prega cuidado com o ambiente na escola é aquele que vai poluir lá fora. Se todas as escolas tivessem a disciplina de educação ambiental, daria para fazer um excelente traba- lho, projeto em que levasse os alunos a enxergar a grandeza da sustentabilidade, pois é algo que nos acompanharia para o resto da vida, saber viver somente com o necessário. Em vários países a Sustentabilidade é algo normal que faz parte da vida das pessoas, o governo se preocupa com a qualidade de vida de seu povo e investe em atitudes concretas sustentáveis. Infelizmente no Brasil as leis só ficam no papel, não se põe em prática e quando querem colocar é sempre beneficiando uns e deixando outros no prejuízo, geralmente quem mais sofre com essas consequências é a classe baixa. Parece que todas as ações são tomadas para prejudicar a qualidade de vida, a saúde do povo brasileiro, investem tanto em coisas supérfluas propositalmente com o objetivo de ga- nhar com suas propagandas enganosas. Em uma pesquisa feita em julho de 2018 pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que divulgou um ranking dos países mais sustentáveis do mundo. O índice que vai de 0 a 100 leva em consideração o cumprimen- to, até o momento das metas dos ODs (Objetivos para o desenvolvimento Sustentável). Na pesquisa, o Brasil ficou na posição 56º (entre 156 países). Para um país em que muito se fala em educação e sustentabilidade, vemos que está muito longe de estar entre os primeiros, precisamos reverter essa situação, o governo deveria aproveitar a oportunidade para que os professores criassem projetos que levassem o povo a criar consciência, a incentivar os alunos a praticarem atos sustentáveis. O próprio governo investir em recursos sustentáveis como a energia solar, o vento para gerar energia, moramos em um pais rico em recursos naturais, mas que não sabem usar com consciência seus recursos, um país em que os impostos são um absurdo de auto. Temos tudo para sermos um país de primeiro mundo, mas não tempos um governo que se preocupe com a qualidade de vida de seu povo. A educação de qualidade resulta também de ações efetivas no que atinge ás popula- ções marginalizadas pelas politicas de desenvolvimento assumidas pelo país, educar adultos é tarefa para qual Vygostsky já nas primeiras décadas do século passado alertava que deveriam ser levadas em conta: a organização social do trabalho, a intencionalidade consciente das ações, o uso de indiretos ferramentas e signos tendo em vista também necessidades subjunti- vas, descoladas de seu caráter imediato. Sem educação não poderemos combater a pobreza, a fome, melhorar a saúde da população e preservar a água. Dela depende também o desenvolvimento de tecnologias com energias renováveis e trabalhos decentes, além da industrialização da nação, seu papel é fundamental para produzir desigualdades com menor consumismo e desenvolvimento mais sustentável nos eixos econô- mico, social, ambiental e cultural. A educação deve impreterivelmente incluir as quatro grandes tendências da ecologia: a ambiental, a social, a mental e a integral ou profunda (aquela que discute nosso lugar na natureza). Mais e mais se impõem entre os educadores esta perspectiva: educar para o bem viver que é a arte de viver em harmonia com a natureza e propor-se repartir equitativamente com os demais seres humanos os recursos da cultura e do desenvolvimento sustentável. Precisamos estar conscientes de que não se trata apenas de introduzir corretivos ao sistema que criou a atual crise ecológica, mas de educar para sua transformação. Isto implica superar a visão reducionista e mecanicista ainda imperante e assumir a cultura da complexi- dade. Ela nos permite ver as inter-relações do mundo vivo e a eco-dependências do ser huma- no. As demandas por mudanças de comportamento em o Desenvolvimento Sustentável (2005 – 2014), sendo a UNESCO responsável pela sua coordenação internacional. Sua ênfase está centrada no papel da educação na busca pelo Desenvolvimento Sustentável, sendo que o mai- or desafio é o de estimular mudanças de atitude e comportamento na sociedade. Assim, as práticas educativas ambientalmente sustentáveis apontam para propostas pedagógicas centra- das na criticidade dos sujeitos, com vistas à mudança de comportamento e atitudes, ao desen- volvimento da organização social e da participação coletiva. Essa mudança paradigmática implica uma mudança de percepção e de valores, gerando um pensamento complexo, aberto às indetermina- ções, às mudanças, à diversidade, à possibilidade de construir e re- construir, em um processo contínuo de novas leituras e interpretações, configurando novas possibilidades de ação (JACOBI, RAUFFLET e ARRUDA, 2011). Para incorporar temas relevantes de acordo com cada momento da história, a educação precisa evoluir sempre. É o caso, hoje, do ensino de sustentabilidade na escola. Não restam dúvidas: esse assunto se tornou indispensável devido ao contexto das relações entre homem e meio ambiente. A sustentabilidade na escola consiste na aplicação no meio escolar de um con- junto de práticas e ensinamentos focado na questão do desenvolvimento sustentável do plane- ta. A crise ambiental marcada pelo desenvolvimento tecnológico desenfreado sobre a organi- zação da natureza aponta para a construção de um futuro pautado nos limites das leis da natu- reza. As estratégias de eco desenvolvimento são necessárias para fundar novos modos de pro- dução de acordo com as potencialidades ecológicas e respeito pelos recursos naturais. Uma educação ambiental “voltada à reutilização minimizará o impacto dos descartáveis, introdu- zindo tais produtos novamente no sistema produtivo de forma a se transformar em novo pro- duto” ou dar-lhe nova destinação. Para ter o sentido de uma educação considerada completa, necessita versar “sobre o consumo sustentável, a reutilização de materiais e re- dução de descarte de embalagens”, dentre tantas outras atitudes e competências (CORTEZ; ORTIGOZA, 2007, p. 12-34). A Educação Ambiental é um caminho estratégico na condução do processo de transi- ção para uma sociedade sustentável. Este processo exige o compromisso do Estado e de cida- dania, onde cada indivíduo, as comunidades e as nações vivam irmanados em laços de solida- riedade e harmonia com a natureza. Desta forma, a Consciência Ambiental está vinculada à criação de novos valores e conhecimentos, num projeto histórico de transformação da realida- de social. Esse tema precisa ser trabalhado na escola devido à sua pertinência cada vez mais alta, já que a geração atual vivencia o problema da escassez de recursos naturais e da degrada- ção do meio ambiente. Essa realidade está mais que presente nas dificuldades e nos desastres que prol da sociedade e do meio ambiente estão conduzindo a um repensar da educação. Atu- almente, vive-se a Década da Educação para presenciamos, como falta de água, contaminação do solo ou deslizamentos causados pela destruição da vegetação natural. Precisamos nos lembrar de que as crianças e os jovens de hoje serão os futuros toma- dores de decisão do mundo, seja porque se tornarão políticos, cientistas ou empresários. Em outras palavras: estará em suas mãos fazer escolhas para preservar o planeta. Para isso, no entanto, precisam conhecer tanto as causas e consequências do problema como também en- tender as ações que permitirão usufruir dos recursos naturais sem prejudicar o meio ambiente. Outro ponto que reforça a importância de se trabalhar a sustentabilidade na escola é o fato de que os principais hábitos de um indivíduo são desenvolvidos desde cedo, durante a infância. Portanto, a escola precisa introduzir esse tema o quanto antes, para que a educação dos alunos leve à formação de adultos com valores e conhecimentos sólidos a respeito das rela- ções entre o ser humano e o meio ambiente. Só dessa forma pode ser possível controlar o im- pacto dos problemas ambientais nos próximos anos. Para trabalhar a sustentabilidade na esco- la, é importante que exista um envolvimento do aluno tanto no nível teórico quanto também na prática. Por isso, realizar ações sustentáveis é um bom caminho para engajar os jovens em essa mentalidade mais crítica sobre o uso dos recursos naturais e o relacionamento com o meio ambiente. A instituição de ensino pode ensinar aos alunos como desenvolver projetos simples (mas efetivos) para realizar ações sustentáveis. Esses projetos devem focar no uso da criativi- dade para ensinar atos de reciclagem, reutilização e redução da produção de lixo. Ao inventa- rem novas maneiras de pensar e praticar a sustentabilidade, os alunos percebem que essa não é simples- mente mais uma matéria escolar em que precisam ser aprovados. Em vez disso, é parte de uma questão do mundo real. E não há motivação maior que essa! No entanto, é preci- so ter cuidado. O desenvolvimento de projetos costuma demandar bastante tempo e, por isso, geral- mente fica restrito a momentos específicos do ano — como a semana da ecologia, por exem- plo. O detalhe é que somente eventos dispersos não constroem hábitos. O ideal é, assim, que os alunos tenham um contato mais constante com o tema, incluindo desde a correlação da sustentabilidade com outros assuntos trabalhados em sala de aula até o simples ato de descar- tar o lixo corretamente. O desenvolvimento sustentável foi definido como um processo que permite satisfazer as necessidades da população atual sem comprometer a capacidade de aten- der as gerações futuras. Este conceito atende um conjunto de variáveis que se inter- relacionam, integrando as questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais. Assim, é pela necessidade que surge a busca por um conceito capaz de eliminar a con- tradição entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Todo ser vivo depende de uma cadeia alimentar, participa de uma teia e um ciclo vital. Uma escola para tornar-se sustentável necessita de uma reorientação ecológica dos seus seto- res e espaços, relação complexa entre o habitat e o habitar. Educar para a sustentabilidade requer âncoras (pilares), eixos que as sustente. Observe que definimos sustentabilidade na escola como as práticas e os ensinamentos conduzidos no ambiente escolar como um todo e não apenas na sala de aula. Assim, é pela necessidade que surge a busca por um conceito capaz de eliminar a contradição entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Para tanto, na preservação do nosso planeta, precisamos desenvolver métodos de ensino aprendizagem voltados ao conjunto homem/natureza como inseparáveis, atentos para defender o meio ambiente. Com esse argumento, Capra sugere: [...] um sistema de educação para a vida sustentável, baseado na alfabetização ecológi- ca, dirigido às escolas de primeiro e segundo grau. Esse sistema en- volve uma pedagogia cujo centro mesmo é a compreensão do que é a vida; uma experiência de aprendizado no mundo real (plantar uma horta, explorar um divisor 9 de águas, restaurar um mangue), que su- pera a nossa separação em relação à natureza e cria de novo em nós uma noção de qual é o lugar ao qual pertencemos; e um currículo no qual as crianças aprendem os fatos fundamentais da vida que os resí- duos de uma espécie são alimentos de outra; que a matéria que circula continuamente pela teia da vida; que a energia move os ciclos ecoló- gicos vem do sol; que a diversidade é a garantia da sobrevivência; que a vida, desde os seus primórdios há mais de três bilhões de anos, não tomou conta do planeta pela violência, mas pela organização em redes (CAPRA, 2005, p.240). Portanto, as equipes docente e pedagógica, em conjunto, precisam estar atentas ao comportamento dos alunos em relação a esse tema até mesmo fora da sala, como no intervalo. Para completar, independentemente da maneira como a escola aborda a sustentabilidade, pre- cisa sempre reforçar com os alunos o porquê da importância desse assunto. Para a formação dos alunos, saber como preservar o meio ambiente é muito importante. Porém, saber o motivo por trás dessas ações é absolutamente indispensável, pois ajuda a construir uma consciência sobre o impacto de sua atitude indispensável para o planeta. Enquanto a escola ensina sobre o porquê e a forma de desenvolver uma postura res- ponsável em relação à sustentabilidade, é papel da família incentivar toda essa transformação. É muito importante, assim, que a família busque se alinhar ao que é ensinado na escola. Um dos principais problemas acontece quando o aluno aprende algo na escola e, ao chegar a casa, vê esse aprendizado sendo deixado de lado. Isso o leva a questionar se aquele conhecimento é mesmo válido. E é claro que esse descompasso interfere na formação do hábito. Para evitar que isso aconteça, é necessário que haja comunicação e compromisso na relação entre escola e família. Os pais precisam estar envolvidos nos projetos e também apoiar as atitudes (até mes- mo as menores) desenvolvidas no ambiente escolar. Um bom exemplo é a separação do lixo entre orgânico, reciclável e lixo eletrônico. Se for ensinada essa prática na escola, os pais pre- cisam incentivar que seja feito em casa também. Dessa maneira, o jovem entenderá que aquela atitude deve ser levada para a vida e não ficar restrita somente ao ambiente escolar. Não tem mistério: a sustentabilidade precisa ser trabalhada conjuntamente pela instituição de ensino e pela família, não devendo ser tratada meramente como mais uma matéria escolar. Em vez disso, todos os envolvidos (inclusive os próprios estudantes) precisam tratá-la como um tema da vida real. Aprender mais sobre a sus- tentabilidade, tanto na teoria quanto na prática, é a melhor forma de desenvolver uma atitude mais saudável na relação do ser humano com o meio ambiente. E o papel dos adultos (pais e escola) é guiar os jovens na formação dessa atitude. Essa é a melhor chance de criar gerações conscientes e responsáveis, capazes de pre- servar o planeta nos para nós e para as futuras gerações. Muitas dificuldades e desafios são encontrados na EA na Educação Básica Ensino fundamental I nas escolas públicas, onde atra- vés da pesquisa podemos constatar que a maioria dos professores está ciente das responsabili- dades socioeducativas a eles confiadas, existindo consenso da importância do tema transversal EA, no entanto observa-se uma barreira quanto à aplicação de atividades relacionadas a este tema. Percebe-se que os professores tem o conhecimento sobre o tema, mas ninguém partici- pou e nem são oferecidas capacitações referentes ao mesmo e nem incluem o tema EA como temas transversais em seus planos de aula. Outra dificuldade é que os professores questionam sobre a falta de material didático, onde o próprio livro didático é ausente de conteúdos relacionados à questão ambiental, se fa- zendo necessário outras metodologias com outros materiais que poderiam auxiliar, mas as escolas pesquisadas não disponibilizam, tornando o trabalho ainda mais difícil. Além de que, falta uma maior compreensão e colaboração por parte da comunidade escolar em colocar em prática ações que contribuam para a melhoria do meio ambiente. Dessa maneira os problemas ambientais são tratados como algo possível e não concre- to. Observa-se que a escola procura transmitir para os educandos de maneira isolada e frag- mentada um conhecimento pronto sobre o meio ambiente e suas questões, onde o modo como a Educação Ambiental é praticada nessas escolas, é apenas como projeto especial, extracurri- cular, sem continuidade, descontextualizado, fragmentado e desarticulado, e apesar da dispo- sição do MEC sobre a educação ambiental, não há efetivamente o desenvolvimento de uma prática educativa que integre disciplinas. Dessa forma, as questões ambientais são apresentadas de maneira confusa aos alunos, pois aprendem apenas que é preciso preservar a natureza, mas não são levadas a elas as políti- cas de impactos capazes de lhes fazer compreender o que é preciso preservar e utilizar de forma consciente os recursos naturais que se tem no planeta. Acabam sendo apenas ouvintes e não praticantes, quando deveriam ser estimulados através de atividades e projetos a exercer essa consciência a partir de sua realidade e comuni- dade. Podemos analisar que a EA não é trabalhada como deveria de acordo com os PCN’s e com a Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999, isso porque os professores não são estimulados e nem capacitados, a escola não oferece condições adequadas para desenvolver este tipo de tra- balho e como sabemos o professor não é valorizado como deveria, recebendo baixos salários, não tem motivação para ir além do que sua disciplina deve propor aos alunos, tendo em vista que, a EA deveria ser trabalhada de forma integrada por todas as disciplinas, mas essas condi- ções levam ao total desanimo dos docentes, sendo este a principal dificuldade encontrada nas escolas. É preciso que haja inter-relação entre as disciplinas do currículo escolar e a comunida- de, para que juntos realizem uma educação ambiental voltada para a mudança do comporta- mento humano, tendo a escola como um agente transformador da cultura e principalmente da conscientização das pessoas para o problema ambiental a partir de sua própria realidade. Con- siderando a importância da temática ambiental é necessário que se desenvolvam conteúdos, ou seja, meios que possam contribuir com a conscientização para que os problemas ambien- tais sejam solucionados mediante uma postura participativa de professores, alunos e socieda- de, uma vez que a escola deve proporcionar possibilidades de sensibilização e motivação para um envolvimento ativo dos mesmos. Outro desafio é que se faz necessário que sejam proporcionadas aos educadores condi- ções para que possam trabalhar temas e atividades de educação ambiental que possam condu- zir a práticas pedagógicas, materiais didáticos, guias curriculares e projetos que incentivem o debate, a reflexão sobre as questões ambientais e a construção de uma consciência crítica. esq É importante a articulação de ações educativas voltadas para a preservação do meio ambiente e a escola é o espaço mais indicado e privilegiado para implementação dessas ativi- dades, uma vez que, ela através da Educação Ambiental deve levar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente, conscientizando-os de forma a tentar gerar novos conceitos e valores sobre a natureza, alertando sobre o que se pode e deve ser feito para contribuir na preservação do meio, tentando assim, estabelecer um equilíbrio entre homem e natureza na busca por um mundo melhor, e desta forma possa disseminar tal conhecimento para a sociedade. Precisamos valorizar e proporcionar momentos diários e permanentes dentro e fora do ambiente escolar que demonstre esta importância de se trabalhar a preservação, cuidados e defesa do meio ambiente com o objetivo de identificar os vários problemas ambientais. A Educação Ambiental deve ser verdadeiramente uma forma de educação, temática de projetos educativos, pois é indiscutível a necessidade de conservação e defesa do meio ambi- ente. Para efetivação deste trabalho e necessário o envolvimento de ações Pedagógicas de maneira Interdisciplinar, ligada e integrada entre os diversos conhecimentos. É preciso que haja inter-relação entre as disciplinas do currículo escolar e a comunidade, para que juntos realizem uma educação ambiental voltada para a mudança do comportamento humano, tendo a Escola como um agente transformador da cultura e principalmente da conscientização das pessoas para o problema ambiental a partir de sua própria realidade. Considerando a importância da temática ambiental é necessário que se desenvolvam conteúdos, ou seja, meios que possam contribuir com a conscientização de que os problemas ambientais dizem serem solucionados mediante uma postura participativa de professores, alu- nos e sociedade, uma vez que a escola deve proporcionar possibilidades de sensibilização e motivação para um envolvimento ativo dos mesmos. Outro desafio é que se faz necessário que sejam proporcionadas aos educadores condições para que possam trabalhar temas e ativi- dades de educação ambiental que possam conduzir a práticas pedagógicas, materiais didáti- cos, guias curriculares e projetos que incentivem o debate, a reflexão sobre as questões ambi- entais e a construção de uma consciência crítica. Importante à articulação de ações educativas voltadas para a preservação do meio am- biente e a escola é o espaço mais indicado e privilegiado para implementação dessas ativida- des, uma vez que, ela através da Educação Ambiental deve levar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente, conscientizando-os de forma a tentar gerando novos conceitos e valores sobre a natureza, alertando sobre o que se pode e deve ser feito para contribuir na preservação do meio, tentando assim, estabelecer um equilí- brio entre homem e natureza na busca por um mundo melhor, e desta forma possa disseminar tal conhecimento para a sociedade. O espaço escolar desde muito cedo precisa proporcionar em seus Projetos atitudes e valores que resultem um contexto natural de educação ambiental, sem fragmentações, conti- nuo e processual. Infelizmente pode- se observar o quanto nossa população se coloca aquém do problema previamente anunciado, formas de cuidados e resolução desta problemática po- dem ser facilmente aplicadas diariamente, principalmente no espaço educacional, precisamos nos apropriar de estratégias metodológicas, frentes de trabalho e Projetos educacionais que enriqueçam nossos conhecimentos para dentro e fora dos muros da escola. Diante dessa ne- cessidade de pensar a questão da sustentabilidade, o Ministério da Educação (MEC) recomen- da que a escola precisa estabelecer uma relação entre o currículo, a gestão e o espaço físico, visto que para ser considerada sustentável ela deve desenvolver uma proposta pedagógica na qual o aprendizado, o pensamento e a ação possibilitem construir o futuro com criatividade, inclusão, liberdade e respeito aos direitos humanos e as diferenças, bem como ter cuidado com os outros, com a natureza e com o ambiente de forma intencional adotando uma postura coerente em discurso e práticas. No que diz respeito à proposta pedagógica das escolas, convém regis- trar que a atual Lei de Diretrizes de Bases (Lei nº 9.394/1996) confere espaço e autonomia para que as escolas elaborem a sua proposta pe- dagógica. Acredita-se que esse documento deve levar em considera- ção a adoção de uma abordagem curricular que leve em consideração o que preconiza a Lei nº 9.795/1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. É preciso tornar mais conhecida a agenda da sustentabilidade no interior dos processos pe- dagógicos desenvolvidos pelas escolas. O documento “Vamos cuidar do Brasil com escolas sustentáveis”, por exemplo, propõe questões, tais como, o que é uma escola sustentável? Quais valores, habilidades e atitudes são necessários para que a escola contribua para melho- rar a qualidade de vida das presentes e futuras gerações? Como transformar a escola em um espaço vivo, bonito, acolhedor, inclusivo e motivador de ações e atitudes sintonizadas com a sustentabilidade socioambiental? Tais questões precisam ser debatidas no cotidiano das esco- las pelos professores e alunos da Educação Básica, tendo em vista a promoção de aprendiza- gens significativas envolvendo a comunidade escolar. Desta forma, elas poderão repercutir positivamente no desenvolvimento de projetos pedagógicos voltados para a sustentabilidade, visando um currículo baseado em princípios humanos, éticos e que respeite o meio ambiente, a sociedade e a vida. A natureza é um grande por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem va- lores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e sociedade igualmente conhecedora de valores para nossa convivência no mundo. Somos os maiores interessados patrimônio da soci- edade Consequentemente, a Educação Ambiental se torna uma prática social, com a preocu- pação da preservação desta sua riqueza. A Humanidade irmana-se perante o universo, então deve lutar unida e sensível à con- servação do meio ambiente. Graças ao aumento do interesse por questões ambientais e avan- ços tecnológicos e científicos, conhecemos mais sobre os problemas ambientais hoje do que conhecíamos antes. A Educação Ambiental, como o próprio nome sugere, trata-se de algo concreto e abstrato que de forma subjetiva indica os caminhos para uma nessa comunhão en- tre homem e natureza, maiores participantes na construção e continuidade de uma raça huma- na que nos mesmos descobrimos e que de alguma forma nos perdemos. Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambi- ente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as mo- tivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permita trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se repitam (SEARA FILHO, G. 1987,p.20). Mediar o caminho, valorizar as potencialidades, usufruir da terra, integrar o homem e respeitar cada gota de suor, demonstra o quanto dependemos e precisamos deste espaço cha- mado Planeta Terra. A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comu- nidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita transformação. As questões ambientais vêm adquirindo uma grande importância na nossa sociedade. Estudos acerca dos problemas ambientais surgem a partir de novos paradigmas que visam uma direção mais sistêmica e complexa da sociedade. Nesse contexto a escola emergiu suas discussões sobre a educação ambiental, com um processo de reconhecimento de valores, em que as novas práticas pedagógicas devem ser responsáveis na formação dos sujeitos de ação e de cidadãos conscientes de seu papel no mundo. 2.1 ABORDAGEM CONSTITUCIONAL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL A Lei nº 9.795/99 não prevê penalidades ao poder público ou outros mecanismos que garan- tam seu cumprimento, mas, mesmo assim, existem outros instrumentos jurídicos que podem garantir o direito à educação ambiental. Como vimos, sua inserção jurídica na Constituição Federal se dá tanto na política educacional como na política ambiental. Significa dizer que a lei que estabelece a PNEA deve ser analisada numa conjuntura maior que abrange o dever do poder público de promover a educação e o dever de proteger o meio ambiente. Desta forma, Vale mencionar que o artigo 12 da Lei nº 9.795/99 é o único que prevê penalidade, mas ape- nas para os estabelecimentos de ensino. Nesse artigo a lei dispõe que “A autorização e supervisão do funcionamento de insti- tuições de ensino e de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do disposto nos artigos 10 e 11 desta lei”. Significa que os estabelecimentos de ensino devem adequar seus currículos escolares e complementar a formação dos seus professores com a di- mensão ambiental, sob pena de não serem autorizados a funcionar caso seja omisso em pro- mover a educação ambiental, o poder público pode estar violando tanto o direito à educação como o direito ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, podendo ser punido com base nos seguintes dispositivos: §2º, do artigo 208 da Constituição Federal10; artigo 68 da Lei nº 9.605, de 13.2.1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais11; e artigo 25 da Lei nº 8.429, de 2.6.1992, que trata dos atos de improbidade administrativa. O artigo 19 da lei estabelece que os programas de meio ambiente e educação, em ní- vel federal, estadual e municipal, devem alocar recursos para a educação ambiental. Os prin- cípios contidos no artigo 4º da lei buscam reforçar a contextualização da temática ambiental nas práticas sociais quando expressam que ela deve ter uma abordagem integrada, processual e sistêmica do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, com enfoques huma- nista, histórico, crítico, político, democrático, participativo, dialógico e cooperativo, respei- tando o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas. E em consonância com os princípios, o artigo 5º da lei estabelece os objetivos da PNEA, entre os quais destacamos a compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, a garantia de democrati- zação das informações ambientais e o incentivo ao exercício da cidadania, por meio da parti- cipação individual e coletiva, permanente e responsável. No entanto o único dispositivo da lei que previa fonte de financiamento para a PNEA foi vetado pelo então presidente da República. Com isso ficou dificultada a implementação da PNEA e o seu cumprimento integral por parte do poder público, não havendo segurança jurí- dica ou comprometimento governamental em relação ao repasse de verbas e seu fomento. Da mesma forma, não consta na lei qualquer dispositivo que comprometa os governos com as condições financeiras, institucionais, organizacionais e participativas para a implementação da PNEA. Apesar disso, as pessoas podem e devem exigir o seu direito à educação ambiental, cobrando mecanismos e meios para concretizá-lo. 2.2 PESQUISA NO PORTAL DO MEC Para tornar viável a elaboração da presente pesquisa, Foram selecionadas 418 escolas a serem entrevistadas, estas instituições organizaram uma série de três reuniões, onde foi definida a estratégia metodológica que norteou a pesquisa. Nas duas primeiras reuniões, realizadas em Brasília, o grupo de trabalho constituído discutiu o método de seleção das escolas que foram visitadas, o questionário a ser aplicado e, naturalmente, a perspectiva metodológica a ser ado- tada. Na terceira reunião, realizada na cidade do Rio de Janeiro, discutiram-se os resultados preliminares. As equipes de cada universidade foram responsáveis pela aplicação do questio- nário nas escolas e pela elaboração do texto contendo a análise dos resultados 23 da pesquisa, na respectiva região. Ao IETS coube o tratamento técnico dos dados, como a construção dos indicadores e índices, e a análise quantitativa no âmbito nacional. A análise qualitativa para o Brasil ficou a cargo da UFRJ. Em cada estado, foram selecionados quatro municípios, e as capitais foram utilizadas como um critério pré-estabelecido. Desta forma, a seleção dos outros três municí- pios atendeu ao segundo conjunto de critérios utilizados nesta pesquisa, correspondendo ao tamanho do município. Decidiu-se que o tamanho do município seria mensurado a partir do número de escolas. Assim, foi selecionado o município que possuísse, no mínimo, dez escolas com as seguintes características: duas escolas rurais, três escolas estaduais, três escolas muni- cipais e duas escolas particulares – uma católica e uma laica. Em 2001, apenas três estados superavam o limite de 90% em termos da cobertura da Educação Ambiental: Ceará (91,9%), Espírito Santo (91,4%) e Goiás (91,3%), ao passo que, em 2004, apenas quatro Estados possuíam uma cobertura superior a 80% e inferior a 90%: Acre e Maranhão, em torno de 85%, e Rondônia e Roraima, em torno de 89%. As outras 23 unidades da Federação, em 2004, possuem taxas de cobertura para a Educação Ambiental superiores a 90%. Em 2001, o número de escolas que ofereciam Educação Ambiental era de aproximadamente 115 mil, ao passo que, em 2004, foram registradas quase 152 mil institui- ções. A Educação Ambiental no Brasil é aplicada por intermédio de três modalidades prin- cipais: Projetos, Disciplinas Especiais e Inserção da Temática Ambiental nas Disciplinas. Ve- rificou-se que o desempenho das diferentes modalidades de Educação Ambiental não foi uni- forme no período de 2001 a 2004. As taxas de crescimento para este período alcançaram aproximadamente 90% para as modalidades Projetos e Disciplinas Especiais, enquanto que a taxa de crescimento para a Inserção da Temática Ambiental nas Disciplinas foi de apenas 17%. Tabela 1: Brasil e Grandes Regiões Mudanças percebidas no cotidiano da Comunidade em decorrência da inserção da Educação Ambiental na Escola Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil Melhorias em torno da escola Sim 52 51 53 46 52 254 Não 9 7 11 17 11 55 Ainda não foi possível avaliar 12 15 16 34 16 93 Maior Sensibilização dos moradores para a conservação Do patrimônio da comunidade Sim 43 42 40 48 43 216 Não 7 10 16 17 17 67 Ainda não foi possível avaliar 22 21 24 33 20 120 Redução do volume de resíduos sólidos na comunidade Sim 36 33 36 23 27 155 Não 12 16 20 22 17 87 Ainda não foi possível avaliar 23 25 24 53 36 161 Maior articulação entre os projetos da escola e as necessidades da comunidade Sim 42 42 45 56 48 233 Não 6 12 20 17 10 65 Ainda não foi possível avaliar 22 21 15 25 21 104 Formação de grupos de educadores ambientais na comunidade Sim 24 14 19 16 16 89 Não 19 36 46 45 35 181 Ainda não foi possível avaliar 29 24 14 37 29 133 Formação de associação e ONGs ambientalistas Sim 11 5 7 7 6 36 Não 40 49 58 61 54 262 Ainda não foi possível avaliar 17 20 15 30 20 102 Dialogo entre comunidade e o poder público para a melhoria das condições sócio-ambientais da comunidade Sim 45 27 37 37 38 184 Não 10 21 24 34 21 110 Ainda não foi possível avaliar 16 25 19 27 20 107 Fonte: Projeto “ o que fazem as escolas que dizem que fazem Educação Ambiental”, 2006. 2.3 O ANTROPOCENTRISMO ILUSÓRIO Um fator que ajuda a explicar o atual impasse face a sustentabilidade é o inveterado antropo- centrismo de nossa cultura. O que agrava o antropocentrismo é o fato de colocar o ser humano fora da natureza, como se ele não fosse parte e não dependesse dela. A natureza pode continu- ar sem o ser humano, mas ele não pode viver sem a natureza. Além do mais ele se colocou acima da natureza numa posição de mando, quando, na verdade ele é um elo da corrente da vida. Tanto ele quanto os demais seres são criaturas da terra e, junto com esses seres vivos, forma, como insiste a Carta da Terra, a comunidade de vida. Na sua encíclica, o Papa Francisco, num capitulo denso, submeteu a uma rigorosa crí- tica o antropocentrismo moderno, um dos causadores da crise ecológica atual. O antropocentrismo moderno acabou, paradoxalmente, colocando a razão técnica acima da realidade, porque este humano “já não sente a natureza como uma norma válida nem como um refugio vivente”... Uma apresentação inadequada da antropologia acabou promovendo uma concepção errada da relação do ser humano com o mundo. Mui- tas vezes foi transmitido um sonho prometeico de domínio sobre o mundo. A interpretação correta, no entanto, do conceito de ser huma- no como senhor do universo é entendê-lo no sentido de administrador responsável...Tudo está interligado. Se o ser humano se declara autô- nomo da realidade e se constitui dominador absoluto, desmorona-se a própria base de sua existência, porque, em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus, e deste modo acaba provocando a revolta da natureza (n.115-117). Aproveitando esta encíclica do Papa Francisco, para fazer este breve comentário, o homem se coloca acima dos demais seres vivos como dominador, alguém que pode fazer o que bem en- tender, mesmo que as consequências de suas ações sejam prejudiciais à vida de todos os seres, ele quer saber que venham lucros e que satisfaça seu ego-mental, todas as ações tomadas sem prudência vêm de um ego-mental desequilibrado, egoísta, que só pensa em satisfazer a si pró- prio. Por isso, há a necessidade de o ser humano se voltar para o seu criador, queria ou não, acredite ou não, cultivar uma vida de interiorização, de espiritualidade, aprender a olhar para dentro de si para enxergar suas misérias humanas, o autocontrole sobre si mesmo, aprender a renunciar as suas próprias vontades que nem sempre são saudáveis. Sem uma verdadeira transformação interna, ninguém mudará externamente, é preciso que as transformações ve- nham de dentro do homem, só assim gerará a verdadeira consciência e amor para com todas as criaturas, pois, o nosso interior reflete o nosso exterior. Se cada um de nós não buscar esse crescimento espiritual, não há pais, nem escola, nem campanha, nem decretos, nem leis, nem PPP que faça gerar consciência no outro, tudo não vai passar de práticas externas sem sentido, sem amor, sem compaixão, sem sustentabilidade, se nós não soubermos cuidar da nossa vida pessoal, emocional, espiritual, como vamos cuidar de algo tão especial que é nosso planeta? Não tem como, temos que sair da mentalidade do poli- ticamente correto e cair na realidade. Se buscarmos primeiramente nossa saúde emocional, equilíbrio, nosso progresso interno, seremos pais, filhos, educadores que faremos a diferença. E teremos capacidade e saúde psíquica para sermos administradores responsáveis. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A temática apresentada nos proporciona criar um olhar e uma importância cultural e social de se trabalhar com toda a comunidade aprendente diariamente, nos projetos dentro e fora do ambiente escolar, ou seja, para a vida. Essa estratégia requer novos conceitos, tanto sociais quanto científicos, meios de cuidados próprios que possam acontecer dentro da casa, bairro, e cidade de cada cidadão, conjunto de valores formais e informais. Diante do que foi exposto, podemos concluir que a Educação Ambiental não é desenvolvida como deveria, onde não há efetivamente o desenvolvimento de uma prática educativa que integre disciplinas. O modo como a Educação Ambiental é praticada nas escolas e nas salas de aulas, é através de projeto especial, extracurricular, sem continuidade, descontextualizado, fragmenta- do e desarticulado. Os professores não recebem estímulos, e a comunidade escolar não dá o suporte que deveria de modo a deixar uma grande lacuna de conhecimento para os alunos tornando-se apenas ouvintes e não praticantes, quando deveriam ser estimulados através de atividades e projetos a exercer essa consciência a partir de sua realidade e comunidade. Outro fato é que nas escolas publicas a situação é ainda mais agravante, pois como sabemos a educação esta sucateada e não oferece condições adequadas para o desenvolvimen- to de uma educação eficaz e de boa qualidade. Andrade (2003) afirma que é importante ocor- rer uma grande mobilização na comunidade escolar, a começar pelo projeto político pedagó- gico (PPP), de forma a alterar o currículo e abranger o funcionamento da escola e o seu rela- cionamento com a comunidade, para o desenvolvimento de projetos interdisciplinares. Andrade (2003) acredita que o envolvimento do professor é funda- mental para mudanças na forma que alguns temas são concebidos na escola, sem os mesmos nenhum resultado será alcançado. Em um pro- jeto interdisciplinar, o professor deve atuar como, uma espécie de “consultor” do aluno, dessa forma a informação não devera ser passa- da diretamente, mas sim incentivar a autonomia, o pensamento crítico do aluno e ajudar a aplicar o conhecimento em atividades de seu coti- diano (VALENTE, 1999). Nos trabalhos com projetos, a escola deve sair do ensino tradicional, aquele onde os alunos têm horário de entrada e saída e recebe o conteúdo pela palavra oral e com a necessi- dade de um professor o tempo todo (VALENTE 1999). Os projetos envolvem atividades de médio e longo prazo e devem ser desenvolvidas com um público e espaço para além da sala de aula. As atividades de educação ambiental pre- cisam sair do formato de educação tradicional, para isso, deve-se também rever todo o proces- so de formação dos profissionais envolvidos. É necessário que desde a formação inicial dos professores, bem como na formação continuada destes, e na construção do PPP da escola e do cronograma das disciplinas, a educação ambiental seja algo mais concreto. Não se limitando a ações desconectadas das disciplinas escolares e do dia a dia da comunidade escolar. ANEXO I TERMO DE APROVAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM PEDAGOGIA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO BRASIL POR ANA DALVA BARROS DA SILVA O presente artigo cientifico intitulado Educação Ambiental e Sustentabilidade na Educação Básica, foi aprovado em______________de_______________de________, como requisito parcial para obtenção do titulo de licenciado em Pedagogia pela Universidade Estácio de Sá, tendo sido aprovado com a nota_______(______________). Fortaleza-CE-_______de_____________de________. ANA DALVA BARROS DA SILVA RITA DE CÁSSIA MACHADO MELO REFERÊNCIAS ANDRADE, Pedro Ferreira Implementação da Educação Ambiental em escolas: Uma Reflexão. In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 4. out/nov/dez. 2000. BOFF, LEONARDO. Sustentabilidade: O que é, o que não é. ed. Petropolis: Vozes, 2016. Brasil. Lei de Diretrizes de Bases. Lei nº9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil-03/leis/L9894.htm >Acesso em:02/05/2019 BRASIL. Manual Escolas Sustentáveis. (Mec. Resolução CD/FNDE nº 18, de 21 de maio de 2013). Disponível em: Acesso em: 29 mai.2014. BRASIL. Política Nacional de Educação Ambiental. Lei 9795/99. Brasília, 1999. CAPRA, Fritjof. As Conexões Ocultas: Ciência para Uma Vida Sustentável. São Paulo: Cultrix, 2005. Conceitos de Educação Ambiental-Ministério do meio Ambiente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental.html ultimo .> Acesso em: 15/04/2019 CORTEZ, A.T.C; ORTIGOZA, S.A.G. Consumo Sustentável: conflitos entre necessidade e desperdício. São Paulo: Unesp, 2007. Cultura Ambiental nas Escolas: ferramentas para aplicação de conceitos em educação ambien- tal disponível em: <http://www.culturaambientalnasescolas.com.br/institucional/site/educacao-ambiental> Acesso em: 15/04/2019 DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9a ed. São Paulo. Gaia, 2004. Educação Ambiental. Portal Educação. Disponível em: <https://www.portaleducação.com.br/conteudo/artigos/biologia/educação-ambiental/67046 >ultimo acesso em 15/04/2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil-03/leis/L9894.htm http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental.html http://www.culturaambientalnasescolas.com.br/institucional/site/educacao-ambiental https://www.portaleducação.com.br/conteudo/artigos/biologia/educação-ambiental/67046 GADOTTI, Moacir. Educar Para A Sustentabilidade: Uma contribuição à Década da Edu- cação para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Paulo Freire, 2009. Horta escolar colhe quem planta. Disponivel em: <https://surdohk.blogspot.com/2014/08/horta-escolar-quem-planta-colhe-e-come.html> Acesso em: 02/05/2019 JACOBI, Pedro Roberto; RAUFFLET, Emmanuel; ARRUDA, Michele Padovese de. Educa- ção para a sustentabilidade nos cursos de Administração: reflexão sobre paradigmas e práticas. RAM Rev. Adm. Mackenzie, v. 12, n. 3, p. 21-50, maio/jun. 2011. NISKIER, Arnaldo. Sustentabilidade e Educação. São Paulo. 2017. Separando o lixo. Disponivel em: <https://www.google.com/search?q=sustentabilidade&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0 ahUKE- wiD0Ka2w_vhAhVCIbkGHRBxBqAQ_AUIDigB&biw=1707&bih=720#imgdii=XR7G9Cfo Pq-DrM:&imgrc=CLXC5294ngQ6LM> acesso em 03/05/2019/ VALENTE, José Armando. Mudanças na sociedade, mudanças na educação: o fazer e o compreender. O computador na sociedade do conhecimento, v. 1, p. 29-48, 1999. https://surdohk.blogspot.com/2014/08/horta-escolar-quem-planta-colhe-e-come.html https://www.google.com/search?q=sustentabilidade&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiD0Ka2w_vhAhVCIbkGHRBxBqAQ_AUIDigB&biw=1707&bih=720#imgdii=XR7G9CfoPq-DrM:&imgrc=CLXC5294ngQ6LM https://www.google.com/search?q=sustentabilidade&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiD0Ka2w_vhAhVCIbkGHRBxBqAQ_AUIDigB&biw=1707&bih=720#imgdii=XR7G9CfoPq-DrM:&imgrc=CLXC5294ngQ6LM https://www.google.com/search?q=sustentabilidade&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiD0Ka2w_vhAhVCIbkGHRBxBqAQ_AUIDigB&biw=1707&bih=720#imgdii=XR7G9CfoPq-DrM:&imgrc=CLXC5294ngQ6LM https://www.google.com/search?q=sustentabilidade&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiD0Ka2w_vhAhVCIbkGHRBxBqAQ_AUIDigB&biw=1707&bih=720#imgdii=XR7G9CfoPq-DrM:&imgrc=CLXC5294ngQ6LM
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