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DISTURBIOS HIDROELETROLÍTICOS e ÁCIDO BÁSICO Wana Yeda Paranhos 1 O que aprender • Distribuição de água pelo corpo • Mecanismos de manutenção do balanço de água • Principais distúrbios de sódio e suas relações com distúrbios de água • Causas e repercussões dos distúrbios de sódio e potássio • Distúrbios de cálcio, fósforo e magnésio • Mecanismos de manutenção do equilíbrio ácido básico • Conceitos de acidose e alcalose • A gasometria arterial • As evidencias de distúrbios ácido-base nos pacientes 2 Introdução • Os distúrbios hidroeletrolíticos distribuem-se em dois grupos principais: – Variações de volume (hipo e hipervolemia) – Variações de concentração (hiper e hipo-osmolaridade). • Para compreender esses distúrbios, são necessárias algumas noções básicas sobre a distribuição da água corporal e fundamentos do metabolismo hidroeletrolítico. 3 Fundamentos • A água corporal total (ACT) corresponde a aproximadamente 60% do peso corporal e relaciona-se inversamente à quantidade de gordura, devido às propriedades hidrófobas do tecido adiposo. • Consequentemente, ela encontra-se em menor volume nas mulheres, nos indivíduos obesos e na senescência . 4 Fundamentos • A ACT encontra-se distribuída, principalmente, nos compartimentos Intracelular (IC) e extracelular (EC). • O espaço extracelular divide-se nos compartimentos intersticial e intravascular. • Do ponto de vista de importância clinica, são considerados apenas estes dois compartimentos (IC e EC). • Um terceiro compartimento, chamado de Transcelular, é representado pelo trato gastrintestinal, pelas serosidades (p.ex.: pleura, peritônio) e pelo líquido cefalorraquidiano. 5 Fundamentos • Este Terceiro Espaço não possui relevância na reserva líquida, mas torna-se importante nos casos de seqüestro hídrico, acumulando líquidos, eletrólitos e proteínas, situação que pode ser observada nos pacientes com obstrução intestinal, peritonite, queimaduras e traumas de partes moles. • Apesar da neutralidade entre os diversos compartimentos, no IC predominam os potássio e magnésio e fosfato, sulfato e proteínas, enquanto que no EC o predominante é o sódio e o cloreto e bicarbonato. 6 Eletrólitos no espaço extracelular Eletrólitos Valores normais Sódio 135-145 Potássio 3,5-4,5 Cloro 100-106 Bicarbonato 22-26 Cálcio 4,5-5,5 Magnésio 1,5-2,5 Fósforo 2,5-4,0 7 • O organismo está permanentemente em busca da Homeostase Hidroeletrolítica. • O Balanço Hídrico corporal representa esta tentativa em se manter o equilíbrio entre a água ingerida e a eliminada. • A água livre na dieta e aquela presente nos alimentos sólidos representam cerca de 90% do aporte hídrico diário do organismo. • A Água Endógena corresponde àquela produzida pela combustão dos alimentos e responde por apenas 10% do aporte hídrico, mas, nos estados hipercatabólicos, pode chegar a 1.200 mL por dia. Homeostase 8 • A eliminação da água é controlada principalmente pelo hormônio antidiurético (ADH) e este, por sua vez, é estimulado pela hiperosmolaridade. • O controle da natremia é feito pelos rins, via aldosterona que se encontra aumentada nas situações de hipovolemia. Homeostase 9 MOVIMENTOS DOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS Se deslocam constantemente: • → por difusão - partículas se deslocam de uma área de menor para uma de maior concentração até se distribuírem uniformemente no líquido, • → por osmose – é o deslocamento de um solvente (água) por uma membrana permeável a ele, e não ao soluto (eletrólitos). A velocidade em que ela ocorre depende entre outras, das concentrações do soluto nas duas soluções. A concentração ou pressão osmótica ou osmolaridade de uma solução é expressa em osmol ou miliosmol/Kg de solução. 10 MOVIMENTOS DOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS • → por transporte ativo – é a passagem de substâncias através da membrana celular por um processo químico que permite à célula a admissão de moléculas maiores, porém se difere da difusão e da osmose por exigir atividade metabólica com consumo de energia. • → por pressão líquida – é a pressão exercida pelos diferentes tipos de líquidos para o deslocamento da água de um compartimento para outro, funcionando como mecanismo de regulação (defesa do organismo). 11 REGULAÇÃO DOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS • Os líquidos orgânicos são regulados pela ingestão e eliminação líquidas e pelo controle hormonal: Regulação da Ingestão Líquida – a sede é o principal mecanismo. O centro do controle da sede está localizado no hipotálamo. Os principais estímulos fisiológicos para o centro de sede são o aumento da osmolaridade plasmática e a diminuição do sangue circulante - controladas pelas células osmorreceptoras. 12 REGULAÇÃO DOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS Regulação da Eliminação de Líquidos – a água é eliminada: pelos rins – principal órgão regulador do equilíbrio hídrico - produzem diariamente 1500 ml de urina. pela pele – regulada pelo sistema simpático – que ativa as glândulas sudoríparas (que podem ser ativadas por esforço físico, temperatura ambiente elevada ou aumento do metabolismo. pelos pulmões – eliminam cerca de 400 ml de água diariamente (que pode aumentar de acordo com o aumento e amplitude da respiração) e pelo trato gastrointestinal – cerca de 100 ml em 24 hs (podem aumentar com a ocorrência de vômitos ou diarréias). 13 REGULAÇÃO DOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS Regulação Hormonal Os principais hormônios que afetam o equilíbrio hidroeletrolítico são o hormônio antidiurético – ADH – (produzido na hipófise – ele diminui a produção de urina estimulando a reabsorção da água nos túbulos renais), ele é estimulado pelo aumento da osmolaridade sanguínea. O aldosterona é um mineralcorticóide (produzido pelo córtex supra renal) que regula o equilíbrio entre o sódio e o potássio. Este hormônio leva os túbulos renais a eliminar potássio e a reabsorver o sódio, resultando na reabsorção de água. 14 Hipovolemia • Este é o distúrbio hidroeletrolítico mais comum e caracteriza-se por um estado de hipovolemia e normo- osmolaridade decorrente da perda de sangue ou secreções corporais isotônicas. • O paciente hipovolêmico apresenta-se adinâmico, com hipotonia muscular, hiporreflexia, Pressão Venosa Central (PVC) baixa, taquicardia e hipotensão postural ou de decúbito. • Os sinais periféricos de desidratação tendem a se instalar apenas tardiamente, mas pode-se observar oligúria mesmo nos casos mais brandos. 15 Hipovolemia • O nível de torpor varia de acordo com a intensidade da hipovolemia e o Choque instala-se quando as perdas alcançam 30-40% da volemia. • Laboratorialmente: aumento do hematócrito, hipocalemia e aumento da relação uréia/ creatinina • Causas de hipovolemia: Vômitos, Diarreia, Hemorragias agudas; Uso de diuréticos; Diabetes Melito; Queimaduras extensas 16 • Reposição com sangue caso o hematócrito seja inferior a 32%. Nas demais situações, podem ser utilizados solução salina a 0,9% ou ringer lactato. • A diurese é um dos melhores parâmetros clínicos para avaliar o andamento da reposição. • Nos pacientes mais graves, recomenda-se monitorização invasiva por cateter de Swan-Ganz. • Corrigir a alteração de base (p.ex.: controle do foco hemorrágico ou tratamento da obstrução intestinal nos casos de hipovolemia) é fundamental. Tratamento 17 Hipervolemia • Em geral, a hipervolemia é iatrogênica(super- hidratação), mas pode ocorrer em pacientes submetidos à reposição volêmica porém com dificuldade para eliminar a sobrecarga hídrica. • Causas de hipervolemia: Infusão excessiva de líquidos; Insuficiência renal ; Insuficiência cardíaca; Insuficiência hepática; Insuficiência pulmonar; Desnutrição. Sinais e sintomas: – Ganho ponderal é a manifestação clínica mais precoce.. – Alterações cárdio-pulmonares, taquicardia com tendência à hipotensão arterial, – Aumento da PVC, queda do hematócrito e hipoproteinemia. – A natremia em geral encontra-se dentro da normalidade. 18 Hipervolemia • Tratamento: correção do distúrbio de base (p.ex.: suspender a infusão de soluções endovenosas, corrigir a insuficiência cardíaca congestiva, etc). 19 GANHOS PERDAS Água endógena 300ml Urina 1500 ml Líquidos livres na dieta 1200 ml Fezes 100 ml Líquidos em alimentos sólidos 1000ml Perdas insensíveis 900 ml Balanço hídrico 20 PRINCIPAIS DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS 21 HIPONATREMIA • Hiponatremia, resulta de uma sobrecarga hídrica associada a um distúrbio de excreção. • Boa parte dos pacientes com hiponatremia (sódio plasmático abaixo de 130 mEq/L) não possui deficiência de sódio, mas excesso de líquidos (hiponatremia dilucional). – Causas: Hiponatremia dilucional (é a mais comum); Insuficiência hepática ; Insuficiência cardíaca; Insuficiência renal ; Desnutrição; Síndrome de secreção inapropriada do ADH; Pneumopatia aguda; Hemorragias graves; Uso de diuréticos sem restrição hídrica; Cirrose Hepática; Neoplasias; Hiperglicemia; Diarréia; Uso de drogas que aumentam a excreção de ADH (p.ex.: meperidina, ciclofosfamida, carbamazepina). 22 • Tratamento: deve ser iniciada descartando-se a pseudo-hiponatremia e isto pode ser feito utilizando-se a determinação da osmolaridade plasmática. • Pacientes com hiponatremia e hiperosmolaridade apresentam pseudo- hiponatremia por aumento dos níveis circulantes de glicose. HIPONATREMIA 23 Hipernatremia • Hipernatremia e decorre da perda excessiva de água em relação à perda de sódio, do aumento de solutos em relação ao ganho de água ou do aumento de solutos associado à perda de água. (normalmente não acontece se os mecanismos de sede estiverem intactos) • O cenário clínico mais comum da Hiperosmolaridade é a Desidratação Verdadeira, mas esta alteração hidroeletrolítica também pode ser encontrada em paciente com diabetes insipidus ou sobrecarga de solutos. 24 Hipernatremia • Causas: Privação hídrica ; Febre alta e prolongada; Outros estados de sudorese profusa; Diabetes melito; Diabetes insípido Outros estados de diminuição dos níveis de ADH. Reposição hídrica insuficiente; Superdosagem de diurético osmótico; Nutrição parenteral total; Hiperfunção da adrenal; Síndrome de Cushing; Hiperaldosteronismo; Taquipnéia 25 • Consequências da hipertranemia: – Mortalidade em adultos com mais de 48h de hipertranemia (sódio acima de 160 Meq/l é de cerca de 60% • Manifestações clínicas: – sede intensa, febre, confusão mental (podendo evoluir para coma), perda ponderal, pele seca e quente, língua geográfica, densidade urinária reduzida e hemoconcentração. Hipernatremia 26 • Tratamento: – solução glicosada a 5%. Nos pacientes com hiperglicemia, recomenda-se solução salina a 0,45%. – Havendo hipernatremia sem sinais de desidratação, deve-se diminuir a oferta de sódio por via oral ou parenteral. – Pacientes com Diabetes Insipidus devem receber reposição de ADH (p.ex: 01 a 02 gotas instiladas por via nasal de 8/8h). Hipernatremia 27 Instilação nasal de DDAVP 28 HIPOCALEMIA • A hipocalemia (concentração sérica baixa de potássio ) é uma concentração sangüínea de potássio inferior a 3, mEq/l de sangue. • O potássio pode ser eliminado na urina por várias razões. A mais frequente é o uso de determinados tipos de diuréticos que fazem com que os rins excretem sódio, água e potássio em excesso. • Outras causas de hipocalemia são raras. 29 HIPOCALEMIA • Causas: aporte inadequado, redistribuição celular, perdas gastrintestinais e perdas renais. • Consequências da hipocalemia: – Sistema neuromuscular: impedindo a condução do impulso e da concentração muscular. Insuficiência respiratória – Sistema cárdio circulatório: arritmias – Sistema renal: poliúria e redução do ritmo de filtração glomerular.; 30 HIPOCALEMIA • Sintomas • Reduções leves da concentração sérica de potássio normalmente não causam sintomas. • Uma redução mais importante (concentrações inferiores a 3,0 mEq por litro de sangue) pode causar fraqueza muscular, contrações e inclusive paralisia. • O coração pode apresentar arritmias (ritmos cardíacos anormais), especialmente nos indivíduos com uma cardiopatia. 31 HIPOCALEMIA • Tratamento: – determinar e tratar a causa, potássio pode ser reposto de um modo relativamente simples, através da ingestão de alimentos ricos deste mineral ou da administração oral de sais de potássio (cloreto de potássio). – em pacientes graves requer reposição urgente. De 10 a 20 mEq/h 32 HIPERCALEMIA • A hipercalemia acontece com concentração de potássio superior a 5,0 mEq/l. • Em geral, a hipercalemia é mais perigosa que a hipocalemia. • Uma concentração de potássio superior a 5,5 mEq por litro de sangue começa a afetar o sistema de condução elétrica do coração. • Geralmente, a hipercalemia ocorre quando os rins não excretam uma quantidade suficiente de potássio. • A causa mais comum da hipercalemia leve é o uso de drogas que bloqueiam a excreção renal de potássio (p.ex., triantereno, espironolactona e inibidores da enzima conversora da angiotensina). 33 HIPERCALEMIA • Sintomas – A hipercalemia leve produz poucos ou nenhum sintoma. – Geralmente, a hipercalemia é diagnosticada inicialmente nos exames de sangue de rotina ou quando se observa alterações em um eletrocardiograma. Ocasionalmente, ocorrem sintomas como um batimento cardíaco irregular, o qual pode ser percebido pelo indivíduo como palpitações. 34 • O tratamento imediato é essencial quando a concentração sérica de potássio é superior a 5 mEq por litro de sangue em um indivíduo com uma disfunção renal ou é superior a 6 mEq por litro de sangue em um indivíduo com uma função renal normal. – Indução de diarréia e da administração de uma preparação contendo uma resina que absorve o potássio. – Diurético para aumentar a excreção do potássio. – Quando é necessário um tratamento ainda mais rápido, é realizada a administração de uma solução intravenosa contendo cálcio, glicose ou insulina. O cálcio ajuda a proteger o coração contra os efeitos da concentração alta de potássio. – Quando essas medidas não surtem efeito ou quando o indivíduo apresenta insuficiência renal, a diálise pode ser necessária. Tratamento 35 DESEQUILÍBRIOS DE CÁLCIO • O cálcio é fundamental para a execução de várias atividades biológicas como o acoplamento excitação-contração muscular, secreção neuro-humoral, atividades enzimáticas, divisão e movimento celular. • É essencial para a atividade normal do sistema cardiovascular, crescimento e reparo do organismo. • Também é importante para o metabolismo ósseo. • O cálcio contido nos líquidos orgânicos representa uma pequena porcentagem do cálcio total; a maior parte dele se encontra nos ossos e dentes. 36 DESEQUILÍBRIOS DE CÁLCIO• O cálcio contido nos líquidos extracelulares são regulados pela ação das paratireóides e tireóide. O hormônio da paratireóide regula o equilíbrio entre o cálcio contido nos ossos, a absorção de cálcio pelo trato gastrointestinal e a eliminação do cálcio pelos rins. • O hormônio produzido pela tireóide (tireocalcitonina) também desempenha papel determinante no controle dos níveis séricos de cálcio, pois inibem a reabsorção de cálcio pelos ossos. • Hipocalcemia – diminuição do cálcio no organismo. Pode ser resultado de várias doenças (pancreatite e neoplasias), algumas das quais afetam a tireóide e as paratireóides. 37 Hipocalcemia • Sinais e sintomas – Cardiovasculares: hipotensão, redução de contratilidade, arritmias, assistolia. Musculares: tetania (contratura dolorosa), espasmo musculares, parestesias (alucinações sensoriais, distúrbios de sensibilidade) e fraqueza. • Exames de Laboratório níveis séricos de cálcio < 4,5 mEq/L 144 mEq/L. • Tratamento: reposição com controle dos níveis séricos. 38 Hipercalcemia • A gravidade está associada à intensidade da elevação sérica de cálcio. - Níveis até 11,5mg/dl são normalmente assintomáticos . - Entre 11,5 e 13mg/dl pode haver anorexia. - Acima de 13mg/dl ocorrem vômitos, fraqueza e desidratação. - Podem também ocorrer diminuição do tônus muscular, náuseas, sonolência, dores lombares (cálculos renais),diminuição da consciência e parada cardíaca. 39 Hipercalcemia • Tratamento: identificação da causa primária, seguida de expansão volêmica com SF 0,9% que dilui o cálcio e favorece a excreção renal, diuréticos, calcitonina (hormônio que aumenta a excreção urinária de cálcio). • Causas Comuns: tumores metastáticos nos ossos, hiperparatireodismo, osteoporose. Raras: intoxicações por vit. D, excesso da ingestão de Ca ++, imobilização prolongada, insuficiência renal. 40 DESEQUILÍBRIOS DE CÁLCIO - Hipercalcemia • Exames de Laboratório níveis séricos de cálcio > 5,8 mEq/L ou de 10 mg/ml, exame radiológico revelando osteoporose generalizada, presença disseminada de cistos ósseos e cálculos renais. 41 TRATAMENTO DE ENFERMAGEM NOS DESEQUILIBRIOS HIDROELETROLÍTICOS • Monitorar a entrada e saída de líquidos pelo menos a cada 8h. • Monitorar os sinais vitais • Avaliação de sinais de desidratação. • Avaliação do nível de consciência. • Avaliação da concentração urinária. • Identificar os pacientes de risco • Monitorização cardíaca • Observar sinais de fraqueza muscular • Avaliação da aceitação da dieta e líquidos. • Os pacientes que recebem digitálicos merecem maior atenção. • Análise dos valores dos exames. • Mobilizar o paciente. • Encorajar a ingestão via orla de líquidos. • Precauções para convulsões • Material de emergência. 42 DESEQUILÍBRIO ÁCIDO- BÁSICO 43 DESEQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO Processo fisiopatológico do organismo em que ocorre alterações do equilíbrio ácido-básico, isoladamente ou em várias combinações, está associado ao quadro clínico do paciente. Acidose: Metabólica Respiratória Alcalose: Metabólica Respiratória 44 EQUILÍBRIO ÁCIDO - BASE Regulação do balanço ÁCIDO – BASE Regulação da concentração de H+ nos líquidos orgânicos ÁCIDO: doador de prótons (H+) BASE: receptor de prótons (H+) • pH: indicador da concentração de íons de Hidrogênio [H+] no sangue • ACIDOSE: pH ou íons [H+] no sangue • ALCALOSE: pH ou íons [H+] no sangue 45 EQUILÍBRIO ÁCIDO - BASE pH = 7,35 a 7,45 PaCO2 = 35 a 45 mmHg HCO3 - = 22 a 26 mEq/L PaO2 = 80 a 100 mmHg Saturação de oxigênio = 95 a 100% BE = + ou - 2 mEq/L 46 MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS Tampões Químicos • são substâncias que impedem grandes alterações no pH dos líquidos orgânicos por removerem ou liberarem íons [H+]; • podem agir rapidamente, impedindo excesso na concentração de íon [H+]. BICARBONATO ÁCIDO CARBÔNICO (HCO3 - H2CO3) 47 MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS RINS: regulam o nível de HCO3 - no líquido extracelular de forma lenta, horas ou dias • capacidade de regenerar íons HCO3 - , bem como reabsorvê-los pelos túbulos renais • não são capazes de compensar a acidose metabólica causada pela insuf. renal 48 MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS PULMÕES: ajuste da ventilação em resposta a quantidade de dióxido de carbono no sangue, compensando assim a acidose ou alcalose instalada no paciente 49 Distúrbio Evento inicial Compensação Acidose respiratória pH PaCO2 HCO3 - Rins eliminam H+ e Retém HCO3 - Alcalose respiratória PH PaCO2 HCO3 - Rins conservam H+ e Excretam HCO3 - Acidose metabólica PH PaCO2 HCO3 - Pulmões eliminam CO2 e Conservam HCO3 - Alcalose metabólica pH PaCO2 HCO3 - Pulmões ventilação PaCO2 Rins conservam H+ e excretam HCO3 - Distúrbios ácido-básicos e Compensação 50 ETAPAS DA AVALIAÇÃO 1. Observe o pH Normal: 7,35 a 7,4 7,45: alcalose 7,35: acidose EXEMPLO DE ALCALOSE a. PaCO2 < 35mmHg alcalose respiratória (paciente hiperventila CO2 CO2 + H2O H2CO3 lado ácido do Sistema tampão BIC Ac.Carbônico) b. HCO3 - > 26mEq/l alcalose metabólica (paciente ganha muito bicarbonato, vômitos) EXEMPLO DE ACIDOSE a. PaCO2 > 45mmHg acidose respiratória (paciente hipoventila CO2) b. HCO3 - < 22mEq/l acidose metabólica (paciente perde muito bicarbonato, ganho de ácidos – lático ou cetonas) 2. Avaliar a PaCO2 e o HCO3 - 51 3. Determinar se a compensação começou pH PaCO2 HCO3 - 7,20 60 mmHg 24 mEq/l 7,40 55 mmHg 37 mEq/l Acidose respiratória aguda PaCO2 e HCO3 - normal Acidose respiratória crônica a compensação já ocorreu: HCO3 - para equilibrar a PaCO2 e produzir pH normal 52 Tabela 19 Avaliação Laboratorial (Gasometria Arterial) dos Desequilíbrios Ácido-Básicos Desequilíbrio pH PaCO2 HCO3‾ Agudo (não-compensado): Acidose respiratória N Acidose metabólica N Alcalose respiratória N Alcalose metabólica N Acidose mista Alcalose mista Com compensação parcial: Acidose respiratória parcialmente compensada Acidose metabólica parcialmente compensada Alcalose respiratória parcialmente compensada Alcalose metabólica parcialmente compensada Com compensação completa: Acidose respiratória compensada N/Limite ácido Acidose metabólica compensada N/Limite ácido Alcalose respiratória compensada N/Limite alcalino Alcalose metabólica compensada N/Limite alcalino 53 Vamos avaliar? Ph Pa CO2 Pa O2 HCO3 - BE Sat O2 Paciente 1 7,39 23 47 14 -9 83% Paciente 2 7,61 19 185 20 0 100% Paciente 3 7,43 35 108 23 0 100% 54 Diagnósticos de enfermagem • Volume de líquidos deficiente relacionado à – Perda aguda ou intensa de líquidos corporais – Ingesta/infusão inadequada de líquidos – Ingesta/infusão excessiva de soluções hipotônicas – Comprometimento dos mecanismos regulatórios – Deslocamento de líquidos para o terceiro espaço • Volume excessivo de líquidos relacionado à – Ingesta/infusão excessivade líquidos – Ingesta/infusão excessiva de sódio – Comprometimento dos mecanismos regulatórios • Débito cardíaco diminuído relacionado à – Alterações na geração dos impulsos elétricos cardíacos – Alterações na condução dos impulsos elétricos cardíacos – Contratilidade reduzida – Redução da pré-carga – Sobrecarga volêmica 55 Diagnósticos de enfermagem • Perfusão tissular ineficaz: cerebral, renal, periférica relacionado à – Redução do volume sanguíneo circulante • Risco de lesão relacionado à – Hipotensão postural – Alterações neurossensoriais – Prejuízos cognitivos – Atividade convulsiva • Padrão respiratório ineficaz relacionado à – Fadiga da musculatura respiratória – Fraqueza ou paralisia da musculatura respiratória – Mecânica respiratória prejudicada – Desequilíbrio entre a capacidade ventilatória e a demanda ventilatória – Ansiedade – Dor – Depressão do centro respiratório – Obstrução parcial do fluxo aéreo (laringoespasmo, broncoespasmo) 56 57
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