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Aula 06 – Compactação dos Solos Prof. Paula Sant'Anna Moreira Pais paula.pais@prof.unibh.br 1. Introdução Muitas obras geotécnicas (barragens, muros de arrimo, estradas, aeroportos, etc) implicam a utilização de aterros compactados. 28/03/2016 Compactar um solo significa torná-lo um material mais denso. Este resultado é conseguido através de um processo mecânico ou manual no qual ocorre a redução dos vazios do solo. Mecânica dos Solos – Aula 6 1. Introdução Solo Água Ar Solo Água Ar Antes da Após a AR AR Água SoloSolo Água 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Solo SoloAntes da Compactação Após a Compactação SoloSolo A compactação tem em vista dois aspectos: aumentar o contato entre os grãos e tornar o aterro mais homogêneo. A redução do índice de vazios melhora as propriedades de engenharia, características de resistência, deformabilidade e permeabilidade. 1. Introdução Obras que exigem a compactação: 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 1. Introdução Obras que exigem a compactação: 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 1. Introdução Obras que exigem a compactação: 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 O solo de apoio de fundações diretas. 1. Introdução Objetivo : melhoria e estabilidade de propriedades mecânicas dos solos. Redução da compressibilidade; Aumento da resistência; Redução da variação volumétrica por umidecimento e secagem; 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Redução da permeabilidade. Emprego: Construção de aterros; Camadas constitutivas de pavimentos; Barragens de terra; Reenchimentos de cavas de fundações; Preenchimento com solos entre maciço e estruturas de arrimo. 2. Ensaio de Compactação O objetivo do ensaio de compactação é determinar, para uma dada energia de compactação aplicada, a quantidade adequada de água a ser incorporada ao solo (‘umidade ótima’) de forma a se obter um estado correspondente à sua densidade seca máxima 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 obter um estado correspondente à sua densidade seca máxima (‘peso específico aparente seco’). O ensaio de compactação é também conhecido por ensaio de Proctor e é normatizado pela ABNT NBR 7182. 2. Ensaio de Compactação No ensaio de Proctor, um soquete é aplicado várias vezes sobre uma amostra de solo acondicionada em um cilindro padrão, sendo especificados os seguintes parâmetros de ensaio: massa do soquete, altura de queda do soquete, número de golpes, número de 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 camadas de solo e volume do solo compactado. 2. Ensaio de Compactação Em cada procedimento determina-se o γd e a umidade. O processo é repetido pelo menos 5 vezes. A partir do ensaio, obtém-se os seguintes dados: Peso específico aparente úmido: P 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Peso específico aparente úmido: Umidade: Peso específico aparente seco: %100x P P w s w 3/mkN V P g )1( w d g g 3. Curva de Compactação Com os dados obtidos, traça-se então a curva de compactação, que consiste na representação do peso específico seco (ou massa específica seca ou densidade seca) em função da umidade, como se mostra na Figura : 16,5 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15,0 15,5 16,0 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 w (%) g d (k N /m 3 ) wót gdmáx 2. Curva de Compactação Abaixo da wot (ramo seco da curva): Com o aumento do teor de umidade do solo formam-se películas de água que tendem a promover uma maior aproximação das particulas pelos efeitos de lubrificação. 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Na wot (ramo seco da curva): Ponto ótimo de equilíbrio entre os efeitos que ocorrem acima e abaixo da wot. Acima da wot (ramo úmido da curva): Os acréscimos de água em excesso passam a promover o afastamento entre as partículas de solo. 3. Curva de Compactação 28/03/2016 Variação da massa específica com a umidade. 3. Curva de Compactação No próprio gráfico do ensaio pode-se traçar a curva de saturação que corresponde ao lugar geométrico dos valores de umidade e peso específico seco, estando o solo saturado (S=1). Da mesma forma, pode-se traçar curvas correspondentes a 28/03/2016 Da mesma forma, pode-se traçar curvas correspondentes a igual grau de saturação. A equação dessas curvas em função do grau de saturação: Para saturação = 1 Mecânica dos Solos – Aula 6 3. Curva de Compactação Curva de saturação: S = 1 28/03/2016 3. Curva de Compactação O Solo pode estar em qualquer posição a baixo da curva de saturação, mas nunca acima dela. Os pontos de umidade ótima situam- 15,0 16,0 17,0 (k N /m 3 ) S=100%S=90%S=80% 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Os pontos de umidade ótima situam- se em torno de 80% a 90% de saturação. 12,0 13,0 14,0 15,0 16 18 20 22 24 26 28 30 w (%) d (k N /m g 4. Fatores que influenciam a compactação Tipo do solo: A natureza do solo, influencia nos valores do peso específico seco máximo e na umidade ótima. De maneira geral, os solos argilosos apresentam pesos 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 De maneira geral, os solos argilosos apresentam pesos específicos secos baixos e umidade ótimas elevadas. Solos siltosos apresentam também valores baixos de peso específico seco, frequentemente com curvas de laboratório bem abatidas. As areias com pedregulhos, bem graduados e pouco argilosos, apresentam pesos específicos secos máximos elevados e umidades ótimas baixas. 4. Fatores que influenciam a compactação Tipo do solo: 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 5 4. Fatores que influenciam a compactação Energia de compactação: A densidade seca máxima e a umidade ótima determinada no ensaio de Ensaio Proctor Normal não são índices físicos do solo. Estes valores dependem da energia aplicada na compactação, ensaio normal. 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula Daí foram criados os ensaios: de Proctor Modificado e Proctor Intermediário. Surgimento de novos equipamentos de campo, de grande porte, com possibilidade de elevar a energia de compactação e capazes de implementar uma maior velocidade na construção de aterros necessidade de ensaios com maiores energias que a do Proctor Normal. Energia de compactação: A medida que se aumenta a energia de 4. Fatores que influenciam a compactação 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 aumenta a energia de compactação, há uma redução do teor de umidade ótima e uma elevação do valor do peso específico seco máximo. Energia de compactação: 4. Fatores que influenciam a compactação 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Energia de compactação: 4. Fatores que influenciam a compactação Calcula-se a energia de compactação pela seguinte equação: 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 M é massa do soquete, H é a altura de queda do soquete, Ng é o numero de golpes por camadas, Nc número de camadas e V é o volume de solo compactado. As energias de compactação usuais são: 5,7kg cm/cm3 para o Proctor Normal; 12,9 kg cm/cm3 para o Proctor Intermediário e 27,4 kg cm/cm3 para o Proctor Modificado. Energia de compactação: 4. Fatores que influenciam a compactação 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 5. Comportamento dos Solos Compactados Baixos teores de umidade (w < wot ): A atração face-aresta não é vencida pela energia aplicada - Estrutura Estrutura floculada Estrutura: 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 floculada Estrutura Dispersa Altos teores de umidade (w > wot ): Aumenta a repulsão, e a compactação as orienta, ficando paralelas, resultando na Estrutura dispersa. No ramo seco: Maior atrito entre as partículas; Estrutura mais floculada (melhor compactação com o aumento da energia); 5. Comportamento dos Solos Compactados Estrutura: 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 No ramo úmido: Estrutura mais dispersa (aumento da energia pouco interfere na compactação) Com aumento da umidade as forças de atração são desfeitas e os grãos começam a aturar como partículas dispersas em água. Fenômeno Borrachudo o solo se comprime, mas logo dilata (o que se comprime são as bolhas de ar. 6. Compactação no Campo A compactação de campo se dá por meio de esforços de pressão, impacto, vibração ou por uma combinação destes. Combinação de vibração x pressão maior eficiência na para reduzir os vazios do solo. 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Etapas: Lançamento do material solto em camadas de pequena espessura; Homogeneização; Correção da umidade; Compactação; 6. Compactação no Campo Lançamento do solo: Gradeamento: Umidade/Homogeinização 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Espalhamento/Homogeinização Correção da Umidade: 6. Compactação no Campo - Equipamentos Soquetes e Placas Vibratórias Classificação: pressões de contato placasolo (10 a 15 kpa); Eficiência: trabalhos de compactação em áreas 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 compactação em áreas localizadas; Podem ser utilizados em quaisquer solos; Aplicações mais comuns: compactação de valas, trincheiras, etc. 6. Compactação no Campo - Equipamentos Rolo Liso Classificação: peso total por unidade de comprimento do rolo (30 a 110 kgf/cm) Área efetiva de compactação: 100%; 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Área efetiva de compactação: 100%; Eficiência: reduzida para compactação em profundidade (limitados a camadas de espessuras finais de até 15 cm); Solos mais indicados: solos granulares, enrocamentos; Aplicações mais comuns: obras rodoviárias (bases, subleitos e capas de rolamento). 6. Compactação no Campo - Equipamentos Rolo Pé de Carneiro (ou Pata) Classificação: pressões de contato (1400 a 7000 kPa) impostas por saliências (‘patas’); Área efetiva de compactação: 8% ~ 12 %; 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Área efetiva de compactação: 8% ~ 12 %; Eficiência: evita as de laminações nas camadas compactadas; Solos mais indicados: solos argilosos ou granulares com mais de 20% de finos; Aplicações mais comuns: aterros, barragens de terra. 6. Compactação no Campo - Equipamentos Rolo Pneumático Classificação: pressão de compactação imposta por um conjunto de pneus dispostos em alinhamentos desencontrados; 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Área efetiva de compactação: 80%; Eficiência: compactação mais rápida e econômica em relação à compactação com os rolos pé-de-carneiro; Solos mais indicados: solos granulares, solos finos; Aplicações mais comuns: obras rodoviárias. 7. Controle da Compactação Objetivo: promover a estabilização do solo, mediante a melhoria do seu comportamento geotécnico; Metodologia: medidas sistemáticas dos valores da 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 massa específica (ou peso específico) do solo seco e do teor de umidade do solo no campo e comparação com os dados de laboratório; 7. Controle da Compactação Espessura das camadas: < 30cm de material fofo para se ter 15 a 20cm de solo compactado (incluindo-se 2 a 5cm da camada anterior); Rolagem em passadas longitudinais das bordas ao centro da praça de trabalho com superposição de, no 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 centro da praça de trabalho com superposição de, no mínimo, 20cm entre as passadas; Equipamentos de campo: motoscrapers para lançamento e espalhamento do material; motoniveladora para regularização das camadas; caminhões pipa ou irrigadeiras para irrigação ou arados de discos para aeração; rolos compressores para compactação. 8. Controle da Compactação em Campo Umidade: Métodos: “Speedy Moisture Test” Método da frigideira 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 Método da frigideira wcampo = wot ± 1 % ou ± 2% wot 8. Controle da Compactação em Campo Peso específico seco no campo (γd campo): Métodos: O método nuclear O método do frasco de areia 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6 O método do frasco de areia O método do balão de borracha 100. maxd d C campo G g g 8. Controle da Compactação em Campo 28/03/2016Mecânica dos Solos – Aula 6
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