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�PAGE � SUMÁRIO INTRODUÇAO...........................................................................................................4 DESENVOLVIMENTO................................................................................................5 74 CONCLUSÃO � 8REFERÊNCIAS � �� Resumo Esse trabalho tem por objetivo apresentar discussões sobre as relações e interfaces do cuidar e do educar, pois a realidade tem revelado a confusão e as dificuldades instaladas ao longo de décadas de uma prática nas instituições de educação infantil, em que cuidar remete à ideia de assistencialismo e, educar à de ensino/aprendizagem. Considerando os vários fatores que devem ser pensados na elaboração do planejamento pedagógico na educação infantil, surgem questionamentos sobre o que fazer com as crianças bem pequenas e como planejar o trabalho educativo com as crianças de zero a cinco anos. O planejamento é o primeiro passo da prática pedagógica, facilitando o trabalho educativo do professor e preparando a criança para a vida futura. As crianças necessitam do professor-alfabetizador experiente e competente, que venha contribuir para a prática de um ensino interativo, contextualizado e muito bem planejado. Assim de posse de conhecimentos e conteúdos necessários, ele incentiva a compreensão e produção de novos conhecimentos, contribuindo na formação dos seres humanos capazes de gerar a construção dos saberes, a partir de suas reflexões, ações, e da realidade que os cerca. INTRODUÇÃO Muito tem se discutido a respeito do atendimento as crianças de zero a três anos de idade, a natureza de seus programas, limitações e possibilidades. A trajetória de educação infantil sempre esteve ligada ao “conceito de infância” que o homem construiu ao longo da historia, e consequentemente as politicas voltadas para esta faixa etária. Quando se propõe a trabalhar com crianças bem pequenas, deve-se ter como principio conhecer seus interesses e necessidades. Isso significa saber verdadeiramente quem são, saber um pouco da história de cada uma, conhecer a família, as características de sua faixa etária e a fase do desenvolvimento que se encontra, além de considerar o tempo que permanecem na escola. Só assim podem-se compreender quais as reais possibilidades dessas crianças, lembrando que para elas, a classe inicial é a porta de entrada pra uma vida social mais ampla, longe do ambiente familiar. Antigamente a escola de educação infantil, tinha uma conotação assistencial, onde as crianças ali passavam o dia todo para que seus pais pudessem trabalhar. As monitoras passavam os dias olhando as crianças brincarem e era o professor que ficava com o desenvolvimento intelectual planejado (quando havia planejamento). Nesse período os papéis, dentro da instituição eram bem claros: um cuidava e o outro educava. A obra clássica de Philippe Ariès (1981) - História Social da Criança e da Família retrata com clareza a lenta evolução de algumas posturas ocorridas ao longo dos séculos, envolvendo a trajetória da concepção de criança. Na sociedade medieval, o sentimento de infância não existia, por isso não se considerava a criança com suas características particulares, próprias da sua idade, que a diferem do adulto. Ela era considerada um “adulto em miniatura”, e é por essa razão, assim que tinha condições de viver sem os cuidados constantes de sua mãe ou ama, ingressava na sociedade dos adultos e não se distinguia destes, participando de jogos e situações de procedência tipicamente adulta. cuidar e educar De acordo com Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil o educar e o cuidar devem caminhar juntos, considerando de forma democrática as diferenças individuais, e ao mesmo tempo, a natureza completa da criança. Nesse sentido o RCNEI (2001) orienta que o ato de educar significa propiciar situações de cuidados e brincadeiras organizadas em função das características infantis, de forma a favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem. Compreender a indissociabilidade entre educar, cuidar e brincar implica em promover uma ação pedagógica respaldada em uma visão integrada acerca do desenvolvimento infantil, respeitando as peculiaridades de cada criança e oportunizando situações de aprendizagem significativas e prazerosas. Assim, é preciso refletir como educar, cuidar e brincar, na Educação Infantil, pode auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação do conhecimento da criança em relação si e ao mundo. Forest & Weiss (2003) explicam que as instituições de Educação Infantil devem incorporar, de modo integrado, as funções de educar e cuidar com qualidade advinda de estudo, dedicação, cooperação e cumplicidade de todos os envolvidos, buscando-se entender e valorizar o que cada criança sente e pensa; o que sabe sobre si e sobre o mundo. Essa qualidade dar-se-á em função das concepções, interações e ações sociais e pedagógicas, que ocorrem em todos os ambientes da escola. As situações de educar remetem ás situações de cuidado, auxiliando o desenvolvimento das capacidades cognitivas infantis, bem como das potencialidades afetivas, emocionais, sociais, corporais, ética, e estéticas. É preciso que os educadores considerem e compreendam as dimensões afetiva e relacional, presentes no educar e cuidar, necessárias a construção dos vínculos afetivos imprescindíveis ao desenvolvimento do educando, b em como ampliem o entendimento aceca das singularidades de cada criança, identificando e atendendo as suas necessidades específicas. Isso não significa marcar ou estigmatizar cada criança, mas respeita-la e valoriza-la para o seu enriquecimento sociocultural e pessoal. Ao planejarmos nossa prática pedagógica, penso que as singularidade das crianças de diferentes idades, precisam ser considerada, assim como suas diversidades de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias destas crianças, respeitando suas diferenças e ampliando sua possibilidade de socialização. Isso tudo faz parte do processo educativo. Barbosa (2001) refere-se à necessidade de interligar cuidar e educar para que haja uma educação completa e de qualidade. Desta forma podemos praticar o ato educativo em situações rotineiras, como lavar as mãos antes de se alimentar, mostrando as crianças que esse gesto é, além de um hábito de higiene, um hábito cultural e social. O educador é mediador entre crianças e objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagem que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada uma aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. (Monteiro, 2002). Podem-se oferecer às crianças, condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e àquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos adultos. . Contudo, é importante ressaltar que essas aprendizagens, de natureza diversa, ocorrem de maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil. Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, de respeito e confiança, e o acesso pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Torna-se necessária uma parceria de todos para o bem-estar do educando. Cuidar e educar envolve estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e, principalmente, amor de todos os responsáveis pelo processo, que se mostra dinâmico e em constante evolução. Para que os projetos educativos das instituições possam, de fato, representar esse diálogo e debate constante, é preciso ter educadores que estejam comprometidos com a prática educacional, capazes de responderàs demandas familiares e das crianças, assim como às questões específicas relativas aos cuidados e aprendizagens infantis. O agir pedagógico deve atender as reais necessidades das crianças, deve ser criativo, flexível, atendendo a individualidade e o coletivo. Será o eixo organizador da aquisição e construção do conhecimento, afim de que a criança passe de patamar a outra na construção de sua aprendizagem. Pensar sobre isto implica reinventar o espaço de salas para que neles se deem as interações do sujeito com o mundo físico e social, oportunizando lhe vivências e situação de troca de ponto de vista, tomadas de decisões, sendo promovido, assim, sua autonomia e cooperação, tão importantes para a formação de um novo cidadão. A formação do profissional de Educação Infantil se faz necessária, tornando se fundamental para garantir um trabalho qualificado com crianças desta faixa etária, respeitando suas características físicas, peculiaridades desta primeira infância. Portanto, podemos concluir dizendo que as instituições infantis são um dos contextos de desenvolvimento da criança. Além de prestar cuidados físicos, ela cria condições para o seu desenvolvimento cognitivo, simbólico, social e emocional. O importante é que a instituição seja pensada não como uma substituta da família, mas como ambiente de socialização, diferente do familiar. Nela se dá o cuidado e a educação de crianças, que ali vivem, convivem, exploram, conhecem, construindo uma visão de mundo e de si mesma, construindo-se como sujeitos. PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO Toda a educação é um processo teológico, ou seja, temos objetivos a serem alcançados, vemos nos projetos pedagógicos diversas habilidades e competências as quais as crianças vêm adquirir determinado período de tempo. Entretanto para alcançarmos tais metas, precisamos compreender que necessitamos de algumas estratégias que nus auxiliem nessa caminhada. O planejamento e a avaliação na educação infantil diferente do que muitos pensam planejar para a educação infantil não é uma tarefa muito fácil, pois o seu planejamento exige que, os conteúdos de ensino sejam transformados sem vivências, as quais podem ser vistas, tocadas, ouvidas, sentidas, e manipuladas habilidades, ou seja, eles devem ser oportunizados as crianças em forma de, para somente então virem a ser situações de aprendizagem. O planejamento das atividades que serão aplicadas durante as aulas, também precisa ser minuciosamente pensado, pois elas devem favorecer a aprendizagem criadora, a aquisição de valores, conhecimentos, e habilidades e ainda devem encontrar-se dentro do nível da criança. O educador de educação infantil, ainda deve ter cuidado de que, suas atividades sigam uma continuidade, para que, possa ser visualizada no decorrer dos trabalhos a evolução do aluno. Cabe ainda ao professor, dentro do planejamento de suas atividades proporem às crianças, momentos em que elas possam agir livremente, podendo escolher a atividade a qual gostaria de realizar, incentivando assim, a autonomia do educando. Na hora de planejar, o educador deve ter o cuidado de deixa bem claro o objetivo principal da educação infantil, que é promover o desenvolvimento integral do educando, preocupando-se assim, como pleno desenvolvimento de seu aluno ao invés de preocupar-se apenas com os conteúdos e informações que devem ser adquiridas. Além disso, muito mais que planejar individualizado, muito mais que o planejar individualizado da turma, tal planejamento deve estar coerente com a proposta da escola, deve oferecer subsídios para as tarefas do ano seguinte e ainda vir de encontro com a realidade dos alunos. Para que isso aconteça, devem ser oferecidas reuniões onde os professores tenham a oportunidade de trocar experiências e planejamentos, discutir as propostas da escola e ter uma formação continuada com acesso a boas matérias que deem base para um bom planejamento. Porém, não se pode falar de planejamento sem se falarem avaliação, pois ambos os processos caminham lado a lado e um depende do outro para sobreviver em qualidade. KRAMER (2006, p.94), nos alerta que: “Nesse sentido, avaliar não é apenas medir, comparar ou julgar”. Muito mais do que isso, a avaliação tem uma importância social e política crucial no fazer educativo. E essa importância está presente em todas as atitudes e estratégias avaliativas que adotamos. “Pois quando avaliamos, não estamos avaliando somente a aprendizagem de nossos alunos, estamos também avaliando o nosso trabalho em metodologia como professores, pois as atitudes de nossos educandos são fortemente influenciadas pelos nossos exemplos”. Os alunos devem ser sempre o ponto principal da avaliação, pois é para eles que planejamos e é visando o seu desenvolvimento que pensamos as atividades. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO E O AMBIENTE ESCOLAR O processo de alfabetização tem sido um grande desafio a ser enfrentado pelo professor-alfabetizador e pela sociedade que almeja uma educação de qualidade em nossas escolas. Desde que nascemos à linguagem está presente em todos os momentos de nossas vidas, por isso ela tem um papel fundador. É importante então, pensarmos sobre o que a linguagem faz conosco e sobre o que fazemos com a linguagem; pensar na metodologia ideal para levarmos as crianças a compreenderem o funcionamento da língua, utilizando-a cada vez melhor. Segundo a professora Magda Becker Soares, “letrar é mais que alfabetizar”. Portanto, competir e estar aberto a todas as possibilidades que fazem parte do aprendizado para a vida é quesitos essenciais na formação escolar, pois uma criança aprende por meio das relações que se estabelece em seu ambiente. Assim acontece no processo de alfabetização e aquisição de novos conhecimentos Nas últimas décadas assistiu-se a um abandono discussão sobre a eficácia de processos e métodos de alfabetização, que passaram a ser identificados como propostas tradicionais, e passou-se a discutir e analisar uma abordagem construtivista de grande impacto conceitual nessa área. Assim valorizar os diagnósticos dos conhecimentos prévios de seus alunos e a analise de seus erros como indicadores construtivos do processo de aprendizagem, como também inserir as crianças em praticas sociais que envolvem a escrita e a leitura, é a realização efetiva de práticas docentes que defendem uma educação de qualidade e preparem o ser humano para a vida. Para Sanz (2003,p,38) “ o método é a palavra grega pra perseguição e prosseguimento, como sentido de esforço para alcançar um fim, uma investigação. O que nus permite compreendê-lo como caminho para atingir um resultado. Ele ainda diz que o método, como estratégica, e a técnica, como tática formar um par nobre. Diante disso, enfatiza-se que a escola deve proporcionar o acesso às diferentes linguagens (matemática, visual, musical, corporal e verbal) não apenas como pré-requisitos ao letramento ou alfabetização, mas pela oportunidade das crianças expressarem-se plenamente. Desta forma é essencial que se conheça um pouco mais sobre os métodos utilizados pelos alfabetizadores, como também as pesquisas e experiências de quem tem uma larga trajetória nessa área, a fim de analisar com cuidado o que se deve buscar para alfabetizar nossas crianças. Diante disso, enfatiza-se que a escola deve proporcionar o acesso às diferentes linguagens (matemática, visual, musical, corporal e verbal) não apenas como pré-requisitos ao letramento ou alfabetização, mas pela oportunidade das crianças expressarem-se plenamente. A IMPORTÂNCIA DA RODA DA CONVERSA Muito utilizada no inicio das atividades com as crianças , a Roda da Conversa pretende ser, na educação de infância, um espaço de partilhas e confrontos de ideias, onde a liberdade de fala de expressão proporciona ao grupo como um todo, e a cada individuo em particular, “ o crescimento na compreensão dos seus próprios conflitos” (freire, 2002). Cada criança é desafiada a participar do processo, tendo o direito de usar a fala para expressar suas ideias, emitir suas opiniões, proporcionar a sua forma de ver o mundo. Aprendem que todas as vozes tem uma chance de ser ouvidas, que nenhuma opinião tem mais peso que a outra e que tem o poder de decidir o que ocorre em sua classe, (...) pra ticam o respeito e a cooperação mutua enquanto trabalham juntas, escutam umas as outras, trocam opiniões, negociam problemas e votam para tomar decisões que afetam todo o grupo “ (e também) promovem o desenvolvimento geral do raciocínio e inteligência (...) e a construção de conhecimentos e variedade de conteúdos (DeVries e Zan, 1998 :116) Por sua proposta de constituição como espaço do exercício democrático, onde a fala e sua escuta são os principais instrumentos de participação, a roda da conversa, torna-se uma atividade “desafiante”, para um adulto que proporciona a sua dinamização. Desafiante porque exige que ele “ tendo um papel de participante como o das crianças, tendo também o papel de coordenador da conversa, sem no entanto, impor suas ideias ao grupo, castrar e altivez das crianças (como dizia Paulo Freire),” tolher sua forma de aprender e organizar ideias”. “A roda da conversa parece um momento simples e informal, mas em se tratando de crianças torna-se uma atividade fundamental”. Como qualquer outra atividade que faça parte de um trabalho pedagógico com intencionalidade educativa a roda da conversa requer planejamento. Ela não pode ser realizada simplesmente de forma intuitiva, sem compromisso, sob o risco de fazermos desse momento um ato mecânico, sem maiores significados para as crianças. As intervenções do professor alimentam o diálogo: a criança não é silenciada e sim ouvida. O diálogo evidencia o papel construtivo da fala do professor na fala da criança, sinalizando sua função de mediador e interprete. Ele a escuta e a partir de suas falas resinificam, valorizando-as. O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL O uso de jogos, e da ludicidade como um toda esta presente na vida humana desde os seus primórdios. Na Grécia Antiga, assim como na idade média já havia a utilização de jogos. Durante esse período, e por muito tempo, a atividade lúdica era vista apenas como sinônimo de jogo e divertimento, possuindo um caráter não sério. Posteriormente o lúdico foi trazido como um forte instrumento da educação. Frobel, em sua proposta para a educação infantil, realizou estudos nos quais foi atribuída grande relevância ao brinquedo. Estudiosos como Vygotsky e Piaget fizeram análises de todo o processo do desenvolvimento infantil, mostrando a importância da presença do jogo na vida humana demonstrando que eles favorecem não apenas a aprendizagem, mas também o desenvolvimento e a interação social do indivíduo. A visão do lúdico como estratégia capaz colaborar no processo de ensino-aprendizagem da educação infantil, tem sido muito discutida e trazida aos poucos para os ambientes escolares, por ser a brincadeira é um dos universos da criança. Mesmo com todos os estudos que tratam da eficácia do uso de jogos nos ambientes escolares, ainda existe resistência por parte de alguns educadores descrentes na possibilidade de unir a brincadeira ao conteúdo pedagógico. Para estes profissionais brincar e aprender são duas instâncias distintas que não devem ser utilizadas simultaneamente. O brinca não se constitui em uma atividade frívola, pois se trata de uma atividade universal encontrada nas varias sociedades, em diferentes períodos históricos, manifesto em diversas produções culturais. AS brincadeira e o jogo são processos que envolvem o individuo e sua cultura, comenta Lima ( 1991) , que adquirem especificidades e transformações de acordo com cada grupo, sendo, portanto meios de reconstrução de identidade cultural. O jogo e a brincadeira podem ser estratégias educacionais integradas as diversas experiências vivenciadas através da linguagem do brincar. Além do prazer que a atividade lúdica promove, é importante considerar a atitude de seriedade com que a criança se dedica a brincadeira. Brincar é, sem dúvida, uma forma de aprender, mas é muito mais que isso. Brincar é experimentar-se, relacionar-se, imaginar-se, expressar-se, compreender-se, confrontar-se, negociar, transformar-se, ser. Na escola, a despeito dos objetivos do professor e de seu controle, a brincadeira não envolve apenas a atividade cognitiva da criança. Envolve a criança toda. É prática social, atividade simbólica, forma de interação com o outro. Acontece no âmago das disputas sociais, implica a constituição do sentido. É criação, desejo, emoção, ação voluntária (Fontana & Cruz, 1997, p. 139). Por isso é imprescindível garantir na rotina escolar, tempo e espaço para o brincar, mesmo que não há quantidade e/ou variedade de materiais disponíveis, visto que o jogo simbólico acontece independente desses recursos , pois a criança transforma o significado das coisas de acordo com seus desejos, conforme ocorre ao transformar um cabo de vassoura em um cavalo. O jogo simbólico é considerado por Vygotsky (1988) como uma atividade típica da infância e essencial ao desenvolvimento infantil. Ele constitui-se em uma Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), visto que promove o desenvolvimento da criança para além do patamar por ela já consolidado. No brincar do jogo do faz-de-conta a criança age em um mundo imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a submissão às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer que ela experimenta no brincar. É no brincar que a criança conhece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações (RCNEI, 2001, p.28). Sendo assim, a brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança, ajuda a internalizar as normas sociais e a assumir comportamentos mais avançados que aqueles vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu conhecimento sobre as dimensões da vida social. Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. Compreender a relevância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, sem interferir e descaracterizar o prazer que o lúdico proporciona. “O professor precisa estar intimamente envolvido com as crianças enquanto elas trabalham e brincam, ser capaz de ouvir em vez de falar para as crianças e de observar e analisar as evidências das aprendizagens” (Anning, 2005, p. 90). Portanto, o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se. A vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já favorece este processo de descaracterização, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras ocasiões. CONsiderações finais Percebendo a importância da educação infantil, cabe aqui ressaltar a relevância de um trabalho bem feito nessa etapa, pois será ela que dará a base para os prosseguimentos dos estudos no ensino fundamental e contribuirá para o desenvolvimento integral do aluno. Uma organização pedagógica bem estruturada torna-se fundamental na educação infantil, conhecer a realidade escolar, propor um ambiente rico para a aprendizagem, proporcionar vivencias de valores, respeito e justiça, ter um planejamento criativo, e de acordo com o nível da turma em que se vai aplicar, avaliando de maneiracoerente, e ainda enfatizando o lúdico no processo de formação do ser humano, são questões indispensáveis e tratando da educação infantil. Por isso cabe a cada educador de educação infantil , rever seu trabalho pedagógico diariamente, aprimorando pontos positivos e corrigindo algum eventual ponto negativo, tentando assim proporcionar o melhor para a educação integral do educando, visando seu desenvolvimento saudável, buscar formar seres humanos mais humanos e justos. REFERÊNCIAS KRAMER, Sonia. Com a pré-escola nas mãos: Uma alternativa curricular para a educação infantil–São Paulo: Editora Ática, 2006, 14ª edição; PEREIRA, Mary Sue Carvalho. A descoberta da criança introdução à educação infantil–RiodeJaneiro: Wake, 2005,2ªedição. CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre teoria e prática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991. OLIVEIRA, Z. de M. R. Educação infantil: muitos olhares. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995. WAJSKOP, Gisela. Creches: atividades para crianças de zero a seis anos. São Paulo: Moderna,1995. BRASIL. Referencial Curricular Para a Educação Infantil. v. 1, Brasília: MEC/SEF, 1998. Sistema de Ensino Presencial Conectado pedagogia tamires santos da rocha o trabalho pedágogico na educação infantil itinga 2012 tamires santos da rocha o trabalho pedagógico na educação infantil Trabalho de Pedagogia apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Organização e Didática na Educação Infantil, Educação da criança de 0 a 5 anos, Ludicidade e Educação, Ensino linguagem oral e escrita, Ensino e Alfabetização Orientador: Prof. Cleide Araçuai 2012