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Dos crimes contra a honra

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DOS CRIMES CONTRA A HONRA
1
Dos crimes contra a honra:
“A honra está constituída pelas relações de reconhecimento entre os distintos membros da comunidade, que emanam da dignidade e do livre desenvolvimento da personalidade. Estas relações atuam como pressupostos da participação do indivíduo do sistema social e precisamente parte de seu conteúdo será consequência direta de sua participação no sistema social. Outra solução não seria possível em um ordenamento jurídico-democrático (...)”. Gomez de La Torre – Honor y liberdade de expresión
2
Dos crimes contra a honra:
Calúnia: art. 138, CP
Atinge a honra no sentido objetivo (reputação social, estima, bom nome); trata-se de bem jurídico disponível.
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: pessoa física.
Não há falar em calúnia contra a pessoa jurídica, já que o ordenamento jurídico-penal, fundado em um direito penal da conduta, da culpabilidade e da personalidade da pena, veda a responsabilidade dos entes morais.
3
Dos crimes contra a honra:
Calúnia: art. 138, CP
OBS: Aqueles que carecem de capacidade de culpabilidade (menores, doentes mentais, portadores de desenvolvimento mental incompleto ou retardado) também merecem a proteção dispensada pelo Direito.
§2º: calúnia contra os mortos: tutela-se a honra dos seus parentes vivos; argumenta-se que a morte extingue a personalidade, de maneira que a ofensa ao morto atinge, em verdade, sua memória, cuja proteção interessa sobremaneira aos seus parentes.
Art. 31, CPP: CADI
4
Dos crimes contra a honra:
Calúnia: art. 138, CP
Condiciona-se a calúnia à falsidade da imputação. Admite-se a prova da verdade (exceptio veritatis).
A falsidade da imputação se verifica não apenas quando o fato imputado não é verdadeiro, mas também, quando, embora verdadeiro, tenha sido praticado por outra pessoa.
Exige-se que a imputação verse sobre fato definido como crime. A falsa imputação de contravenção penal pode, eventualmente, constituir difamação.
O fato imputado precisa ser determinado. O fato genérico pode configurar injúria ou difamação.
5
Dos crimes contra a honra:
Calúnia: art. 138, CP
O tipo subjetivo é o dolo; o agente precisa ter consciência da falsa imputação.
Basta que a comunicação seja feita a uma única pessoa para que o delito se consume.
A tentativa é possível se a calúnia é feita por escrito;
6
Dos crimes contra a honra:
Calúnia: art. 138, CP
Formas equiparadas: §1º.
Propalar: propagar; espalhar, divulgar;
Divulgar: tornar público ou notório, por qualquer meio.
Nelson Hungria: não deixa de constituir divulgação a comunicação do fato a pessoa que dele já tenha conhecimento – já que a conduta do agente pode reforçar a crença na veracidade do fato ou eliminar eventual dúvida – e tampouco a indicação da fonte da calúnia ou o relato feito em tom confidencial.
É indispensável que o agente tenha conhecimento da falsidade da imputação, pois na dúvida quanto à falsidade, este a propala ou divulga, não se configura o delito de calúnia.
7
Dos crimes contra a honra:
Calúnia: art. 138, CP
Exceção da verdade
Consiste na defesa apresentada pelo acusado com o fim de demonstrar a verdade da imputação, propalação ou divulgação feita.
Proibições da exceção da verdade: §3º
8
Dos crimes contra a honra:
Calúnia: art. 138, CP
Retratação e pedido de explicação:
Art. 143, CP
A retratação completa e incondicional pode ser feita pelo próprio ofensor ou pelo seu procurador com poderes especiais até a publicação da sentença extinguindo a punibilidade (art. 107,VI, CPP).
Explicações em juízo: art. 144, CP
9
Dos crimes contra a honra:
Calúnia: art. 138, CP
Causas de aumento de pena:
Art. 141, CP
Pena e ação penal:
Juizado Especial Criminal (art. 61, Lei nº 9099/95).
Admite-se a suspensão condicional do processo 9art. 89, lei nº 9.099/95), ressalvada a hipótese de violência doméstica e familiar contra mulher 9art. 41, Lei nº 11.340/2006).
Ação penal privada (regra) – ver exceções.
10
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
Proteção específica da reputação, o conceito que o sujeito passivo desfruta no meio social.
Crime comum;
OBS: Os denominados “desonrados” e aqueles que não mais detém a estima pública podem ser sujeitos passivos da difamação, já que sempre há um recanto moral ainda intacto e passível de ser atingido pela ofensa.
A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de difamação?
11
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de difamação?
Uma parte da doutrina entende não ser possível, pois o bem jurídico tutelado é a titularidade exclusiva das pessoas públicas; a honra é inerente ao ser humano;
CP: dos crimes contra a pessoa; as ofensas dirigidas à pessoa jurídica não ficam impunes, pois atingem as pessoas físicas que a compõem, comandam ou representam;
A descrição típica refere-se a alguém (ser humano), afastando asssim as pessoas jurídicas.
12
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de difamação?
De outra parte, entende-se que é possível porque a pessoa jurídica possui reputação própria, distinta da de seus membros - , mas não na hipótese de injúria ou calúnia.
13
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
Diversamente da calúnia, a difamação não está condicionada à falsidade da imputação. A prova da veracidade de seu conteúdo é, regra geral, afastada.
Ainda que verdadeiro o fato desonroso, sua imputação pode afetar o conceito público de que desfruta o ofendido, digno de proteção penal.
A imputação de contravenção penal, pode, eventualmente, constituir difamação punível.
Há difamação se o agente afirma que determinada pessoa entrega-se à vadiagem (art. 59, LCP) ou explora jogo de azar (art. 50, LCP).
14
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
A exemplo da calúnia, o fato imputado deve ser determinado. Não há a necessidade de descrição detalhada, bastando que a imputação seja clara o suficiente para que se individualize o fato desonroso que se atribui.
Fato desonroso é aquele capaz de inspirar em outrem um sentimento de reprovação e desprezo para com a vítima, e afetar, desse modo, sua respeitabilidade no meio social (Aníbal Bruno).
A difamação se distingue da injúria por consistir na imputação de acontecimento ou conduta concreta, e não na expressão de simples juízo de valor depreciativo.
15
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
Delito de forma livre, admitindo assim vários meios de execução (palavras, gestos, escritos, canções, desenhos, esculturas, mímicas etc). 
Desnecessário que a imputação se verifique na presença do ofendido, bastando que seus efeitos possam operar sobre o juízo que da vítima se faça no círculo social em que participa.
Mesmo que ninguém dê crédito ao difamador, não deixa de existir o delito de difamação.
A difamação não cogita de sua propalação ou divulgação.
16
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
Embora alguns pensamentos em sentido contrário, cumpre reconhecer que difama não apenas quem imputa inicialmente o fato desonroso, mas também quem, tomando conhecimento da imputação, lhe dá publicidade, divulgando-a ou propalando-a. O verbo nuclear “imputar” abarca a propalação ou divulgação.
O propalador do fato infamante comete outra difamação (autônoma), embora possa haver conexão instrumental entre elas (art. 76, III, CPP).
O tipo subjetivo é integrado pelo dolo (direto ou eventual), ou seja, pela consciência e vontade de imputar a alguém fato ofensivo à sua reputação.
17
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
O delito se consuma quando alguém que não o ofendido toma conhecimento do fato imputado. A tentativa é possível, se feita a imputação por escrito.
Caracteriza a difamação ainda que o agente esteja convencido de que o fato é verdadeiro, ou tenha dúvida sobre sua falsidade.
O delito não admite a oposição daexceção da verdade. A falsidade não é elemento do tipo penal.
OBS: A prova da autenticidade do fato ofensivo é admitida, excepcionalmente, se o sujeito passivo é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
18
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
Art. 139, parágrafo único, CP: o agente é movido pelo resguardo do indiscutível interesse público no bom e fiel desempenho, pelos servidores, de seus encargos.
Entretanto, se o ofendido não mais ostenta a qualidade de funcionário público, incabível a exceção da verdade, mesmo que a imputação faça referência a fato perpetrado no exercício funcional.
Se o fato desonroso atribuído ao funcionário público é concernente à sua vida particular, sem nenhum vínculo com a sua função, inadmissível a exceção (Nelson Hungria).
19
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
A arguição da exceção da verdade pelo acusado, quando autorizada, pode ser feita em qualquer fase do processo penal, devendo ser obrigatoriamente submetida ao contraditório. 
O acolhimento da exceptio veritatis está condicionado à demonstração, pelo excipiente, da prática pelo excepto do fato desonroso que lhe foi imputado.
Procedente a exceção da verdade, exclui-se o crime de difamação.
20
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
Exclusão do crime: art. 142, CP;
Na primeira e terceira hipóteses, responde pela difamação quem lhe dá publicidade.
Retratação e pedido de explicações: Art. 143, CP.
A retratação – completa e incondicional – pode ser feita pelo próprio ofensor ou por seu procurador com poderes especiais até a publicação da sentença, extinguindo a punibilidade (art. 107, VI, CP).
Art. 144, CP.
Processo e julgamento: Juizado Especial Criminal (art. 61, Lei nº 9099/95).
21
Dos crimes contra a honra:
Difamação: art. 139, CP
Admite-se a suspensão condicional do processo: art. 89, Lei nº 9.099/95, ressalvada a hipóteses de prática delitiva contra a mulher no âmbito doméstico e familiar (art. 41, Lei nº 11.340/2006).
A ação penal nos delitos contra a honra é privada.
No crime de difamação, somente se procede mediante queixa, salvo se praticado contra o Presidente da República, Chefe de Governo ou estrangeiro (requisição do Ministro da Justiça) ou funcionário público, em razão de suas funções (condicionada à representação do ofendido). (Art. 141, I e II e Art. 145, parágrafo único, CP). 
22
Dos crimes contra a honra:
Injúria: art. 140, CP
No delito de injúria, protegem-se especificamente a dignidade e o decoro.
“Afirmar que alguém é ‘canalha’, ‘imoral’, ‘desonesto’ ofende a sua dignidade; já dizer que se trata de um ‘ignorante’, ‘aleijado’, ‘burro’, ultraja o seu decoro.” (Luiz Regis Prado)
Distingue-se a injúria da calúnia e da difamação por não significar a imputação de um fato determinado – criminoso ou desonroso -, mas sim, a atribuição de vícios ou defeitos morais, intelectuais ou físicos.
 
23
Dos crimes contra a honra:
Injúria: art. 140, CP
Embora na injúria a honra seja lesionada particularmente em seu aspecto interno (subjetivo), é bem possível que a ofensa, ao atingir a pretensão ao respeito inerente à própria dignidade, afete, também, a reputação da vítima, se presenciada, divulgada ou propalada a terceiros.
Crime comum.
Sujeito passivo: somente a pessoa física; integrantes da pessoa jurídica, de forma individualizada.
Injúria contra o inimputável? 
24
Dos crimes contra a honra:
Injúria: art. 140, CP
A injúria deve ser cuidadosamente aferida, já que uma palavra ou gesto pode assumir conteúdo variável segundo as condições de tempo, lugar ou mesmo em face de seu destinatário.
Delito de forma livre, comportando vários meios de execução.
Não é necessário que a injúria tenha sido manifestada na presença do sujeito passivo.
Tipo subjetivo: dolo (direto ou eventual).
Delito de tendência intensificada: tendência subjetiva de realização da conduta típica: a finalidade de menosprezar, o ânimo de injuriar.
25
Dos crimes contra a honra:
Injúria: art. 140, CP
Consuma-se o delito quando a vítima toma conhecimento da qualidade negativa de que lhe é imputada pelo sujeito ativo. Com a compreensão do sujeito passivo do caráter injurioso da ofensa se consuma o crime, ainda que aquele não se sinta realmente ofendido.
A tentativa, embora de difícil configuração, é possível quando se tratar de injuria escrita.
O delito não admite exceção da verdade. A falsidade não da ofensa não é elemento do tipo penal.
26
Dos crimes contra a honra:
Injúria: art. 140, CP
Perdão judicial: art. 140, §1º, CP.
A razão de ser do benefício legal reside na justa causa irae, ou seja, o legislador reconhece que a palavra ou gesto ultrajante decorreu de irrefreável impulso defensivo, por ocasião de justificável irritação. Indispensável que a provocação seja direta – feita na presença do agente – e reprovável – digna de censura.
Retorsão imediata;
27
Dos crimes contra a honra:
Injúria: art. 140, CP
Injúrias real e discriminatória:
§2º: injúria real – maior gravidade da conduta do agente, que se vale das vias de fato e da lesão à integridade física ou à saúde para ofender a dignidade ou decoro da vítima;
É preciso que o sujeito ativo atue com o propósito de injuriar, pois, do contrário, subsiste apenas o delito de lesão corporal ou a contravenção penal de vias de fato.
Concurso formal imperfeito (art. 70, 2ª parte, CP).
§3º: injúria discriminatória;
28
Dos crimes contra a honra:
Injúria: art. 140, CP
§3º: injúria discriminatória – o agente busca ofender a dignidade ou o decoro da vítima utilizando-se de referências à raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Indica uma maior reprovabilidade da conduta, atuando assim sobre a medida da culpabilidade.
Luiz Regis Prado: violação do princípio da proporcionalidade com relação à pena do delito em análise.
29
Dos crimes contra a honra:
Disposições comuns aos crime contra a honra:
Art. 141, CP
Exclusão do crime:
Art. 142, CP.
Retratação e pedido de explicação:
Arts. 143 e 144, CP
Ação penal:
Art; 145, CP.
30

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