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CCE0226 
Instalações Prediais - Hidráulicas 
Profa. M.Sc. Maria Letícia C. L. Beinichis 
Curso – Arquitetura e Urbanismo 
Instalações Prediais - Hidráulicas 
 
Conteúdo Programático 
 
Unidade 1 – Normas Técnicas Brasileiras pertinentes ao tema. 
1.1 Normas para instalações de água fria. 
1.2 Normas para instalações de água quente. 
1.3 Normas para instalação de águas servidas. 
1.4 Normas para instalações de combate à incêndio. 
1.5 Normas para instalações de gás encanado. 
 
Unidade 2 – Noções básicas de nomenclatura e materiais para 
instalações hidráulicas. 
2.1 Nomenclatura dos diversos elementos e componentes das 
redes de instalações hidráulicas em geral. 
2.2 Principais materiais constituintes das tubulações e conexões das 
redes de instalações hidráulicas. 
Conteúdo Programático 
Unidade 3 – Dimensionamento de Redes de Água Potável (fria e 
quente). 
3.1 Dimensionamento de redes de Água Fria 
3.2 Dimensionamento de redes de Água Quente. 
3.3 Dimensionamento de aquecedores de passagem, de 
acumulação e solar. 
 
Unidade 4 – Dimensionamento de Águas Servidas (esgoto 
sanitário). 
4.1 Dimensionamento de redes de Esgotamento Sanitário. 
 
Unidade 5 – Fundamentos Teóricos para Reaproveitamento de 
ÁguasPluviais / Servidas. 
5.1 Instalações de redes de reaproveitamento de Águas Pluviais. 
5.2 Instalações de redes de reaproveitamento de Águas Servidas 
(esgoto sanitário). 
Instalações Prediais - Hidráulicas 
 
Desenho das Instalações 
O desenho das instalações de água fria seguirão o padrão 
estabelecido no projeto arquitetônico. Por isso é tão importante a 
existência de uma arquitetura bem desenvolvida em termos de 
layout e de informações. 
Por um projeto bem desenvolvido no âmbito das instalações deve 
conter: 
• Peças sanitárias e os equipamentos corretamente definidos e 
localizados; e 
• Pontos de água devidamente cotados, com a utilização do sistema 
de eixos longitudinais e transversais, ao longo das parede e/ou 
pilares . 
O projeto de instalações seguirá os padrões de desenho técnico, 
dentro das normas brasileiras vigentes e especificidades de cada 
projeto – água quente, fria, pluviais, esgoto, incêndio e gás. 
Desenho das Instalações 
Perspectiva Isométrica – detalhes isométricos 
Perspectiva isométrica é representação gráfica de um objeto em suas três 
dimensões projetadas sobre um único plano. Ela transmite a idéia de 
profundidade e relevo. 
Em instalações prediais, a perspectiva isométrica é utilizada para detalhar 
os compartimentos sanitários e com isso melhor visualizar a rede de 
distribuição. 
Os detalhes isométricos são normalmente desenhados em escalas 1:20 ou 
1:25, desenhando-se com traços finos os contornos das paredes e as 
posições de janelas e portas. As cotas são dispensáveis. 
Os aparelhos sanitários são representados conforme suas convenções, 
assim como as tubulações, registros e demais detalhes. 
Desenho das Instalações 
Perspectiva Isométrica – detalhes isométricos 
Roteiro de desenho isométrico: 
1. Traça-se a planta cega do compartimento com esquadro de 60o graus; 
2. Locam-se os eixos dos pontos de consumo de água (lavatório, bacia 
sanitária, ducha higiênica, chuveiro, etc.) 
3. Traça-se uma linha pontilhada do eixo das peças até a altura dos 
pontos de consumo; 
4. Traçam-se os ramais internos, unindo os pontos de consumo; 
5. Indicam-se, nos ramais e sub-ramais, os diâmetros correspondentes. 
Desenho das Instalações 
Perspectiva Isométrica – 
detalhes isométricos 
 
Altura dos pontos de entrada 
de água e posição dos 
registros e demais elementos 
Elemento Sigla Alturas (H) 
Bacia sanitária com válvula BS 33 cm 
Bacia sanitária com caixa acoplada BCA 20 cm 
Ducha higiênica DC 50 cm 
Bidê BI 20 cm 
Banheira de hidromassagem 30 cm 
Chuveiro ou ducha CH 220 cm 
Lavatório LV 60 cm 
Mictório MIC 105 cm 
Máquina de lavar roupa MLR 90 cm 
Máquina de lavar louça MLL 60 cm 
Pia 110 cm 
Tanque TQ 115 cm 
Torneira de limpeza TL 60 cm 
Torneira de jardim TJ 60 cm 
Registro de pressão RP 110 cm 
Registro de gaveta RG 180 cm 
Válvula de descarga VD 110 cm 
Desenho das 
Instalações 
Isométrico banheiro 
Desenho das 
Instalações 
Isométrico 
cozinha 
Desenho das 
Instalações 
Isométrico área de 
serviço 
Desenho das 
Instalações 
Isométrico 
barrilete 
Dimensionamento 
Dimensionamento das canalizações 
 
Dimensionar as canalizações significa atribuir ordem de grandeza aos 
elementos da rede de distribuição, ou seja, diâmetro da tubulação e 
conexões do barrilete, colunas, ramais e sub-ramais que alimentam as peças 
de utilização, trecho a trecho da instalação de água fria. 
Como as tubulações são dimensionadas como condutos forçados, torna-se 
necessária a definição dos quatro parâmetros hidráulicos de escoamento – 
vazão, velocidade, perda de carga e pressão. 
Parâmetros hidráulicos do escoamento (NBR 5626) 
Dimensionamento 
Dimensionar as tubulações é identificar os valores necessários de diâmetro e 
comprimento das canalizações, dos reservatórios até os pontos de consumo. 
Para o dimensionamento é importante alguns conceitos: 
a. Consumo predial: é o consumo diário de água de acordo com o tipo de 
edificação. Esse consumo é baseado no número de pessoas (população) e 
no consumo per capita (de cada pessoa). 
Consumo diário de água de uma edificação 
 Cd = P x q onde, 
 Cd é o consumo diário em l/dia 
 P é a população 
 q é o consumo per capita (l/dia) 
 CR = 2 x Cd onde, 
 CR é a Capacidade total do Reservatório (em litros) 
 Cd é o consumo diário (litros/dia) 
Dimensionamento 
b. Vazão das peças de utilização: é o primeiro dos quatro parâmetros 
hidráulicos necessários ao dimensionamento (vazão, pressão, velocidade e 
perda de carga). 
Cada aparelho sanitário corresponde a uma ou mais peças de utilização e 
necessitará de um valor mínimo de vazão para seu perfeito funcionamento. 
Da mesma forma, cada peça terá um determinado peso de ação na 
tubulação. 
A tabela a seguir contém dados da NBR 5626:1998 que trata das Instalações 
de Água Fria. 
Dimensionamento 
c. Vazão das peças de utilização 
Aparelho sanitário Peça de utilização Vazão (l/s) Peso 
Bacia sanitária Caixa de descarga 0,15 0,30 
Válvula de descarga 1,70 32 
Banheira Misturador (água fria) 0,30 1,00 
Bebedouro/Filtro Registro de pressão 0,10 0,10 
Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,10 
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,40 
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,10 
Ducha Higiênica Ducha 0,20 0,40 
Lavatório Torneira ou Misturador (água fria) 0,15 0,30 
Máquina de lavar prato ou roupa Registro de pressão 0,30 1,00 
Mictório cerâmico Com sifão integrado Válvula de descarga 0,50 2,80 
Sem sifão integrado Caixa de descarga, registro de pressão ou 
válvula de descarga para mictório 
0,15 0,30 
Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão 0,15 por metro de calha 0,30 
Pia Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,70 
Torneira elétrica 0,10 0,10 
Tanque de lavar roupa Torneira 0,25 0,70 
Torneira de jardim ou lavagem em geral Torneira 0,20 0,40 
Dimensionamento 
c. Vazão das peças de utilização 
Apesar de ser impossível a utilização simultânea de todos os pontos de utilização, é 
necessário definir a vazão provável das tubulações tomando como parâmetro o uso. 
Para esse cálculo tem-se: 
Q = C.(Σ p)1/2, sendo C o coeficiente de descarga igual a 0,3 l/s e Σp é o somatório 
peso de cada peça de utilização da instalação. 
 Q = 0,3.(Σ p)1/2 
Com os pesos e a vazão define-se o diâmetro da tubulação utilizando um ábaco. 
 
Exemplo: Para dimensionarum encanamento que alimenta um banheiro, utilizou-se 
os seguintes aparelhos: 
 Vaso sanitário com válvula 32,0 
 Lavatório 0,3 
 Bidê 0,1 
 Total Peso 32,4 Q = 0,3x(32,40)1/2 = 1,71l/s 
A vazão para o encanamento que abastecerá esse banheiro será Q = 1,71 l/s com um 
diâmetro de 1 ¼” (40mm), conforme ábaco de pesos e vazões. 
Dimensionamento 
c. Vazão das peças 
de utilização 
Ábaco com relação 
entre Vazão e Peso 
das peças 
hidráulicas. 
Dimensionamento 
c. Vazão das peças 
de utilização 
Ábaco com relação 
entre Vazão e Peso 
das peças 
hidráulicas. 
Dimensionamento 
d. Pressão de serviço: é a soma da pressão 
estática e pressão dinâmica. 
A norma NBR 5626 define como valor 
máximo de pressão estática da instalação 40 
mca, independente do tipo de tubulação 
utilizada (tubos metálicos ou PVC). Quando 
uma peça hidráulica for fechada, a pressão 
estática nesse ponto não pode ultrapassar 20 
mca. Caso isso ocorra, deverá ser instalada 
válvula redutora de pressão ou reservatório 
intermediário, de forma a aumentar a perda 
de carga. 
A pressão dinâmica nos pontos de utilização 
conforme a NBR 5626 não deverá ser inferior 
a 1,0 mca, exceto o ponto da caixa de 
descarga, que não poderá ser inferior a 0,50 
mca. Os fabricantes das peças devem definir 
os valores limites da pressão dinâmica que 
cada um suporta. 
Pressão estática – quando não há 
fluxo de água; 
Pressão dinâmica – quando a água 
está em movimento. 
Dimensionamento 
e. Velocidade máxima: conforme a NBR 5626-1998 a velocidade de 
escoamento nas tubulações não pode ultrapassar 3,0 m/s, nem os valores de 
V = 14.D (diâmetro em metro). 
FONTE: Tabela 1.7, Creder (2006) 
Dimensionamento 
f. Perda de Carga (J) é a energia que a água irá despender para escoar pela 
tubulação. 
A perda de carga ocorre ao longo dos tubos (Ju) e pelas conexões que ligam 
os tubos (comprimentos equivalentes - L). Ambas precisam ser somadas 
para a identificação da Perda de Carga Total (Jtotal). 
1. Para a perda de carga ao longo dos tubos a NBR 5626 recomenda o 
cálculo da perda de carga por meio da Fórmula Universal. 
 
 
 
 
Porém, quando não houver informações suficientes, pode-se utilizar os 
ábacos de Fair-Whipple-Hsiao, conforme o tipo de tubulação e conhecidos o 
diâmetro e a vazão. 
J – perda de carga (kPa) 
Q – vazão estimada na 
seção (l/s) 
d – diâmetro interno do 
tubo (mm) 
Dimensionamento 
f. Perda de Carga no tubo (Ju) – 
Leitura do ábaco Fair-Whipple-
Hsiao. 
 
Os valores da perda de carga 
unitária (Ju) são obtidos no ábaco 
por leitura direta. Para isso cria-se 
uma linha ligando o diâmetro da 
tubulação (D) e sua vazão (Q), no 
ponto considerado (coluna, trecho 
do ramal ou subramal). A 
continuação dessa linha em direção 
à perda de carga dará o seu valor. O 
mesmo se dá com a velocidade. 
 
Exemplo: 
Para um diâmetro de 20mm e 
vazão de 0,3 l/s, temos pela leitura 
direta do ábaco J = 0,072 m.c.a/m e 
a velocidade 0,97 m/s. 
Dimensionamento 
f. Perda de Carga nas Conexões 
 
A perda de carga decorrente da passagem da água pelas conexões é definida 
pela tabela A.3 da NBR 5626:1998, que converte essa perda em 
comprimento equivalente (L). 
Dimensionamento 
f. Perda de Carga nas 
Conexões (Comprimentos 
equivalentes - L) 
 
Dimensionamento 
f. Perda de Carga Total (Jtotal) 
 
Jtotal = JU . Ltotal (m/m) 
 JU = 8,69 . 10
6.Q1,75.D-4,75 (kPa/m) ou leitura do Ábaco Fair-Whipple-Hsiao. 
1 kPa/m = 0,1 m.c.a/m, ou seja, 1 m.c.a. = 10kPa 
 Ltotal = Lreal + Lequivamente 
 
Jtotal = Perda de carga total 
Ju = Perda de carga unitária (fórmula universal ou ábaco) 
Ltotal = Comprimento total da tubulação 
Lreal = Comprimento real, medido em planta, da tubulação (trecho ramal, subramal ou 
coluna) 
Lequivamente = Comprimento equivalente (devido às peças especiais da tubulação - 
conexões) – tabela de comprimentos equivalentes. 
Sendo: 
Q (vazão) em l/s e D (diâmetro interno) em mm. 
Dimensionamento 
f. Perda de Carga Total (Jtotal) 
 
Exemplo: Seja a tubulação em PVC com 11 metros de comprimento e com os 
parâmetros abaixo. Dimensione a perda de carga total.: 
Q = 0,95l/s Ju = 0,05m/m 
V = 1,2l/s D= 40mm 
RG = Registro de Gaveta 
Joelho de 90º 
Solução : 
Jtotal = Ju x Ltotal 
 
Ltotal = Lreal + Lequivalente 
Lreal = 11m 
Lequivalente = Joelho 90º 40mm + RG 40mm 
Lequivalente = 2,0 + 0,4 = 2,4m 
 
Ltotal = 11 + 2,4 → Ltotal = 13,4m 
 
Jtotal = 0,05 x 13,4 
Jtotal = 0,67mca 
Dimensionamento 
g. Separação atmosférica: deve haver uma diferença de altura entre a saída de 
água da peça hidráulica e o nível de transbordamento dos aparelhos 
sanitários, caixa de descarga, lavatórios e reservatórios. 
Para que não ocorra retrossifonagem da água usada, essa altura deve ser, no 
mínimo igual a 2.D (diâmetro). 
Dimensionamento 
O dimensionamento tem início a partir dos sub-ramais, em seguida ramais, 
coluna de distribuição e barrilete. 
1. Sub-ramais: seu dimensionamento se dá de acordo com as peças sanitárias 
que serão utilizadas. 
FONTE: Tabela 1.8, Creder (2006) 
Diâmetros dos Sub-Ramais (mínimos) 
Peça de utilização Diâmetro (mm) Diâmetro (pol) 
Aquecedor de baixa pressão 20 ¾ 
Aquecedor de alta pressão 15 ½ 
Bacia sanitária com caixa de descarga 15 ½ 
Bacia sanitária com válvula de descarga 32 1 ¼ 
Banheira 15 ½ 
Bebedouro 15 ½ 
Bidê 15 ½ 
Chuveiro 15 ½ 
Lavatório 15 ½ 
Máquina de lavar pratos ou roupa 20 ¾ 
Pia de cozinha 15 ½ 
Tanque de lavar roupa 20 ¾ 
Dimensionamento 
2. Ramal: utiliza-se, comumente, o método do consumo máximo possível para 
o dimensionamento dos ramais. Nesse método soma-se os diâmetros 
mínimos de cada peça sanitária do ambiente e, por meio de tabela de 
equivalência, obtêm-se o diâmetro da tubulação do ramal. 
 
 
 
 
FONTE: Tabela 1.9, Creder (2006) 
Diâmetro nominal (mm) 15 20 25 32 40 50 60 75 100 
Diâmetro externo (mm) 20 25 32 40 50 60 75 85 110 
Diâmetro dos canos (polegadas) ½ ¾ 1 1 ¼ 1 ½ 2 2 ½ 3 4 
Seções equivalentes (Σ diâmetros) 1 2,9 6,2 10,9 17,4 37,8 65,5 110,5 189 
Dimensionamento 
2. Ramal 
Exemplo: Dimensionar um ramal para atender às seguintes peças, 
imaginando que são de uso simultâneo, em instalação de serviço de 
residência – pia de cozinha (½”), vaso sanitário (1 ¼”), lavatório (½”) e tanque 
(¾”). 
 
 
 
Seção equivalente = 1 + 10,9 + 1 + 2,9 = 15,8 
Pela tabela de seções equivalentes encontramos que o diâmetro mais próximo 
de 15,8 é 1 ½”. 
Pia cozinha 
½ ” 
Vaso sanitário 
1 ¼ ” 
Lavatório 
½ ” 
Tanque 
¾“ 
Diâmetro do ramal 
Diâmetro nominal (mm) 15 20 25 32 40 50 60 75 100 
Diâmetro dos canos (polegadas) ½ ¾ 1 1 ¼ 1 ½ 2 2 ½ 3 4 
Seções equivalentes (Σ diâmetros) 1 2,9 6,2 10,9 17,4 37,8 65,5 110,5 189 
Dimensionamento 
3. Colunas: o dimensionamento das colunas ocorre trecho a trecho. Portanto, é 
necessário o esquema vertical da instalação com as peças sanitárias que serão 
atendidas pela coluna e as peças hidráulicas necessárias à instalação. 
Recomenda-se: 
• Não criar ramais muito longos, mas novas colunas; 
• Separar as válvulas de descarga em coluna específica. 
 
Para o cálculo da coluna devem ser seguidos os seguintes passos: 
a. Numerar as colunas; 
b. Marcar com letras os trechos em que haverá derivação para os ramais; 
c. Somar os pesos das peças de utilização; 
d. Juntar os pesos acumulados no trecho; 
e. Determinar a vazão (l/s) com o ábaco de vazões e diâmetros em função dos 
pesos; 
f. Arbitrar um diâmetro D (mm). 
g. Conhecidos o diâmetro e a vazão, obter a velocidade de escoamento (m/s) e a 
perda de carga unitária (Ju, em m/m)utilizando os ábacos de Fair-Whipple-
Hsaio. Caso a velocidade seja superior a 3,0 m/s escolher um diâmetro maior. 
 
Dimensionamento 
3. Colunas 
h. Obter o comprimento real da tubulação (Lreal), conforme medida em planta; 
i. Obter os comprimentos equivalentes resultantes das perdas localizadas nas 
conexões, registros, válvulas, etc, conforme as peças de utilização selecionadas 
(Lequivalente). Utiliza-se a tabela de perda de carga localizada e os comprimentos 
equivalentes; 
j. Obter o comprimento total – Ltotal = Lreal + Lequivalente 
l. Calcular a pressão disponível (Pdisponível) no ponto de utilização (ponto de consumo). 
Ela é medida em mca (metros de coluna de água) e é a diferença de nível entre a 
saída do reservatório e o ponto de utilização; 
m. Calcular a perda de carga unitária, em mca, conforme o item g. 
n. Calcular a perda de carga total, em mca, mutiplicando-se o comprimento total (Ltotal) 
pela perda de carga unitária (Ju) – Htotal = J x Ltotal 
o. Calcular a pressão dinâmica a jusante, em mca. Ela é pressão disponível (Pdisponível) 
menos a perda de carga total (Htotal). Deve-se verificar se os valores estão dentro da 
previsão conforme as pressões mínimas e máximas para os pontos de utilização. 
Dimensionamento 
Exemplo: considere o seguinte ambiente hidráulico. 
Corte longitudinal 
Perspectiva isométrica 
Dimensionamento 
Exemplo 
AF1 
A 
B 
C D 
E 
Dimensionamento por trecho: 
 
AB – Chuveiro. 
AC – Bacia sanitária com caixa 
de descarga e lavatório. 
CD – Bacia sanitária com caixa 
de descarga e lavatório. 
DE – Bacia sanitária com caixa 
de descarga. 
 
Pesos e diâmetro (ábaco): 
AB – 0,4 – 20mm 
AC – 0,3 + 0,3 = 0,6 – 25mm 
CD – 0,3 + 0,3 = 0,6 – 25mm 
DE – 0,3 – 20mm 
O diâmetro da coluna AF1, com peso total igual á 1 (0,4+0,3+0,3 – peso das peças 
hidráulicas abastecidas pela coluna) será 25mm e a vazão da coluna Q = 0,3 l/s. 
Dimensionamento 
 
Analisando o trecho AB, ramal e sub-ramal do 
chuveiro, tem-se: 
 
Peso do sub-ramal chuveiro – 0,40 
Diâmetro (ábaco) – 20mm 
Q = 0,3x(0,4) ½ = 0,19 l/s 
 
 
 
Seção equivalente ramal – 1 
Diâmetro (tabela) – 20mm 
Q = 0,3x(0,4) ½ = 0,19 l/s 
 
 
 
Dimensionamento 
 
Para o cálculo da vazão e perda de 
carga unitária utiliza-se o ábaco de 
Fair-Whipple-Hsiao 
 
Ju trecho AB = 0,04 m/m 
V trecho AB = 0,67 m/s. 
 
 
 
 
Ju coluna = 0,025 m/m 
V coluna = 0,62 m/s 
RAMAL 
CHUVEIRO 
= SUB-RAMAL 
CHUVEIRO 
COLUNA 
Dimensionamento 
Perda de carga localizada e distribuída 
 
Exemplo: 
Para o trecho AB temos a perda de carga proveniente da coluna até a entrada do trecho 
e a perda de carga do trecho em si. 
 
Para a coluna que 
abastece o banheiro, 
tem-se: 
 
 
 
 
 
 
 
Para o trecho AB em si: 
Peça Qtd Comp. equivalente (CE) 
Saída de canalização 1 0,80 
Joelho de 90º 1 1,10 
Registro gaveta aberto 2 0,10x2 
Tê de saída lateral 1 2,30 
Total Coluna 4,40 
Joelho de 90º 2 1,10x2 
Registro globo aberto 
(registro de pressão) 
1 11,40 
Total Trecho AB 13,60 
Dimensionamento 
Perda de carga localizada e distribuída 
 
Exemplo: 
 
O comprimento real da coluna (CR) será: 
CR = 0,25 + 0,25 + 0,10 + 0,40 + 1,10 = 2,10m 
 
O comprimento real do trecho AB será: 
CR = 1,00 + 1,10 = 2,10m 
Trecho CR CE 
Compr. Total 
(CT) 
Perda de carga 
unitária (Ju) 
Perda de carga 
total (Jtotal) 
AF1 2,10 4,40 6,50 0,04 0,26 
AB 2,10 13,60 15,70 0,025 0,39 
TOTAL 0,65 
Dimensionamento 
Pressão 
 
A pressão dinâmica no ponto de consumo é a diferença entre a pressão estática e a 
perda de carga total. Pd = Pe – Jtotal. Pela Lei de Stevin, a Pressão estática (Pe) é a 
diferença de altura entre a saída do reservatório e o ponto de consumo. 
 
Para o trecho AB a 
perda de carga total é 
0,65 (coluna até o ponto 
AB e o trecho AB em si). 
 
Pd = Pe – Jtotal 
Pd = 0,75 – 0,65 
Pd = 0,10 mca 
Pe = 0,25 + 0,10 + 0,40 
Pe = 0,75 mca 
Pd < 1 mca → a peça não funcionará! 
Dimensionamento 
Pressão: 
 
Caso a pressão dinâmica do trecho seja menor que a pressão mínima de serviço para a 
peça hidráulica envolvida ou inferior ao que o menor valor que a norma define (1mca), 
tem-se algumas alternativas para solução do problema: 
 
a) Aumentar a altura do reservatório, de forma a aumentar a pressão estática do 
trecho; 
b) Para o trecho ou peça hidráulica com maior perda de carga, aumenta-se o diâmetro 
da tubulação. Dessa forma tem-se nova perda de carga unitária (Ju) e nova perda de 
carga localizada, pois o comprimento equivalente varia conforme o diâmetro da 
conexão/tubulação (CE). 
 
Esses procedimentos – aumentar altura do reservatório e/ou diâmetro da tubulação – 
deve ser repetido até se obter um diâmetro de tubulação que corresponda à pressão 
dinâmica compatível com a pressão mínima de serviço da peça(s) hidráulica(s) 
envolvidas. 
A D 
B 
C 
E 
F 
G 
H 
I 
J 
Dimensionamento 
4. Barrilete 
 
O diâmetro do barrilete 
corresponde à soma dos pesos 
das colunas que esse barrilete 
abastece, sendo também 
dividido por trechos, conforme a 
distribuição das colunas. 
 
A perda de carga unitária (Ju) 
admissível é de 8%, ou seja, 
Ju = 0,08. 
 
Na figura ao lado, temos 4 
colunas. Dividindo o barrilete 
em trechos teremos: 
AB, AC, DE e DF correspondendo 
à saída da ramificação. 
BG, CH, EI e FJ a ligação final 
para a descida das colunas. 
A D 
B 
C 
E 
F 
G 
H 
I 
J 
Dimensionamento 
4. Barrilete 
 
A vazão dos trechos AB e AC é 
igual à vazão dos trechos DE e 
DF 
 
QAB = QAC = QDE = QDF = Q saída 
Qsaída = 0,3.(Σ pesos das colunas 
AF1, AF2, AF3 e AF4)½ 
 
Quando tivermos dois 
reservatórios, esse valor de 
vazão deverá ser dividido por 2. 
 
QBG = 0,3.(Σ pesos das colunas 
AF1)½ 
QCH = 0,3.(Σ pesos das colunas 
AF2)½ 
 
E assim por diante. 
Dimensionamento 
5. Ramal predial 
 
O ramal predial é a tubulação que liga o fornecimento de água da edificação à rede 
pública, ou seja, do hidrômetro até o distribuidor. O responsável por essa ligação é a 
Concessionária de Água, que fornece os dados referentes ao hidrômetro, cavalete e 
abrigo. 
Dimensionamento 
6. Alimentador predial 
 
O alimentador predial é a tubulação que liga o hidrômetro e o reservatório superior. 
Para uma residência com até 3 pavimentos, tem-se a seguinte tabela: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A velocidade do alimentador deve estar em 0,6 e 1,0m/s. O dimensionamento é 
feito em função da estimativa do consumo diário (m3) 
Dimensionamento 
6. Alimentador predial 
 
Para um edifício com mais de 3 pavimentos, o alimentador predial deve ser 
dimensionado com base no sistema de recalque, ou seja, tubulação de aspiração e 
recalque das bombas. 
 
O dimensionamento da tubulação de recalque, a NBR 5626 recomenda o uso da 
fórmula de Forchheimmer: 
 
 
 
Dr é o diâmetro nominal do tubo de recalque 
Q é a vazão da bomba em m3/s 
X = h/24, onde h é o número de horas de funcionamento da bomba em um período 
de 24h. 
 
Conforme a NBR5626 a vazão mínima da bomba deve ser 15% do Consumo Diário. 
Um dado usual é o funcionamento da bomba. Em média de 4,5 até 6 horas de 
funcionamento em um período de 24h. 
 
Dimensionamento 
6. Alimentador predial 
 
O valor obtido de h (horas de funcionamento da bom a cada 24 horas) e Vazão (Q, 
em m3/h), aplica-se no gráfico de Forchheimmer para determinação do diâmetro do 
encanamento de recalque.

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