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Abate - Bem Estar Animal

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*
Abate de animais de produção 
*
Necessidades humanas e animais
 Humanos podem desejar comer carne;
 Animais têm algumas necessidades básicas: Não sofrer no momento da morte.
 Princípios:
 Os desejos das pessoas não devem prevalecer às necessidades básicas dos animais;
 O “benefício” às pessoas deve “justificar” o “custo” aos animais
*
A qualidade da carne pode ser reduzida pelo estresse ao abate
Carne suína normal
Carne suína “pálida, mole e exsudativa” (PSE) causada por condições estressantes de manejo pré-abate
Carne bovina “escura, dura e seca” (DFD) resultante de estresse pré-abate
*
Pré - abate
*
Espera
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 Exposição vivos aos morrendo
*
Contenção
*
Abate
‘”Abate” é o ato de matar animais para alimentação humana e é um “processo” - geralmente envolvendo duas etapas:
Insensibilização – indução da perda de consciência em tempo “muito curto” 
Matança – realização de um processo adicional após a insensibilização, o qual torna a recuperação fisiológica impossível e leva o animal à morte
*
Melhor prática
 Para qualquer animal de produção, o método ótimo de abate envolve: 
Obtenção de um estado imediato de inconsciência
Seguido de uma progressão rápida à morte 
 Estes princípios são considerados a melhor prática e são forçados pela legislação de muitas sociedades
*
Mecanismos para obtenção de insensibilidade imediata
*
Pistola de insensibilização
 Aplicada corretamente, induz insensibilidade em 150 ms
*
Posicionamento pistola: bovinos
Ponto de interseção de duas linhas imaginárias do topo dos olhos à base dos chifres
*
Insensibilização por percussão
 Aplicado corretamente, induz insensibilidade 150 ms
 Percussão: “choque potente de um corpo sólido contra outro”
 Concussão: “inconsciência ou incapacidade temporária devida a um golpe na cabeça”
*
Insensibilização elétrica
 Atua induzindo atividade elétrica não coordenada (atividade epileptiforme) no cérebro, tornando o animal inconsciente
*
“Banho” automatizado em aves
 A insensibilização elétrica é obtida através da passagem da cabeça de cada ave pelo “banho”
*
Métodos de matança
*
Exsanguinação
 Perda de um volume sangüíneo irrecuperável
 Método mais comum
*
Insensibilização por gás
Aves e suínos – altas concentrações de CO2 ou argônio 
Em altas concentrações, o CO2 age como um gás anestésico
Argônio não é detectável (inerte) e induz morte por anóxia
Existem questões éticas e econômicas sobre estes métodos
*
Abate religiosos
*
Abate muçulmano
 Dhabh ou zabiha:
Realizado por qualquer muçulmano “são” (homem ou mulher)
Produz carne halal 
Requerimentos:
Uso de uma faca afiada
Pronunciamento do nome de Alá no momento da secção do pescoço
*
Abate judeu
 Shechita:
Realizado por um abatedor treinado (shochet), licenciado pela Comissão de Rabinos e produz a carne kosher
 Os animais devem estar saudáveis e sem nenhum ferimento
 A faca é afiada regularmente e secciona as artérias e veias do pescoço para promover morte por exsanguinação
*
Bem-estar no abate religioso
Os conceitos originais dos abates dhabh e shechita constituíam a “melhor prática” no momento de sua introdução;
A melhor prática hoje: É possível promover inconsciência muito rápida através de insensibilização, após a qual a morte pode ser obtida por sangria;
A sangria como procedimento único: Provavelmente causa período de estresse, significativamente mais longo que o estresse causado pela insensibilização.
*
*
Onde houver abate de animais, alguns princípios podem ser aplicados:
Humanos podem desejar comer carne. Este desejo pode ser em parte uma necessidade básica de consumir proteína; humanos, como todos os animais, têm necessidade de ingerir aminoácidos. Entretanto, em muitas culturas e nos vegetarianos de muitas sociedades, esta necessidade pode ser suprida sem a ingestão de proteína animal. O desejo de comer carne é cultural e baseado mais na preferência que numa necessidade absoluta de proteína animal. 
Animais têm algumas necessidades básicas – uma delas é de não sofrer desnecessariamente no momento da morte. A morte é necessária para a “colheita” da maior parte da proteína animal – somente a produção de ovos e leite permite a colheita sem a morte imediata do animal. Em algumas culturas, os animais são abatidos somente após um período de vida considerável; porém, na maioria dos sistemas de produção, os animais são abatidos no momento em que atingem o tamanho adulto ou adequado – por exemplo, cordeiros, gado de corte, suínos e frangos geralmente são abatidos para carne antes de atingir a maturidade. 
Princípios:
 Os desejos das pessoas não devem prevalecer às necessidades básicas dos animais
 O “benefício” às pessoas deve “justificar” o “custo” aos animais
*
Não somente os animais têm o potencial de sofrer, como também a qualidade da carne pode ser reduzida pelo estresse durante o transporte e ao abate.
Alguns exemplos, ilustrados por esta projeção:
Carne bovina “escura, dura e seca” (DFD) resultante de estresse pré-abate, que exaure as reservas de glicogênio muscular necessárias à produção do pH da carne normal. Se o glicogênio for utilizado antes do abate, as mudanças de pH necessárias ao quadro post-mortem normal da carne não ocorrem e como resultado têm-se cortes escuros. A carne DFD é um indicador de estresse, ferimentos, doença ou fadiga nos bovinos antes do abate e reflete negativamente para o produtor em termos de qualidade do produto. 
A carne suína “pálida, mole e exsudativa” (PSE) é causada por condições estressantes de manejo pré-abate em suínos. As mesmas condições de estresse e fadiga que produzem PSE também podem induzir “mortalidade por estresse”, morte repentina, durante o transporte e na espera pré-abate dos suínos. A PSE em suínos é causada por estresse severo a curto prazo, imediatamente antes do abate; por exemplo, durante o desembarque, manejo, espera no pátio do abatedouro e insensibilização.
*
A espera é a manutenção dos animais perto do abatedouro antes do abate. 
Durante a espera, os animais podem ser misturados com outros animais não familiares e isto pode levar a brigas. Eles podem sofrer tatuagem ou marcas na pele. Podem ter a alimentação suspensa e não receber cama, água, sombra ou a oportunidade de se realizar na tentativa de exercer comportamentos tais como fugir, esconder-se, etc., para habilitá-los a lidar com interações negativas ou altas lotações na espera. 
Muitos animais, particularmente aves, suínos e bovinos, estão sujeitos à aspersão com água para assegurar que estejam limpos, para refrescá-los e para lhes prover distração durante a espera. O uso de bastões pontiagudos para movê-los dentro dos pátios de espera, particularmente para os mover ao local definido do abate ou linha mecanizada de abate, é comum. Todos estes processos funcionam como estímulos intensos aos animais, em condições não familiares, causando um grande potencial de medo, estresse e trauma.
Muitos abatedouros comerciais vêm dando passos significativos para melhorar os sistemas de espera e manejo dos animais, e esta mudança para sistemas “delineados para animais”, liderados por pesquisadores como o dr. Temple Grandin, (ver referências) tem o potencial não só de melhorar as condições para os animais, como também de reduzir os problemas de qualidade da carne e melhorar as condições para as pessoas trabalhando nesses sistemas.
*
Em muitos países é ilegal a presença dos animais vivos na mesma área dos animais que estão sendo abatidos e cortados, porém, em muitos países, esta situação não é proibida, e em muitos abatedouros os mortos e os vivos se misturam no mesmo espaço.
Algumas pessoas acreditam que os animais tenham o potencial de sofrer estresse devido à visão, ao cheiro e ao som do abate. Muitos países reconheceram este potencial e tornaram ilegal a exsanguinação de um animal às vistas de outro animal da mesma espécie. Enquantoé conjetura que os animais tenham potencial de temer a morte, parece que muitos animais não têm uma percepção real da morte, como evidenciado pela ausência de tentativa de fuga da proximidade de animais abatidos recentemente. Entretanto, pode ser prudente admitir que muitas espécies tenham sentidos muito bem desenvolvidos de olfato, sabor e consciência social, os quais provavelmente são profundamente influenciados pelo ambiente de abate, sendo provavelmente humanitário prevenir a exposição de animais vivos ao sangue e aos animais que estejam sofrendo sangria.
*
A contenção de aves pelas patas é utilizada em muitos sistemas automatizados de abate. Enquanto este tipo de contenção pode aprimorar a eficiência de abate e, em alguns casos, reduzir o tempo que o animal possa estar sujeito aos estímulos intensos associados ao período pré-abate, a suspensão pelas patas traz à tona questões próprias de sofrimento potencial. 
O período durante o qual as aves podem ficar suspensas antes do abate é regulamentado por lei em muitos países, porém, em outros, as aves podem ficar assim contidas por períodos longos se forem transportadas, por exemplo, de bicicleta, suspensas pelas patas.
Efeitos nas patas, articulações e qualidade da carne estão intimamente associados com a contenção pelas patas e pelo delineamento e controle do equipamento de abate automatizado.
*
“Abater” é matar um animal para alimentação humana e é um “processo” – geralmente envolvendo duas etapas:
1) Insensibilização – indução à perda de consciência em tempo “muito curto”. 
Um tempo “muito curto” seria classificado por muitos como um tempo similar àquele que o sistema nervoso leva para registrar e interpretar estímulos dolorosos/danosos provenientes da pele, dos músculos ou dos vasos sangüíneos, e transformá-los em um sinal de dor. Em muitas espécies este tempo foi medido por métodos neuroelétricos e é cerca de 300 ms (1/3 de segundo) para estímulos dolorosos profundos. Assim, qualquer processo que seja capaz de tornar um animal insensível em menos de cerca de 300 ms tem o potencial de criar um estado de insensibilidade antes que o animal seja capaz de detectar o processo de insensibilização.
2) Matança – realização de um processo adicional após a insensibilização, o qual torna a recuperação fisiológica impossível e leva o animal à morte. Isto geralmente envolve o rompimento de vasos sangüíneos importantes, levando o volume de sangue circulante ao colapso, ou à destruição irreversível da função do cérebro e medula espinhal.
Insensibilização e matança não são a mesma coisa.
Um animal insensibilizado se encontra em um estado temporário de inconsciência, com possibilidade potencial de recuperação da consciência. O animal insensibilizado necessita então sofrer a matança antes de qualquer chance de recuperação da consciência. 
Isto se aplica a praticamente todos os sistemas de insensibilização, nos quais a insensibilidade protege o animal da dor e do estresse potenciais do método de matança, porém este método de matança deve ser aplicado sem demora, para se assegurar a inexistência de um potencial retorno à consciência.
*
Para qualquer animal de produção, a obtenção de um estado imediato de inconsciência, seguido de uma progressão rápida à morte, constitui provavelmente o método ótimo de abate. Estes princípios são considerados a melhor prática, sendo forçados pela legislação de muitas sociedades.
Este estado imediato de insensibilidade pode ser atingido de várias maneiras, que serão descritas nas próximas projeções e incluem:
 Pistola de insensibilização
 Insensibilização por percussão
 Insensibilização elétrica
 Insensibilização por gás
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Pistola de insensibilização: a transferência de energia via crânio, causada por uma lança penetrante, cria uma onda de energia de choque através do tecido nervoso do cérebro e da primeira parte da medula espinhal. Esta onda de energia causa despolarização nervosa e induz insensibilidade em período tão curto quanto 150 ms. A penetração da lança também pode causar danos irreversíveis ao córtex frontal e região central do cérebro, que ajuda a assegurar a não recuperação do animal.
Na maioria das circunstâncias, o animal deve ser morto após a insensibilização por pistola através de exsanguinação. O estado de insensibilidade alcançado pela pistola é temporário, e a matança deve ser conduzida sem demora para se evitar qualquer potencial de retorno à consciência.
Um animal efetivamente insensibilizado com pistola de lança penetrante (pistola de êmbolo cativo), como indicado pela presença de certos sinais e ausência de outros, tem baixa possibilidade de retorno de sua função cerebral. O monitoramento apropriado durante todas as fases entre a insensibilização e a sangria assegura a detecção imediata e nova insensibilização naquelas poucas ocasiões em que haja retorno da função cerebral. Quando a pistola insensibiliza irreversivelmente os animais, o corte (com faca para exsanguinação) não tem papel em termos de bem-estar animal; sua única função é aliviar a carcaça de sangue. Com uma insensibilização inicial efetiva e subseqüente monitoramento, a especificação de um intervalo entre insensibilização e sangria parece desnecessária. (GREGORY, N., SHAW, F., 2000:”Penetrating captive bolt stunning and exsanguination of cattle in abattoirs”, Journal of Applied Animal Welfare Science. Volume 3, Number 3).
Em um estudo realizado para avaliar a eficácia da pistola de insensibilização com lança penetrante, os problemas de retorno à consciência foram atribuídos ao estoque das cargas da pistola em locais úmidos, manutenção inadequada das lanças, inexperiência do operador da pistola (isto é, disparando muito alto na fronte do gado), erros de pontaria devidos à sujeira no gatilho e insensibilização de gado com crânios grossos, pesados. (GRANDIN, T., 2002:“Return-to-sensibility problems after penetrating captive bolt stunning of cattle in commercial beef slaughter plants”. Journal American Veterinary Medical Assoc.Vol. 221:1258-1261)
*
Para se atingir uma insensibilização efetiva, o posicionamento da pistola de lança penetrante é importante, e o animal deve estar contido para permitir um posicionamento preciso. Contenção durante a insensibilização é uma obrigação legal em muitos países. Este requerimento reconhece a importância da precisão na insensibilização para colaborar no sentido de uma insensibilização efetiva e na proteção do animal contra o sofrimento severo que pode ocorrer no caso de uma insensibilização inadequada.
Para uma contenção sem o uso inapropriado de peias, amarras ou compressão, o delineamento de áreas e corredores de manejo necessita de um desenho adequado às instalações, materiais e recursos humanos disponíveis em cada país e em cada sistema. Isto deve ser sempre projetado com o objetivo de diminuir ao mínimo possível a quantidade de estresse que os animais sofrem.
O posicionamento correto da pistola de insensibilização para bovinos é no: 
ponto de interseção de duas linhas imaginárias do topo dos olhos à base dos chifres.
Os bovinos devem sempre ser insensibilizados na fronte, uma vez que os ossos da região posterior do crânio são mais espessos e a transferência de energia é pobre.
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Na insensibilização por percussão, uma cabeça em forma de cogumelo transfere energia através dos ossos do crânio sem penetrá-los, criando uma onda de energia de choque através do tecido nervoso cerebral e da parte inicial da medula. Se aplicado corretamente, este método induz insensibilidade em 150 ms.
Este método vem sendo utilizado em abate religioso, no qual a insensibilização com lança penetrante é percebida como contrária aos requerimentos de um animal “intacto” no momento da exsanguinação.
Percussão é o choque potente de um corpo sólido contra outro.
Concussão é a inconsciência ou incapacidade temporária devida a um golpe na cabeça.
Insensibilizadores de percussão provêem a força (energia) e a concussão é o resultado.
Concussão é um estado temporário, a partir do qual um animal poderecuperar consciência, sendo essencial que um processo adicional seja realizado para matar durante o período de inconsciência temporária induzido pela insensibilização.
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Insensibilização elétrica: 
a eletricidade pode agir induzindo atividade elétrica não coordenada (atividade epileptiforme) no cérebro, tornando o animal inconsciente.
Se esta atividade epileptiforme puder ser induzida em tempo menor que 300 ms, o animal provavelmente não sentirá a aplicação da insensibilização.
Esta atividade epileptiforme é um estado temporário e, assim como os estados de inconsciência induzidos pelos meios mecânicos descritos, requer a matança do animal sem demora, geralmente por exsanguinação, antes de algum potencial retorno de consciência.
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A insensibilização elétrica através de “banho” automatizado promove a matança das aves:
a insensibilização elétrica é obtida pendurando-se as aves pelas patas, de forma que a cabeça de cada ave passe através de um banho – um recipiente contendo água, no qual existe um contato elétrico com a cabeça das aves.
Muitos bilhões de aves de corte são abatidos anualmente por insensibilização elétrica seguida de exsanguinação. Sistemas automatizados têm potencial de causar um sofrimento significativo se não forem monitorados para se assegurar que o sistema funcione corretamente e que todos os animais sejam insensibilizados.
Na insensibilização através de banho, os seguintes riscos potenciais devem ser controlados:
Choques pré-insensibilização: as aves podem receber choques de superfícies úmidas antes do banho insensibilizador. Estes choques não promoverão insensibilização, mas serão muito dolorosos. Atenção detalhada ao desenho dos sistemas é importante.
Insensibilização ineficiente: contato inadequado com a água do banho devido à falta de bom contato com a água por aves de tamanho pequeno, ao desenho inadequado do banho ou à regulagem inadequada de voltagem/corrente, deixando as aves com uma insensibilização inadequada. 
Sangria inadequada devida ao corte inadequado dos vasos sangüíneos do pescoço pelo equipamento automatizado.
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Dos métodos de matança utilizados após a insensibilização, a exsanguinação, ou perda de um volume sangüíneo irrecuperável, é o mais amplamente utilizado, pois não somente promove a morte do animal como também provê uma carcaça, e conseqüentemente uma carne, com pequenas quantidades de sangue residual nos tecidos.
A sangria é obtida na maioria das vezes por secção de vasos importantes do pescoço (artérias carótidas e veias jugulares), o que causa uma perda rápida de volume sangüíneo e o colapso das funções cerebral e respiratória. Alguns métodos de insensibilização/matança, tais como insensibilização de suínos com parada cardíaca secundária e insensibilização de alta freqüência em aves, não necessitam de exsanguinação, uma vez que estes métodos estão associados à parada cardíaca, não existindo, desta forma, possibilidade de recuperação da consciência.
*
A insensibilização por gás é um método de insensibilização/matança, uma vez que o método não somente promove inicialmente uma insensibilização do animal como também resulta em mudanças subseqüentes irreversíveis, que por sua vez resultam na morte do animal.
Para aves e suínos, expor os animais a altas concentrações de CO2 (dióxido de carbono) ou gás argônio induz um estado inconsciente seguido rapidamente de morte por anóxia.
Em altas concentrações, o CO2 age com um gás anestésico, porém existe um período de tempo antes da indução de inconsciência durante o qual o animal pode perceber os aspectos sensoriais do gás (ácido, frio) como aversivos.
O argônio não é detectável (inerte e, portanto, não percebido pelo animal) e induz morte por anóxia. Graças à impossibilidade de acúmulo de CO2 na atmosfera, o animal não passa pela sensação de “pânico” associada a baixos níveis de O2.
Os efeitos aversivos (desagradáveis aos sentidos) do CO2 e o custo relativamente caro do argônio levantaram questões éticas e econômicas sobre estes métodos, porém eles são amplamente utilizados em abatedouros comerciais de suínos e aves.
Estes métodos não são adequados para espécies grandes nem para animais de muita lã. Em grandes animais a aplicação do gás não é prática e nos animais de lã o ar mantido pela mesma impede que o gás insensibilizador atinja concentrações suficientemente altas.
*
O abate muçulmano – dhabh ou zabiha – pode ser realizado por qualquer muçulmano “são” (homem ou mulher) e produz carne halal. 
Requerimentos – uso de uma faca afiada e pronunciamento do nome de Alá no momento da secção do pescoço.
O Alcorão requer que o homem seja “bom, compassivo, misericordioso e caridoso para com todos os seres vivos” e que os seguidores do islã não comam: 
Carne maturada, sangue, suínos, animais não abatidos em nome de Alá, animais mortos por golpe violento, de uma queda, de uma chifrada ou caçados por um animal selvagem.
É provável que no momento em que estas leis ou recomendações foram criadas elas representassem um guia idôneo em termos de saúde pública (e animal), e também talvez representassem a melhor prática naquele tempo e situação em particular. No passado, proclamações religiosas eram tomadas pelo público como leis; desta forma, muitas questões de importância pública eram embutidas na religião. Entretanto, mudanças nas sociedades através do mundo e avanços no entendimento do sofrimento e do bem-estar dos animais hoje apóiam novas idéias de melhor prática, as quais muitos países e sociedades já adotaram. Infelizmente, por causa da parte do Alcorão sobre não ser permitida a ingestão de animais mortos por “golpes violentos”, a pistola de insensibilização de lança penetrante não foi aceita por muitas comunidades islâmicas.
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O abate judeu (shechita) é realizado por um abatedor treinado (shochet), licenciado pela Comissão de Rabinos e produz a carne kosher.
Os animais devem estar saudáveis e sem nenhum ferimento.
A faca é afiada regularmente e secciona as artérias e veias do pescoço para promover morte por exsanguinação. 
O conceito de tsa’ar ba’alei chayim, o mandato da Tora para se evitar danos desnecessários aos animais, foi a razão inicial do abate shechita.
*
Os conceitos originais dos abates dhabh e shechita constituíam a “melhor prática” no momento de sua introdução, porém a experiência adquirida no último século do mundo todo promove o conceito atual de melhor prática, afirmando que é possível promover inconsciência muito rápida através de insensibilização, após a qual a morte pode ser obtida por sangria.
A sangria como procedimento único provavelmente causa um período de estresse ao animal significativamente mais longo que o estresse causado pela insensibilização, sendo esta a base para o uso de insensibilização antes da sangria em muitos países.
Muitos países e sociedades, após debates e baseados na informação científica oferecida, tornaram ilegal o abate comercial sem insensibilização.

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