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1 Alcalóides pirrolizidínicos são formados a partir da ornitina e possuem uma estrutura bicíclica com dois anéis de pirrol acoplados. são heterociclos nos quais um átomo de nitrogênio é comum a dois anéis de 5 membros fundidos, formando o sistema 1- azabiciclo[3,3,0]octano. Alcalóides pirrolizidínicos Em condições normais são formados a partir de duas moléculas de ornitina. Em situações de stress ou falta de nutrientes ocorre a morte celular e a formação da putrescina. Os alcaloides pirrolidizínicos podem ser formados a partir a putrescina. 2 Alcalóides pirrolizidínicos Alcalóides pirrolizidínicos 3 Alcalóides pirrolizidínicos Representam importante papel na defesa química das plantas sendo tóxico para os vertebrados impalatáveis para insetos herbívoros. Apresentam propriedades tóxicas mais relevantes do que as terapêuticas. Representam risco para a saúde humana, para animais domésticos e criações de ruminantes, ovinos e equinos. Alcalóides pirrolizidínicos são fitoquímicos de ocorrência natural em cerca de 6.000 espécies de plantas de diversos gêneros e famílias; São compostos químicos estáveis e são bioativados no fígado pelas enzimas monooxigenases de função mista para metabólicos tóxicos denominados ésteres pirrólicos (deidropirrolizidinas) 4 Alcalóides pirrolizidínicos Os derivados pirrólicos são agentes alquilantes altamente reativos que inibem a mitose, causando megalocitose e morte celular. Os gêneros Senecio, Crotalaria, Heliotropium e Echium abrigam as principais espécies de plantas envolvidas na intoxicação espontânea por APs em herbívoros e humanos Alcalóides pirrolizidínicos Representam importante papel na defesa química de insetos que os retiram de plantas e utilizam na ação antipredação; Insetos usam em defesa de invertebrados e na semissíntese de feromônios. Nas mariposas, a quantidade consumida pela larva determina quantidade de feromônio nos machos e tamanho da comerata (função sexual). 5 Alcalóides pirrolizidínicos Machos de Utethesia ornatrix presenteiam fêmeas no acasalamento para incorporação em óvulos e defesa. Utethesia ornatrix Alcalóides pirrolizidínicos O efeito hepatotóxico destes alcalóides, devido à atuação de seus metabólitos como agentes alquilantes, está bem estabelecido. Primeiramente ocorre uma oxidação (desidrogenação) no carbono-α ao N, catalisada por monooxigenases do citocromo P-450. Os derivados pirrólicos assim originados são reativos e sofrem conversão espontânea, originando agentes eletrofílicos, que reagem com substâncias celulares de caráter nucleofílico através de uma adição de Michael. 6 Alcalóides pirrolizidínicos A glutationa reduzida apresenta caráter nucleofílico e, devido a esta característica, protege o organismo, uma vez que captura os derivados pirrólicos tóxicos, sendo esta a principal rota de detoxificação utilizada pelo organismo. No entanto, outros nucleofílicos das células, como ácidos nucleicos e proteínas vitais, também reagem com os derivados pirrólicos, formando adutos. Alcalóides pirrolizidínicos A alteração na estrutura de moléculas vitais leva à alteração de sua função, o que explica as diversas manifestações patológicas ocasionadas pelos APs 7 Alcalóides pirrolizidínicos A estrutura responsável pela hepatotoxicidade é determinada por quatro características estruturais mínimas (PRAKASH et al., 1999). 1.Um anel 3-pirrolina. 2.Um ou dois grupamentos hidroxilas ligados ao anel pirrolina. 3.Um ou dois grupamentos esterificados. 4.Uma cadeia ramificada no resíduo ácido. Alcalóides pirrolizidínicos 8 Alcalóides pirrolizidínicos Principal Droga: Confrei Origem botânica: Symphytum officinale L. Deriva do grego Symphuô = eu reúno. Família: Boraginaceae Origem Geográfica: Rússia Nomes vulgares: Confrei, consolida, consólida-maior, erva-encanadeira-de-osso. Farmacógeno: Folha e raiz Alcaloides nas raízes em torno de 0.3-0.4%. Nas folhas, a concentração geralmente é muito baixa Alcalóides pirrolizidínicos Principal Droga: Confrei 9 Alcalóides pirrolizidínicos Principal Droga: Confrei Composição química Alantoína (0,6-2%). Alcaloides pirrolizidínicos (0,02-0,7%): sinfitina, equimidina, elicopsamina e sinviridina em maior concentração nas raízes. Taninos (4-7%) e mucilagem (29%). Saponinas esteroidais e triterpênicas, esteróis e triterpenos livres, ácidos clorogênico e cafêico. Alcalóides pirrolizidínicos Principal Droga: Confrei 10 Alcalóides pirrolizidínicos Principal Droga: Confrei Propriedades terapêuticas e toxicológicas As propriedades terapêuticas do confrei estão relacionados a presença da alantonia. Anti-inflamatório, cicatrizante, antipsórico, hidratante , antisséptico, bactericida e fungicida, antipruriginosa, e calmante. Tratamento de queimaduras e tecidos ulcerados. Efeitos hepatotóxicos do confrei o limitam ao uso externo. Alcaloides pirrozilidínicos possuem efeitos mutagênicos e carcinogênicos. Uso por no máximo 6 semanas e dose diária não deve exceder 100mg.