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Artigo suplementação oncologia

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SAMARA ARANTES BERGAMELI ABRAHÃO, EULA CRISTINA 
MACHADO
Resumo: este artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica e tem 
por objetivo apresentar os fundamentos matemáticos de caráter algébrico 
que envolve a Teoria dos Códigos Corretores de Erros, especificamente, os 
Códigos Lineares e os Códigos Cíclicos. Este assunto, além de ser bastante 
interessante, constitui-se uma junção dos conceitos e técnicas importantes da 
Álgebra Abstrata com aplicações imediatas na vida real. 
Palavras-chave: Glutamina. Neoplasia. Aparelho digestivo.
O câncer pode ser definido como uma enfermidade multicausal crôni-ca, caracterizada pelo crescimento descontrolado de células. Quando essas células lesadas escapam dos mecanismos envolvidos na pro-
teção do organismo contra o crescimento e a disseminação de tais células, 
é estabelecida uma neoplasia. A neoplasia e o seu tratamento têm recebido 
importante atenção na saúde pública e comunidade científica, pois se destaca 
como uma das principais causas de morte no mundo (PINHO et al., 2004).
A cada ano, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde 
(OMS), o câncer atinge pelo menos nove milhões de pessoas, sendo conside-
rada a segunda causa de morte por doença no Brasil, superada apenas pelas 
cardiovasculares (OLIVEIRA, H.; BONETI, R.; PIZZAT, 2010, p. 60). Alguns 
estudos têm mostrado que os tumores mais frequentes são os do trato respira-
tório e gastrintestinal, tendo como os órgãos mais afetados o intestino delgado, 
apêndice fecal e reto (LEANDRO-MERHI et al., 2008, p. 114). 
O sistema imune exerce a função de defesa primária do corpo contra com-
ponentes não seguros, células cancerosas e patógenos invasores. O processo 
inflamatório, formação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio e liberação 
de citocinas pró-inflamatórias são as características envolvidas neste processo 
SUPLEMENTAÇÃO 
DE GLUTAMINA 
NO TRATAMENTO 
DE PACIENTES COM CÂNCER: 
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA*
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(OLIVEIRA, H.; BONETI, R.; PIZZAT, 2010, p. 60). Para combater este processo 
tem-se destacado a imunomodulação, uma abordagem terapêutica com o intuito de 
intervir nos processos de auto-regulação do sistema de defesa. Segundo Hallay et al 
(2002, p. 1556), trata-se de uma forma artificial de alimentação com a função de refazer 
as células para resposta imune, que envolve aminoácidos específicos como a arginina, 
glutamina e fibras.
A glutamina é o aminoácido não essencial livre mais abundante no plasma e no tecido 
muscular. Tem a função de otimizar o balanço nitrogenado e manter a síntese proteica 
muscular, além de ser uma fonte energética importante para os macrófagos, linfócitos 
e demais células do sistema imunológico (ALBERTINI; RUIZ, 2001, p. 42). Mesmo 
apresentando grande reserva muscular de glutamina, seus estoques endógenos podem 
ser menores em crianças e adultos durante episódios catabólicos como o câncer. Sua 
capacidade de síntese é excedida pela demanda metabólica, resultando na necessidade de 
sua suplementação pela dieta. Por esta particularidade, este aminoácido foi classificado 
como condicionalmente essencial (PACIFICO; LEITE; CARVALHO, 2005, p. 96).
Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica 
sobre a suplementação de glutamina no tratamento de pacientes com câncer. 
METODOLOGIA 
 
Foi realizada uma revisão da literatura médica e nutricional sobre a importância 
da suplementação do aminoácido glutamina, priorizando essa indicação em pacientes 
oncológicos com câncer no trato gastrointestinal. As bases de dados utilizadas foram 
o PubMed/Medline, Scielo e Lilacs. Os termos usados foram “glutamina e neoplasia”, 
“neoplasia do sistema digestivo”, “terapêutica de neoplasia com glutamina”, “terapêu-
tica nutricional com glutamina”, “glutamina em pacientes oncológicos” e “glutamina 
e quimioterapia”, ambos com os idiomas em português e inglês. Foram localizados 
1.043 artigos e selecionados 30 estudos mais representativos (estudos prospectivos, 
metanálise e análise de coortes). 
Foram considerados os artigos que citassem no titulo palavras relacionadas ao tema, 
estudos com humanos e nos idiomas inglês e português. Foram excluídos aqueles que 
não abordassem o tema.
GLUTAMINA E IMUNOMODULAÇÃO 
Considerada o mais abundante aminoácido do organismo, a glutamina é sintetizada 
por inúmeros tecidos, sendo encontrada em maiores quantidades no sangue e músculo 
esquelético, superando qualquer outro (NEWSHOLME, 2003, p. 2). Devido a situações 
de hipercatabolismo como o câncer, onde há o balanço nitrogenado negativo e elevação 
das taxas de degradação muscular, o organismo não consegue sintetizar a glutamina na 
quantidade ideal em condições normais, tornando-a um aminoácido condicionalmente 
essencial. Dessa forma se faz necessária a suplementação pelo aumento da demanda 
deste aminoácido nos tecidos, resultando na diminuição significativa dos seus níveis 
plasmáticos (MORAIS; RIBEIRO; LACERDA, 2012, p. 217). A glutamina, por cons-
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tituir um nutriente imunomodulador, é substrato fundamental para as células do sistema 
imunológico, estimulando a multiplicação de linfócitos, a diferenciação das células B, 
a produção de interleucina 1 e a fagocitose dos macrófagos. Importante nas infecções 
virais e no combate de células tumorais, as células Natural Killer (NK), são dependentes 
dos adequados estoques de glutamina para sua proliferação. Também exerce um efeito 
imunoestimulante local, aumentando as células T intestinais, e é precursora de um 
importante antioxidante intracelular, a glutationa (SILVA, 2006, p. 71).
Desta forma, devido ao fato da glutamina possuir propriedades imunomoduladoras, 
é capaz de auxiliar no tratamento antineoplásico, e sua suplementação pode interferir 
diretamente na qualidade de vida destes pacientes. A avaliação da qualidade de vida do 
paciente oncológico é um recurso importante para mensurar os resultados do tratamen-
to na perspectiva do paciente, tendo como aspectos que influenciam na qualidade de 
vida desses pacientes a monitorização tanto dos sintomas da doença quanto dos efeitos 
colaterais da terapêutica, (MACHADO; SAWADA, 2008, p. 751). 
SUPLEMENTAÇÃO DE GLUTAMINA NO TRATAMENTO DO CÂNCER
Existem evidências disponíveis sobre o papel da imunonutrição no tratamento do 
paciente oncológico. Segundo Hallay et al (2002, p. 1556), é uma forma de alimentação 
artificial que objetiva a renovação das células para resposta imune envolvendo amino-
ácidos específicos como a glutamina. 
O trato gastrointestinal é o principal meio de utilização da glutamina tendo sua capta-
ção fundamentalmente nas células epiteliais dos vilos do intestino delgado. A incidência 
cada vez maior do câncer do esôfago e do estômago tem despertado o seu estudo e 
compreensão (XAVIER et al., 2009, p. 506).
Os pacientes com neoplasia do trato gastrointestinal alto podem ser sujeitos de 
suplementação. Lobo et al. (2006, p. 720 ) e Garófolo (2006, p. 613) apontam para a 
hipótese de que apenas alguns dias de alimentação com imunonutrição no pré-operatório 
já sejam benéficos por reduzirem infecções no pós operatório. 
Estudos realizados por Oliveira et al. (2010, p. 62) e Kelsen et al ( 2002) confirmam 
essa hipótese. Referem que a suplementação com glutamina potencializa a resposta imune 
celular e como tal melhoram o prognóstico dos doentes submetidos à cirurgia gastroin-
testinal. Verifica-se diminuiçãoda incidência de infecção, baixos níveis de colonização 
microbiana, melhorias no balanço azotado e redução de cerca de uma semana no tempo 
de internação. As células do aparelho digestivo são as de mais rápida replicação e o trato 
gastrointestinal é potencialmente a fonte mais importante da translocação bacteriana. 
Sendo assim, a glutamina atua na proteção da barreira intestinal, devido ao aumento da 
glutationa, que age contra as espécies reativas de oxigênio, atuando como antioxidante 
e diminuindo assim a formação de radicais livres e a replicação das células tumorais 
(FILLMANN et al., 2007 p. 145)
Evidências de estudos com pacientes acometidos por carcinoma colorretal metas-
tático demonstram ainda que a glutamina atua na proteção e crescimento da mucosa 
gastrointestinal, reduzindo assim as alterações na absorção e permeabilidade intestinais 
(SANTOS; NOVAES, 2011, p. 542).
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Chen et al. (2005, p. 329) realizaram um experimento que oferecia agentes imuno-
moduladores, entre eles a glutamina, para pacientes com câncer colorretal. Verificou-se 
nestes pacientes, após o procedimento cirúrgico, melhora na função das células imuno-
lógicas. Os pacientes do grupo suplementado apresentaram maiores valores séricos de 
glutamina, NK, IgG e IgM, asparagina e CD4 do que os pacientes do grupo controle. 
Esses compostos são fundamentais para a resposta imunológica e reconhecimento de 
uma grande variedade de substancias estranhas ao organismo.
Esse benefício pode ser explicado em virtude da glutamina ser a fonte preferencial 
de combustível para os enterócitos, linfócitos e magrófagos, melhorando a resposta 
imunológica e a função da barreira intestinal, com consequente redução da translocação 
bacteriana.
Além do efeito protetor da glutamina no sistema imune, Berk et al. (2008, p. 1186) 
observaram que pacientes apresentando diagnóstico de câncer avançado suplementados 
com glutamina, tiveram forte tendência para o aumento da massa corpórea em detrimen-
to dos demais, que apresentaram perda ponderal de 2% a 10% do peso corporal total.
Quando o organismo passa por um estresse provocado, como o câncer, há um dese-
quilíbrio sistêmico da glutamina, tendo como resultado a diminuição da disponibilidade 
deste aminoácido. O transporte de glutamina através da membrana da célula muscular é 
rápido e superior a de todos os outros aminoácidos, fazendo então, a suplementação deste 
aminoácido evitar o catabolismo provocado pelo câncer e posteriormente o aumento de 
massa muscular (FONTANA; VALDES; VALDISSERA, 2003, p. 96).
Boligon e Hulth (2011, p. 36) verificaram o impacto do uso da glutamina em pacien-
tes com neoplasia de cabeça e pescoço realizando tratamento quimioterápico e radio-
terápico e concluíram que a suplementação com este aminoácido auxilia na prevenção 
da mucosite, principalmente graus III e IV, níveis estes que impedem a alimentação e 
nutrição normal e adequada, e a manutenção do estado nutricional destes pacientes. 
Este resultado pode ser justificado pela multiplicidade de funções da glutamina e sua 
importância em estados patológicos que retarda a resposta inflamatória de citorredução 
ou infecções, e ativaria os linfócitos T. 
EFEITOS ADVERSOS AO USO DA GLUTAMINA
Em contrapartida aos estudos que afirmam os vários benefícios da suplementação 
da glutamina no tratamento da paciente com câncer, Medina et al. (1992, p. 4) refere 
que a glutamina age como substrato respiratório das células tumorais, citando vários 
trabalhos mostrando que a célula tumoral pode usar qualquer substrato como fonte de 
energia, dentre eles: os aminoácidos, glicose, lipídeos e corpos cetônicos. Destes, a 
glicose e a glutamina são nutrientes abundantes necessários para a divisão celular que 
se alimentam em múltiplas vias necessárias para suportar o crescimento celular2.
Mazurek et al. (1997, p. 320) e Le (2012, p.117) afirmam que neoplasias altamente 
malignas conseguem ‘’aumentar’’ com pouca vascularização, em virtudes das altas taxas 
glutaminolíticas e glicolíticas que suprem essa falta de vascularização, permitindo que 
o tumor sobreviva em áreas com baixa oxigenação. Quando o oxigênio é escasso, há 
conversão melhorada de glutamina em glutationa, um importante agente que controla 
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o acúmulo de moléculas químicas reativas contendo oxigênio que causam danos às 
células normais. Quando os pesquisadores utilizaram um inibidor da glutaminase, o 
crescimento de células cancerosas B foi interrompido.
Importante precursora de glicose em estados pós-absortivos, a glutamina contribui 
para a adição de um novo carbono para a formação da glicose, sendo a ligação entre o 
metabolismo de carboidratos e de proteínas (SANTOS, 2007, p. 22). 
Farias et al. (2011, p. 85) avaliaram os efeitos da administração de glutamina sobre 
o estresse oxidativo em mulheres com câncer mamário submetidas à quimioterapia, 
sendo administrada 15g/kg/dia de glutamina por via oral. Concluíram que, neste tipo 
de câncer, a glutamina não ofereceu proteção contra o estresse oxidativo local ou sis-
têmico, podendo ser justificado pelo fato das células tumoral presentes na mama não 
serem de rápida replicação. 
Pode-se perceber que existem mais evidências científicas do uso da glutamina em 
pacientes acometidos pelo câncer do TGI em detrimento dos outros tipos. Este fato 
deve-se ao maior conhecimento dos benefícios deste aminoácido para células de rápida 
replicação do que para as demais células do organismo e por este estar classificado entre 
os cânceres de maior incidência atualmente, comprometendo assim os resultados do 
uso da glutamina nos demais cânceres para enriquecimento deste artigo.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO
As diretrizes da Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral e Enteral (ESPEN) 
preconizam a via enteral jejunal para o paciente crítico, desde que haja fácil acesso, 
baseadas em diversos estudos que comprovam resultados positivos de nutrição enteral 
precoce por esta via no pós-operatório. Contradizendo esta afirmação, estudo condu-
zido por Hallay et al. (2002, p. 1559) não conseguiram demonstrar estatisticamente a 
melhora clínica de pacientes em uso de dieta enriquecida com glutamina via jejunos-
tomia a 20mL/h. Porém, houve melhora se aumentado para dose máxima de 80ml/h 
da dieta suplementada contra 100mL/h da dieta-padrão, administradas durante 10 dias 
de pós-operatório.
Já Wu et al. (2001, p. 359) suplementaram glutamina pela via enteral em 25 pa-
cientes iniciando com 50mL/h, atingindo as necessidades calóricas dos pacientes em 
72 horas, por no mínimo uma semana. Como resultado, obteve-se aumento da maturi-
dade de linfócitos totais levando à melhora significativa da resposta imunológica dos 
pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. Embora a dieta com glutamina e sem 
glutamina tivesse sido bem tolerada, não encontrou significado estatístico em relação à 
melhora do estado nutricional. 
A maior parte dos pacientes que apresentam neoplasias de cabeça, pescoço, esôfago 
e laringe pode ser caracterizada como desnutrida e incapaz de manter adequada ingestão 
oral no período pré-operatório (LOBO, 2006, p. 120). A imunonutrição administrada via 
enteral, no período que antecede a cirurgia, pode ser aconselhável para esses pacientes, 
que, no passado, recebiam na forma de nutrição parenteral total (BARNI; SANTOS, 
2011, p. 145) A via enteral preserva a estrutura e função intestinal, além de reduzir o 
tempo de internação hospitalar (HALLAY et al., 2002, p. 1559).
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Dong et al. (2008, p. 72) estudou a eficácia da glutamina pela via parenteral com 
administração de 0,5g/kg/dia durante 6 dias em 40 doentes no pré-operatório de gastrec-
tomia. De acordo com os resultados houve a diminuição da taxa de infecção, aumento 
dos níveis de CD4 e CD8, responsáveis por traduzirem os sinais e iniciarem a ativação 
dos linfócitos, diminuição do tempo de internação e diminuição da Proteína C Reativa 
(PCR), capaz de avaliar a extensão e a atividade de inflamação, da IL2, que induz a 
maturação de linfócitos B e maturação de células T, e TNF, envolvida em inflamações 
sistêmicas.
A suplementação de 4g de glutamina duas vezes ao dia em pó via oral também se 
mostrou eficiente em pacientes acometidos com câncer gastrointestinal, a fazer trata-
mento de quimioterapia, com redução da mucosite e redução da dor na boca (SOUSA, 
2008, p. 30).
Os estudos trazem maior eficácia da suplementação de glutamina em todas as vias, 
não estabelecendo ainda um consenso sobre a melhor via de administração e nem sobre a 
quantidade adequada de suplementação. Dessa forma, se faz essencial o monitoramento 
constante da dieta suplementada, desde sua administração, tolerância, assim como a 
obtenção dos resultados esperados.
CONCLUSÃO
Já está bem estabelecida na comunidade científica, principalmente de países europeus 
e norte-americanos, a importância do uso de imunomoduladores como a glutamina, ar-
ginina e fibras em algumas condições patológicas. A glutamina em situações de estresse 
do organismo, como o câncer, torna-se um aminoácido essencial e imprescindível no 
tratamento de pacientes oncológicos por ser excelente e importante imunomodulador. 
Observa-se que a suplementação do aminoácido glutamina em pacientes com cân-
ceres no TGI, cabeça e pescoço, promove melhor recuperação, retardando o tempo de 
hospitalização e aumentando a massa muscular. Contudo, nos demais tipos de cânceres 
são necessários mais estudos para que se saiba dos seus benefícios.
Em falta de glicose, estudos citam que a glutamina é fonte energética para as células 
tumorais. Porém, em sua maioria, são estudos antigos e os que são novos, necessitam 
de mais referencias para confirmação desta vertente. 
Sobre a via de administração percebe-se que este aminoácido é benéfico em todas 
as vias, sendo a enteral a mais utilizada principalmente por aumentar a maturidade de 
linfócitos totais e trazer melhorias aos pacientes. Nota-se também que a via de suplemen-
tação irá depender das condições fisiológicas do paciente para receber adequadamente 
a dieta, o tipo de câncer cometido, como também a quantidade a ser administrada. 
Diante disso, nota-se a necessidade de realização de estudos de coorte em humanos 
e estudos que abordem o uso da glutamina nos demais cânceres.
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* Recebido em: 19.02.2014 Aprovado em: 27.02.2014.
SAMARA ARANTES BERGAMELI ABRAHÃO
Nutricionista graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
E-mail: nutrisamarabergameli@gmail.com. 
EULA CRISTINA MACHADO
Nutricionista especialista em Urgência e Emergência pela Universidade Federal de Goiás. 
E-mail: eulanutri@hotmail.com.

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