Buscar

Barroco 2017

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unidade II
Conceito
 A palavra “barroco” – que 
significava, originalmente, 
“bizarro”, “de formas 
extravagantes” - foi aplicada 
à arte do século XVII por 
teóricos e críticos do século 
seguinte (XVIII), o século do 
“racionalismo iluminista” e 
do neoclassicismo. 
Igreja de Santa Croce (Lecce) – c.1695
Conceito
 “Assim como o Renascimento é a época da razão 
natural, o barroco seria uma época de irracionalismo 
entre dois períodos racionalistas. Mas entre o 
racionalismo do Renascimento e o do Iluminismo 
existem diferenças profundas. (...) o século XVII é 
simplesmente a inevitável fase de passagem entre um 
racionalismo e outro”. (Giulio Carlo Argan)
Chiesa della Santissima 
Trinitá degli Espagnoli 
(Roma) – 1741-1746
Conceito
 “Na realidade, o repertório formal do 
barroco é o mesmo codificado pelos 
tratados clássicos do século XVI. Aliás, 
(...) o que muda profundamente, e em 
várias direções, é o processo associativo 
ou combinatório, a sintaxe da 
composição arquitetônica. E isso é 
compreensível: se a arquitetura deve ser 
persuasiva, se deve servir-se de palavras 
conhecidas para dizer coisas novas, 
então tudo pode ser modificado, exceto o 
vocabulário”. (Argan)
Conceito
 Mais tarde, a partir da década de 1880 o Barroco perdeu 
sua conotação depreciativa e tornou-se um termo 
“neutro” para designar simplesmente aquelas obras de 
arte surgidas no século XVII.
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
 A crise religiosa do século XVI - que divide a 
humanidade cristã em dois grupos distintos e 
opostos, implicando na “possibilidade de 
uma salvação ou de uma danação coletivas, 
dependendo unicamente da escolha inicial”-
atinge diretamente a arte “como forma 
sensível do dogma e como meio necessário 
do ritual da Igreja”. (Nikolaus Pevsner)
 Os teóricos da Contra-Reforma reconhecem que a 
acusação de paganismo, dirigida à arte do 
Renascimento, não é de todo infundada “e protestam 
contra as imagens profanas que povoam as igrejas. 
Distinguem, porém, entre imagens boas e más: a 
imagem em si não é nem boa nem má, mas é possível 
se servir das imagens para uma finalidade boa ou 
perversa. Não é questão de verdadeiro ou falso, mas de 
útil ou nocivo.” (Argan)
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
 Tanto no caso dos reformistas 
quanto no dos defensores do 
catolicismo ortodoxo, a religião, 
neste momento, se preocupa 
mais em dirigir as escolhas e os 
comportamentos humanos do que 
em viver a “vida contemplativa”. E 
portanto, “já que há controvérsia, 
ambas as partes buscam 
argumentos que possam orientar 
a escolha e impedir as 
dissidências. Em suma, persuadir 
agora é bem mais importante que 
demonstrar”. (Argan)
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
 Assim sendo, enquanto os reformistas (protestantes) 
defendem uma limitação da autonomia individual, 
revogando o princípio de livre-arbítrio, os católicos 
“indicam a fé e o culto de massa como as melhores 
defesas contra a tentação da heresia”. (Argan)
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
 Uma vez assegurada de já ter contido o ataque 
protestante, a igreja católica passa então à ofensiva: 
“a grande empreitada do Barroco” passa a ser, 
portanto, a defesa e a revalorização das imagens (e 
consequentemente da arte que as produz); 
 Contra o anti-iconismo e a 
iconoclastia da Reforma, “a Igreja 
romana reafirma o valor ideal e a 
necessidade prática da 
demonstração visual dos fatos da 
própria história, visando à edificação 
e ao exemplo”. 
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
Interior da Igreja de São Adolfo em Assendelft (c.1649), quadro de Pieter Jansz
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
Interior da Igreja de São Roque, Lisboa (séc. XVII / XVIII)
 Também reafirma-se a validade 
da cultura clássica e do 
Renascimento, já que, “se o 
belo agrada, pode servir como 
meio de persuasão”. (Argan)
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
 O próprio fato de que o objetivo declarado “das 
poéticas barrocas seja o maravilhamento, que implica 
a suspensão das faculdades intelectivas”, demonstra
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
em que zona da mente humana 
a “propaganda” pretende agir 
através do uso das imagens: na 
imaginação, “considerada a 
nascente e o impulso dos 
“afetos” ou dos sentimentos, 
que, por sua vez, serão o móvel 
da ação.”(Argan)
La Virgem de la Vera Cruz 
(Salamanca, Espanha, c.1718)
 Ou seja, procura-se atingir o efeito da “suspensão da 
descrença”. 
Detalhe de 
Il Gesú (Roma)
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
Lembram-se do trompe l’oeil (Renascimento)? Eis um belo exemplo barroco, no 
forro da nave da Igreja de Sto. Ignácio (Roma), obra de Andrea Pozzo (1642-1709)
Histórico: Reforma x Contra-Reforma
 Historicamente, foi só depois do “maneirismo haver 
completado seu ciclo” que uma nova geração do 
começo do século XVII, especialmente em Roma, 
(...) redescobriu Michelangelo como “o pai do 
Barroco”; 
A Arquitetura Barroca: Origem
 “Não se pode, de fato, dizer que a 
arquitetura barroca tenha começado 
antes de 1600, quando Carlo Maderna 
(1556-1629) traçou a fachada de uma 
igreja (...) em Roma, Santa Susana. 
Esta apresenta todas as qualidades de 
um edifício barroco desenvolvido”. 
(Robert F. Jordan)
 Santa Susana: “Uma ideia 
bastante simples e unificada 
aparece expressa tão 
diretamente quanto possível e 
com a maior força. As colunas, 
as semicolunas, as pilastras, os 
frontões e a escultura atingem 
um clímax inédito. Este caráter 
significativo, de certeza 
emocional, constitui a marca 
distintiva de todo o barroco”. 
(Jordan)
A Arquitetura Barroca: Origem
 Santa Susana: “As colunas 
ladeiam a porta, e esse é 
realmente o tema que 
deriva da fachada e que 
deve ser considerado uma 
arquitetura em torno de 
uma porta”. (Argan)
A Arquitetura Barroca: Origem
 O Barroco teria atingido o seu apogeu em Roma entre 
1630 e 1670, tendo então se expandido primeiramente 
para o norte da Itália, e em seguida para a Espanha, 
Portugal, Alemanha e Áustria. 
A Arquitetura Barroca: Origem
Palácio da Justiça (Munique)
Igreja de S. Ildefonso (Porto)
O Ornamento no Barroco
 Temos o hábito de considerar o ornamento como 
um elemento que pode (ou não) ser acrescentado à 
arquitetura. Na verdade, a arquitetura é, ao mesmo 
tempo, estrutura e decoração; 
 Para compreender o Barroco, portanto, é 
fundamental examiná-lo sob a seguinte perspectiva: 
“cada um dos detalhes ornamentais é desprovido 
de sentido, a menos que sejam observados em 
conjunto e como partes de um todo decorativo e 
superordenado”. (Pevsner) 
 Barroco: “...o resultado é (...) a desarticulação do 
modelo quinhentista (...) em que todos os elementos –
colunas, pilastras, altos-relevos, frisos, cornijas –
tinham um sentido preciso de espaço, exprimiam 
distâncias ou intervalos que correspondiam à sua 
própria dimensão”. (Argan)
O Ornamento no Barroco
 Ou seja, quebram-se as 
antigas regras de 
proporção tão caras ao 
classicismo! Importante 
agora são os efeitos 
visuais! 
 No barroco, portanto, a “adesão ao decorativo não 
deixou lugar para os escrúpulos dos artistas e patronos 
(...) quanto à honestidade na utilização de materiais”: 
ou seja, desde que atingisse o efeito desejado, pouco 
importava usar mármore verdadeiro ou estuque, ouro 
ou estanho; 
 De fato, a ilusão de 
ótica é um dos 
elementos mais 
característicos da 
arquitetura barroca.
O Ornamento no Barroco
 A “Escada Real” de Gian LorenzoBernini – a Scala 
Regia do Palácio do Vaticano, construída na década de 
1660 – é um dos exemplos mais sugestivos da 
utilização desses efeitos visuais. 
O Ornamento no Barroco
 A escada é longa e estreita, e suas paredes não são 
paralelas (um “truque” que amplia ainda mais a 
percepção do seu comprimento). Bernini ampliou ainda 
mais esse efeito, construindo uma “engenhosa” 
colunata, com abóbada de berço, na qual as colunas 
vão diminuindo de tamanho: “é o princípio da 
perspectiva do cenário barroco”.
O Ornamento no Barroco
 A iluminação é outro “efeito 
cenográfico” na subida pela 
Scala Regia. No primeiro 
patamar, a luz penetra pela 
esquerda; no segundo, mais 
no alto, uma janela colocada 
no topo da escada “dissolve 
os contornos precisos dos 
volumes”. 
O Ornamento no Barroco
 Anjos, querubins e outras figuras do gênero, às vezes 
em cores realistas, são parte essencial da decoração 
barroca; 
O Ornamento no Barroco
 Servem não apenas para camuflar 
os pontos de junção da estrutura e 
ocultar os “dispositivos de 
bastidores” (exemplo: janelas), 
responsáveis por esses efeitos de 
ilusão, como também atuam “como 
intermediários entre o espaço real 
no qual nos movemos e o espaço 
criado pelo artista”. 
 Ou seja, o Barroco não permite que “a linha de limite 
entre o palco e a plateia seja visível”. (Pevsner)
O Ornamento no Barroco
O Ornamento no Barroco
Parte superior do altar da igreja de S. Pedro (Munique, séc. XVIII)
 Esta característica – o efeito 
teatral das igrejas barrocas –
é, por sinal, uma das 
principais objeções contra tais 
edifícios, sendo fortemente 
questionada por protestantes 
e iconoclastas.
O Ornamento no Barroco
 É um período, portanto, em 
que multiplicavam-se os 
“hereges e céticos. Para 
reconduzir os primeiros ao 
rebanho e convencer os 
segundos, a arquitetura 
religiosa procurou comover 
e hipnotizar”. (Jordan)
Igreja de San Girolamo della 
Caritá, em Roma
O Ornamento no Barroco
O Barroco na Itália
 Carlo Maderno(a) (1556-1629) foi o arquiteto mais 
importante de sua geração. Seus sucessores em 
fama foram Gian Lorenzo Bernini (1598-1680) e 
Francesco Borromini (1599-1667).
Fachada da Basílica de São Pedro (completada em 1612) por Maderno
O Barroco na Itália: o Palazzo
 O Palazzo Barberini (inciado em 1625), representou 
um marco da arquitetural secular barroca em Roma.
 A planta baixa de Maderno
para o Palazzo Barberini –
cuja fachada é de Bernini e 
muitos dos detalhes 
decorativos são de 
Borromini – é algo 
inteiramente novo em Roma: 
“ela é totalmente barroca”, 
com uma entrada por uma 
galeria subterrânea 
abobadada, que conduz a um 
enorme salão oval. 
O Barroco na Itália: o Palazzo
Planta baixa do 
Palazzo Barberini
Salão oval do Palazzo Barberini
O Barroco na Itália: o Palazzo
 À primeira vista, a fachada 
principal do Palazzo 
Barberini, com as ordens 
sobrepostas, poderia parecer 
da Alta Renascença, mas 
quando reparamos nas 
janelas do segundo andar, 
vemos que elas estão 
colocadas em arcos fundos e 
chanfrados, “dando quase a 
impressão de um corredor 
abobadado”.
O Barroco na Itália: o Palazzo
 Além disso, ao contrário das “massas austeras dos 
palácios romanos e florentinos”, o palácio Barberini
possui uma fachada com duas alas que se projetam à 
frente – algo que até então só aparecia em villas nos 
arredores de Roma – e o centro aberto em amplas 
loggias.
O Barroco na Itália: o Palazzo
Fachada do
Palazzo Barberini
 A escada principal, um elemento de destaque neste 
projeto, também possui um formato oval.
O Barroco na Itália: o Palazzo
O Barroco na Itália: Igrejas
 O plano normal das igrejas longitudinais do período 
barroco é o da Igreja de Gesú: uma nave com 
capelas laterais, transeptos curtos e um domo sobre 
o cruzeiro; 
Igreja de San Ignazio 
(c.1626) em Roma
 Esse modelo foi ampliado e “enriquecido” 
pelas gerações seguintes, mas o plano 
central da ala leste, invariavelmente, foi 
mantido. 
Il Gesú (Vignola)
O Barroco na Itália: Igrejas
Igreja de 
Sant’Andrea della Valle 
(Roma)
 Com relação à fachada destas igrejas, verificamos 
que a maior parte delas, de fato, obedecem à 
composição básica de Vignola, “dotando-a de nova 
significação apenas pela abundância excessiva de 
colunas e pelo mais inusitado uso de motivos de 
decoração”. (Pevsner)
Desenho de G. Vignola para a 
fachada da Igreja de Gesú (“Il Gesú”)
O Barroco na Itália: Igrejas
 Podemos acompanhar o desenvolvimento das 
fachadas barrocas comparando os exemplos abaixo:
Il Gesú (1568-
1584) - Vignola
Sta. Susana
(1603 – Maderna)
SS Vicenzo ed Anastasio
(1650 – Martino Lunghi)
San Carlo (1667)
(Borromini)
O Barroco na Itália: Igrejas
 Nas igrejas de planta central, porém, o Barroco em 
Roma rejeitaria a predominância do círculo, 
introduzindo, em seu lugar, “uma forma ovalada menos 
finita, que combina o plano central com elementos 
longitudinais, isto é, elementos que sugerem 
movimento no espaço”.
 A planta oval, dessa forma, acabou “tornando-se 
praticamente um símbolo natural do Barroco”. 
Santa Andrea al Quirinale
(Bernini – 1658 a 1678) San Giacomo in Augusta (Maderno)
O Barroco na Itália: Igrejas
 A explicação “pode estar em parte na moda e em parte 
na flexibilidade da forma oval”. O certo é que um 
número infinito de variações sobre o tema oval foi 
desenvolvido primeiramente pelos arquitetos italianos e 
depois pelos de outros países, transformando-se num 
dos aspectos mais interessante da arquitetura sacra 
barroca.
Wallfahrtskirche 
Steinhausen (1728-1733)
Wies Kirche (1745)
O Barroco na Itália: Igrejas
 O mesmo “convite” que a Igreja Católica procurava 
fazer aos fiéis - para “entrar” em suas igrejas e 
“integrar-se” - é expresso pelas fachadas das igrejas
da época: “A igreja não é mais um templo, um 
monumento isolado; percorre-se uma rua e encontra-
se uma igreja, da qual muitas vezes só se vê a 
fachada. Obviamente essa fachada deve manifestar 
(...) o sentido monumental do edifício (...). E, como tal, 
ela deve distinguir-se não só dimensionalmente mas 
também plástica e volumetricamente das fachadas das 
outras casas que formam a parede da rua; tanto mais 
que o traçado da rua com frequência determina mais 
de uma perspectiva”. (Argan)
O Barroco na Itália: Igrejas
Desenho de Pietro de Cortona para liberar o
o entorno da fachada de Sta. Maria della Pace (refeita em 1657)
O Barroco na Itália: Igrejas
Antes
Depois
 Mesmo aqui, portanto, o
tema da persuasão é 
simplesmente o convite a 
entrar ou ao menos a 
sentir-se partícipe do 
ambiente sagrado, já que, 
se essa é a espacialidade 
da fachada, “entra-se” na 
igreja simplesmente 
passando diante dela”. 
(Argan)
O Barroco na Itália: Igrejas
Igreja de Sta. Maria della Pace
O Barroco na Itália - Bernini
 Gian Lorenzo Bernini (1598-1680) 
era filho de um escultor e, embora 
ocasionalmente também pintasse, 
tornou-se o maior escultor do período 
barroco; 
Apollo e Daphne
 Sua reputação como 
arquiteto foi tão grande, 
que Luís XIV convidou-o 
para realizar o projeto de 
ampliação do palácio do 
Louvre, em Paris. Bernini, 
de fato, foi tão “universal” e 
quase tão famoso quanto 
Michelangelo.
 A Piazza de San Pietro, incluindo a extensa colunata, 
foi encomendada a Bernini pelo Papa Alexandre VII 
(Fabio Chigi, 1655-1667).
O Barroco na Itália - Bernini
 Ao entrarem na piazza, os fiéis são amparados “pelos 
braços maternaisda Igreja” (palavras de Bernini para 
descrever o seu projeto). 
O Barroco na Itália - Bernini
O Barroco na Itália - Bernini
 Trezentas colunas dóricas em mármore (alinhadas 
de quatro em quatro), simples e majestosas, dão 
forma a uma praça oval de aproximadamente 200 
metros de largura.
O Barroco na Itália - Bernini
 A colunata dórica de Bernini, na verdade, assume 
simultaneamente três diferentes funções: o de uma 
“dramática moldura” para a Basílica de São Pedro, 
um recinto protetor ao redor das multidões de fiéis e 
um palco para as procissões e demais espetáculos 
sacros que a Igreja Católica, neste período, tanto 
dependia como fator de persuasão.
 A pequena Igreja de Sant’Andrea al Quirinale
(1658-1665), de planta oval , foi considerada pelo 
próprio Bernini como um de seus melhores 
trabalhos em Roma.
O Barroco na Itália - Bernini
O Barroco na Itália - Bernini
Cúpula e altar-mor 
de Sant’Andrea al Quirinale 
O Barroco na Itália - Bernini
O Barroco na Itália - Bernini
Detalhe da abertura que ilumina o altar-mor de Sant’Andrea al Quirinale 
 Francesco Borromini (1599-1667), 
por outro lado, começou como 
aprendiz de pedreiro e, quando 
chegou a Roma (aos 15 anos de 
idade), graças a um parentesco 
distante com Carlo Maderno, 
obteve um cargo modesto no 
canteiro de obras da Basílica de 
São Pedro. Nessas condições ele 
trabalhou, de início, “humilde e 
desconhecido”.
O Barroco na Itália - Borromini 
 O primeiro trabalho importante de Borromini foi a igreja 
de San Carlo alle Quattro Fontane, iniciada em 1633. 
O Barroco na Itália - Borromini 
 San Carlo alle Quatro Fontane: “seguramente a mais 
brilhante paráfrase do tema da oval, serve melhor do 
que qualquer outra para analisar o excepcional proveito 
que o arquiteto barroco soube tirar das composições em 
oval, em vez do retângulo ou círculo”. (Pevsner)
O Barroco na Itália - Borromini 
 Seu interior é tão pequeno que “poderia se encaixar 
dentro de um dos pilares que sustentam o domo de 
São Pedro”. Mas, apesar de sua reduzida dimensão, “é 
uma das mais extraordinárias composições espaciais 
do século XVII”. (Pevsner)
O Barroco na Itália - Borromini 
 Durante a Renascença, a “clareza espacial” havia sido 
a ideia dominante e o olhar do espectador podia correr, 
de um canto a outro, “lendo o significado do conjunto e 
de suas partes sem muito esforço”; 
 Em San Carlo, ao contrário, ninguém pode 
compreender, num primeiro momento, quais os 
elementos que a compõem e de que maneira se 
encontram integrados de modo a produzir “tal efeito de 
ondulação e oscilação”. 
O Barroco na Itália - Borromini 
 A planta é altamente complexa, “baseada em 2 triângulos 
equiláteros com arcos e segmentos partindo de vários 
pontos da sua intersecção”; ao nível da cúpula, a planta 
transforma-se, tomando forma oval. Aqui, “toda a 
arquitetura se torna plástica, quase fundida.” (Pevsner)
O Barroco na Itália - Borromini 
 As capelas norte e sul (laterais) são “fragmentos de 
ovais”: se fossem completadas elas se encontrariam no 
centro da construção. A capela de entrada e a capela 
da abside também são fragmentos de ovais: elas 
tangenciam as ovais laterais. Assim, várias formas de 
composição espacial encontram-se combinadas em 
uma única planta baixa. 
O Barroco na Itália - Borromini 
Planta baixa de San Carlo alle 
Quattro Fontane
 De certa forma, 
Borromini “tratou a 
arquitetura como 
escultura abstrata”. 
No interior, além da 
altura exagerada, as 
absides e os nichos 
interpenetram-se.
O Barroco na Itália - Borromini 
Detalhe do interior de San 
Carlo alle Quattro Fontane
 No exterior, a fachada (1667) 
se compõe de uma série de 
superfícies, alternadamente 
côncavas e convexas, “que 
parecem oscilar e desviar-
se”. Esta característica, “uma 
modelação abstrata”, define 
toda a obra de Borromini.
O Barroco na Itália - Borromini 
Fachada de San Carlo alle 
Quattro Fontane
O Barroco na Itália - Borromini 
 Para Pevsner, Borromini teve “um grande papel 
libertador no Barroco da Europa Meridional”; e em 
países tão distantes como Portugal e Alemanha, 
também é possível detectar a sua influência.
O Barroco na Itália - Borromini 
Interior da Igreja 
de San Agnese 
(Roma)
O Barroco em Portugal
 “Qual a importância do barroco na cultura 
portuguesa? Ele é, na sua criatividade e nas ilusões 
criadas, o estilo que se segue à Restauração e a 
consolida. (...) a arquitetura Barroca em Portugal 
tem um valor simbólico de rebelião anti-espanhola, 
procurando simultaneamente, e por isso mesmo, 
uma europeização diversificada”, com uma 
predileção explícita, contudo, pelos modelos 
romanos. (Pereira, 1992)
 Lembrete: a Restauração do trono português 
ocorre em 1640, após 60 anos de dominação 
espanhola.
O Barroco em Portugal
 Na segunda metade do século XVII (após a 
Restauração e especialmente entre 1670-1690), a 
situação econômica e política de Portugal era muito 
complicada, sem falar em frequentes combates com 
os espanhóis, o que implicou numa preferência pela 
construção de fortificações (prejudicando, pois, o 
avanço da arquitetura). 
 Em 1647, por exemplo, criou-se a Aula de 
Fortificações e Arquitectura Militar na Ribeira das 
Naus. A partir desse momento, portanto, os principais 
“arquitetos” serão os engenheiros militares.
Período de Experimentação (1651-1690)
O Barroco em Portugal
 Isso explica a baixa produção arquitetônica do 
período experimental (bem como as pequenas 
dimensões de muitas das novas edificações). 
De fato, “só o fim da guerra abriria novas 
possibilidades de renovação à arquitetura 
portuguesa”; (Pereira, 1992)
 O que detectamos neste período, portanto, é 
uma preferência por alterações em edificações 
já existentes (ao invés da construção de novas 
igrejas).
Período de Experimentação (1651-1690)
O Barroco em Portugal
 Destaque inicial para a 
reconstrução, em 1676, da 
igreja de São Nicolau, na 
cidade do Porto.
Período de Experimentação (1651-1690)
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fb/
Church_of_S%C3%A3o_Nicolau_-_Porto_(2).JPG
O Barroco em Portugal
 Na parte interna, em seus retábulos, as colunas 
salomônicas misturam-se a elementos ornamentais 
com temática vegetal que se repete várias vezes.
Período de Experimentação (1651-1690)
http://www.porto.taf.net/dp/files/20090110-snicolau.jpg
O Barroco em Portugal
 Destaque, nos azulejos, para os elementos 
“naturalistas” (cachos de uvas, flores, folhas, aves 
etc.) e da simbologia cristã (fênixes, pequenos anjos 
etc.) ricamente detalhados.
Período de Experimentação (1651-1690)
http://www.conservacao2.com/wp-
content/uploads/2012/07/azulejo_escada.jpg
O Barroco em Portugal
 Este padrão – denominado “estilo nacional” - , acaba 
sendo popularizado em Portugal a partir da década de 
1680, substituindo definitivamente os antigos azulejos 
maneiristas, de padronagem mais geométrica e 
abstrata.
Período de Experimentação (1651-1690)
http://blogdecoracao.biz/wp-
content/uploads/2014/11/azulejo-portugues-1.jpg
h
tt
p
:/
/c
d
n
.c
m
l.
p
t/
fo
to
s
/l
1
5
0
/_
B
B
F
6
4
6
0
_
g
.j
p
g
O Barroco em Portugal
 Outro importante elemento é a talha em madeira com 
apliques de folhas de ouro (talha dourada).
Período de Experimentação (1651-1690)
http://www.scml.pt/pt-
PT/destaques/talha_dour
ada_abre_novo_ciclo_de
_visitas_ao_museu_de_
sao_roque/
O Barroco em Portugal
 Em resumo: neste período inicial(de experimentação), 
portanto, como já dito antes, impera o hábito de 
“dinamizar espaços internos estáticos e austeros já 
existentes”, mudando (ou melhor, atualizando...) o seu 
aspecto original. 
Período de Experimentação (1651-1690)
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/
Porto_-_Igreja_de_S%C3%A3o_Nicolau_(2).jpg
O Barroco em Portugal
 Esse período coincide com a recuperação financeira 
de Portugal, aliada a uma maior tranquilidade no 
ambiente político;
 A igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, é um dos
Período de Definição (1690-1711)
melhores símbolos 
desse período e 
assinala ainda o início 
de grandes – e novas 
– construções já no 
“novo” estilo.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3
/36/Pante%C3%A3o_Nacional_Mosteiro_de_Sao_
Vicente_de_Fora_zoom.JPG
O Barroco em Portugal
 Fruto de um concurso, tem como vencedor o arquiteto 
João Antunes, que, refletindo a forte influência da 
arquitetura romana em Portugal, demonstra clara
Período de Definição (1690-1711)
influência da planta 
baixa de Bramante 
para a Basílica de São 
Pedro (feita em 1506). 
Por sua implantação, 
logo torna-se um 
marco na paisagem 
urbana de Lisboa. 
http://2.bp.blogspot.com/_vMZxJeLUiJQ/TVKGre34e
SI/AAAAAAAAEcc/wPneKHYBVIw/s1600/3-ef82baf0-
bc70-4f4b-bdb1-dec34628203d-PN-.jpg
O Barroco em Portugal
Período de Definição (1690-1711)
h
tt
p
s
:/
/c
2
.s
ta
ti
c
fl
ic
k
r.
c
o
m
/8
/7
1
8
5
/6
8
3
9
8
2
8
7
4
0
_
0
3
0
2
1
a
2
8
4
7
_
b
.j
p
g
O Barroco em Portugal
 Sta. Engrácia foi iniciada em 1682 e – como grande 
parte das obras portuguesas – nunca foi realmente 
terminada...
 Essa evidente influência da arquitetura de Roma será
Período de Definição (1690-1711)
marcante durante o 
reinado de D. João V 
(1706-1750), 
transformando-se em 
um “autêntico discurso 
oficial” da Coroa 
portuguesa.
https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-
s/02/44/5e/f0/il-pantheon-interno.jpg
O Barroco em Portugal
 Na área externa, a igreja de Sta. Engrácia apresentou 
uma novidade para a época – a ondulação da 
fachada, “geradora de dinamismo visual e
Período de Definição (1690-1711)
proporcionando 
contrastes de claro e 
escuro” (Pereira, 
1992). Influência 
inegável, portanto, de 
Borromini.
http://lh3.ggpht.com/-
7CcndEUKUlc/VLtr2Nmf4XI/AAAAAAABduE/NceSCce
opFo/Actual.2_thumb7.jpg?imgmax=800
O Barroco em Portugal
 Internamente, mármores nobres (e caros), em 
diversos tons (amarelo, rosa, cinza) substituem a talha 
em madeira dourada e os azulejos. 
Período de Definição (1690-1711)
https://guiastecnicos.turismodeportugal.pt/img/museus/39
_panteao_nacional/l/panteao_nacional7.jpg
O Barroco em Portugal
 Sob o reinado de D. João V (1706-1750), graças às 
remessas do ouro brasileiro, a arquitetura barroca 
portuguesa ganha uma nova força. Este rei, 
absolutista e “paternal”, procurou renovar o país 
através de uma arquitetura “de prestígio”;
 Destaque para a construção, a partir de 1717, do 
Convento de Santo Antônio e Nossa Senhora na 
cidade de Mafra, projeto do arquiteto alemão João 
Frederico Ludovisi (Ludwig), que trabalhara com os 
jesuítas, em Roma, na igreja de Gesú e que, ao 
chegar em Lisboa, é nomeado “arquiteto oficial” do rei. 
O Barroco na Corte (1717-1750)
O Barroco em Portugal
O Barroco na Corte (1717-1750)
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/94/Pal%C3%A1cio_de_Mafra845.jpg
O Barroco em Portugal
 Com previsão para o abrigo de 300 religiosos, Mafra
demonstrava a vontade de D. João V transformá-lo 
num “símbolo grandioso, duradouro e renovador de 
um reino marcado pelo extraordinário afluxo de 
riquezas coloniais”.
O Barroco na Corte (1717-1750)
https://www.visitportugal.com/sites/www.visitportugal.com/files/styles/encontre_detalhe_poi_destaque/public/mediat
eca/N4.MPS1522d.jpg?itok=p_sRs3wR
O Barroco em Portugal
 Em 1729, por exemplo, trabalhavam no local cerca de 
45 mil operários!
 Mafra tornou-se, assim, um gigantesco 
empreendimento econômico “destinado à glória de 
Deus e do Rei”.
O Barroco na Corte (1717-1750)
http://tribop.pt/ARG/Quadros%20H%2
0P/Cap%2029%20-
%20No%20Tempo%20de%20D%20Jo
ao%20V%20-%20RG/28%20-
%2001%20Construcao%20do%20Con
vento%20de%20Mafra%20b.jpg
O Barroco em Portugal
 O plano de Mafra, na verdade, articula um palácio, 
uma igreja e um convento, distribuídos em dois 
retângulos articulados entre si.
O Barroco na Corte (1717-1750)
http://1.bp.blogspot.com/-
zyt7Sng278w/Uyijbo9fXLI/AAAAAAAALIs/vhaa8T7gKLk
/s1600/1.jpg
O Barroco em Portugal
 Os torreões nas extremidades, por 
sua vez, também homenageiam a 
arquitetura militar de Portugal;
 Com este partido, propõe-se uma 
aliança entre o poder real –
sustentado pelo poder militar - e o 
poder religioso, “sintetizando no 
essencial a teoria e a prática política 
de D. João V”;
 “O Rei, a Igreja, o Exército, são a 
trilogia dominante no absolutismo, 
regime político de que Mafra é a 
construção emblemática”. 
O Barroco na Corte (1717-1750)
http://www.exercito.pt/EP/Publishin
gImages/monumentos/palacio5-
MAFRA.jpg
(Pereira, 1992)
O Barroco em Portugal
 Acabada (em sua forma básica) em 1730, em Mafra, 
fez-se uso predominante do mármore lioz, misturado a 
outros mármores importados da Itália, além de 
madeiras nobres (como o angelim) do Brasil para 
portas e janelas e pranchas de nogueira (importadas 
da Itália). Sinos e objetos de uso no culto (baixelas, 
indumentárias etc.), por sua vez, vieram da Itália, 
França, Bélgica e Holanda.
O Barroco na Corte (1717-1750)
http://www.palaciomafra.pt/Data/ContentImag
es/Biblioteca%C2%A9%20PYO%20a.jpg
O Barroco em Portugal
O Barroco na Corte (1717-1750)
h
tt
p
s
:/
/g
u
ia
s
te
c
n
ic
o
s
.t
u
ri
s
m
o
d
e
p
o
rt
u
g
a
l.
p
t/
im
g
/m
u
s
e
u
s
/4
7
_
p
a
la
c
io
_
n
a
c
io
n
a
l_
d
e
_
m
a
fr
a
/l
/p
a
la
c
io
_
m
a
fr
a
6
.j
p
g
O Barroco em Portugal
O Barroco na Corte (1717-1750)
h
tt
p
:/
/4
.b
p
.b
lo
g
s
p
o
t.
c
o
m
/-
P
J
rH
W
a
S
q
F
B
8
/V
P
D
Ig
8
m
F
4
iI
/A
A
A
A
A
A
A
A
F
J
g
/c
M
A
R
g
D
b
tc
h
E
/s
1
6
0
0
/C
o
n
v
e
n
to
%
2
B
d
e
%
2
B
M
a
fr
a
%
2
B
4
.j
p
g
O Barroco em Portugal
 Nas fachadas de Mafra, inúmeras referências às 
obras dos famosos arquitetos italianos Borromini e 
Bernini.
O Barroco na Corte (1717-1750)
Santa Agnese (Roma), de 
Borromini.
http://jcduarte.net/Viagens/wp-content/uploads/2012/09/Mafra_03.jpg
O Barroco em Portugal
 “A ausência total de talhas e 
azulejos e a preferência 
dada a mármores (...) define 
uma mudança de gosto. É 
também reveladora do firme 
propósito renovador de D. 
João V”, que pretendia 
aproximar Portugal das 
outras nações europeias 
(em oposição à Espanha). 
O Barroco na Corte (1717-1750)
http://www.palaciomafra.pt/Data/ContentImages/convento/SalaEl%
C3%ADptica.jpg
O Barroco em Portugal
 Mafra também ajudou na 
difusão do estilo pois acabou 
se tornando uma escola para 
novos arquitetos, escultores, 
pedreiros etc., que mais tarde 
continuariam trabalhando ao 
longo da segunda metade do 
século XVIII (tanto em novas 
obras quanto na renovação 
de edificações antigas);
 Exemplo:a nova capela-mor 
da Sé de Évora, uma antiga 
igreja românica.
O Barroco na Corte (1717-1750)
h
tt
p
:/
/e
k
la
d
a
ta
.c
o
m
/w
Y
_
C
iX
h
A
Y
y
0
K
S
s
h
Q
a
y
w
A
6
U
z
5
K
IM
.j
p
g
O Barroco em Portugal
 Apesar das intervenções pontuais de D. João V, 
Lisboa continuou com sua feição medieval. Numa 
sociedade tão centralizadora, somente o rei tinha a 
força - política e social - para interferir no tecido 
urbano. Assim sendo, a “ velha” cidade chegou à 2ª 
metade do século XVIII quase intocada, à espera de 
um evento que a tirasse da inércia...
 E esse evento ocorreu em 1755: o forte terremoto –
seguido de um tsunami e de um enorme incêndio –
que quase varreu a cidade do mapa!
Persistências e Declínio (1750-1779)
O Barroco em Portugal
Persistências e Declínio (1750-1779)
https://www.youtube.com/watch?v=os8DCjDJrMM
O Barroco em Portugal
 A reconstrução da cidade ficou a cabo 
do Marquês de Pombal (Sebastião 
José de Carvalho e Melo), primeiro 
ministro que, de fato, governava 
Portugal no lugar do fraco rei D. José I 
(1750-1777);
 Este personagem, porém, um dos 
grandes admiradores do Iluminismo, 
procurou substituir a antiga feição 
medieval de Lisboa e encomendou um
Persistências e Declínio (1750-1779)
projeto mais “racional” para a cidade, dotando-a de 
ruas em uma malha preferencialmente ortogonal. 
https://upload.wikimedia.org/wi
kipedia/commons/8/8a/Retrato_
do_Marques_de_Pombal.jpg
O Barroco em Portugal
Persistências e Declínio (1750-1779)
http://www.arquiteturaportuguesa.pt/wp-content/uploads/2015/04/01-Baixa-Pombalina.jpg
O Barroco em Portugal
 A arquitetura “padronizada” escolhida para substituir 
os antigos prédios foi também, é lógico, fruto da falta 
de recursos (uma situação frequente da Coroa 
portuguesa) e da pressa em reedificar a cidade.
Persistências e Declínio (1750-1779)
http://historiaribeirinha8
df.blogspot.com.br/201
1/02/o-grande-
terramoto-de-lisboa-e-
lisboa.html
O Barroco em Portugal
 Os prédios das ruas principais, portanto, são muito 
parecidos: invariavelmente na cor ocre, normalmente 
com 4 andares, varandas no primeiro andar e peitoris 
no segundo.
Persistências e Declínio (1750-1779)
http://1.bp.blogspot.com/-
7sZfw5hrJUw/VmSVyTD8FGI/
AAAAAAAADu0/AKlrpabSQtw/
s1600/Baixa-2.jpg
O Barroco em Portugal
 “Estrita racionalidade, caráter uniforme dos blocos de 
casas repetidos em série (...) enterrou definitivamente 
o barroco em Lisboa” – com algumas exceções –
“enquanto apontava já para um neoclassicismo que 
despontará posteriormente”. (Pereira, 1992)
Persistências e Declínio (1750-1779)
http://www.patrimoniocultural.pt/static/data/cache/26/b0/26b0e7b94b49f325106fdfc84751de12.jpg
O Barroco em Portugal
 Observação: O barroco, naturalmente, disseminou-
se por todo o território português, com variações de 
maior ou menor importância e expressividade. O 
estudo desse patrimônio, porém, representa um 
grande esforço, diante das inúmeras lacunas da 
produção bibliográfica e também no próprio 
inventário desses monumentos. Fica a sugestão de 
pesquisas, portanto, para aqueles que tiverem a 
disposição de mergulhar mais profundamente na 
história da arquitetura portuguesa!
 O termo “rococó” origina-se do tipo de ornamentação 
denominado “rocaille”, inventado na França na década 
de 1720 por Meissoner, Oppenord e outros artistas de 
origem provincial ou “semi-italianos”;
 As formas, nestes trabalhos, “parecem estar em 
constante mudança, precipitando-se e retraindo-se”: às 
vezes parecem conchas, outras vezes espuma ou 
mesmo chamas;
O Rococó
 Esse conjunto de formas deu nome ao 
estilo Rococó: “é arte abstrata com 
um valor de expressão tão grande 
quanto a que nos é oferecida hoje, 
muito mais pretensiosamente”. 
(Pevsner)
 O estilo é visto por muitos como a variação "profana" do 
Barroco. Ou seja, segundo alguns historiadores, o 
Rococó surgiu a partir do momento em que o Barroco 
se libertou da temática religiosa e começou a aparecer 
na arquitetura de palácios civis, por exemplo; 
 O Rococó, portanto, não é um estilo independente; é 
parte do Barroco, assim como o estilo decorado 
(decorated style) faz parte do Gótico.
O Rococó
 Além disso, “a originalidade do Rococó é conferida no 
abandono das linhas retorcidas e pela utilização de 
linhas e formas mais leves e delicadas”; 
O Rococó
 No que diz respeito à arquitetura, 
esse estilo está muito mais presente 
em certos países (Alemanha, 
Portugal) do que em outros (como a 
França). 
 Em geral, a substituição das cores vibrantes 
do Barroco por tons rosa, azul-claro, verde-
claro etc., estabelecem uma primeira 
diferenciação entre os dois estilos; 
 Nikolaus Pevsner: “O Rococó é claro, o Barroco, 
sombrio; o primeiro é delicado, e o segundo, vigoroso; 
o primeiro é jovial, e o segundo, apaixonado. Mas o 
Rococó é tão movimentado, tão vivaz e tão voluptuoso 
quanto o Barroco”. 
O Rococó
 De acordo com Robert Jordan, “o principal responsável 
pela mutação do barroco alemão em Rococó” foi 
François Cuvilliés, um arquiteto francês com formação 
em Paris;
 Dentre as obras de Cuvilliés, destaca-se o palácio 
Amanlienburg, na região de Munique. 
O Rococó
 Nesta edificação, “as cores tornaram-se mais suaves 
(branco, dourado, amarelo-pálido, azul e cor-de-rosa) 
e a decoração “tendeu a dissipar-se em intermináveis 
arabescos e a interação dos espaços adquiriu 
independência em relação à estrutura subjacente”. 
(Jordan)
O Rococó
O Rococó
Interior do Amalienburg (Munique)
O Rococó
Interior do Amalienburg (Munique)
 Na Alemanha, outro importante exemplo do Rococó é 
a igreja Vierzehnheiligen (1743-1772), de autoria de 
Johann B. Neumann. 
O Rococó
O Rococó
Planta baixa de Vierzehnheiligen
(Bamberg, Alemanha)
 “Quando se entra nessa igreja ampla (...), a primeira 
impressão é de êxtase e elevação. Tudo é luz: branca, 
dourada, rosa”. (Pevsner) 
O Rococó
https://40.media.tumblr.co
m/tumblr_lvos6nAKa31r7c
28co1_500.png
O Ocaso do Barroco
 Contudo, à medida em que avançavam os ideais 
iluministas, o homem do “novo mundo” já não pensava 
mais em termos de “igrejas” e “palácios”. De fato, 
nenhuma igreja que tenha sido projetada em qualquer 
parte, depois de 1760, está entre os exemplos mais 
significativos da história da arquitetura. (Pevnser)
Palácio de Bruchsal (Alemanha), terminado por J. Neumann em 1754
 No norte da Europa, “a Reforma abriu o caminho para 
o sentimento e o pensamento independentes. Os 
países protestantes produziram o puritanismo, o 
Iluminismo, a tendência moderna da ciência 
experimental e, finalmente, a Revolução Industrial”. 
(Pevsner)
O Ocaso do Barroco
Referências:
ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e Persuasão. Ensaios sobre o Barroco. 
São Paulo: Cia das Letras, 2004.
GOITIA, Fernando Chueca et al. História Geral da Arte: Arquitetura IV. 
Rio de Janeiro: Ediciones del Prado, 1996.
JORDAN, Robert Furneaux. História da Arquitetura no Ocidente. São 
Paulo: Editorial Verbo, 1985. 
PEREIRA, José Fernandes. Arquitectura Barroca em Portugal. Lisboa: 
Instituto de Cultura e Língua Portuguesa; Ministério da Educação, 1992. 
PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: 
Martins Fontes, 2002.

Outros materiais