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QUALIDADE DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE: FATOR QUE INFLUENCIA NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO DO PROFISSIONAL DA REDE

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¹ Formado em Administração pela Faculdade do Vale do Itapecuru - FAI 
QUALIDADE DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE: FATOR QUE 
INFLUENCIA NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO DO PROFISSIONAL DA REDE 
PÚBLICA DE SAÚDE. 
 
Edvaldo Tavares da Silva¹ 
 
RESUMO 
Desde muito tempo a qualidade da saúde pública no Brasil vem sendo questionada. Em um passado 
recente, a situação estava mais crítica devido a acontecimentos que acabaram por pegar o país 
desprevenido ocasionando mudanças significativas na forma de agir e no planejar de ações sociais, 
econômicas e na área da saúde. O tema desse estudo focaliza a qualidade de trabalho do 
profissional da saúde e decidiu-se delimitar para qualidade de trabalho desse profissional como fator 
que influencia na qualidade do atendimento na rede pública de saúde. A metodologia utilizada neste 
trabalho foi pesquisa bibliográfica através de consulta feita a vários autores, sites e artigos sobre o 
tema em questão nas bases de dados online MEDLINE, LILACS, PUBMED e em livros. O trabalho 
que se desenhou sobre essa temática, teve como objetivo analisar a visão de autores sobre a relação 
que pode existir entre qualidade da assistência e do trabalho dos profissionais de saúde no 
atendimento em hospitais públicos, e como ele pode ser encarado como fator que influencia na 
qualidade do atendimento do profissional da rede pública de saúde além de entender as dificuldades 
enfrentadas por eles. Compreendendo assim como a precariedade do sistema público de saúde afeta 
a qualidade do atendimento. 
 
Palavras-chave: Atendimento. Qualidade. Saúde. Avaliação em Saúde. Qualidade 
da Assistência à Saúde. 
 
Introdução 
Segundo Silva, Braga (2011) o hospital surgiu como instrumento terapêutico 
desde muito tempo, e teve sua origem no século XVIII e hoje se perpetua como um 
local onde as pessoas procuram intervenções para melhoria de sua saúde. Mas nem 
sempre foi assim. Segundo o autor acima supracitado, a priori a principal finalidade 
dos hospitais era prestar assistência espiritual, material e caridosa para os mais 
necessitados que na grande maioria das vezes estavam apenas esperando a morte. 
Então nessa perspectiva segundo Silva, Braga (2011) "os hospitais acabavam 
se tornando locais de morte e exclusão, pois abrigavam aqueles que poderiam trazer 
algum tipo de problema sanitário ou de salubridade aos indivíduos considerados 
como sadios". 
Nesse período, como afirma Filho (2008), os religiosos detinham “o poder da 
cura” e eram eles os responsáveis por cuidar desses locais que eram amplamente 
2 
 
denominadas de casas de misericórdia. Mas o que realmente incomodava ou 
tornava tal ambiente impróprio era o fato de que conforme afirma Filho (2008, p. 10): 
Em suas enfermarias misturavam-se pacientes de todos os tipos, sendo 
comum dois ou mais doentes dividirem o mesmo leito. É claro que tal 
‘tratamento’ somado a higiene dos hospitais, fazia com que houvesse 
infecções e consequentemente a morte (FILHO, 2008, p.10). 
 
Oguisso (2007) afirma também que: 
O cristianismo exerceu enorme influência na ação de cuidar, pois ao 
valorizar o cuidado com pobres e doentes, fez com que pessoas da 
nobreza, como reis e rainhas, se despojassem de seus bens para se 
dedicar à caridade ou transformassem seus palácios em abrigos ao menos 
favorecidos. ( OGUISSO, 2007, p. 12) 
Segundo Filho (2008) historicamente, as instituições de saúde vêm sendo 
amplamente difundidas e uma coisa deve ser levada em consideração é que o meio 
social, econômico e psicológico acaba que afetando tanto a qualidade da saúde 
como também a qualidade da assistência àqueles que procuram tal serviço. 
Cianciarullo (2003) também afirma que os progressos alcançados na 
medicina curativa e assistencial aliados ao desenvolvimento tecnológico acabaram 
que modificando a forma de atuação dos profissionais de saúde o que diretamente 
afeta a assistência prestada. 
Filho (2008) afirma que desde a proclamação da república, novos ideais 
surgiram com o “Ordem e Progresso”, ao passo que para se alcançar essa ordem e 
esse progresso era necessário contar com pessoas municiadas de educação e de 
saúde física e mental. Surgem então os primeiros traços de políticas de saúde do 
Brasil, diferentemente das ações anteriores (saúde no Brasil colônia) essas 
beneficiavam todas as classes sociais e efetivadas não somente em caso de surto 
epidêmico, e estendiam-se por todo tempo. 
A partir de então, como afirma Filho (2008), a população passou a ser vista 
como a força motora rumo à modernização e para tal seria necessário investimento 
em fatores como educação, alimentação, habitação, transporte e trabalho, ou seja, 
fatores sociais. E isso se confirma quando Filho (2008) diz que a ideia formada de 
como a população constituía capital humano foi importante e necessária, uma vez 
que: 
A incorporação dos novos conhecimentos clínicos e epidemiológicos às 
práticas de proteção de saúde coletiva levaram os governos republicanos, 
3 
 
pela primeira vez na história do país, a elaborar minuciosamente planos de 
combate às enfermidades que reduziam a vida produtiva “útil” da população 
(FILHO, 2008, p.14). 
Filho (2008) nos fala que tempos depois da proclamação da república a 
população continuava miserável e enfrentando várias doenças, principalmente o 
homem do campo que para uma economia baseada na agricultura e sem 
equipamentos modernos para dar suporte na produção, o trabalhador rural não 
poderia, doente, ser eficientemente utilizado nesse processo. 
Filho (2008, p. 21) ainda destaca que: 
Em 1918, o Brasil tinha uma população rural em torno de vinte 
milhões de pessoas; havia 17 milhões de enfraquecidos pelos 
parasitas intestinais, três milhões de vítimas da doença de Chagas, 
dez milhões de atacados de malária e ainda cinco milhões de 
tuberculosos. Mesmo considerando apenas esse pequeno conjunto 
de doenças, podemos concluir que as pessoas padeciam geralmente 
de mais de uma enfermidade. Juntando a esse quadro a subnutrição 
e o alcoolismo, conclui-se que o homem rural brasileiro era acima de 
tudo um personagem doente (FILHO, 2008, p.21). 
 
 A partir de então Filho (2008) diz que começa a surgir então os institutos com 
importantíssima contribuição para a saúde do país até hoje. Sua missão era acabar 
com o problema sanitário erradicando endemias e epidemias que assolavam a 
população. 
De acordo com Ibanez (2011, p.111) “enfim, o SUS, a mais ambiciosa e 
abrangente política pública de saúde já formulada no país, emerge completamente 
sitiado pela conformidade da relação Estado/Sociedade nesse momento histórico”. 
A verdade, segundo Ibanez (2011) é que à saúde pública nunca foi dada a 
atenção e a devida importância ao qual merece, uma vez que os recursos 
destinados a saúde não são suficientes e boa parte deste é desviado antes e depois 
de serem empregados. 
Como diz Filho (2008) que: 
O compromisso governamental com as necessidades básicas da 
população tem sido relegado sempre a segundo plano, perpetuando 
um círculo tristemente vicioso: desamparado e sem participação 
decisiva nas decisões do governo, o trabalhador recebe salários 
baixos e vive mal, adoecendo com facilidade (FILHO, 2008, p.15). 
 Vale ressaltar também o que Filho (2008) afirma que o foco das medidas 
preventivas de saúde nesse período, não eram as pessoas em si, mas sim, os 
4 
 
agentes determinantes para o crescimento e modernização da economia como: 
saneamento, estrutura dos portos e algumas empresas. O que de forma indireta 
acabava beneficiando a população. 
Cianciarullo (2003) afirma que as instalações das unidades públicas de saúde 
no Brasil são em sua grande maioria mal estruturadas em termos de recursos 
físicos, humanos e equipamentosnecessários para um diagnóstico rápido e preciso. 
E no que tange ao atendimento, há a falta de ambientes adequados para que o 
profissional possa dispensar um atendimento de qualidade com os recursos 
adequados e suficientes para que os procedimentos sejam executados dentro dos 
parâmetros ao qual são regidos. 
Nos vemos, portanto, de frente ao que Cianciarullo e Cornetta (2002) afirmam 
que: 
Pensar no trabalhador somente como uma máquina é esquecer acima de 
tudo de sua multidimensionalidade, incluída nesta a sua subjetividade. É 
necessário integrar as dimensões pessoais, profissionais e institucionais, 
assumindo a complementaridade destas. Afinal, como cuidar do cliente em 
sua integralidade se os sujeitos trabalhadores também não forem 
considerados em sua multidimensionalidade? (CIANCIARULLO, 
CORNETTA, 2002, p.217). 
Orlando (1978) diz que podemos observar e destacar em nosso meio que 
existem uma série de fatores que causam o processo chamado de “desumanização”. 
Neles podemos observar e dividi-los em fatores extrínsecos e intrínsecos. Os fatores 
extrínsecos estão relacionados e ligados ao meio, à formação, e a conexão do 
profissional que trabalha nessas instituições de saúde na sociedade. Já os fatores 
intrínsecos estão especificamente ligados à assistência e atenção à saúde e os 
efeitos colaterais da boa ou má qualidade da assistência. 
Em consequência disso torna-se verdade o que Cianciarullo (2003) diz que 
tais motivos fazem com que o atendimento da saúde pública seja tão criticado e 
insuficiente. Ainda segundo o autor supracitado faz-se necessário criar medidas 
estratégicas e pontuais em todas as instâncias governamentais para sanar ou 
minimizar essas deficiências propiciando ao profissional qualidade de trabalho, o 
que refletirá na qualidade de atendimento, gerando satisfação e qualidade de vida 
social a ambas as partes: profissional e cliente (paciente). 
5 
 
Cianciarullo e Cornetta (2002) afirmam que “são as condições de trabalho 
insatisfatórias e as relações de trabalho as apontadas pelos trabalhadores como 
limitantes ao alcance da qualidade de vida no trabalho” (CIANCIARULLO, 
CORNETTA, 2002, p. 214). 
Com base no que foi exposto, se formulou o seguinte questionamento: Como 
a valorização do profissional da saúde referente à compensação justa e adequada, 
condições de trabalho e segurança, influencia na qualidade do atendimento do 
profissional da saúde da rede pública? Uma das hipóteses possíveis correlaciona a 
qualidade de atendimento dos colaboradores da saúde e o ambiente de trabalho, 
assim como os recursos para que tal procedimento seja realizado hipótese objeto 
levantada neste estudo. A metodologia utilizada neste trabalho foi pesquisa 
bibliográfica através de consulta feita a vários autores, sites e artigos sobre o tema 
em questão nas bases de dados online MEDLINE, LILACS, PUBMED e em livros 
sobre a temática. 
Esta pesquisa objetiva analisar a visão de autores sobre a relação que pode 
existir entre qualidade da assistência e do trabalho dos profissionais de saúde no 
atendimento em hospitais públicos, e como ele pode ser encarado como fator que 
influencia na qualidade do atendimento do profissional da rede pública de saúde, 
além de entender as dificuldades enfrentadas por eles compreendendo assim como 
a precariedade do sistema público afeta a qualidade do atendimento. A relevância 
desta pesquisa está nas contribuições que poderão trazer aos governos, aos 
profissionais e pincipalmente à população assistida pelo Sistema Único de Saúde – 
SUS, e à própria comunidade acadêmica que poderá fazer dele uma proposta de 
mudança prática do novo modelo de atendimento que deve ser adotado: 
“atendimento humanizado”. 
Ao estudarmos a qualidade do atendimento do profissional da saúde em 
relação a sua qualidade de trabalho, levando-se em conta os diversos fatores 
relacionados ao tema em estudo, identificaremos os pontos negativos e os positivos, 
e poderemos observar as melhorias nas condições e no ambiente podendo estas 
serem viabilizadas, trazendo benefícios para os profissionais e para os assistidos. 
 
 
6 
 
Desenvolvimento 
Segundo Santos (2008) não é de hoje que a qualidade da saúde pública no 
Brasil vem sendo questionada. Muitas situações epidêmicas demonstram a 
fragilidade do sistema de saúde e que pegam o país desprevenido e por 
consequência acaba que gerando grandes problemas; são mudanças políticas e 
econômicas que acabam afetando de forma direta os serviços públicos e a 
sociedade como um todo. 
Santos (2008) afirma que as instalações das unidades públicas de saúde no 
Brasil são em sua grande maioria mal estruturadas em termos de recursos físicos, 
humanos, equipamentos necessários para um diagnóstico rápido e preciso. E tanto 
no que tange ao atendimento, quanto na falta de ambientes adequados o 
profissional só poderá dispensar um atendimento de qualidade com os recursos 
adequados e suficientes ao seu alcance, para que os procedimentos sejam 
executados dentro dos parâmetros ao qual são regidos. 
Cianciarullo e Cornetta (2002) afirmam que “as condições de trabalho estão 
sendo deterioradas em função do sucateamento do setor público de saúde, 
refletindo-se também na qualidade de vida no trabalho do pessoal da enfermagem” 
(CIANCIARULLO, CORNETTA 2002, p. 214). 
Carraro (2001) diz que são por estes e outros motivos, que o atendimento da 
saúde pública é tão criticado e insuficiente, é necessário criar medidas estratégicas 
e pontuais em todos os níveis governamentais para sanar ou minimizar essas 
deficiências, propiciando aos profissionais uma qualidade de trabalho, o que se 
refletirá na qualidade de atendimento, gerando satisfação e qualidade de vida social. 
Ainda segundo Carraro (2001) sem dúvida a qualidade de vida no trabalho 
proporcionará descobertas que contribuirão no auxílio da organização de lidar com 
seus trabalhadores de forma adequada. Esse conceito, que engloba as relações de 
trabalho, vem se tornando foco de estudos, analise, discussões e pesquisas. 
Conforme cita Carraro (2001, p. 148): 
A qualidade de vida no trabalho pode ser definida pela busca do 
equilíbrio psíquico, físico e social onde são respeitadas as 
necessidades e limitações do ser humano resultando num 
crescimento pessoal e profissional, sem traumas que possam afetar 
atitudes pessoais e comportamentais relevantes para a produtividade 
7 
 
pessoal e grupal, tais como: motivação para o trabalho, 
adaptabilidade a mudanças, criatividade e vontade de inovar 
(CARRARO, 2001.p.148). 
Segundo Cianciarullo e Cornetta (2002) a qualidade de vida no trabalho 
envolve duas posições distintas. O problema é que atualmente a maioria das 
instituições, quer sejam elas de saúde ou não, não se preocupam em dar qualidade 
de vida e de trabalho para seus funcionários e com isso os empregados não têm 
motivação para fazer um bom trabalho ou até mesmo ficam impossibilitados de fazê-
lo por conta da escassez de recursos e materiais. E isso fica evidente quando 
falamos nas instituições de saúde de ordem pública no Brasil. A solução para isso é 
fazer com que o poder público, no caso das instituições de saúde de ordem pública, 
possa fazer com que elas tenham mais recursos disponíveis e disponibilizem aos 
seus funcionários uma promoção de qualidade de vida no trabalho para que possa 
ter produtividade e desempenho para suas tarefas, o que vai gerar, sem dúvida, uma 
melhora na assistência para todos que procurarem tais serviços. 
Como Ciancirullo e Cornetta (2002) afirmam que: 
Com base nestas reflexões, vislumbramos a importância de se investir na 
qualidade de vida do trabalhador, visando à qualidade da assistência, mas 
acima de tudo, comoum direito a ser preservado. Como querer exigir de um 
profissional uma assistência de qualidade quando não se dá a este, 
qualidade de vida e condições adequadas para realizar seu trabalho? Neste 
sentido, a forma como o trabalho está organizado tem relação direta com a 
qualidade de assistência e a qualidade de vida do trabalhador 
(CIANCIARULLO, CORNETTA, 2002, p.215) 
Malagutti e Bonfim (2011) afirmam que o hospital, de maneira geral, é 
reconhecido como um ambiente insalubre, penoso e perigoso para os que ali 
trabalham. William e Isabel (2011) dizem que a hospitalização é responsável pelo 
afastamento do paciente de seu cotidiano para um ambiente com rotinas e normas 
rígidas e isso pode e vai refletir negativamente levando essas pessoas a 
experimentarem sentimentos como o medo, insegurança, insatisfação e carência. 
Cianciarullo (2003) nos mostra ainda que: 
Entendemos que o hospital pode ser apontado como local privilegiado para 
o adoecimento. Além dos riscos de acidentes e doenças de ordem física 
aos quais os trabalhadores e pacientes estão expostos, destacamos que o 
sofrimento psíquico é também bastante comum e parece estar em 
crescimento, diante da alta pressão social e psicológica a que estão 
submetidos àqueles trabalhadores, tanto na esfera do trabalho quanto fora 
dela. As difíceis condições de trabalho e de vida podem estar relacionadas 
com a ocorrência de transtornos mentais como a ansiedade e a depressão, 
8 
 
frequentes entre esses trabalhadores e isso ocasiona sem dúvida um déficit 
no atendimento à clientela que procura tais serviços (CIANCIARULLO, 
2003, p. 32). 
Nessa ótica segundo Silva (2007) é possível estabelecer uma relação entre 
qualidade da assistência e do trabalho dos profissionais de saúde no atendimento 
em hospitais públicos e como ele pode ser encarado como fator que influencia na 
qualidade do atendimento do profissional da rede pública de saúde além de 
entender as dificuldades enfrentadas por eles compreendendo assim como a 
precariedade do sistema público de saúde afeta a qualidade do atendimento. 
No que se refere à saúde, a Constituição Brasileira prevê no artigo 198 que: 
“as ações e serviços públicos de saúde devem integrar uma rede regionalizada e 
hierarquizada constituindo um sistema único”, o que originou o SUS- Sistema 
Unificado de Saúde. Nesse sistema a representação popular é garantida pela sua 
participação, enquanto membros eleitos, nos conselhos municipal, estadual e 
nacional de saúde, com papel deliberativo em todas as ações realizadas nestas 
diferentes instâncias inclusive o papel de avaliação da prestação de serviços 
(CIANCIARULLO, 2003). 
Partindo desse pressuposto entendemos que como afirma Cianciarullo (2003, 
p. 113): 
A qualidade da assistência à saúde prestada pelas unidades, nos três 
níveis de poder, é diretamente avaliada pela população atendida 
através de seus representantes nos conselhos de saúde [...] 
Entretanto deve se considerar que nos processos sociais e políticos, 
em maior ou menor grau, podem sim modificar o processo tanto pra 
quem trabalha como pra quem recebe o tratamento em tais 
instituições, o que acaba que interferindo diretamente e compromete 
a qualidade da assistência prestada (CIANCIARULLO, 2003.p.113). 
 
Portanto, ainda de acordo com o autor supracitado, ao estudarmos a 
qualidade do atendimento do profissional da saúde em relação a sua qualidade de 
trabalho, levando-se em conta os diversos fatores relacionados ao tema em estudo, 
identificaremos os pontos negativos e os positivos, e melhorias nas condições e no 
ambiente podem estar sendo viabilizadas, trazendo benefícios para os profissionais 
e para os assistidos. 
Segundo Maximiano (2007) podemos dividir o ambiente de trabalho em duas 
partes distintas: a física (instalações, móveis, decoração etc.) e a social (as pessoas 
9 
 
que o habitam) e ambas as partes estão diretamente relacionadas à qualidade do 
trabalho que é oferecido por aqueles que estão inseridos nessas instituições, 
principalmente as de saúde. 
Maximiano (2007, p.36) adverte: 
Pois não pode exigir resultados de uma equipe se esta não tiver um 
mínimo de comodidade e de condições para realizar suas 
necessidades básicas. Mas se acredita que quanto melhor e mais 
bem atendidas estas necessidades tanto melhor será o desempenho 
de uma equipe (MAXIMIANO, 2007. p. 36). 
 
Segundo Fernandes (2006) as condições de trabalho influem diretamente no 
conforto que é oferecido aos que procuram serem atendidos por qualquer serviço 
assim como influem também no conforto social. 
Como diz Fernandes (2006) que: 
Evidentemente podemos entender que se tais elementos como 
(instalações, móveis, materiais de uso contínuo, etc.) forem precários, 
ninguém trabalhará com moral elevado. Conforme a natureza do 
trabalho exigir-se-á uma luminosidade, uma temperatura, um grau de 
umidade diferente, o que também deverá estar de acordo com a 
região onde se trabalha e a época do ano e isso influenciará 
diretamente na qualidade do trabalho e assistência oferecida” 
(FERNANDES, 2006.p. 7). 
Verificamos, segundo tal perspectiva, que é possível medir as condições 
prevalecentes no ambiente de trabalho. E entre os aspectos relacionados a esse 
eixo estão: a jornada e carga de trabalho, materiais e equipamentos disponibilizados 
para a execução das tarefas e ambiente saudável (preservação da saúde do 
trabalhador). Ou seja, tais instrumentos servem para analisar e avaliar as condições 
reais oferecidas ao empregado para a consecução das suas tarefas (MAXIMIANO, 
2007). 
Para Chiavenato (2004) um bom lugar para se trabalhar possibilita, entre 
outras coisas, que as pessoas tenham, além do trabalho, outros compromissos em 
suas vidas, como a família, os amigos e os hobbies pessoais. Além disso, possibilita 
condições mínimas de trabalho e materiais para tal. Para o autor, da perspectiva de 
um empregado isto é uma questão fundamental para a eficácia e eficiência de seu 
trabalho. Chiavenato (2004) reforça também que não é justo que um local de 
trabalho seja a única coisa na vida das pessoas, aliás, como temos visto atualmente 
na esmagadora maioria dos casos. Um contexto com essa característica, segundo 
ele, não permite que as pessoas se desenvolvam ou se tornem mais completamente 
10 
 
humanas o que torna a assistência com qualidade e adequada muito mais difícil de 
ser vivenciada e presenciada. 
Ao seguirmos essa linha de raciocínio no que diz respeito à qualidade do 
atendimento do profissional da saúde em relação a sua qualidade de trabalho, 
levando-se em conta os diversos fatores relacionados, teremos a possibilidade de 
identificar quais fatores podem ser colocados como pontos negativos e positivos, 
tornando possível a melhoria das condições e no ambiente podendo estas serem 
viabilizadas e consequentemente trazerem benefícios para os profissionais e para os 
que são por eles atendidos (SILVA, 2007). 
Metodologia 
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, de natureza crítica reflexiva 
sobre os modelos de atenção à saúde e a relação da qualidade de trabalho do 
profissional da saúde como fator que influencia na qualidade do atendimento do 
profissional da rede pública de saúde. Esse tipo de estudo possibilita a apreciação 
de um tema, ao tempo que aponta conclusões inovadoras. 
Para que haja uma aproximação do objeto de estudo propôs se realizar uma 
pesquisa bibliográfica sobre o tema abordado, tendo como objetivos e ênfase tratar-
se de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa do tipo exploratório e 
documental de revisão tendo êxito tão somente quando a pesquisa seguir as etapas 
adequadamente tais como identificação do tema e seleção da questão da pesquisa; 
estabelecimentode critérios de inclusão e exclusão; identificação dos estudos pré-
selecionados; análise e interpretação dos resultados (REA, PARKER,2002). 
Foi realizada pesquisa bibliográfica sobre a temática da qualidade da 
assistência relacionada com a temática: Qualidade de trabalho do profissional da 
saúde: fator que influencia na qualidade do atendimento do profissional da rede 
pública de saúde. Tais pesquisas foram realizadas nas bases de dados online como 
MEDLINE, LILACS, PUBMED e SciELO, tendo como palavras-chave: atendimento, 
qualidade, saúde, avaliação em saúde, qualidade da assistência à saúde; e foi 
realizada a busca em livros sobre a temática em questão. Foram selecionados e 
revisados artigos de maior relevância correspondente ao período dos anos entre 
2013 a 2016, de acordo coma relevância para o presente estudo. 
11 
 
Os critérios de inclusão e exclusão: foram incluídos na pesquisa os artigos 
científicos publicados na integra, monografias, revisões de literaturas compreendidas 
entre os anos de 2013 a 2016 que condizem com a temática proposta nas bancas 
de fonte online de publicação. Como critérios de exclusão, foram excluídos aqueles 
artigos não publicados por completo e/ou que não abordaram a temática descrita, 
que estejam em outra língua e que estiveram fora do intervalo de tempo descrito. 
Para quantificar os dados coletados eles serão analisados e interpretados 
avaliando-se a distribuição quanto ao delineamento do estudo, tipo de abordagem e 
o objetivo do estudo da publicação. 
As etapas definidas para este projeto buscaram na metodologia de 
abordagem qualitativas as técnicas de análise documental através de artigos 
científicos, observação direta para a coleta de dados em conformidade com os 
objetivos específicos da pesquisa. 
Resultados e Discussão 
Este estudo confirmou, em tese, o que demostra na prática as pessoas 
envolvidas no processo de atendimento em órgãos públicos de saúde e que há uma 
harmonia de pensamentos com os resultados encontrados na literatura. Entende –se 
que todos os autores apontaram que a qualidade do ambiente dos trabalhadores de 
saúde influencia na qualidade da assistência e acaba que revelando que tal força de 
trabalho vem sendo consumida por problemas de saúde de caráter físico e psíquico, 
por conta do estresse do trabalho, destacando-se as lesões por esforços repetitivos, 
a depressão, a angústia, o estresse, dentre outras. Assim as condições inadequadas 
de trabalho são também determinantes na qualidade do atendimento prestado pelo 
pessoal envolvido na saúde e em qualquer outra instituição. 
No estudo realizado, pode-se perceber que as características do cotidiano 
dos profissionais de saúde em hospitais públicos são causadoras de sofrimento 
físico e psíquico. Ou seja, em relação às condições de trabalho, processos materiais 
e subjetivos, os autores relataram que um ambiente desgastante com disputas 
internas, não envolvimento da equipe, e grande preocupação da sobrecarga de 
trabalho, a quantidade de pacientes atendidos e a pouca disponibilidade de leitos faz 
com que haja o déficit de atendimento e precariedade no que diz respeito à 
qualidade do mesmo. 
12 
 
Conclusão 
Desde muitos anos há-se a necessidade de reflexão sobre as práticas 
públicas voltadas à saúde e principalmente àqueles que oferecem seus serviços 
nesses estabelecimentos de ordem pública. Percebe-se que os profissionais de 
enfermagem/médicos e demais especialistas que atuam em hospitais, estão 
expostos a condições de trabalho precárias que, aliadas às suas condições de vida, 
potencializam as possibilidades de precariedade no que diz respeito ao atendimento. 
Segundo a OMS saúde só é possível a partir da harmoniosa relação entre aspectos 
físicos, psíquicos, sociais e emocionais; tais fatores detêm a possibilidade real de 
oferecer aos que trabalham sobre condições viáveis o alcance positivo no produto 
final de seu trabalho. 
Mas, o que foi possível verificar é que as mínimas condições adequadas de 
trabalho não são consideradas aspectos evidentes nos ambientes hospitalares, o 
que torna a vivência dos profissionais de saúde com produto final (atendimento) 
inevitavelmente precário. 
O trabalho daqueles que fazem parte do ambiente hospitalar é intenso, 
desgastante e realizado em detrimento aos recursos que são disponibilizados. É 
preciso pensar em restaurar o direito à dignidade de trabalho uma vez que a saúde 
física, psíquica, social, econômica dos profissionais é uma necessidade e tal 
processo pode se iniciar pela humanização do cuidado com o profissional e em 
consequência tal humanização refletirá no atendimento aos clientes que procurarão 
o serviço. 
Um bom lugar para se trabalhar possibilita, entre outras coisas, a capacidade 
de permitir que as pessoas desenvolvam ou se tornem mais completamente 
humanas e isso resultará no melhor atendimento nos setores públicos de saúde. 
 
 
 
 
 
13 
 
REFERÊNCIAS 
CARRARO, Westphalen. Metodologias para Assistência de Enfermagem. 
Revinter, São Paulo, 2001. 
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 2ª edição. Editora Elsevier – 
Campus. 2004 
CIANCIARULLO, Tamara Iwanow. Instrumentos Básicos do Cuidar: um desafio 
para a qualidade da assistência. São Paulo, Ed. Atheneu, 2003. 
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