Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR UNIVERSIDADE PAULISTA Edilelson Batista de Sena RA: 0587333 UPA ZONA NORTE DE MACAPÁ Macapá- AP 2021 CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR UNIVERSIDADE PAULISTA Edilelson Batista de Sena RA: 0587333 UPA ZONA NORTE DE MACAPÁ Projeto Integrado Multidisciplinar VIII para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Hospitalar, apresentado a Universidade Paulista– UNIP Orientador (a): Prof.ª Me. Ivete Rolim Daniel. Macapá- AP 2021 RESUMO A Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte de Macapá é constituído em um processo de caráter determinados e participativo, com uma dimensão técnica e política, compreende um conjunto de "ações" desenvolvidas com o objetivo de permitir a estruturação física e o desenvolvimento dos trabalhadores, através de uma alocação adequada dos recursos necessários para a prestação da assistência à saúde da comunidade. O Proposito deste trabalho acadêmico é a realização de um diagnostico na instituição municipal (Pessoa Jurídica), a identificação de práticas executadas na organização estabelecendo relações com as disciplinas praticadas no curso de Gestão Hospitalar, com base nas matérias Planejamento e estratégico em Saúde, Saúde Pública, Higiene, Segurança e Qualidade de vida no Trabalho, pois, objetiva-se compreender a satisfação dos usuários com acesso e acolhimento, direitos e deveres destes, fazendo uso das ferramentas disponibilizadas pela UNIP, para apresentação de técnicas que favoreçam excelência na tomada de decisão. Palavras chave: Hospitalar, UPA, Macapá. ABSTRACT The Emergency Care Unit of the North Zone of Macapá is constituted in a process of determined and participatory character, with a technical and political dimension, comprising a set of "actions" developed with the objective of allowing the physical structuring and development of workers, through an adequate allocation of necessary resources for the provision of community health care. The purpose of this academic work is to carry out a diagnosis in the municipal institution (Legal Person), the identification of practices carried out in the organization, establishing relationships with the disciplines practiced in the Hospital Management course, based on Planning and strategic matters in Health, Public Health , Hygiene, Safety and Quality of Life at Work, as the objective is to understand the satisfaction of users with access and reception, their rights and duties, using the tools provided by UNIP, to present techniques that favor excellence in decision-making. Keywords: Hospital, UPA, Macapá SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO................................................................................................06 2. PLANEJAMENTO ESTRATEGICO EM SAÚDE..........................................08 2.1 TIPOS DE PLANEJAMENTO......................................................................09 2.2 FASES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO..........................................11 3. SAÚDE PÚBLICA.........................................................................................13 3.1 O PROCESSO SAÚDE‑DOENÇA NA HISTÓRIA......................................14 3.2 SAÚDE–DOENÇA COMO REFLEXO DO PROCESSO DE VIDA.............15 4. HIGIENE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO..........18 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................19 6. REFERÊNCIAS.............................................................................................20 1. INTRODUÇÃO Neste Projeto Integrado Multidisciplinar-PIM VIII, referente ao 3º semestre de 2021, do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar, apresento um diagnóstico da Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte de Macapá, identificando suas práticas de gestão baseadas nas disciplinas de Planejamento e estratégico em Saúde, Saúde Pública, Higiene, Segurança e Qualidade de vida no Trabalho. Através de pesquisa e coleta de dados realizados em visita presencial na empresa, conhecendo os setores, as informações foram colhidas com o responsável técnico e funcionários da instituição. A Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte de Macapá é a porta de entrada dos atendimentos na comunidade que atua 24 horas, estruturada por decreto pelo chefe do executivo Estadual para atender pacientes de urgência e emergência de complexidade média, Exames laboratoriais, Exames radiológicos e Medicação. . Após a consulta, o paciente é direcionado para coleta de material e realização dos exames e depois passa pela farmácia para receber os remédios receitados. A coleta para exames é enviada ao Laboratório Central do Estado (Lacen/AP) e os resultados saem em entre 10 a 20 dias, se não houver imprevistos. O atendimento inicial na Unidade Estadual permite que os pacientes com sintomas claros possam ser identificados pelas equipes médicas e o protocolo de medicação possa ser iniciado sem perda de tempo e sem colocar em risco a vida da população. Ao todo, cerca de 150 pessoas são atendidas todos os dias, neste ano de 2021 a unidade já seu ao seu ápice ultrapassando os 330 pacientes. Esse protocolo é adotado para todos os pacientes que estão com suspeita ou já estão com o diagnóstico confirmado de covid-19 ou outra situação que necessite de atendimento. Atualmente a Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte de Macapá conta com uma equipe de profissionais por turno, dentre os Servidores estão: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, Biomédicos, Psicólogos, Farmacêuticos, Assistente Social, Técnicos em Enfermagem, Técnicos em Laboratório, Condutores de veículo de emergência, assistentes administrativos e serviços gerais. 2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM SAÚDE O planejamento estratégico é um pensamento sistêmico que ajuda na hora de definir e alcançar objetivos. Na área da saúde, ele ajuda a identificar problemas e mensurar indicadores. Além disso, orienta em relação à tomada de decisões, impedindo que os gestores tomem resoluções equivocadas e acabem investindo em ações que não darão retorno no futuro. A tecnologia pode ser uma grande aliada no planejamento estratégico, atuando na identificação do problema cruzando informações e levantando dados mais confiáveis na mensuração dos indicadores e até mesmo ajudando a implementar a solução. O planejamento estratégico é, portanto, uma forma de organizar as ações de uma empresa, grande ou pequena, para que as coisas funcionem da maneira que foi arquitetada. Não existe uma única forma de fazer isso. As empresas, sejam elas do mesmo tipo, por exemplo, duas padarias, ou muito diferentes entre si, como uma empresa de petróleo e uma de aviação, precisam decidir sobre questões tão diferentes que acabam por desenvolver planejamentos muito diferentes. (MORAES, 2020). Segundo Igor Ansoff, somente um número reduzido de empresas utiliza o verdadeiro planejamento estratégico. A grande maioria das organizações continua empregando as antiquadas técnicas do planejamento a longo prazo, que se baseiam em extrapolação das situações passadas. A metodologia do planejamento a longo prazo foi desenvolvida nos Estados Unidos na década de 50, com profunda influência da tecnologia de planejamento dos países com economia planejada a longo prazo. Em consequência disso, na opinião de Marvin Bower, os planos a longo prazo tornaram-se projeções de lucro (para dez anos ou mais) sem muita utilidade, representados por uma enorme quantidade de papel e uma limitada quantidadede pensamento estratégico. Tais planos não permitem antever a realidade ambiental futura (ALDAY, 2000, p. 10). Nas instituições estatais, por exemplo, em que os orçamentos são quase em sua totalidade dirigidos para os custos da folha de pagamento, o líder simplesmente extrapola os custos do ano vigente para o ano seguinte, com correções para ajustes de salários e fatores relacionados ao custo de vida. Todos eles compõem seus orçamentos corretamente, com mínimas mudanças, e o processo passa de um ano para outro. Esse tipo de atividade com base no orçamento ilude as pessoas, levando-as a pensar que estão planejando, mas de fato frequentemente há muito pouco ou nenhum planejamento (ALBRECHT, 1994). O planejamento estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela organização, visando maior grau de interação com o ambiente. A direção engloba os seguintes itens: âmbito de atuação, macropolíticas, políticas funcionais, filosofia de atuação, macroestratégia, estratégias funcionais, macro objetivos, objetivos funcionais (KOTLER,1975). Alguns autores, como Oliveira (2002, p. 35), sugerem que o planejamento pode ser conceituado como um processo, considerando os aspectos abordados, desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa. Neste caso, Oliveira acredita que é necessário para uma empresa ser ao mesmo tempo eficiente, eficaz e efetiva, mas que é muito difícil ser as três coisas ao mesmo tempo, pois, apesar de terem qualidade parecidas, são diferentes. Propõe que podemos construir o planejamento a partir dos seguintes pontos de vista: • assunto: pode ser pesquisa, marketing, finanças, produção, recursos humanos, novos produtos/ serviços etc.; • tempo: pode ser de curto, médio ou longo prazo; • elementos: podem ser os objetivos, políticas, programas, orçamentos, propósitos etc.; • características: podem ser simples ou complexas, confidenciais ou públicas, formais ou informais, econômicas ou caras etc.; • unidades organizacionais: podem ser de produtos, de departamentos, de divisões, de grupos etc. 2.1 TIPOS DE PLANEJAMENTO Segundo Goeckler e Sathler (2012, p. 8), mesmo antes de a estratégia se tornar disciplina acadêmica, há algumas contribuições para o planejamento estratégico nas teorias da administração. Fayol (1916), como fundador da teoria clássica, de certa forma considerou em suas funções administrativas o ato de “prever”. Segundo ele, a previsão avalia o futuro e o aprovisionamento dos recursos em função dele. Mas isso se demonstra mais relacionado ao conceito de “planejar” e não, necessariamente, ao de formular estratégias. Enfim, Fayol considera o planejamento como a primeira e mais importante atividade do administrador. Chester Barnard (1938), um dos pensadores da escola das relações humanas ou escola behaviorista, focalizou o comportamento gerencial e trata, em The Functions of the Executive (As funções do executivo, de 1938) e The Nature of Leadership (A natureza da liderança, de 1940), do papel do executivo como um líder, o qual deve desenhar os fluxos de comunicação, bem como construir em uma organização uma comunidade de propósitos (Community of purpose). 2.2 FASES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Se o planejamento for aberto, cada departamento vai se sentir no direito de executá-lo conforme sua interpretação. Se for fechado, mesmo assim os altos executivos devem poder modificá-lo quando precisam adaptar a ideia ao mercado. Isso porque o mercado está sempre em constante mudança e a empresa precisa se adaptar ao ambiente. (MORAES, 2020). Segundo Gracioso (2001, p. 63), “o executivo da organização deve ter as condições básicas para fazer as adaptações necessárias ao desenvolvimento do processo de acordo com quaisquer das possibilidades apresentadas. Geralmente, começamos com um diagnóstico estratégico de qual o estado da empresa no momento em que começamos a pesquisar. Se não conhecemos o estado da empresa com detalhes, fica difícil determinar quais os objetivos que a empresa pode cumprir e quais os objetivos que a empresa tem dificuldade de cumprir. (MORAES, 2020). Uma vez conhecida a empresa, é possível adotar objetivos que demonstrem claramente um avanço no mercado. Conforme Kotler (1998, p. 185), “é mais fácil e lógico estabelecer os objetivos da organização (aonde se quer ir) conhecendo e analisando primeiro a própria situação (como se está)”. Assim, antes de fazermos suposições e criarmos expectativas, precisamos conhecer a situação da empresa em todos os seus detalhes. (MORAES, 2020). Então, apresento aqui os passos para se criar a receita ideal de planejamento para uma empresa: Etapa 1 – Realizar um detalhado diagnóstico estratégico. Etapa 2 – Elaborar a visão da empresa. Etapa 3 – Estabelecer as regras de ação e as metas quantitativas. Etapa 4 – Criar os mecanismos de controle e avaliação Nessa primeira etapa, você precisa saber que a empresa está, de fato, realizando um completo e detalhado diagnóstico estratégico. É o momento de identificar todos os problemas e todas as coisas que são feitas de qualquer jeito ou até mesmo de forma errada. Muitas vezes, essa etapa também é chamada de auditoria de posição, e as grandes empresas preferem contratar auditorias externas para realizar esse trabalho de investigação. (MORAES, 2020). De acordo com Oliveira (2002, p 71): [...] o ambiente direto representa o conjunto de fatores através dos quais a empresa tem condições não só de identificar, mas também de avaliar e medir o grau de influência recebido, e o ambiente indireto representa que a empresa identificou os fatores, mas não tem condições, momentaneamente, de avaliar e medir o grau de influência. 3. SAÚDE PÚBLICA Antes de começarmos a discorrer sobre os diversos aspectos que compõem a saúde pública, é de extrema importância que entendamos o que de fato vem a ser isso e quais são as principais aplicações desse conceito. Segundo o Portal da Educação (2014), a preocupação com a saúde da sociedade é algo antigo e acompanha a humanidade desde os tempos remotos, portanto, existe uma necessidade em criar conceitos que embasem os termos que se referem à saúde da sociedade de uma forma geral; dessa forma, nascem dois grandes conceitos, que muitas vezes são confundidos ou até mesmo utilizados de forma errônea, sobretudo pelos leigos, que são os de saúde pública e de saúde coletiva. (MORAES, 2020). Para muitos, não existem diferenças entre os termos supracitados, mas é notório que saúde pública se refere a um conjunto de atividades que tenham como objetivo minimizar ou prevenir doenças na população, ou seja, são as ações que fazem com que a população não tenha a sua saúde em risco. Além disso, nesse contexto estão incluídas as ações do governo, em todas as esferas (federal, estadual e/ou municipal), para assegurar os serviços que irão compor a saúde pública, bem como as políticas de saúde voltadas para o planejamento dessas ações de promoção, prevenção, educação e tratamento da população. (MORAES, 2020). Já o termo saúde coletivo refere-se a um movimento sanitário, de caráter social, que se iniciou no SUS do Brasil. Por ser tratar de um movimento, houve integração das Ciências Sociais e Políticas, envolvendo o planejamento de ações em saúde pública; por isso, muitas vezes os dois termos são confundidos, porque a saúde coletiva, na grande realidade, instrumentaliza as ações e serviços que compõem a saúde pública, tornando-os reais, possíveis e alcançáveis para a população. Além disso, a saúde coletiva leva em consideração os aspectos sociais, econômicos e ambientais que determinarão o aparecimento de doenças e até epidemias nas diversas regiões do país, inclusive consegue, por meiode correlações entre essas variáveis (questões socioeconômicas e dados epidemiológicos), fazer previsões e planejar ações de políticas públicas para prevenir diversos males e doenças. (MORAES, 2020). Pode-se então dizer que saúde pública é “a arte e a ciência de prevenir a doença e a incapacidade, prolongar a vida e promover a saúde física e mental mediante os esforços organizados da comunidade” (TERRIDE, 1998, p. 185). Com base nessas informações, temos que ter em mente que a relação entre saúde e doença não é apenas uma relação de bom ou mau funcionamento do corpo, mas sim uma interação muito mais complexa e ampla do homem com os aspectos físicos, sociais e até ambientais que o cercam; além disso, considera-se a forma de relacionamento desse homem com os outros indivíduos, estabelecendo relações de trabalho, pessoais, de convívio social, entre outras. (MORAES, 2020). A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em sua plenitude; na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na qual os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar doenças. Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal constatação nos remete à reflexão de que o processo saúde-doença- adoecimento ocorre de maneira desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do local que os seres ocupam na sociedade (VIANNA, 2011, p. 77). Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal constatação nos remete à reflexão de o processo saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do local que os seres ocupam na sociedade (BRÊTAS; GAMBA, 2006). 3.1 O PROCESSO SAÚDE‑DOENÇA NA HISTÓRIA As várias fases de desenvolvimento da humanidade recaem e dependem das diversas maneiras que o homem se relaciona com a natureza, justamente para que possa usufruir dela conforme as suas necessidades, e também da forma como interage com os outros homens, conforme já mencionamos. Com isso, a sociedade organiza-se baseada nessas relações, que então acabam determinando as condições de vida e o contexto em que esses homens estão inseridos. Consequentemente, os tipos de doenças que esses homens estão sujeitos também dependem dessas relações, por isso o contexto social, geográfico e econômico é tão condicionante e determinantes. (MORAES, 2020). Sendo assim, o que se pôde observar ao longo da história da humanidade é que as doenças que lhe afetam, de forma geral, não são as mesmas no decorrer dos tempos, portanto, são características e ocorrem dependendo do tempo em questão. (MORAES, 2020). Analisando tal contexto, percebe-se que a História pode ser dividida em períodos. Dessa forma, destacamos três grandes períodos identificados na humanidade: o nômade, o agropecuário e o industrial. No período nômade, que durou cerca de 10 mil anos, as pessoas viviam da caça, da pesca e da coleta de raízes e frutos. A divisão do trabalho era baseada na distribuição de tarefas por sexo e idade, e a caça era uma atribuição exclusiva dos homens, enquanto a coleta dos alimentos era feita pelas mulheres e as crianças. (MORAES, 2020). Com o passar dos anos, o homem nômade foi fixando-se e também demarcando a terra onde vivia, iniciando-se então um processo de criação de animais (aves, porcos, ovelhas, entre outros) e agricultura. Com o estabelecimento desse novo cenário, o homem passa a assumir uma nova posição em relação à vida, portanto, a distribuição do trabalho passou a ser determinada pelas relações de parentesco entre os indivíduos e grupos; o aumento na produção de alimentos provocou um crescimento populacional, o que impulsionou o estoque de mercadorias. (MORAES, 2020). Por conta dessa produção excedente, o homem pôde dedicar-se às outras práticas de trabalho, e nesse momento aparecem os artesãos, que se dedicavam às intervenções e confeccionavam utensílios para facilitar o processo agrícola da época. Os homens desse passado remoto viviam como muitas tribos indígenas atuais, sem contato com outras civilizações, e a terra e a produção eram coletivas. (MORAES, 2020). 3.2 SAÚDE–DOENÇA COMO REFLEXO DO PROCESSO DE VIDA Pode-se dizer que as condições de saúde estão diretamente relacionadas com a forma como o homem produz e se relaciona com os meios de vida por meio do trabalho. Além disso, percebe-se que isso também está estreitamente atrelado ao modo como esse mesmo homem satisfaz às suas necessidades por meio do consumo. (MORAES, 2020). Com isso, sabe-se que a saúde de uma população, de uma forma geral, dependerá da qualidade e do acesso ao consumo de certos bens e serviços de subsistência, que são: moradia, alimentação, educação e assistência à saúde. A intenção é abordar cada um desses fatores e evidenciar o quanto são importantes e determinantes nos aspectos de saúde da população. (MORAES, 2020). Moradia: A moradia do homem, deve-se considerar que as características geográficas e climáticas de uma região podem influenciar no quadro de doenças da população, já que criam condições diferenciadas para o aparecimento de agentes transmissores de doenças, por exemplo, insetos; tanto as cidades grandes como as menores constituem importantes locais de proliferação de doenças, principalmente se não tiverem infraestrutura que permita o desenvolvimento social e econômico das populações que ali vivem. (MORAES, 2020). Alimentação: Sem dúvida, a alimentação é outro fator relevante que contribui para o processo saúde-doença das pessoas. Um organismo debilitado fica muito menos resistente aos agentes patógenos invasores, o que permite inclusive que a doença se prolifere de uma forma mais rápida, intensa e avassaladora. Um bom exemplo disso é o quanto o sarampo e a diarreia podem ser ofensivos em crianças subnutridas ou desnutridas, ao passo que em organismos nutridos as mesmas enfermidades não representam perigo algum. (MORAES, 2020). Educação: A baixa escolaridade também exerce um papel na disseminação das doenças. Situações como má higiene ou higiene inadequada, imunizações deficientes ou não praticadas, má alimentação ou padrão alimentar errôneo são justamente situações em que o desconhecimento do indivíduo e da família vão interferir no aparecimento de doenças. Sabe-se também como é difícil mensurar se os problemas de saúde gerados têm origem no desconhecimento ou se ocorrem devido às condições precárias, que envolvem as questões sociais, econômicas e culturais das famílias. (MORAES, 2020). Mesmo com a melhoria nos indicadores de analfabetismo e de escolaridade no Brasil, os níveis de educação ainda são precários. Muitas pessoas que possuem um grau de instrução mais elevado são negligentes com questões de saúde e de alimentação, e isso ocorre devido a maus hábitos na comunidade e questões de cultura que colaboram, por exemplo, para que esses indivíduos sejam descuidados com o corpo, com a alimentação e com a saúde. (MORAES, 2020). Dessa forma, pode-se concluir que países que investiram numa educação de base, democratizando o acesso a um ensino qualificado e melhorando os níveis de cultura e aprendizagem, possuem menor incidência, ou seja, menor número de casos novos de doenças que decorrem dessas questões educacionais. Isso tambémdiminuiu os custos com os serviços de saúde pública, haja vista o menor índice de pessoas doentes. (MORAES, 2020). Assistência à saúde: O conceito de assistência à saúde está relacionado a qualquer ação ou medida de controle que objetive melhorar a qualidade de vida do indivíduo e das populações. Conforme relatamos, a preocupação com a saúde pública teve início quando os aglomerados urbanos propiciavam a propagação de muitas doenças, sobretudo as infecciosas, que acabaram matando milhares de pessoas. (MORAES, 2020). No Brasil, mais de 40% da população não possui saneamento básico, portanto sofre com doenças provocadas por essa situação. Isso também é observado nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde existem comunidades que vivem excluídas e que não têm acesso à água tratada e instalações de esgoto adequadas, tornando-se vulneráveis à proliferação de doenças que já deveriam estar controladas e até extintas. Infelizmente, doenças parasitárias como esquistossomose, teníase e cisticercose não são raras e ainda são expressivas nas capitais e regiões metropolitanas desses municípios brasileiros. (MORAES, 2020). 4. HIGIENE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Para iniciarmos nas questões referentes à segurança do trabalho, torna- se necessário o bom entendimento de como diferenciar o que deve ser considerado perigo e o que deve ser considerado risco. Perigo é a fonte de dano ou prejuízo potencial, ou uma situação com potencial para provocar dano ou prejuízo. Outra forma de entendermos perigo é como sendo uma fonte de energia capaz de causar perda, dano ou lesão. Para o dicionário Houaiss (2001), é uma situação em que se encontra, sob ameaça, a existência ou a integridade de uma pessoa, um animal, um objeto etc. Situação ou eventualidade em que pode ocorrer um dano. Para Ferreira (1992), perigo é uma exposição relativa a um risco que favorece a sua materialização em danos ou circunstância que prenuncia um mal para alguém ou para alguma coisa. O risco é uma combinação da probabilidade de ocorrência e das consequências de um evento perigoso específico (acidente ou incidente). Portanto, ele é composto pela probabilidade de um perigo ocorrer e as consequências de um evento perigoso. Assim, pode-se dizer que o risco é o resultado da probabilidade de uma ocorrência versus a severidade que ela pode causar. Será considerado um risco grave ou risco iminente toda a condição que possuir uma probabilidade acentuada da ocorrência imediata de um evento ou uma sequência de eventos que possam levar à materialização de um acidente ou resultar em uma doença com consequências graves. Segundo o Houaiss (2001), risco é a probabilidade de perigo, geralmente com ameaça física para o homem e/ou para o meio ambiente. Já para Ferreira (1992), é um fator adverso que se antepõe aos esforços em produzir segurança à integridade física das pessoas e patrimônios. Segundo o artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. Pode causar desde um simples afastamento, perda ou redução da capacidade para o trabalho, até a morte do segurado. É considerada também como acidente do trabalho, para fins previdenciários, a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho, peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social e a doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado. (ARAÚJO et al, 2020). Equipara-se ainda ao acidente do trabalho, o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do trabalhador, para a ocorrência da lesão e certos acidentes sofridos no local e no horário de trabalho e os ocorridos no percurso da residência para o local de trabalho ou desta para aquela. (ARAÚJO et al, 2020). A saúde do trabalhador é tão importante pode ser considerada como uma área do conhecimento que requer investigação e intervenção e que tem sofrido diversas configurações ao longo das últimas décadas. (ARAÚJO et al, 2020). O crescimento da área da saúde do trabalhador pode ser entendido através de duas dimensões: uma decorrente da nova ordem do capital sobre o trabalho; outra por conta do reconhecimento político da área, representado pela sua inserção, ainda que insuficiente no conjunto das políticas públicas e intersetoriais, resultante da capacidade de organização de diferentes agentes políticos. (ARAÚJO et al, 2020). A denominação “saúde do trabalhador” carrega em si as contradições produzidas na relação capital e trabalho e no reconhecimento do trabalhador como sujeito político. Hoje, representa o fim de um modelo hegemônico que atravessou décadas, quando se entendia que qualquer trabalhador acidentado ou que tivesse adquirido doença no local ou ambiente de trabalho estava garantido nos termos da legislação, circunscrito num arcabouço da obrigação do empregador em indenizar e garantir os consectários legais, como as estabilidades. (ARAÚJO et al, 2020). Atualmente, a saúde do trabalhador entende o social como determinante das condições de saúde, sem negar que o adoecimento deve ser tratado e que é necessário prevenir novas doenças, privilegiando ações de promoção da saúde. Este entendimento define que as várias causas dos acidentes e das doenças do trabalho têm uma hierarquia entre si, não sendo neutras e iguais, havendo algumas causas que determinam outras (MENDES; OLIVEIRA, 1995). Portanto, a área da saúde do trabalhador na atualidade vai além dos conhecimentos específicos da medicina do trabalho, buscando compreender a relação capital-trabalho, na qual a saúde e o acidente de trabalho tornam-se expressões máximas das desigualdades geradas por esse conflito (MENDES, 2003). É importante e necessário, ao estudar a relação da saúde com o trabalho, entender como as sociedades constroem a saúde e quais são as possibilidades de sobrevivência individual e coletiva (THÉBAUD-MONY, 2000). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este projeto integrado multidisciplinar tem como objetivo principal observar o quanto é importante a relação que a associam as disciplinas incluídas, a respeito da Planejamento e estratégico em Saúde, Saúde Pública, Higiene, Segurança e Qualidade de vida no Trabalho sobre a instituição. A viabilização da otimização dos recursos disponíveis com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento prestado à população. Fortalecendo espaços de troca e de produção de conhecimento, voltado para uma melhor qualidade de trabalho e saúde. A UPA Zona Norte De Macapá é uma instituição que oferece serviços 24 horas com atendimentos de caráter emergencial, com profissionais de saúde envolvidos na assistência social dos cidadãos, especialmente aquela direcionada para os atendimentos de ambulatorial. Foram destacados pontos positivos pois a instituição tem seus valores e sua visão que são o tratamento e recuperação dos usuários que buscam atendimento, o órgão utiliza de matérias diversos para integralizar a eficiência no trabalho dos profissionais. Por fim, consideramos o comprometimento da equipe no atendimento aos usuários em uma instituição pública que disponibiliza atendimento universalizado. Todas as formas e situações descritas validaram os conceitos teóricos ensinados pela UNIP, inserindo-me para assimilação do conteúdo ensinado pelas disciplinas em questão. 6. REFERÊNCIAS ALBRECHT, Karl. Programando o futuro. São Paulo: Makron Books, 1994. ALDAY, H. E. C. O Planejamento Estratégico dentro do Conceitode Administração Estratégica. Rev. FAE, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 9-16, maio/ago. 2000. ANSOFF, H. Igor. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. Araújo, Elaine Aparecida de.; Santana, Márcio Antoni; Salomé, Clecius Eduardo Alves. Saúde e Segurança no Trabalho: Benefício e Assistência Social. 2. ed São Paulo: Editora Sol, 2020 BRÊTAS, A. C. P.; GAMBA, M. A. (Org.). Enfermagem e saúde do adulto. São Paulo: Manole, 2006. KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1975. MENDES, J. M. R.; OLIVEIRA, P. A. B. Medicina do trabalho: o desafio da integralidade na atenção à saúde. In : VIEIRA, S. I. V. (Coord.). Medicina básica do trabalho . Curitiba: Gênesis, 1995. v. 4. Moraes, Renato Bulcão de. Planejamento estratégico. / Renato Bulcão de Moraes. - São Paulo: Editora Sol, 2020. M827p. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 2002. Tarride, M. I. Saúde Pública: uma complexidade anunciada. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998. THÉBÀUD-MONY, A. Santé, travail et précarization sociale en banlieue parisienne. Sociologie Santé , Paris, n. 16, p. 40-55, 2000. VIANNA, Lucila amaral carneiro. Processo saúde-doença. 2011.
Compartilhar