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G1 "Opinião Pública" Eudes

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G1- Introdução ao jornalismo
Professor: José Eudes
Opinião Pública
A primeira impressão oficial do jornalismo foi em Veneza, no século XVI, onde os scrittori d’avvisi (escritórios de aviso) reportavam a chegada dos navios, preços das especiarias, entre outros assuntos para a elite comercial. No Brasil, os jornais demoraram a começar sua impressão devido à submissão a sua colônia, tendo sido iniciada apenas com a chegada da corte no século XIX. No contexto da época, ainda não se exercia o jornalismo de informação e os jornais estavam sempre a serviço da classe dominante política. No entanto, até o fim do século XIX, 80% da população era analfabeta, o que restringia o público às camadas mais favorecidas da sociedade. 
Em seu livro “História cultural da imprensa brasileira no Brasil”, Marialva Barbosa reaviva o alargamento do acesso à informação a partir do início do século XX, quando com a disseminação do jornal e o aumento de discussões em lugares públicos acerca das notícias, a leitura oral do povo analfabeto se tornou possível, tornando a chamada “opinião pública” mais abrangente. 
De acordo com Habermas, ainda na era pré-capitalista, os jornais serviam como uma espécie de porta-voz das nações do Estado moderno. Para ele, foi nesse contexto que a opinião pública foi conceituada, principalmente com a ajuda do jornal. Mais tarde, Lippmman criou o conceito do “pseudoambiente”, o autor ressalva que cada pessoa enxerga o mundo de maneira diferente, e os jornalistas não são exceção. A partir disso, as informações transmitidas pelo jornalista acabariam por ser uma interpretação do mesmo do ambiente, se tornando um “pseudoambiente”, baseado, muitas vezes em estereótipos para facilitar a compreensão do leitor. Na concepção de Lippmman, os jornais fornecem um denominador comum para um mundo que não conhecemos, no entanto, com isso, acabamos por formar uma opinião antes de ver com nossos próprios olhos sobre o que se trata. 
A partir dos estudos de Lippmman, McCombs, através de pesquisas quantitativas, criou a “teoria do agendamento”. Para isso, foi aplicado um questionário em um grupo de eleitores indecisos na Carolina do Norte durante a eleição presidencial de 1968. No questionário, foi pedido que os eleitores citassem as questões-chave do dia de acordo com seus pontos de vista. A conclusão foi que havia uma correspondência quase perfeita entre as respostas dos eleitores e as notícias apresentadas pelos veículos noticiosos durante os 25 dias anteriores. Teoria do agendamento seria então um paralelismo de opinião entre jornal e público, o que mostra a dimensão da influência que os meios de comunicação tem na opinião pública. 
É bom ressaltar que assim como os autores citados também advertiram, apesar da influência comprovada que a mídia tem sobre a opinião pública, as teorias são relativas, uma vez que os meios de comunicação não podem ser considerados ditadores exclusivos de opinião. Apesar das informações transmitidas pelos meios de comunicação ainda serem tomadas como verdade absoluta por muita gente, essa influência já foi muito maior e hoje em dia essas informações são cada vez mais contestadas. 	
Hoje, devido ao acesso cada vez maior a outras fontes e a abertura de discussões em redes sociais, por exemplo, os meios de comunicação tem perdido gradativamente seu prestígio. Segundo a pesquisa Mídia brasileira de 2015, a população brasileira hoje em dia passa 35 minutos a mais por dia na internet do que assistindo televisão. Outra pesquisa do Projeto Inter-meios mostra que o índice de leitura dos jornais caiu de 53% em 2000 para 17% em 2015. Por isso, a expectativa é de que cada vez mais a opinião pública seja formada a partir da consulta de várias fontes, sem que o jornal perca seu devido valor.

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