Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• Vedações constitucionais à União, aos estados, ao DF e aos municípios: Vedações estão no ART. 19. Estabelece três vedações, mas pode se falar em quatro vedações, pois a terceira se divide em duas partes. Primeiro: estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles e seus representantes relações de dependência ou de aliança. Segundo: recusar fé aos documentos públicos (inclusive de outros níveis: o município não pode recusar fé aos documentos públicos da União. Recusar fé: não aceitar, não acreditar nele. Se tem fé pública, são documentos que têm que ser aceitos, não podem ser contestados, não se pode negar reconhecimento a eles). Terceiro: criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si, que na verdade são duas coisas completamente distintas. Destacar a vedação à criação de distinções entre brasileiros é uma regra desnecessária, uma vez que você já tem o princípio de igualdade entre todos os cidadãos, proibição de discriminação e etc. E quanto à vedação sobre criação de preferências entre si, proíbe que estados estabeleçam preferências entre uns e outros, sendo que o mesmo vale para municípios. Sentido das preferências >>>> sentido genérico, não pode haver preferências. Por exemplo, eu vou tributar os bens que entram no meu estado de uma forma X, mas aqueles que vêm da Paraíba eu tributo de forma menor. • BENS: artigo 20, os bens da União: “são bens da União”, aparece ai uma relação de 11 bens e em seguida nós temos dois parágrafos definindo isso. Uma primeira observação a fazer é que preciso distinguir bens da União e território nacional. São duas realidades diferentes. A gente pode estabelecer a seguinte relação entre eles: é claro que aquilo que é bem da União está inserido no território nacional, mas nem todo o território nacional é constituído pelos bens da União. Haverá bens dos estados, haverá bens dos municípios, haverá bens de pessoas jurídicas públicas, haverá bens de pessoas privadas (jurídicas ou físicas). O território nacional é uma coisa muito maior do que os bens da União, bens da União são algumas coisas, alguns bens dentro do território nacional. Dentro do território nacional se estabelece que alguns dos bens são bens da União, não são dos estados-membros, não são dos municípios, não são de pessoas particulares, etc. O território nacional envolve não só os bens da União, mas bens de diferentes naturezas. Assim, aquilo que for definido como bem da União é território nacional. Isso é importante pois nessa relação dos bens da União iremos ver uma série de bens físicos ou bens sólidos (solo propriamente dito), mas também uma outra área, composta pelo mar territorial, pela plataforma continental, pela zona econômica exclusiva que não faz parte literalmente do território físico do Brasil: o território físico do Brasil é uma coisa, mas além dele também faz parte do território nacional essa zona costeira, marítima. Também o compõem lagos e rios. Dessa forma, o território nacional vai além do solo, do território físico. , o território nacional vai além do solo, do território físico. Esse elenco de 11 itens pode ser organizado quanto à natureza desses bens. • • Bens que estão em terra firme: isto é, sobretudo no solo. Incisos II (complementado no parágrafo 2º - O parágrafo segundo não diz, no entanto, que essa faixa de 150 quilômetros é da União: ela pode ser até de propriedade particular, mas o que se diz é que ela é considerada fundamental para a defesa, e a ocupação e a utilização dela devem ser objetos de uma lei especial), VII (A criação desses terrenos de marinha era um ideia de proteção contra ataques inimigos, no tempo em que a guerra se fazia por meio de embarcações – delgado critica esse inciso - esses terrenos de marinha foram definidos com a linha da premar de mil oitocentos e não sei quanto, e depois considera não só as proximidades do mar, mais de rios, canais, etc), XI. • • • Bens do subsolo: incisos IX e X • • • Ilhas: inciso IV (ilhas fluviais e lacustres no estado são do estado – já em zonas limítrofes com outros países são da união) • • • Lagos e rios: incisos III e VIII • • Mar: incisos V e VI Há também um primeiro inciso (o I) genérico, são bens da União “os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos”. Essa é uma redação interessante. Outra coisa importante: toda vez que tivermos na Constituição um rol (como este organizado acima), é importante perguntar se é exemplificativo ou se é exaustivo: essa relação esgota (“são bens da União estes e somente estes?”), ou essa relação não esgota (“são bens da União esses e podem aparecer ao longo da Constituição a definição de outros bens?”)? Essa relação dos bens é exemplificativa, não é exaustiva, porque há outros bens que se encontram ao longo da Constituição. Esses são os bens da União. A essa luz, temos a questão do parágrafo primeiro (LER NO VADE), vamos tentar entender esse parágrafo: . A Constituição assegura claramente participação no resultado da exploração de petróleo, gás natural, recursos hídricos voltados à geração de energia elétrica e outros recursos minerais, aos estados, DF e municípios, exploração essa feita em seus respectivos territórios, na plataforma continental, no mar territorial, na ZEE ou compensação financeira por essa exploração. O que acontece, digamos, com o petróleo existente em terra firme? Esses estados os quais extraem petróleo de terra firme (Bahia, Sergipe) tem participação na extração do petróleo no seu respectivo território. Assim, quem tem direito à participação são aqueles estados que extraem petróleo no seu respectivo território. Pernambuco, assim, não teria direito à participação na extração do petróleo existente no território baiano. Mas o petróleo que se encontrar na plataforma continental, no mar territorial, na ZEE, quem tem direito à participação? Se, conforme nós vimos, a plataforma continental, o mar territorial, a ZEE são da União, quem tem direito a essa participação? Todos aqueles que integram a União: todos os estados, o DF e os municípios. Não se pode dizer que RJ e ES são estados produtores, uma vez que o petróleo é extraído do mar, que é nacional, e não de seus respectivos territórios. Pode se falar de estados costeiros, lindeiros, litorâneos, mas a constituição não privilegia essas referências. Ela diz que é assegurada a participação aos estados, ao DF e aos municípios na exploração desses recursos na plataforma continental, no mar territorial, na ZEE e no respectivo território, coisas que pertencem à União. Sendo da União, e não do RJ e do ES, porque são eles que terão direito a essa participação e não à União? Significa que eles não têm direito a nenhum adicional relativamente aos outros estados? Não: eles têm direito a alguma coisa a mais que os outros estados, que decorre da compensação financeira por essa exploração. Pelo fato de neles haverem equipamentos de suporte a essa exploração. Não significa, pois, que a participação desses estados seja igual a dos demais: eles têm direito a mesma participação que os outros têm, porém têm direito a um plus que é compensação financeira por essa exploração (compensação esta que não serve para cobrir prejuízos, é antes fonte de benefícios enormes: os estados querem bases de exploração e afins).
Compartilhar