Buscar

Fascite Plantar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2.1 Fascite plantar
A fáscia plantar é uma camada fibrosa densa que reveste a superfície plantar do pé. Origina-se na tuberosidade medial do calcâneo e se estende ao longo da sola do pé, inserindo-se nas estruturas ligamentares próximas às cabeças do metatarso, na porção anterior do pé, atuando na sustentação do arco longitudinal medial. As fáscias plantares são aponeuroses fibrosas que proporcionam apoio importante às arcadas do pé, elas servem de envelopes para todas as estruturas do nosso organismo, desde os ossos, vasos e nervos, passando pelos órgãos internos até os músculos e a pele. Recobrem toda a superfície de uma estrutura dando-lhe forma, sustentação e assegurando sua função (CASTRO, 2010; SILVA; MEJIA, 2014).
A incapacidade da fáscia plantar de suportar cargas, gera um processo degenerativo na mesma, levando ao desenvolvimento da fascite plantar. Nessa patologia, ocorre dor sob a tuberosidade medial do calcâneo assim que essa estrutura inicia o suporte de peso. É o problema mais comum da região posterior do pé, acometendo esportistas, principalmente corredores, e também mulheres na faixa etária do climatério e com obesidade. Causa dor na face plantar do calcanhar e na face medial do pé, e com o tempo, a fascite plantar pode dar origem ao esporão de calcâneo (CASTRO, 2010; BARBOSA; PEREIRA 2013).
A inflamação da fáscia plantar ocorre por traumas de repetição na origem da tuberosidade medial do calcâneo, sendo o processo inflamatório ocasionado por forças de tração durante o apoio do pé ao chão, tendo como consequências a fibrose e a degeneração. A fascite plantar é uma desordem musculoesquelética de origem inflamatória e degenerativa da fáscia plantar, cujo sintoma mais comum é a dor na região intermedial do calcâneo, próximo a sua inserção no tubérculo medial do calcâneo (PERRIN, 2008). 
Os fatores predisponentes para a fascite plantar são o pé cavo, pé plano, traumatismos de repetição associados à intensidade, duração e frequência de atividade esportiva, sapatos gastos, rigidez do tendão de Aquiles, desequilíbrio da força muscular, biomecânica alterada, diferença no comprimento dos membros inferiores, pronação excessiva da articulação subtalar, falta de flexibilidade do arco longitudinal, rigidez muscular da panturrilha e o uso constante de calçados inadequados (RIBEIRO, 2010).
O quadro clínico é descrito por dor em queimação durante a descarga de peso no pé, principalmente durante os primeiros passos do dia ou depois de um longo período sentado. O indivíduo acometido com esta patologia apresenta dor à palpação na região da tuberosidade medial do calcâneo, pode apresentar a amplitude de movimento de dorso-flexão do tornozelo diminuída e ainda hipotrofia do coxim adiposo do pé. No caso dos corredores é comum a queixa de dor no início da corrida que diminui durante e piora após a corrida. Em casos avançados pode diminuir o desempenho esportivo e ainda causar dor e limitação nas atividades de vida diária (LOPES, 2013).
O tratamento preferencial é a fisioterapia que visa diminuir a dor, restaurar a função mecânica da fáscia plantar e melhorar a marcha. Existem várias técnicas e recursos fisioterapêuticos que agem em prol desses objetivos, como o ultrassom para ação anti-inflamatória e analgésica, o alongamento da fáscia plantar e dos músculos posteriores do membro inferior, a liberação miofascial, a mobilização neural ou ainda a terapêutica com ondas de choque focais e radiais (BARBOSA; PEREIRA, 2013). 
O alongamento do tríceps sural ajuda na recuperação da amplitude de movimento na dorsiflexão, que geralmente está afetada em pacientes com fascite plantar, além de diminuir as dores. A terapia manual também é bastante utilizada no tratamento desta patologia, principalmente com o alongamento específico da fáscia plantar, mobilização do nervo tibial e alongamento passivo do músculo tibial posterior (PONTIN; et al, 2014).
Ainda de acordo com Pontin et al (2014), o uso de bandagem anti pronatória causa melhora das dores da fascite plantar, pois diminui a tensão e o estresse que uma pronação excessiva causa nas estruturas da superfície plantar do pé. Órteses e palmilhas para corrigir alterações biomecânicas do pé que causam estresse à fascia também são indicadas, além do uso de talas noturnas para manter a dorsiflexão e extensão dos dedos e manter a fáscia plantar alongada enquanto o paciente está dormindo. 
2.1.1 Caso clínico
Paciente M.G.M.L.C.L, sexo feminino, 52 anos de idade, dona de casa, residente em Fortaleza. Chegou ao setor de Fisioterapia do Hospital da Base Aérea de Fortaleza, apresentando laudo médico de fascite plantar, e com a queixa principal de dor no calcanhar direito, relatando pontuação 8 de dor, em uma escala de 0 a 10. Relatou que realizava caminhadas e praticava corridas diariamente, até que em fevereiro de 2017, começou a sentir fortes dores em queimação na região do calcanhar, que irradiavam para toda a planta do pé e pioravam pela manhã ao acordar e ao colocar o pé no chão. Após isso suspendeu as corridas, mas continuou com a prática de caminhadas regulares. 
Durante o exame físico foi observado dor a palpação do calcanhar, paciente não apresentou edema, nem alterações de sensibilidade, postura, equilíbrio, coordenação e marcha. Observou-se 41º de flexão plantar direita, 19º de dorso-flexão direita, 50º de flexão plantar esquerda, e 21º de dorso-flexão esquerda, medidas através da goniometria. Os objetivos de tratamento para essa paciente incluem melhora da dor, ganho de amplitude de movimento para flexão plantar direita e dorso-flexão direita, diminuição das contraturas musculares, fortalecimento da musculatura profunda do pé, e retorno para suas atividades normais de vida diária. 
Realizado liberação miofascial da fáscia plantar, gastrocnêmios e tibial anterior, pois de acordo com Silva e Mejia (2014), a liberação miofascial é realizada de forma a alongar o músculo e as fáscias, obtendo como objetivo final o relaxamento de tecidos tensos, promovendo sua liberação e melhora da função musculoesquelética. 
Realizado alongamento passivo e ativo de dorsiflexores e flexores plantares, pois o alongamento é uma manobra terapêutica utilizada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles, por promover aumento do comprimento das estruturas que tiveram encurtamento adaptativo, sendo os principais benefícios do alongamento: relaxamento do estresse e tensão; relaxamento muscular; manutenção da mobilidade articular; redução do risco de entorse articular ou lesão muscular; melhora da eficiência do movimento; melhora da amplitude corporal, postura e simetria e aumento do fluxo sanguíneo que diminui a dor e irritabilidade muscular (VELASCO; MEJIA, 2014).
Realizado exercícios circulares do tornozelo para melhora da mobilidade, já que a mobilização articular é um meio seguro e muito eficiente de restaurar ou manter a mobilidade articular, podendo também ser usada para tratamento da dor (PINAGÉ; MEJIA, 2013). Realizado Ultrassom contínuo de 1MHz, com intensidade de 0,8 w/cm², durante 6 minutos, pois paciente encontrava-se na fase crônica, com objetivo anti-inflamatório e analgésico, pois ainda de acordo com Pinagé e Mejia (2013), na forma contínua, a intensidade da onda (medida em w/cm²) permanece constante, e seus efeitos esperados envolvem produção de calor profundo, aumento do fluxo sanguíneo local e redução da dor. 
Após paciente relatar melhora da dor, foram introduzidos no plano de tratamento, exercícios de fortalecimento dos músculos gastrocnêmios, sóleo e tibial anterior com a theraband, e fortalecimento da musculatura profunda do pé com o uso de uma bola de tênis, pois como consequência a este tipo de treinamento, alterações fisiológicas irão ocorrer, como por exemplo o aprendizado psicomotor e, posteriormente, alterações crônicas (hipertrofia muscular), que variam de acordo com a predisponibilidade genética (tipo de fibra predominante) e com o sexo (LIMA et al, 2006).
Paciente relatou que sua dor passou a ser 1 na escala de 0 a 10, sentindo-a apenas duranteo primeiro contato do pé com o solo pela manhã. Em vista da melhora apresentada, paciente recebeu alta após 15 atendimentos, e foi orientada a continuar com a realização de exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura profunda do pé em sua residência, podendo utilizar toalhas para a realização dos exercícios.

Outros materiais