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Scanned by CamScanner \/ l . Scanned by CamScanner W iılii 国 區 IN D IC E S O B R E O S A U T O R E S , IX P R E P Á C I0 , 13 F rancisco de oliveira O U S O D O S O L O U R B A N O N A E C O N O M IA C A P IT A L IS T A , 2 1 P aul Singer H A B IT A Çà O E A N I S M O O P R O B L E M A E O F A L S O P R O B L E M A 9 3 7 G abriel B olaffi A U T O C O N SıR U ÇÅ O , A A R Q U IT E T U R A P O S S IV E L , 7 1 E rm ĺnia M aricato N O T A S S O B R E O P A P E L D O S P R E ÇO S D E T E R R E N O S E M N E G óC IO S IM O B IL IÁ R IO S D E A P A R T A M E N T O S E E S C R IT óR IO S , N A C ID A D E D E SÅ O P A U L 0 , 9 5 R o0 igo L efèvre P E R IF E R IA D A G R A N D E SÅ O P A U L O R E P R O D U Çà O D O E S P A ÇO C O M O E X P E D IE N T E D E R E P R O D U ÇÅ O D A F O R ÇA D E ıR A B A L H O , 1 17 R aquel B onduki N abil B onduki P O T O S : O P R O C E S SO D E E X P A N Sà O H O R IZ O N T A L D A S Á R E A S M E T R O P O L IT A N A S , 15 5 G erson F erracini V II Scanned by CamScanner S O B R E O S A U T O R E S P A U L S IN G E R , econom ista, form ou se pela F aculdade de C iências E conôm icas e A dm inistrativas da U niversidade de São paulo É econom ista do cE B R A p e professor da P ontifĺcia U niversidade C atólica de S ão P aulo T em vários livros publi cados, entre os quais E conom ia politica da urbanização F oi professor na U niversidade 0 S ão P aulo, tendo sido aposentado com pulsoń am ente pelo A I 5 , em 19 6 9 G A B R IE L B oL A F F I é professor da F aculdade de A rquite tura e U rbanism o da U niversidade de S ão P aulo T rabalha enı planejam ento urbano, tendo publicado vários artigos sobre a m atéria D outourou se nos E uA , e foi V isiting F ellow da U ni versidade de Sussex, na Inglaterra, em 1 9 6 6 e 19 6 7 E stá concluindo um livro sobre arquitetura e m banism o no B rasil contem porâneo, a ser publicado brevem ente E R M FM A M A R IC A T o é arquiteta form ada pela F A U usp, onde é professora T rabalhou em órgãos m unicipais e esta duais de planejam ento urbano Seu artigo " A utoconstrução, a arquitetura possivel " , publicado neste volum e, deu origem ao fiim e F im de seı?ıana, sobre autoconstruç§io D irigiu, re centem ente, unı film e docum entário sobre loteam entos c lan destinos e lutas populares R oD R IG o B R oT E R o L E pÈvR E é arquiteto form ado pela F A u usp , onde é professor desde 19 62 T rabalha, tam bém , com o arquiteto 0 H idroservice E ng 0 P rojetos, e coord nou os arquitetos que projetaram a sede do D N E R , em B rasñia, e o Instituto de A m bulatórios do H ospital das C linicas, em sāo pauıo IX Scanned by CamScanner R A Q uE L R oL N IK form ou se em arquitetura na U niversi dade de S ão P aulo em 19 7 8 e é, atualm ente, pós gr aduanda dessa m esm a faculdade. T em se dedicado ao estudo e pesquisa urbana, especialm ente das questões relativas à G rande S ão paulo E xerce, tam bćm , a atividade de docente da disciplina de H istória do U rbanism o, na F aculdade de ıkquitetura da U niversidade de T aubaté N A B IL G E oR G E S B oN D U K I é arquiteto form ado pela U ni versidade de S ão P aulo onde fez a sua pós graduação, em ] 9 7 8 É , tam bém , professor do D epartam ento de A rquitetura da U niversidade de T aubaté P ublicou o artigo " P eriferias sobre a m ercantilizaç ão da habitaç äo operária" , na R evista da A rquitetura C hã o (R io de Janeiro, 19 7 8 ) e tam bém " P eriferia da G rande S ão P aulo ocupaç åo do espaço e reproduç ão da ĺ orç a de trabalho " , em C adernos de E studos e P esquisa P R O D E U R F U P A M , publicado pela F A u usp ( 19 7 9 ) X Scanned by CamScanner P R E F Á C IO O s estudos aqui reunidos constituem um esforço de fazer em ergir, no plano da reflexão teórica, aquilo que desde já algum tem po m arca a sociedade brasileira de nossos dias : a urbanizaç ão e seus processos N ecessário que se diga, desde logo, que tais estudos não são pioneiros do ponto de vista dessa em ergência da urbanizaç ão, para não ferir suscetibili dades, em parecer que o prefaciador " puxA a brasa para a sardinlıa" dos seus prefaciados M as, em um sentido m uito novo e m uito forte, eles são realm ente pioneiros : a urbanizaç ão, que tem sido já tem a de reflexāo teórica, foi abordada sob o ângulo principa lm ente da passagem da base da econom ia brasi leira de rural para urbana N este sentido, a urbanizaç ão foi pensa da teoricam ente m uito ainda sob um a ótica das im plicaçōes daquela passagem , e, portanto, para dizer de um a form a contra ditória, a urbanizaç ão foi pensada ainda m uito "ruralisticamente " O nde está, pois, a novidade? N ovidade que não é com pletam ente esgota da nos trabalhos aqui reunidos ; nem poderia së lo, já que os au tores não têm essa pretensão, e ainda pelo fato de que, sendo social m ente determ inada, a produç ão intelectua l não se dá nunca n n r Ç T Ĺ lĦ V oltando aos tem as tratados pelos autores, a n ovidade está em fazer se um esforço para pensar um cam po teórico especificam ente urbano, a partir do urbano m es m o E xpli co nıe : sem esquecer a divisão social do tra balho, já é tem po 13 Scanned by CamScanner desde algum te m po predom inalıtem e nte urbana, será o pensarde pensar qu e se a base p rodutiva capitalista no B rasil já é entendim ento n âo apenas do prese nte, m as sobretudo do futuroa partir deste urbano que p oderá fornecer as chaves para o da econom ia e da sociedade nacional S e n d o as posiçôes, o en tendim ento do urbano qu e perm itirá entender o ruràl, sėfá pensan do as cidádes que se entenderá m elhor o cam po B om é que o prefaciador esc lareça essa questão, para que a honra que os prefac iados the conferiram não se transform e num bum erairgue que rebote s obre suas próprias cabeças E starseá aqui propondo um a ciência do urbano , com estatuto teórico próprio? M uitos terão logo um a resposta pronta o que se pensa com o urbano não é outra co isa senão o produto tipico das contradiçōes do m odo capitalista de produç ão na tocaìiaç âo urbana A proposiç ão que aqui se faz, e que creio, salvo m elhor juizo, é tam bém a dos prefaciados, não é a de construir um estatuto teórico próprio para o urbano, m as, ao contrário, procurar determ inar concretam ente esse urbano P ois a resposta de que esse urbano é o produto tipico friso das contradições do m odo de produç ão capitalista peca por dem asiada generalidade, em prim eiro lugar, e, em segundo, por pensáIa tipica a démarc/e geral que percorre todos os trabalhos afasta se das tipologias para, saindo da generalidade e da tipologia, entender o que é que de especffico existe nesse urbano na produç ão capitalista no B rasil e o que é que o transform a num processo, num a construç ão e não num ou váń os tipos E specificidade nâo é tipicidade A s tentativas de estudar a renda fundiária na econom ia ,参 urbana , por exem plo, constituem um a daquelas novidadesapontadas E não um a novidade que se expõe na vitrina, paralogo passar de m oda U tilizando se o paradigm a da rendaflłndiária agrária, com o referencial teórico fundam ental , a noVlade consiste em pensar a terra urbana com o capital saindoda especulação fácil sobre a especulaç ão, tenta se ir num serıtido de determ inar o papel 0 rendi fundiária urbana com osuporte do processo de acum ulação que se dá na indústria daconstrução civil , e, dentro desta , da construç ão residencial 14 Scanned by CamScanner 了 A renda ħuıdiária urbana é, então, entendida näo com o um iaı« r lpair, nem com o o m ero exercĺcio de especuladores,que os há, sem dúvida, m as com o fundam ento de um a atividade produtiva. E isto é radicalm ente diferente de pensar se a propń ed*de e o uso da terra urbana com o especutaç âo desti gada da produç âo real Isto nos afasta do " socialism o dos tolos" , e perm ite recortar, para fazer avanç ar o processo de conhecim ento do real, onde a especulaç ão é especulaç ão e onde ela tem a form a de especulação, m as é elem ento consti tutivo de um a atividade produtiva A pesquisa, em geral, dirige se no sentido de determ inar com o o espaço socialm ente produzido se pōe a serviço da acrım ulaçāo de capital, e, em especial, coıno esse espaço social nıente produzido sustenta um a atividade produtiva tecnica nıente atrasada E de com o, não por acaso, de um a form a contraditória, por utilizar esse espaço socialm ente produzido, um a atividade produtiva tecnicam ente atrasada pode ser das m ais lucrativas A im bricaç ão entre form 0 " velhas " e " novas " ajuda a com preender o processo de form aç ão 0 cidade, con cretam ente, e, para surpresa apenas dos energūm enos, de com o precisam ente as m ais altas taxas de lucro se dão nas atividades que têm por consum idores as classes sociais de rendas m ais baixas e não as que têm por consum idores as classes sociais de rendas m ais altas 0 estudo da autoç onstrg@ o vai no m esm o sentido, pa tindo de um ângulo diferente, qual seja principal, m as não exclusivam ente, o ângulo 0 produç ão de um bem a casa, ou obras públicas, ou a igreja que nâ o é um a m ercadoria, m as que, por sua vez, serve com o suporte da reproduç ão da m ercadoria força de trabalho T rata se, tambėm neste caso, com o se dá a produç ão de um a riqueza social que nâo é valor, que nã o é capital, m as é posta a serviço do capital, na m edida em que contribua para rebaixar seja o custo de repto duç ão da força de trabalho, no caso da residência, seja o custo da urbanizaç ão, no caso de pequenas obras pūblicas feitas por m oradores em seus bairrbs, em suas ruas E ajuda, por outro lado, a decifrar esse enigm a e este é o que é o especificam ente urbano na expansão capitalista, não com o facies m as com o elem ento constitutivo 0 com o 15 Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner l ) w rter se num m ecanism o de, junto com outras frentes de ativi dades, contribuir para retirar a econom ia da crise depressiva dos anos 6 3 6 7 0 estudo que se reporta ao tem a m ostra conıo ele se converte num " falso problem a" : em prim eiro lugar, pelo próprio fato de que a crise econom icam ente deprim ia por si m esm a o poder aquisitivo das classes a quem intencionaim ente se destinava o plano nacional de habitaç ão, ao lado da repres são que desarticula as organizaç õ es de classe das classes tra balhadoras, e em segundo lugar, pelo próprio fato de que a econom ia capitalista no B rasil mesmo nos idos de 6 4 jam ais poderia ser reativada pela construç ão civil, dados os seus fracos efeitos para trás e para a frente na cadeia de relaç õ es interin dustriais (os backw ard and forw ard ıinkages) O estudo revela em que deu tanto o plano nacional de habitaç ão quanto os m ecanism os criados para sua im plem en taç ão E talvez esse segundo conjunto de conclusõ es seja m ais im portante que o prim eiro, cujos resultados insatisfatórios são por dem ais conlıecidos M as o que raram ente é percebido é com o a criaç ão dos m ecanism os de instrum entalizaç ão do B anco N acional da H abitaç ão, principalm ente o F undo de G arantia por T em po de Serviço, é realm ente um a tributaç ão do E stado sobre as classes trabalhadoras que vai, percorrendo vários canninhos, term inar por som ar se ao capital em geral, que, articulado pelo E stado, é a form a m ais abstrata do ca pital E com o é essa supfem a abstraç ão que faz concreto cada form a do capitaı em particular D af, não sendo nada surpreen dente que a aç ão do B anco N acional de H abitaç ão se desloque de sua pretensa intencionalidade de resolver a questão da casa popular, para transform ar se num poderoso m ecanism o de acum ulaç ão, cuja realização das m ercadorias produzidas so m ente poderia ser feita encontrando em outras classes sociais de rendas m ais altas o seu m ercado P or esses cam inhos, per cebe se , pois, a intim a conexão näo apenas entre os processos de exploraç ão e de acum ulaç ão, genericam ente, m as sobretudo entre as form as que esses processos tom am A qui, num m ovi m ento que vai do abstrato para o concreto, no caso da habi taç ão popular, reside um dos m om entos da especificidade da q1ıestão w bana no B rasil 17 Scanned by CamScanner = 团团曲目 ˜ m ail e田 e S esp« pro« faze R ut S ão 1參 隽 ゑ P h 피 皿 稽 叫 一 咖 睏 軌 惟 一 一 次 叫 加 Scanned by CamScanner ı= m ais que outras grandes aglom eraçiies a partir de unıa ótica enı que sio os processos de reproduç ão do capital industrial e sua articulaç ão pelo capital em geral, suprem a abstraç ão especffica do capitalism o dos oligopólios, que determ inanı os processos particul ares D ito isto, convido os leitores à leitura, fazendo o esforço, junto com os autores, de atravessar o R ubicão F T ancisco de O liveira S ão P aulo, fevereiro de 19 7 9 Scanned by CamScanner O U S O D O S O L O U R B A N O N A E C O N O M IA C A P IT A L IS T A P A U L S IN G E R 19 7 8 1 0 pagam ento do uso do solo urbano : a natureza da renda da terra S endo a cidade um a im ensa concentraç ão de gente exer cendo as m ais diferentes atividades, é 1ógicq que o solo urbano şeja disputado por inúm eros usos E sta disputa se pauta pelas regras do jogo capitalista, que se fundam enta na propriedade vada do solo , a qual por isso e só por isso propor ciona renda e, em conseqūência, é assem elhada ao cap ital M as este últim o é constituĺdo pela propriedade privada de m eios de produç ão , os quais, quando m ovim entados pe lo trabalho hum ano, reproduzem o seu valor, o valor da forç a de trabalho gasta e m ais um valor excedente, que ap arece nas m ãos do capitalista sob a form a de lucro O cap ital gera lucro na m e dida em que preside, orienta e dom ina o processo so cial de produç ão M as o " capital " im obiliário não entra neste processo, na m edida em que o espaço é apenas um a condiç ão necessár ia realizaç ão de qualquer atividade, portanto tam bém da pro iução, m as não constitui ėm si m eio de produç ão, entendido conıo em anaç ão do trabalho hum ano que o potencia A posse de m eios de produç ão é condigão necessária e suf iciente para a exploraç ão do trabalho produtivo, ao passo qu e a ocupaçio do solo é apenas um a contingência que o seu esta tuto de pro priedade privada tom a fonte de renda para q uem a detém Isso é igualm ente verdadeiro nos casos em qu e o solo é objeto de trabalho, com o na agń cultura e na extraç ão ve 吕 otal ou m ineral. Scanned by CamScanner extensão de solo urbano intoc ada pela m ão do hom em . Q uase sem pre a propriedade im obiliária urbana é dotada de certas benfeitorias ela é desm atada, arrua da, cercada e não poucas vezes construĺda , o que dá a inıpressão que o seu " valor' ' restilta das inversões feitas nestas benfeitorias M as, na reali dade, a influência de tais invers ões sobre o " valor" do im óvel m uitas vezes é negligenciável P ara perceber isso, basta lem brar que imóveis conı as m esm as benfeitorias podem ter preços com pletam ente diferentes, conform e sua localizaç ão . É com um que o preço de unı imóvel seja constituĺdo inteiram ente pelo " valor" do terreno, pois o valor da construç ão, em term os de m ateriais usados, pode não cobrir sequer o custo de sua de m olição. C onvém obefvar q ue o " valor" da W opriedade im obiliá tia, N a eċ ongmiL capitalista,não passa da renda que ela pro- porciona, capitalizada a determ inada taxa de juros. D e um a form a geral, qualquer " título " seja ele um tftulo de pro- pń edade ou de crédito que assegura ao seu dono um a renda previsível pode ser transacionado por um preço propor cional àquela renda. O fator de proporcionalidade é dado pelasdiversas taxas de juros vigentes no m ercado de crédito. Sendoo risco da aplicação im obili¢iria relativam ente baixo, a taxade juros aplicável soe ser das m enores. D igam os que determinada propriedade im obiliária dá ou pode dar ao seu dono um atenda de C r$ 60 0o0 , 0o anuais. Se a taxa de juros correspondeiıte a empréstimos de baixo risco for , por exem plo, de 6 por 22 Scanned by CamScanner cento ao ano, o preç o do refeń d ıııetıte C r$ 1 GO (» 0 0 0 , 0 0 o im óvel será de aproxim ada 2 A determ inaç įio da renda da terra urbana O uso do solo na econom ia capitalista é regulado pelo rnecanism o de m erpado, no qual se form a o preço desta m er cadoria suigeneris que é o acesso à utilização do espaço E ste acesso pode ser ganho m ediante a com pra de um direito de propń edade ou m ediante o pagam ento de um aluguel perió A o contrário dos m ercados de produtos do trabalho hum a no, em que os preços giram ao redor de um a m édia constituĺda pela som a dos custos de produç ão e da m argem do lucro capaz de proporcionar a taxa de lucro m édia sobre o capital inves tido, os preços no m ercado im obiliário tendem a ser deter i nados pelo que a dema nda estiver disposta a pagar. os? m ercados de produtos, se o preço corrente se m antiver por bas tante tem po abaixo da m édia representada pelo preço de pro duç ão (custos m ais nıargem de lucro), a oferta inevitavelm ente se contrai até que o preço de m ercado suba pelo m enos ao nfvel do preço de produç ão N o nıercado im obiliário, a oferta de es paço não depende do preço corrente, m as de outras circunstân eias A " produç ão " de espaço urbano se dá, em geral, pela in corporaç ão à cidade de glebas que antes tinham uso agrícola O seu " custo de produç ão " é , nestes casos, equivalente à renda (agń cola) da terra que se deixa de auferir M as não há um a re lagão necessária entre este " custo" e o preço corrente no m erca do im obiliário urbano C om o a dem anda por solo urbano m uda freqüentem ente, dependendo, em ū1tim a an álise, do próprio processo de ocupaç ão do espaço pela expans ão do tecido urba no, o preço de determ inada área deste espaço está sujeito a oscilaç õ es violentas, o que torna o m ercado im ob iliário essen cialm ente especulativo Q uando um prom otor im obi liário re solve agregar determ inada área ao espaço urbano, ele visa a um preço que pouco ou nada tem a ver com o custo im ediato da operaç ão A " valorizaç ão " da 91¢ba é antecipada em funç ão de m udanças na estrutura urbana que ainda estão por acontecer c por isso o especulador se dispõ e a esp erar um certo perfodo, 2 3 Scanned by CamScanner ■ ■ 国 ■ 0 以 . m 。 。 缸 咖 岣 晔 声 対 desta antecipaç ão, supor q ue o nivel corrente dos preç os de Imóveis regu ie a oferta dos nıes m os não se ju$tifica A procura por espaço, na cida de, é form ada por em presas , de consum o colet ivo A procura das em presas o bjetiva o usopor indivĺduo s ou por entida des que atendem as necessidades do espaço para rea lizar ou atividades produtivas (secundáń as ou terciárias) ou ativi dades de circulaç ão com ercial, financeira, etc po ponto de vista das em presas, cada ponto do espaço urbano é único, no ser itido de proporcionar determ inado elenco de vantagens que influem so bre seus cpstos Indústrias de gran porte, que servem A o m ercado regional ou nacional, necessi tam sobretudo de rpuito espaço e de serv i \ s de infra estrutura energia, transporte, águĄ etc Indústrias pequenas, gue servem ao m ercado local, precisam priń cipalm ente de acesso ao co m ércio que distribui seus produtos E stabelecim entos com er ciais precisam se localizar junto aos com petidores, em zonas m a clientela está habituada a fazer suas com pras C ada åðadém aior tem zonas de coń ércio atacadista especializado enı tecidos, confecç ões, com ponentes eletrônicos, etc O esta belecim ento de sìlopping centers juqto a zonas residenciais criou um novo padrão de localizaç ão do com ércio varejista C ertas em presas têm consideráveis vantagens em se aglom erar, pois isso facilita a cotnunicaç ão entre elas. N ão é por outro m otivo que a m aior parte das sedes de bancos, de com panhiasde seguro, de grandes sociedades por aç õ es, etc , se encontram no cham ado " distrito" de cada cidade. O agrupam ento de grandes estabelecim entos fabris em distritos industriais tem a m esm a explicação claro que, conform e sua localização, cada em presa temcustos diferentes, m as é de se supof que o preço em cada m ercado tem que cobrir a médio prazo os custos m ais m argem"adequada' de lucros das em presas pior localizadas, ou seja,daquelas que têm m enos vantagens locaeionais, em bora per rnalucro adicional ou superlucro na m edida em que seus custos, Pior localizadas, E ste lucro adicional não precisa ser e prova L Scanned by CamScanner veım ente não é igual para todas A s vanta 吕 ens locacionais se graduam por reduçõ es de custo que variam de zero até m ar gens m uito elevadas A dnıitam os, por exem plo, um estabelecim ento com ercial ca paz de conter um estoque no valor de 10 m ilhōes, que é vendido com um a m argem de lucro de 10 por cento ; as dem ais despesasdeste estabelecim ento, independentem ente do núm ero de rota ções deste estoque, seriam constituídas pelo pagam ento de sa1á rios a cinco em pregados, no valor de m eio m ilhão por ano E ste estabelecim ento teria as seguintes alternativas locacionais L ocais N . o de rotações do M argem de L ucro estoque por ano lucro bruto A 1 1 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 B 2 2 0 0 0 10 0 0 1 5 0 0 0 0 0 C 3 3 0 0 0 0 0 0 2 5 0 0 0 0 0 claro que A constitui a pior localizaç ão, onde a em presa só pode esperar um lucro " m ínim o " de 5 0 0 0 0 0 ; em B , graç as a um m ovim ento duas vezes m aior, o lucro seria triplicado ; e em C ele seria quiï łtuplicado N estas condiçõ es, se o aluguel anual de A fosse, digam os, de 10 0 0 0 0 , a em presa poder se ia dispor a pagar até 1 10 0 0 0 0 em B e até 2 10 0 0 0 em C E stes valores constituem a renda diferencial do solo em B e em C . N ão é preciso que os proprıeťáriö s 0 B e de C consigam efetivam ente se apropriar de toda m argem de superlucro que seus im óveis podem . proporcionar às e】Japresas que o utilizem M as, havendo concorrmia entre as em presas pelas localizações conform e suas vantagens especĺficas, o m ais provável é que o aluguel ou o preço dos im óveis se fixe em nfvel bastante pró xim o do lucro adicional que pode ser auferido e】n cada um deles. ċ om o todo espaço urbano é propriedade privada (com as exceçōes cabfveis), m esm o a pior localizaç ão (A no exem plo aciĦa) tem que ser com prada ou alugada. O seu aluguel constituia ren absoluta, sendo sua altura determ inada, em últim a aná1pđam aTgen) existente entre o preço de m ercado dos produtos da em presa que utiliza esta localização e o seu A A C ı. A m fn rm p n Scanned by CamScanner exeıııplo niım érico, tenha inves tido 10 5 0 0 0 0 0 e que a taxa média de lucro fosse de 4 por cento, ela teria que ficar com 4 2oooo de lucro bruto de 5 0 0 0 0 0 e sua disponibilidade para pagar alugue l só poderia ser de 3 0 , 0 0 0 M as se os proprietários de A preferissem deixar 0 lote vago a aJLugálo por m enos de 10o. o0 0 anuaiş (especu lando com a possibilidade de obter este valor oum ais no futur o) e se a proporç ão da oferta total de produtos, proven iente de em presas localĽzadas em A ou em áreas equivalentes a A , fosse bem gran de, o preço dos produtos teria que subir algo, elevan do a m argem de lucro dé 10 para 10 , 2 por cento, o Įucro bruto subiria de 5 0 0 0 0 0 para 5 2 0 0 0 0 e o aiuguel de 10 0 . 0 0 0 poderia sef pago sem que as em presas pior localizadas deixassem de au ferir a taxa m édia de lucro. ıreciso ainda distinguir um terceiro tipo de renda da terra t0 bana w e é a renda de m onopólio 1 . Que decorre da èiăstfiicia de localizaç ões que conferem aos que as ocupam o minopólio do fornecimento de determ inadas m ercadorias Ë o caso, por exem plo, de bares e restaurantes localizados em escoıas, clubes, estádios de esportes, aeroportos e sem elhantes, afastados de outros estabelecim entos congêneres, que por isso dispõem de um piibıico " cativo" E stão no m esm o caso os que têm lojas enı sìioppg centers, dispondo nestes da exclu sividade de venda de determ inadas m ercadorias. N estas con- dições, os que dispõem do m onopólio, graç as à localizaç io, podem cobrar preços m ais elevados pelos produtos que vendem , o que di lugar a um a renda de m onopólio que é, em geral, apropriada no todo ou em parte pelo proprietário do imóvel. Q uando o proprietirio é um a associação sem fins de lucro (escolas, clubes) pode ocorrer que eıe abra m ão da renda de m onopólio em troca de um a dim inuição dos preços cobrados pela empresa que arrenda o local. M as estes casos constituem exceções. P oder se ia supor que a renda de m onopólio é apenas umcaso extrem o da renda diferencial , m as há um a difefença essen l A distinção dos três tipos de renda urbana do solo se deve a E del, M , prancisco. ı'M arx's theory of rent urban appıiç ations" , K apitalisıulee, 4 5 /7 6 , San 26 Scanned by CamScanner cial entre m e outro tipo de renda A renda diferencial é aufeď ida quando as em presas que a pagam șe ç ncontram em m ercados com petitivos, sem que os produtos por elas vendidossofram qualquer m ajoraç ão de seus preços A renda de m onoPio porém surge do fato de que a localizaç ão privilegiadaia em presa the perm ite cobrar preços acim a dos que a con corrência norm alm ente form a no resto do m ercado A dem anda de solo urbano para fins de habitaç ão tam bémdistingue vantagens locacionais, determ inadas principalm ente pelo m aior ou m enor acesso a serviços urbanos, tais com o transporte, serviços de água e esgoto, escolas, com ércio, telefone, etc , e pelo prestfgio social da vizinhança E ste ťiltim o fator decorre da tendência dos grupos m ais ricos de se segregardo resto da sociedade e da aspiraç ão dos m em bros da classe m édia de ascender socialm ente O acesso a serviços urbanos tende a privilegiar determ i nadas localizaçõ es em m edida tanto m aior quanto m ais escassos forem os serviços em relaç ão à dem anda E m m uitas cidades, a rápida expansão do núm ero de seus habitantes leva esta escassez a nível crĺ tico , o que exacerba a valorizaç ão das poucas áreas bem servidas O funcionam ento do m ercado im obiliáń o faz com que a ocupaç ão destas áreas seja privilégio das cam adas de renda m ais elevada, capaz de pagar um preço alto pelo direito de m orar A populaç ão m ais pobre fica relegada às zonas pior servidas e que, por isso, são m ais baratas O elem ento " prestĺgio" tende a segregar os m ais ricos da classe m édia, que paga m uitas vezes um preço extra pelo pri vilégio de m orar em áreas residenciais que os " verdadeiros" ricĐs estão abandonando exatam ente devido à penetraç ão dos aiT ivistas O s prom otores im obiliários, que conhecem bem este nıecanism o, tiram o máxim o proveito dele ao fazer " lançam en tos" em áreas cada vèz m ais afastadas para os que podem pagar o preço do isolam ento e ao m esm o tem po incorporaf prédios de apartam entos em zonas residenciais " prestigiosas " . P oder se ia im aginar que a renda da terra paga pelos que u 竹石 zam o espaço urbano para fins de consu1Jno tenha o m esm o caráter diferencial da renda paga pelos que dem andam o espaço urbano para fins de lucro M as a sem elhança é super ficiai apenas A renda diferencial é paga pelas em presas tendo 27 Scanned by CamScanner em vióta o sup erlucro que ca da localizaç ão especifica lhes pro tidade, da repart ição da renda p essoal e de necessidades m ĺticas que a pr ópń a prom oç ão im obiliáfia cria. N orm alm ente, o sa lário cobre o custo da reproduç ão da força do traba lho, inclusive o custo de ocupar um segm ento do espaço urbaiıo. N o B rasiı, há um a tendência crescente de o E stado subsidiar a reproduç ão da forç a de trabalho através de planos de ba bitaç ão popular, im plem entados nos ťiltim os anos pelo B N H . N a m e dida em que tais planos aum entam a dem aiıda solvável por espaço para m orar sem que a oferta de serviços urbanos cresça na m esra a proporç ão o preço do soĮo aum enta, frustrando os objetivos inicialm ente propostos O resui a d tem sido que a parte da populaç ão m ais carente de condições adequadas de habitação não é atendida R esta referir ainda o fato de que, em determ inadas con dições, empresas e indivíduos disputam áreas idênticas do espaço urbano Isto se dá sobrehıdo com em presas que utilizam os mesm os serviços urbanos transporte, com unicações, co mércio varejista, etc. Que a populaç ão . H á um a nítida ten dência, por exem plo, de certas em presas de serviços (escolas, agências de publicidade, imobiliirias, bancárias, etc ) invadi renı antigos bairros residenciais, em S ão P aulo . E m com pen sação, em presas que necessitam de áreas grandes tendem a m igar para a periferia da cidade, à procura de localizaç ão m ajs barata, Isso tudo tem por conseqūência unificar o m ercado im obiliário em cada cidade , fundindo as dem andas por uso produtivo e habitacional do espaço. A s leis de zoneam ento, que objetivanı especializar o uso de cada área dq solo urbairo, colocam obstáculos à plena realizaçio destas tendências D em andam tanıbém espaço urbano, em determ inadas localizações, entidades seın fins de lucro que prestam serviços de consum o coletivo : hospitais e escolas pťiblicas, estádios esportivos, repartições governam entais, m useus, bibliotecas, etc Sendo um a dem anda quantitativam ente m arginal em relaç ão à dasem presas e dos indivfduos, a renda paga por tais entidades édeterm inada por analogia com a que é paga pela m aioria dosusuiuios do espaço urbano N os casos de expropriaç ão porutilidade pública, o processo de avaliaç ão dos im óveis reflete 28 Scanned by CamScanner o respeito dos poderes constitufdos pela soberania do m ercadoim obiliário O que não im pede, diga se de passagem , que osvalores imobiliios sejam sistem aticam ente subavaliados quando se trata de lanç ar im postos sobre im óveis 3 . A estruturaç ão do uso do solo urbano C ada cidade brasileira tem , geralm ente, um centro prineipal no qual se localizam órgãos da adm inistraç ão pūbıica, aigreja m atriz, ot tribunais, o distrito financeiro , o com ércioatacadista, o com ércio varejista de luxo, cinem as, teatros, etcO centro principal possui em alto grau todos serviços urbanos e ao seu redor se localizam as zonas residenciais da populaç ãom ais rica. O s serviços urbanos se irradiam do centro à periferia,tornando se cada vez m ais escassos à m edida que a distânciado centro aum enta A lém disso, o conjunto da populaç ão edas em presas utilizam , em algum a m edida, os servigos dispo nĺveis apenas no centro principal, de m odo que a distância em que se encontram do referido centro determ ina seus gastosde transporte (em dinheiro e em tem po) cada vez que se desto cam até ele D e tudoisto taria um " gradiente" de valores do solo urbano 2 , que a partir do m áxim o no centro princiiria dim inuindo até atingir um m ínim o nos lim ites do perim etroda cidade. N a M edida em que a cidade vai crescendo, centros se cundários de serviços vão surgindo em bairros, que form am novos focos de valorizaç ão do espaço urbano O crescim eiiiotbano im plica necessariam ente um a reestriração do uso das áreas já ocupadas A ssim , por exem plo, o centro principal tem que se expandir à m edida que aum enta a populaçāo que eıe serve. E sta expansão esbarra nos bairros residenciais " finos" que o circundavam , determ inando o deslocam ento de seus habitantes para novas áreas residenciais " exclusivas" , provi dencialm ente criadas pelos prom otores im obiliários O anel re sidencial que circunda o centro principal se desvaloriza e passa 2 A idéia do gradiente está bem desenvolvida em R ichardson, H W ,U rban econom ics, P enguin, M iddlesex, 19 7 1 2 9 Scanned by CamScanner tu ◆ a e dc prostituiç ão, hotéis de segunda classe, pensõ es ea ser ocupa do por serv iços inferiores locais de diversão no em estágio m a is avançado de deca dência por cortiços , marginais, e tc O envolvim e nto do centro principal por urna área em decomp osição social cria con diçõ es para que a espe culaçĒo im obilli lria ofefeç a aos serviços centrais da cidade contraste com o " centro ' antigo " A ssim um " centro novo " em E preciso tem brar q ue estes são processos que levam décadas o centro ant igo não m orre logo, podendo coexisti, e, em algum a m edida, com petir com o centro novo durante m uito tem po A s grandes inversõ es feitas em construções - igrejas, edificios govefnam enta is, prédios escolares e hospita lares - proporcionam ao centro antigo considerável resistên cia. E nquanto coexistem dois centros principais na m esm a cidade, verificam se tam bém dois gradientes de valores do solo que, em parte, podem se superpor na m edida em que os ser viços centrais não se encontram em am bos os centros prin cipais, m as estão divididos entre os dois Ë fora de dťivida que um centro urbano não pode se ew andlr apenas por agregaç ão de novas áreas ao seu território A organizagão espacial das atividades de produç ão e circulação tem a sua lógica, que consiste, para um bom núm ero delas na tendência a se aglom erarem , seja para tirar proveito sua com plem entaridade seja para facilitar a tom ada de decisões por parte dos clientes, que desejem escolher entre um m aior nŭ m ero de ofertas E sta necessidade de expansão de determ i nados tipos de em presas de form a contfgua no espaço entrainevitavelm ente em colisão com outros usos do m esm o espago,o que impõe a reestruturação dos m esm os A esta tendênciade m udança do tipo de uso do solo , que im plica, em geral, odeslocam ento das habitações de m elhor nível para m ais longedos centros de serviços, se som a outra : a da ripida obsolescên bilidade de casas e prédios, sua adequaç ão às necessidades dos do modo de vida e dos gostos e preferências que o progressotécnico e a sucessão N ada casuaı de m odas acarretamadvento e a PoNlarzação do automóvel , por exem plo, s U it 30 Scanned by CamScanner a necessidade de garagens de que a m aior parte das edificaç ĉ ies m ais antigas não dispunham M udanç as m enos drásticasm as cum ulativas no estilo do m obiliário , no tipo e núm ero deaparelhos eletrodom ésticos, no tam anho e com posiç ão das fa m ilias, etc , acabam por ocasionar em intervalos curtos a obsotescência de grande parte das edificaçōes, acarretando o seu abandono por parte das classes cujo poder aquisitivo lhes perm ite optar por residências m odernas C onvém notar ainda que a obsolescência " m oral" não se lim ita às habitaç õ es atingindo tam bém em presas, sobretudo as que prestam serviç os à cam ada m ais rica E scolas, clínicas m édicas e dentárias , salõ es de be leza, butiques, cinem as, etc , abandonam suas localizaçōes e edificações obsoletas, com o fito de oferecer instalaçõ es atraen tes em locais preferenciais, tais com o antigos bairros residen ciais ou sfıoppiłıg centers, à sua exigente freguesia A questão que se coloca é por que as edificaçōes abando nadas pela cam ada rica e pelas em presas que as servem não são aproveitadas por grupos de m enor renda, em geral carentes de m oradias adequadas e de serviços O fato inegável é que o funcionam ento do m ercado im obiliário não facilita este apro veitam ento , fazendo com que as áreas deixadas para trás pela circulaç ão espacial das elites se transform em em zonas deterio radas A razão m ais geral, provavelm ente, está no fato de que as diversas classes sociais, sobretudo as m ais pobres, form am com unidades que se segregam no espaço, cujos m em bros têm boas razõ es para não se afastar delas, m esm o quando alterna tivas de m oradia superiores, em term os de preç o e com odidade, se oferecem N as áreas deterioradas, a form a de ocupaç ão m ais freqüente é o cortiço, form ado pela subdivisão de antigas m an sões em num erosos cubículos, que acabam sendo alugados a im igrantes recentes, cuja falta de raĺzes na cidade os torna usuários deste tipo de alojam ento E m outras palaw as, a cidade capııtaıista não a J m tipo d ? dem anda interm ediária gue perm ita o aproveitam ento racional dos invest im entos, não só em edificações m as tam bém em serviços de infra estrutura, realizada no passado C omò a capacidade de pagam ento dos im igrantes recentes é m uito lim itada, a m anutenç ão das edİfi cações em que se localizam os cortiços é negl igenciada pelos proprietários, o que acelera sua decad ência e portanto sua 3 1 Scanned by CamScanner às zollas deteriora« jnvestidores que poderiam renoválas , M as o preço m ais red0 ido do solo não atrai pois d ificilm eitte cam adas ricas ou de rendim ento médio se A o æ bQ de aĮggm temp o se form a um vasto anel de zonas deterio£ ao redQ r da centro Histórico da cidade, E sta parece ser um a acteffsticaco n ı s çidades capitalistas : " N a de transição. E st a zona abrange um a grande porç ão da assim periferia do distfito central de n egócios da cidade há um a zona chamada 'área cinzenta ' e usuaĮm ente apresenta problem as sé ń os E la se caracter iza por uso m isto do solo, edificações deca dentes, instabilida de e m udança geral e um a am pla variedade de tipos e nĺveis de funçõ es A s casas da zona exibem todos graus de obso lescência m uitos de seus serviços de utilidade pública, concentraç ões de estabelecim entos com erciais e dis tritos de afm azéns, indústrias e com ércio atacadista estão fora de m oda e apresentam baixa utilizaç ão e a presença de num e rosas operações m arginais T ais condições parecem existir porque a zona, além de sua carga de obsolescência e desprezo cfvícoi não possui as vantagens locacionais de um distrito central de negócios nem condiçõ es prontam ente adaptiveis a um padrão am plam ente desejável de vida residencial C onse qüentem ente, a zona de transição perm anece negłicenciada tanto pela em presa p1iblica com o pela privada" . 3 J evitar que esta m ancha de deterioraç io se alastre Rela cidade caifa vez m ais , o E stado soe intervir no m ercado łı im obiliário, desapropriando áreas nas zonas decadentes e rea liźando af program as de renovaç ão urbana E m bora nada i Peça que capitais particulares tom em tam bém iniciativas desta espécie, é pouco provável que venham a fazêlo dada a considerável escala que tais em preendim entos requerem , o queimplica : ter que tratar com grande nūm ero de proprietários(que o empreendedor privado não pode coagir a vender ou ase associar à operaçãoi ; investir som a ponderável dereclusos Patterns" , E cononıie G eograp/tv, vol 4 2 , 19 6 6 (citado por R icha rdson, H . W , , O P . cit. pág. 59 60 rp). Scanned by CamScanner que denıoram vários anos para com eç ar a retornar com lucros e correr riscos m ercadológicos consideráveis, já que não se pode saber de antem ão se haverá procura solvável para osmóveis da área, um a vez renovada E m bora nã o se possa generalizar os program as de renova ção urbana, que variam no tem po e no espaç o, é indubitável que eles têm por resultado m ais ċ om um a recuperaç ão das árėas em deterioraç ão para o uso das cam adas m édia ou rica e das em presas que lhes prestam serviços O s antigos m oradores destas áreas nada ganham com a renovagão d N ão tendo po der aquisiń vo para continuar na zona renovada, são obrigados a se m udar, o que significa o m ais das vezes m aior distancia m ento do trabalho, quando não perda do m esm o, pagam ento de aluguel m ais elevado (porque a renovaç ão urbana reduz a oferta de alojam entos baratos) e a perda de relaçōes de vizi nhanç a, o que, para pessoas pobres e desam paradas, pode ser o prejuizo m ais trágico E m ťiltim a análise, a cidade capitalista não tem lugar para os poBres A propriedade privada do solo urbano faz com que a posse de um a renda m onetária seja requisito indispen sável à ocupaç ão do espaço urbano M as o funcionam ento norm al da econom ia capitalista não assegura um m ínim o de renda a todos A ntes, pelo contrário, este funcionam ento tende a m anter um a parte da força de trabalho em reserva, o que significa que um a parte corresţ rondente da 卫 qpulagão nāo tem iń eios para aģar pelo direito de ocupar um pedaço do solo urbano E sta parte da população acaba m orando em lugares enı que, por algum a razão, os direitos da propriedade privada não vigora】n áreas de propriedade pūblica, terrenos em inventário, glebas m antidas vazias com fins especulativos, etc , form ando as fam osas invasões, favelas, m ocambos, ete Q uando os direitos da propfiedade privada se fazem valer de 4 " A lém do m ais, program as de renovação urbana sEio m u itas vezes justificados com o um m eio de ajudar os pobres m as a expeliência de vários paises, particularm ente dos E uA , sugere que as fam ilias pobles e os pequenos negócios são as princinais vít ; m as " ( R ichardson, H W . op ciı p£ig. 1oo). A experiência brasileira no que toca, por ex emplo, os program as de desfavelam ento leva à m esm a conclusão 33 Scanned by CamScanner das áreas enı q uestāo sāo despejados , dra atizando a contr adiç ão entre a m arginalidade econô m ica e a organizaç ã o capitaıis ta do solo m b ano 0 E stado e 0 uso 4 . o E stado, corno respons ável pelo provim ento de boa aos m ora dores, desem p enha im portante papel na determ inaçāo das dem andas p elo uso de cada área especĺfica do solo urbano e, portan to, do seu p reço Sę m pre que 0 poder pťiblico dota u zona spalguer da cidade de um serviç o pūblieo , ágá bncanada, esco la ptiblica ou l inha de ônibus, P or exem plo, ele desvia para esta zoi ıa dem andas de em presas e m oradores ų ņ e anteriorm ente, dev ido à falta do serviço em questão, davain prēferência a ou tras localizações E stas novas dem andas, de ve se supor, estão prepar adas a pagar pelo uso do solo, em term o de conıpra ou a luguel, um preço m aior do que as dem andas que se dirigiam à m e sm a zona quando esta ainda não dispunha do serviço D a f a valorizaç ão do solo nesta zona , em relação às dem ais. N o que se refere à dem anda das em pre sas, a renda diferencial paga p or elas será m aior na m edida em que o novo serviço lhes perm ite reduzir seus custos de produção e/ou de circulaç ão N o que se refere à dem anda de m oradores, a disponibilidade do novo serviço atrai famūias de fenda m ais eĮevada e que se dispõ em a pagar um preço m aior pelo uso do solo, em com paraç ão com os m oradores m ais anti gos, de renda m ais baixa. A elevaç ão do preço dos imóveis resultante pode deslocar os m oradores m ais antigos e pobres, que vendem suas casas, quando proprietários, ou sim plesm ente saem quando inquilinos, de m odo que o novo serviço vai servir fini nr aos novos m oradores e não aos que supostam ente deveria bene ıırÆ . A s transform ações no preço do solo acarretadas pela açiodo E stado são aproveitadas pelos especuładores, quando estesttm possibilidade de antecipar os lugares em que as diversaįredes de sërviços urbanos serão expandidas. N o entanto, estaantecipação nem sem pre é factível e quairdo 0 é a concorrênciaentre os especuladores pode forçar a eİevação do preço antes 34 Scanned by CamScanner que o m elhoram ento previsto se realize , reduzindo sobrem aneiraos ganhos futuros da operaç ão P ara evitar que isso se dê , aespeculaç äo im obiliária procura influir sobre as decisões do poder pıĵblico quanto às áreas a serem beneficiadas com a expansão de serviços U m a das m aneiras de fazer isso é adquirir, a preço baixo, glebas adjacentes ao perĺ m etro urbano, des providas de qualquer serviç o e prom over seu ıoteam ento, m asde m odo que a parte m ais distante da área já urbanizada seja ocupada E m S ão P aulo, os prom otores atraem para esteslotes fam ílias pobres, assegurando lhes o pagam ento do terreno a longo prazo e prestaç õ es m ódicas e lhes fornecendo ainda m aterial de construç ão de graça para que possam erguer seus casebres em regim e de m utirão, nos fins de sem ana Será esta populaç ão que, um a vez instalada no local, irá pressionar o governo para obter ș er v iços urbanos, que para atingilos têm que passar necessariam ente pela parte não ocupada da gleba, que assim se valoriza E stes procedim entos acarretam a subutilizaç ão dos serviços urbanos, ao m anter vagos, à espera de valorizaç ão, lotes que dão acesso a pelo m enos parte deles A ironia da situaç ão é que, ao m esm o tem po, cresce a parcela da populagão que não tem recursos para realm ente habitar a cidade, o que significa m ais do que perm anecer fisicam ente dentro dela P ara esta populaç ão, que vegeta em favelas ou em vilas operárias, os sistem as de transportes, de com unicaç ões, de saneam ento, etc , S ão inacessĺveis em m ajor ou m enor grau , ao passo que áreas vagas, que facilitariam este acesso, lhes são vedadas pela bar reira da propriedade privada do solo urbano Q uem estuda um m apa da distribuição dos serviços urba nos de responsabilidade do E stado no território da cidade veri fica facilm ente que eles se encontram apenas à disposiçio dos m oradores de rendim entos elevados ou médios. Q uanto m enor a renda da população, tanto m ais escassos são os referidos serviços Isto poderi a despertar a suspeita de que o E stado agrava sistem aticam ente os desnfveis econôm ič os e sociais, ao dotar som ente as parcelas da populaç ão que já são privilegia das de serviços urbanos, dos quais as parcelas m ais pobres possivelm ente carecem m ais M as a suspeita é infundada. Q uem 3 5 Scanned by CamScanner
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