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TCC POS GRADUAÇÃO INSPEÇÃO ESCOLAR

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Organização dos Sistemas de Ensino para o atendimento ao aluno 
que apresenta Necessidades Educacionais Especiais, uma releitura 
da Resolução CNE/CEB nº 02 de 11 de setembro de 2001. 
 
RAMOS, Carlos Fernando Pettinati1 
SUMMERS, Ana Claudia Alexandrini2 
 
RESUMO 
Este artigo propõe fazer uma reflexão e releitura da Resolução CNE/CEB nº 02/2001 
a partir de referenciais teóricos e fontes bibliográficas. As contribuições que esse ato 
normativo estabeleceu para os sistemas de ensino. Descreve ainda as novidades 
implementadas após anos de discussões e lutas sociais com o objetivo de conquistar 
o direito pleno e subjetivo da educação. A abordagem da problemática na educação 
especial deixa de ser do sujeito e se desloca para o sistema educacional. Quais 
reestruturações o sistema educacional precisou realizar para se adequar a nova 
ordenação. A reformulação dos currículos, das avaliações, formação de professores 
e de uma política educacional voltada para a diversidade. A lamentável constatação 
ainda da resistência das escolas em aceitar a inclusão escolar, por terem dificuldades 
em realizarem qualquer mudança que modificam as acomodadas estruturas. Outro 
aspecto levantado é o papel da mediação no processo de aprendizagem. 
 
Palavras-chave: Resolução. Educação Especial. Inclusão. Alunos com 
Necessidades Educacionais Especiais. Política Educacional. 
 
1 INTRODUÇÃO 
O presente trabalho visa fazer uma releitura da Resolução n° 02/2001 na 
organização dos sistemas de ensino para o atendimento ao aluno que apresenta 
necessidades educacionais especiais. 
Ao longo do processo educacional brasileiro, várias reformas foram 
acontecendo com o intuito de melhorar a qualidade do ensino, bem como garantir o 
acesso e a permanência dos educandos nas Instituições de Ensino. 
 
 
1 , Pós-graduado em Educação Especial pela UBM – Barra Mansa/RJ; Graduado em Engenharia Industrial 
Mecânica pela EEI de São José dos Campos/SP e Matemática pela UBM de Barra Mansa/RJ, Especialista em 
Deficiência Visual. 
2 Mestre em Educação pela Universidade Americana Framingham, pós-graduada em Magistério 
Superior pela Universidade Tuiuti do Paraná, Direito Educacional pela Itecne, graduada em História 
pela Faculdade Uniandrade, graduada em Pedagogia pela Universidade Positivo 
 
Surge, no entanto uma necessidade social, política e moral de adequar os 
alunos com Necessidades Educacionais Especiais neste processo, possibilitando as 
mesmas condições dos demais educandos. 
Para que isto ocorra, é necessário um acompanhamento dos órgãos 
competentes no sentido de averiguar e fiscalizar. Equipamentos devem ser 
adequados e coerentes de acordo com a deficiência, aperfeiçoamento de todos direta 
e indiretamente e por fim a acessibilidade ao espaço do saber. 
Todas as citações legais, inclusive entre parênteses, quando não vier 
acompanhada de lei específica, são da Resolução 02/2001. 
O que deve ser feito e as formas a serem utilizadas é o objeto de nosso estudo. 
 
2 AMPARO LEGAL 
 
Em conformidade com art.9°,§1°,c, lei 4024/61; redação pela lei 9131/95, cap.I, 
II e III do Título V; e art.58 e 60, lei 9394/96; fundamentada pelo Parecer CNE/CEB 
17/2001. 
 
3 PRINCÍPIOS 
 
O Parecer n°17/2001 (BRASIL) ao realizar estudos sobre a Educação Especial 
(EE), o qual resultou a Resolução 02/2001, assevera ser matéria complexa que requer 
fundamentação nos seguintes princípios: 
 A preservação da dignidade humana; 
 A busca da identidade; 
 O exercício da cidadania. 
Carvalho (2013) argumenta que as distinções sociais que dão ênfase a fatores 
biológicos visam estabelecer ou reforçar algum tipo de desigualdade. 
Toda pessoa é digna e merecedora do respeito de seus semelhantes e tem o 
direito a boas condições de vida e à oportunidade de realizar seus projetos.(...) 
Juntamente com o valor fundamental da dignidade, impõe-se o da busca da identidade 
(BRASIL-a, 2001). Conforme Aranha, citado por Silva (2010, p.94), “a ideia de inclusão 
se fundamenta em uma filosofia que reconhece e aceita a diversidade na vida em 
sociedade. Isto significa garantia de acesso de todos, a todas as oportunidades, 
independente das peculiaridades de cada individuo ou grupo social”. 
Prevendo estas peculiaridades encontramos, no art.4° e seus incisos, 
assegurados: 
 As peculiaridades, os perfis, as características biopsicossociais; 
 A dignidade humana; 
 A busca da identidade própria de cada educando. Reconhecendo e valorizando 
suas diferenças e potencialidades; 
 O exercício da cidadania, da capacidade de participação social, política e 
econômica. 
 
4 CONCEITO DE ESCOLA 
 
O pensamento vai ao encontro de uma escola, e, portanto, de educação escolar 
que se legitime a socialização do saber historicamente construído pelo Homem. 
Uma escola que possua em seu PPP uma visão sociointeracionista deste 
‘sujeito’, pois a aprendizagem ocorre quando há uma interação ou troca de 
experiências do indivíduo com o seu meio ambiente ou comunidade educativa, no 
dizer de Lakomy (2008, p.17) (art.3º) 
Sem essa noção, dificilmente compreenderemos o mundo que circunda o 
‘sujeito’; e ao mesmo tempo sua ação neste mesmo ambiente. 
Fazer uma reflexão sobre a função social da educação é deveras importante, 
pois do contrário, conforme CARVALHO (p.10),pelo risco que se pode ter quando são 
realizadas abordagem não históricas, ou seja, aquelas que desconsideram a história 
humana, seus avanços, retrocessos e necessidades. 
Assim, defendemos como CARVALHO, (p.11), as políticas de Estado, ou seja, 
voltadas para o coletivo e os sujeitos envolvidos no processo histórico. 
 
 
 
5 CONCEITO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL (EE) 
 
 
Modalidade da educação escolar, entende-se um processo educacional 
definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços 
educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, 
complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir3 os serviços 
educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o 
desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam 
necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da 
educação básica. (grifos nossos)( art.3°,Resolução n°02/2011) 
 
 
Percebe-se no texto legal que a EE é uma modalidade da Educação Escolar, 
reafirmando o que já era previsto na LDBEN 9394/96, art.58. Ou seja, não temos na 
EE, um ensino à parte ou paralelo, e sim que perpassa transversalmente todos os 
níveis e modalidade de ensino, inclusive a superior. 
O início do atendimento ao Aluno com Necessidades Educacionais Especiais 
(ANEE) ocorrerá nas creches, pré-escolas, educação infantil. Desta forma o art.1° 
busca garantir ao sujeito o seu pleno direito ao atendimento especializado que lhe 
dará suporte a suprir, complementar, e/ou suplementar o mais cedo possível, a(s) 
necessidade(s) que vivencia(m). 
Não somente identifica o que vem a ser a EE, ou seja, aquela destinada a 
ANEE, como também prioriza o atendimento a essa clientela nas escolas regulares 
(art. 2°, 3° e 4°), desdobrando com maior clareza o que constava no art. 58 e §§1°, 2° 
e 3° da LDBEN 9394/96. 
 
 
 
 
 
3 O parecer CNE 17/2001 adota as seguintes acepções para os termos assinalados: 
a) Apoiar: “prestar auxilio ao professor e ao aluno no processo de ensino e 
aprendizagem, tanto nas classes comuns quanto em sala de recursos”; 
complementar: “completar o currículo para viabilizar o acesso à base nacional 
comum”; suplementar: “ampliar, aprofundar ou enriquecer a base nacional comum”. 
Essas formas de atuação visam assegurar respostaeducativa de qualidades às 
necessidades educacionais especiais dos alunos nos serviços educacionais comuns. 
b) Substituir: “colocar em lugar de”. Compreende o atendimento educacional 
especializado realizado em classes especiais, escolas especiais, classes hospitalares 
e atendimento domiciliar. 
6 QUEM SÃO OS ANEE, DURANTE O PROCESSO EDUCACIONAL? 
 
São os que apresentarem durante o processo educacional grifos nossos): 
I – dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de 
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades 
escolares; 
II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais 
alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis; 
III – altas habilidades/superdotação, grandes facilidades de aprendizagem 
que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. 
(art.5°,Resolução n°02/2011) 
O que se destaca neste artigo é a clareza de se ampliar as múltiplas 
possibilidades de necessidades que um sujeito poderá apresentar ao longo de sua 
vida, seja permanente ou momentânea. Compondo uma multiplicidade de condições, 
disfunções, limitações ou deficiências. 
Silva com muita lucidez esclarece que a expressão: 
 
 “necessidades educacionais especiais, referimo-nos a uma grande parcela 
dos alunos que, ao longo de sua trajetória acadêmica, apresenta algum tipo 
de dificuldade de aprendizagem. Por sua vez, ao utilizar o termo deficiência 
fazemos referência à parcela da população que apresenta algum tipo de 
comprometimento físico, sensorial e/ou intelectual” Silva (2010, p.79). 
 
 
Um verdadeiro caleidoscópio a exigir: 
a. Do sistema educacional recursos materiais, tecnológicos e apoios 
multiprofissionais- incisos V e VI do art.8°, art.10°, art.11°, §§1° e 2° do art.12 
e art.13; 
b. Do educador habilidades, competência e compromisso –inciso I do art.6°, 
incisos I, IV, VIe VII do art.8°, §1° do art.9°, art.15 e art.18) 
 
7 A POLÍTICA EDUCACIONAL 
 
Desde a antiguidade, evidenciam-se práticas e teorias sociais segregadoras, 
inclusive quanto ao acesso ao saber. 
A educação terá sempre um grande desafio a cada tempo, pois deverá partir 
da exclusão dos alunos (seja com necessidades especiais ou em constante risco 
social) para uma Escola de Todos,única, aberta às diferenças. 
Este caminho já vem sendo construído com mais consciência a partir da 
Declaração Mundial de Educação para Todos (1990), da Declaração de Salamanca 
de Princípios, Política e Prática para as Necessidades Educativas Especiais (1994) e 
por fim da LDBEN(1996);, um esforço da sociedade civil organizada e das políticas 
públicas a partir de então. SILVA (2010, p.93) nos trás que na área da educação, esse 
movimento foi traduzido como inclusão escolar. 
Os resultados serão alcançados pelo esforço de todos, no reconhecimento dos 
direitos dos cidadãos, na preservação da dignidade e na busca de sua identidade. 
Então, os sistemas de ensino assumem, com base no art.2°, §único do art.3° e 
art.14: 
 O papel de matricular todos os alunos; 
 Assegurar condições necessárias para uma educação de qualidade; 
 A demanda real de atendimento, criando sistema de informação; 
 Constituir e funcionar um setor responsável pela EE. 
 Identificar, analisar, avaliar a qualidade, bem como credenciar; 
 
8 CONSTRUINDO A INCLUSÃO 
 
8.1 NO ÂMBITO POLÍTICO. 
Os sistemas de ensino deverão assegurar a matrícula de todos e qualquer 
aluno(art.2°), organizando-se para o atendimento dos ANEE nas classes comuns 
(art.7° e inciso II do art.8°). 
É importante que haja descentralização do poder acerca de como devem se 
estruturar os sistemas de ensino e de quais procedimentos de controle social serão 
desenvolvidos (§único art.2°, inciso VI do art.8°, art.10°, art.11, art.14, art.15 
 
8.2 NO ÂMBITO TÉCNICO-CIENTÍFICO 
 
A formação dos professores para o ensino na diversidade é essencial para a 
efetivação da inclusão. 
A Resolução 02/2001, tomando inciso III do art.59 da LDBEN no que se refere 
ao papel do professor da classe comum capacitado e do professor especializado em 
educação especial, esclarece e define. 
Assim, o §1° do art.18 afirma que são considerados professores capacitados para 
atuar em classes comuns com ANEE, aqueles que comprovem em sua formação de 
nível médio e superior, a inclusão de conteúdos ou disciplinas sobre EE e 
desenvolvidas as competências para: 
I. Perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos; 
II. Flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento; 
III. Avaliar continuamente a eficácia do processo educativo; 
IV. Atuar em equipe, inclusive com professores especializados em EE. 
Portanto, a lei é clara no seu §2° do art.18, ao considerar quem são os professores 
especializados em EE 
 
São aquele que desenvolveram competências para identificar as 
necessidades educacionais especiais, definir, implementar, liderar e apoiar a 
implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular, 
procedimentos didáticos pedagógicos e práticas alternativas, adequados aos 
atendimentos das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo o 
professor de classe comum nas práticas que são necessárias para promover 
a inclusão dos ANEE. 
 
A resolução não poderia esquecer, obviamente, dos professores que já vem 
exercendo o magistério na área de EE, para estes foi assegurada a oportunidade de 
formação continuada (§4° do art.18). 
Mas, passados 14 anos da publicação desta resolução, já não se concebe o 
ingresso ou a permanência na EE, sem as formações mínimas exigidas em lei, seja o 
inciso I do art.8°, art.11 e art.20 desta Resolução. Tendo em vista que desde então 
vários incentivos por meio dos sistemas de ensino foram e são assegurados para 
capacitação e formação continuada. Não poderemos esquecer os diversos cursos de 
especialização ofertados pelas instituições pública e privada. 
 
8.3 NO ÂMBITO PEDAGÓGICO 
 
Em determinado momento de sua vida escolar, os educandos podem 
apresentar necessidades educacionais. No entanto, existem necessidades 
educacionais que requerem, da escola, uma série de recursos e apoios de caráter 
mais especializado, que proporcionem ao aluno meios para acesso ao currículo 
(BRASIL, 2001) 
Ao invés de pressupor que o aluno deva ajustar-se aos padrões de 
‘normalidade’ para aprender, aponta para a escola o desafio de ajustar-se para o 
atendimento à diversidade dos educandos. 
Compete às escolas organizarem-se para o atendimento aos ANEE (art.2°). 
Realizarem, com assessoramento técnico, avaliação do aluno (art.6°). 
Constar no seu Projeto Político Pedagógico (PPP) as disposições necessárias 
para o atendimento ao ANEE. O PPP deverá atender ao princípio da flexibilização, 
para que o acesso ao currículo seja adequado às condições do aluno. Respeitando 
as diretrizes curriculares nacionais e as normas dos seus sistemas de ensino(art.15) 
Ao longo do processo educativo, realiza-se uma avaliação pedagógica dos 
ANEE, objetivando identificar os elementos que impedem ou dificultam o processo 
educativo em suas múltiplas dimensões (inciso II do art.4°, art.6°, inciso VIII do art.8°, 
art.16). 
Com base no Parecer 17/2001, essas variáveis podem ser: 
 As que incidem na aprendizagem; 
 As de cunho individual; 
 As de ensino – condição da escola e prática docete; 
 As que inspiram diretrizes gerais da educação, e as relações que se 
estabelecem entre todas elas. 
 
8.4 NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO 
 
Os sistemas de ensino devem constituir e fazer funcionar um setor responsável 
pela EE – Educação Especial. Compreende-se desta forma, recursos humanos, 
materiais e financeiros. Pois, sem estes recursosficaram difícil uma política 
educacional para a educação inclusiva (§único do art.2°, §único do art.3°, inciso III do 
art.6°, art.9°, art.10°, art.13) 
Através das políticas públicas de educação é fundamental que sejam 
garantidos o direito de ir e vir, assegurando a acessibilidade aos ANEE, mediante a 
eliminação de barreiras arquitetônicas e no transporte escolar (art.12). Subentende-
se as adaptações sendo as instalações, os mobiliário, os equipamentos. 
Aos alunos que apresentam dificuldades e/ou restrições para a comunicação, 
devem ser-lhes assegurado o acesso aos conteúdos curriculares mediante a utilizam 
do sistema Braille, da língua de sinais LIBRA, e demais códigos e sinais aplicáveis 
(§2° do art.12) 
 
9 SERVIÇOS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Sabe-se que a Educação Especial ocorre em todas as instituições escolares 
que oferecem os níveis, etapas e modalidades da educação escolar previstas na 
LDBEN, tendo como eixo norteador a elaboração do PPP – Projeto Político 
Pedagógico, que deve incorporar essa modalidade de educação escolar em 
articulação com a família e a comunidade (inciso III do art.6°, inciso VII do art.8°, §2°do 
art.9° e §3° do art.10°) 
 
9.1 ATENDIMENTO NA REDE REGULAR DE ENSINO 
 
A escola regular promoverá a organização de classes comuns (art. 2° e art.7°) 
e de serviços de apoio pedagógico especializado(inciso IV e V do art.8°) 
Somente em caráter extraordinário e transitório, se constituirá classes especiais 
(art. 9°). 
Reafirma-se que todos os professores de EE e os que atuam em classe comum 
deverão ter formação para as respectivas funções, principalmente aos que atuam nos 
serviços de apoio pedagógico especializado. 
 
9.1.1 Atendimento educacional especializado fora do espaço escolar. 
 
Aos alunos que estão incapazes de comparecer nas instituições escolares por 
razões de saúde e ao mesmo tempo possibilitando dar continuidade ao processo de 
desenvolvimento e ao processo de aprendizagem, contribuindo para o seu retorno à 
escola regular surgem (§1° do art.13): 
 Classe hospitalar –atendimento especializado, prover a educação escolar a 
alunos impossibilitados de frequentar as aulas por razão de tratamento de 
saúde que implique internação hospitalar ou atendimento ambulatorial; 
 Ambiente domiciliar –atendimento especializado, prover a educação escolar de 
alunos que estejam impossibilitados de frequentar as aulas em razão de 
tratamento de saúde que implique permanência prolongada em domicilio. 
 
9.1.2 A classe especial e sua organização 
 
Com base no Parecer n°17/2001 (BRASIL,2001,p.25),é uma sala de aula, 
organizada para atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos 
cegos, surdos, de alunos que apresentem condutas típicas de síndromes e quadros 
psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos e de alunos que apresentam casos graves 
de deficiência mental ou múltipla. Não se deve compor uma classe especial com 
alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem não vinculadas a uma causa 
orgânica especifica, tampouco se deve agrupar ANEE relacionadas a diferentes 
deficiências (art.10°) 
O professor da EE, deve desenvolver o currículo com a flexibilidade necessária às 
condições dos alunos (inciso III do art. 8°). No contra turno, quando necessário, deve 
desenvolver (§1° do art.9°): 
 Atividades de vida autônoma e social; 
 Orientação e mobilidade; 
 Desenvolvimento da linguagem 
 Atividades de informática, etc.. 
 
9.2 ATENDIMENTO EM ESCOLA ESPECIAL 
 
A resolução prevendo os alunos que requeiram atenção especializada nas 
atividades de via autônoma e social, além de ajudas e apoios intensos e contínuos e 
flexibilização e adaptações curriculares tão significativos que a escola comum não 
consiga prover, pode-se realizar em escola especial. (grifo nosso) (art.10°) 
A transferência do ANEE para uma escola regular de ensino deverá ser 
realizada com base numa avaliação pedagógica e da família conjuntamente (§3° do 
art.10°). 
 
10 CURRÍCULO 
 
Compete aos estabelecimentos de ensino a organização e a operacionalização 
dos currículos escolares, respeitando as determinações e disposições legais dos 
respectivos sistemas (art.15) 
As diretrizes curriculares nacionais para as diferentes etapas e modalidades da 
Educação Básica: educação infantil, educação fundamental, ensino médio, educação 
de jovens e adultos e educação profissional é o subsídio para o currículo a serem 
desenvolvidos (art.19). 
É claro que ao se falar no currículo escolar, este garante o acesso ao ensino, à 
cultura, ao exercício da cidadania e à inserção social produtiva. Amparado 
expressamente pelo inciso I e IV do art.59 da LDEBEN. 
Sabemos que os currículos deve ter uma base nacional comum, sendo este 
complementado justamente para ter acesso a esta base; e também suplementado, 
ampliando e aprofundando esta base. Estas exigências tocam profundamente nas 
características do ANEE (incisos V, VII, VIII e IX do art.8°, §2° do art.12) 
Aos alunos com sérios comprometimentos cognitivos e/ou múltiplos, os quais 
não possam usufruir do currículo da base nacional comum, é-lhes garantido um 
currículo funcional, com foco nas necessidades práticas da vida (incisos III,VII, VIII do 
art.8°, art.10°) 
Com base na Portaria CNE/CEB n°17/2001, tanto o currículo como a avaliação 
devem ser funcionais, buscando meios úteis e práticos para favorecer: 
 O desenvolvimento das competências sociais; 
 O acesso ao conhecimento, à cultura e às formas de trabalho valorizadas pela 
comunidade; 
 E a inclusão do aluno na sociedade 
 
11 TERMINALIDADE ESPECÍFICA 
 
A LDBEN no seu art.32estabelece quatro pilares que deverão ser considerados na 
formulação dos objetivos do Ensino Fundamental: 
 Desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo o pleno domínio da leitura, 
da escrita e do cálculo; 
 Compreensão do ambiente natural e social; 
 Aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atividades e 
valores; 
 Valorização dos vínculos da família, da solidariedade humana e da tolerância. 
Ora, os ANEE – Aluno com Necessidades Educacionais Especiais estão 
associados a grave deficiência cognitiva e múltipla, e uma vez esgotadas as 
possibilidades legais no que tange ao currículo escolar art.26 da LDEBEN – Lei de 
Diretrizes e Base da Educação Nacional, as adaptações curriculares realizadas, inciso 
III do art.8° da Resolução 02/2001, bem como as possibilidades apontadas no inciso 
V do art. 24 da LDBEN que trata da verificação do rendimento escolar – as escolas 
devem fornecer-lhes uma certificação de conclusão – Terminalidade específica do 
Ensino Fundamental (art.16) 
Mas, para a expedição dessa Terminalidade especifica, que é uma certificação de 
conclusão escolar (art.16), a mesma deverá ser fundamentada em uma avaliação 
pedagógica com laudo médico, donde deverá constar descritivamente as habilidades 
e competências atingidas pelo ANEE com grave deficiência mental ou múltipla. 
Constará da referida certificação de escolaridade as novas alternativas 
educacionais, tais como encaminhamento para a educação de jovens e adultos, da 
educação profissionalizante, bem como a inserção no mundo do trabalho, com base 
na Portaria CNE/CEB n°17/2001 
Deverão constar no PPP da instituição escolar os meios e procedimentos para a 
expedição desta Terminalidade. 
 
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O processo de aprendizagem é uma construção coletiva, num ser individual. 
Que metodologia se constrói para o sucesso escolar? Pensar e repensar o processo 
educacional, implicará analisar de maneira profunda a estrutura organizacional e legal 
de nosso país. 
Com o advento da LDBEN trazendoares de renovação e uma visão de 
educação para todos, ela abriu as fronteiras para se construir uma educação com 
qualidade e de acesso para todos. 
Numa postura democrática na educação conseguiremos inserir os ANEE numa 
igualdade de direito. 
Ao se fazer uma releitura da Resolução 02/2001, procurou-se identificar os 
avanços que o texto legal nos proporciona através da leitura detalhada de cada artigo, 
verifica-se o quanto da preocupação dos legisladores em superar os graves 
problemas educacional, social e humano que estejam relacionados com os ANEE. 
Percebe-se no texto em apreço a constante busca por estabelecer uma 
igualdade de acesso e permanência, uma valorização da diversidade no processo 
socioeducativo. Reconhecendo e aceitando a diversidade na vida em sociedade. 
A presente Resolução CNE/CEB nº 01/2001 conseguiu corrigir algumas falhas 
na integração escolar, quando incluiu em seu texto as adaptações curriculares, 
flexibilizando o currículo escolar para o atendimento às necessidades dos alunos com 
deficiência. 
O sistema educacional reconhece através desta Resolução, os seus erros 
históricos e busca através de suas linhas corrigi-los ou abrir novos horizontes para a 
sociedade organizada e seus legisladores fazerem as melhorias e correções que são 
importantes. 
Mais de uma década se passaram após a publicação da Resolução nº 02/2001 
e percebemos que a aplicabilidade desta norma ainda é insipiente, falta boa vontade 
política e compreensão. Já por parte dos educadores uma visão mais ampla de uma 
sociedade que deseje legitimar as conquistas históricas; também a prática docente 
deva ser baseada nas necessidades, nas potencialidades e nos interesses dos 
educandos. 
A escola também deverá realmente acolher, reformular-se e celebrar o valor de 
todos os alunos. 
Constata-se que os cursos de formação de professores tratam das dificuldades 
de aprendizagem e das deficiências de forma muito restrita e normalmente apenas no 
último ano do curso, dificultando assim maior familiarização com o assunto e 
justificando, então, o despreparo do professor(...) como afirmou Silva e Facion (2009, 
p.198). Fato marcante que requer não somente nos cursos de formação de 
professores, mas em todos os cursos de formação superior, se realmente desejamos 
fazer uma inclusão social. 
Lamentavelmente tanto a escola quanto a sociedade não sabem lidar com 
alunos que se afastam de um padrão. 
Os ANEE fazem parte desse contexto histórico, com plena condição para 
interagir e/ou transformar o meio que vivemos; como uma força construtiva e produtiva 
para nosso país. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. CNE/CEB Parecer n°17 – Diretrizes 
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília:2001. Consulta: 
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB017_2001.pdef. Acesso em 
02/01/2015. 
 
_____. Ministério da Educação e Cultura. CNE/CEB Resolução nº 02 – Institui 
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: 2001. 
Consulta: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201_2001.pdef. Acesso em 
02/01/2015. 
 
CARALHO, Ana Paula Comin...[et al.] in 1.Desigualdade e diferenciação social. 
Desigualdade de gênero, raça e etnia. – Curitiba: InterSaberes,2013. – (Série Temas 
Sociais e Contemporâneos, p.21). 
 
CARVALHO, Paulla Helena Silva de. Inspeção Escolar: Fundamentos e Práticas 
Pedagógicas, aula 01, p.10. Consulta: <http://www.ava.grupouninter.com.br/tead/ 
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26/01/2015. 
 
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