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Manicomios, prisoes e conventos

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MANICÔMIO, PRISÕES E CONVENTOS
	Goffman inicia sua obra explicando o que são as instituições totais, descrevendo que são estabelecimentos fechados que funcionam em regime de internação, onde o grupo de internados vivem em tempo integral, e dirigi-se para tarefa da própria vida inerente a instituição. 
	Essa instituições prezam pela normatização e disciplinas, dos sujeitos que para muitos são considerados fora do padrão. Certamente essas instituições deixavam os internados muito angustiados, sentindo-se aprisionados.
	Algumas intuições por serem muito fechadas, deixava o sujeito sem saída, nesse sentido acabava gerando uma barreira entre a relação social e o sujeito. Se caracterizavam justamente pela proibição de mundo, sem possibilidade de ter contato ao mundo externo.
	Podemos caracterizar a instituição total por subdivisão em 5 agrupamentos. O primeiro grupo são incapazes e inofensivos, assim como creches e asilos, são feitas especialmente para cuidar de pessoas. Em segundo lugar, encontra-se pessoas que são incapazes de cuidar de si e são consideradas uma ameaça para a sociedade, embora que não é intencional. Como exemplo citamos os sanatórios para tuberculose, já para os manicômios doenças tais como lembra.
	No terceiro agrupamento encontramos um tipo de instituição que protege a comunidade como ameaças intencionais.Cadeias, campo de concentração penitenciarias.
	Podemos caracterizar a quarta instituição como isoladas, aquelas que visam facilitar o trabalho na qual vemos em quartéis , navios, escolas internas. No quinto caracterizamos com estabelecimentos que serve para refugiar do mundo, e local de ensinamentos religiosos nas quais podemos considerar os conventos, abadia e monstros.
	Em uma sociedade moderna o individuo tende a dormir, brincar e trabalhar em diferentes lugares, com diferentes co-participantes e diferentes autoridades, já as instituições totais rompe com as 3 esferas da vida , sendo todos eles realizados por um mesmo local , por uma única autoridade.
	Todos em atividades tem um horário estabelecido e todas as atividades são impostas por um sistema de regras de forma explicita e por um funcionário, tendo como objetivo atender as demandas da instituição. Um ponto importante, podemos considerar a vigilância , pois assim existe um controle extremos sobre as atividades dos indivíduos e o controle em que ali permanecerão.
	Goffman compara prisão e um convento, um asilo de loucos e um campo de concentração, entre um navio em alto mar ,na qual é encontrada segregação, desigualdade social e modelagem da subjetividade, utilizando- se de punições, recompensas e a estratégia de dividir tarefas, governando, que não são essencialmente diferentes das relações de dominação e subjetivação, dos processos de poder em vigor em toda e qualquer sociedade. Nesses locais os mecanismos produtores de subjetividade(uma outra identidade, retirando a do próprio sujeito)são exacerbados.
	Goffman fala sobre a possibilidade de reduzir a identidade social de um sujeito a um atributo estigmatizante(RETIRAR SUA IDENTIDADE POR RÓTULOS IMPOSTOS PELA SOCIEDADE). Para Goffman o local de residência e de trabalho possui um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por um período considerável de tempo. Eles levam uma vida fechada e formalmente administrada, cada fase da atividade está sob a responsabilidade do grupo dirigente e fazendo com que todos cumpram as normas estabelecidas e ao mesmo tempo, tem um grupo de pessoas vigiando- os constantemente. Existe uma divisão básica entre um grande grupo controlado (os internados) e uma pequena equipe dirigente que os supervisiona. O grupo dos internados tem um contato mínimo com o mundo externo. A equipe dirigente muitas vezes trabalha num sistema de oito horas por dia e pode estar integrada no mundo externo. Cada um desses grupos tende a conceber o outro através de estereótipos limitados e hostis, entendo a concepção de mundo de cada um, podendo notar que os internados podem ver os dirigentes como autoritários, condescendentes, arbitrários e mesquinhos, já os dirigentes costumam ver os internados como amargos, reservados e não merecedores de confiança. Os primeiros tendem, pelo menos sob alguns aspectos, a sentir-se inferiores, fracos e censuráveis. Os segundos costumam se sentir superiores e corretos. Podemos notar que há uma grande distância social entre ambos. Ocorre restrição de informações, sobretudo as relativas aos planos dos dirigentes para os internados, que não costumam ter conhecimento quanto ao seu destino(QUANDO VAI SAIR ?). O trabalho dentro dessas instituições, nas quais os internados têm o atendimento de todas as suas necessidades planejadas, apresenta características peculiares. O trabalho(AS ARTES COMO QUADROS)dos internados não tem como fim o pagamento em dinheiro para os mesmos assim dificultando a sobrevivência deles no mundo externo . Chega ser um descaso pensar que o trabalho é uma forma de preencher o tempo ou um castigo propriamente dito. Ele contribui para o funcionamento da instituição, mas não é essencial. Existe uma incompatibilidade entre o funcionamento das Instituições Totais e as relações sociais capitalistas que regem o trabalho assalariado na sociedade atual. Elas parecem mais próximas do modelo feudal ou escravista. A família também é outro elemento incompatível com a Instituição Total. A vida familiar e doméstica é contrastada com a vida grupal dos internados, que dificilmente podem manter uma vida doméstica significativa. A Instituição Total suprime um círculo completo de lares reais ou potenciais. A Instituição Total constitui-se parcialmente enquanto grupo residencial e parcialmente como organização formal. Ela funciona como depósito que serve como instrumento para modelar, mudar e transformar pessoas. Cada Instituição Total é, assim, um experimento natural de como se pode produzir subjetividade. É aí que reside seu interesse para a Psicologia que se ocupa com o estudo da Subjetividade e Saúde Coletiva. 
CONCLUSÃO:
Erving Goffman traz uma análise perfeita sobre a rotina das instituições em relação aos seus obstáculos. O autor explica em detalhes sobre todo o trajeto do indivíduo até chegar ao isolamento total ou parcial, e os conceitos apresentados durante a obra me apresentaram uma nova perspectiva de conhecimentos. Fiquei entusiasmada com a obra, pois é dificil passar por "Manicômios, prisões e conventos" e não alterar minimamente o seu ponto de vista acerca desses submundos. Para ilustrar suas dissertações, Goffman traz um bibliografia riquíssima e mescla com depoimentos de pessoas que passaram por essa situação. Algumas passagens, principalmente aquelas que envolvem a Segunda Guerra Mundial e os campos de concentração, são muito comoventes. Criminosos, doentes mentais, funcionários, tudo é dissecado pra que o leitor possa ter uma visão ampliada sobre o tema, fugindo do senso comum e da nossa zona de conforto.

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