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Instituições Totais

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Centro Universitário Para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí - UNIDAVI
Área das Ciências Humanas, Linguagem e Artes, Educação e Comunicação
Curso: Direito
Disciplina: Sociologia
Professor: Ilson Paulo Ramos Blogoslawski
Alunos(a): Shirlei Barros Rodrigues Dias, Tamiris Doris Kiefer.
INSTITUIÇÕES TOTAIS
ERVING GOFFMAN. Manicômios, Prisões e Conventos.
1- INTRODUÇÃO
Erving Goffman,era professor do departamento de Sociologia de
uma universidade da Califórnia, e cientista, foi membro e visitante do Laboratório de
Estudos Sócio-Ambientais do Instituto Nacional de Saúde de Bethesda, entre 1954
e 1957, desenvolveu estudos sobre comportamentos em enfermarias dos Institutos
Nacionais e Centros Clínicos de Saúde. No período de 1955 e 1956 ele fez um
trabalho com cerca de 7000 internos em um hospital federal de doentes mentais em
Washington.
O objetivo de Erving era conhecer o mundo social do interno em
hospital para doentes mentais, a partir de uma análise sociológica da estrutura que
utilizou como método de obtenção de dados etnográficos, ele se inseriu no mundo
dos internos, como observador, sem utilizar medidas de controle.
Para Goffman, o ser age nas esferas da vida em diferentes lugares,
e sob diferentes autoridades sem um plano racional geral. Ao inserir-se em uma
instituição social passa a agir no mesmo lugar, com um mesmo grupo de pessoas e
sob tratamento, obrigações e regras iguais para a realização de atividades
impostas.
Quando essa instituição social se organiza de modo a atender
indivíduos (internados) em situações semelhantes, separando-os da sociedade, por
um período de tempo e impondo-lhes uma vida fechada por meio de uma
administração rigorosamente formal (equipe dirigente) que se baseia no discurso de
atendimento aos objetivos institucionais, ela apresenta a tendência de “fechamento”
o que vai simbolizar o seu caráter “total”.
2- CARACTERÍSTICAS DAS INSTITUIÇÕES TOTAIS
Neste contexto iremos abordar as características das Instituições
Totais começando com a mais relevante que é o “fechamento” quer dizer que seus
integrantes tem uma barreira com o mundo externo, eles são proibidos de sair do
local onde estão.
São mantidos por portas fechadas, paredes altas, arame farpado,
fossos, água, florestas ou pântanos, por exemplo
Esse caráter total da instituição age no internado de maneira que o
seu “eu”passa por transformações dramáticas do ponto de vista pessoal e do seu
papel social. O autor afirma que esse fato pôde ser ricamente verificado no hospital
para doentes mentais e, para esclarecê-lo bem, detalha o processo que o
desencadeia.
Temos as Instituições onde são criadas para cuidar de pessoas
consideradas incapazes e inofensivas: as casas para cegos, idosos, órfãos e
indigentes. Como também temos locais estabelecidos para cuidar de pessoas
consideradas incapazes de cuidar de si mesmas contudo são uma ameaça a
comunidade, mesmo sem intenção: sanatórios para tuberculosos, hospitais para
doentes mentais e leprosários.
Ao se falar das Instituições estabelecidas com a intenção de realizar
alguma tarefa de trabalho, podemos citar como exemplo os quartéis, navios,
campos de trabalho, colônias e grandes mansões.
Estabelecimentos destinados a servir de “refúgio do mundo”, servem
também como locais de instrução para os religiosos: mosteiros, conventos também
é um instituição total.
3- O MUNDO DO INTERNADO
Quando o internado chega ao hospital ele sofre um processo de
“mortificação do eu” que suprime a “concepção de si mesmo” e a “cultura aparente”
que traz consigo, que são formadas na vida familiar e civil e não são aceitas pela
sociedade. Estes ataques ao “eu” decorrem do “despojamento” do seu papel na vida
civil pela imposição de barreiras no contato com o mundo externo, do
“enquadramento” pela imposição das regras de conduta, do “despojamento de
bens” que o faz perder seu conjunto de identidade e segurança pessoal, e da
“exposição contaminadora” através de elaboração de um dossiê que viola a reserva
de informação sobre o seu eu “doente”. Esse mecanismo, além de causar a
perturbação da relação entre o indivíduo e seus atos, causa o “desequilíbrio do eu”,
uma vez que profana as ações, a autonomia e a liberdade de ação do internado.
As regras da casa, rotinas diárias, são um conjunto de prescrições e
proibições que, se bem aceitas, permitem prêmios e privilégios ou, se
desobedecidas, geram o castigo, quer dizer, suspensão temporária ou
permanente dos privilégios.Goffman salienta que as noções de privilégios na
instituição total não são retiradas do padrão da vida civil, não são considerados
como favores e sim como a ausência de privação.
Por ter que seguir as regras da organização o internado passa a se
adaptar no mundo dos internados, e passa a ser um hábito, dia após dia sem
nenhuma novidade seguindo as mesmas regras e a rotina, com isso o internado
acaba matando que resta da sua verdadeira identidade dentro dele mesmo,
causando uma sensação de fracasso, um sentimento de que o tempo de internação
é perdido, mas que precisa ser cumprido e esquecido e um a angústia diante da
idéia de retorno à sociedade externa.
Essa angústia decorre do “status proativo” - o internado se vê diante
de uma nova posição social que é diversa da anterior que, por sua vez, não será a
mesma quando sair do hospital, e do “desculturamento” - o internado se vê diante
da impossibilidade de adquirir os hábitos atuais que a sociedade passará a exigir.
4 - O MUNDO DA EQUIPE DIRIGENTE
No que tange o mundo da equipe dirigente, podemos inferir que as
instituições parecem funcionar apenas como depósito de internados, mas se
apresentam ao público como organizações racionais, conscientemente planejadas
como máquinas eficientes para atingir determinadas finalidades oficialmente
confessadas e aprovadas. Esta contradição entre o que a instituição realmente faz e
aquilo que oficialmente deve dizer que faz, constitui o contexto básico da atividade
diária da equipe dirigente
Embora haja semelhanças com outros trabalhos, trabalhar com
pessoas depende dos aspectos singulares do internado. Por isso há manutenção de
padrões desnecessários de tratamento, uma das responsabilidades da instituição-
Padrões humanitários
As relações de status do internado com o mundo externo devem ser
consideradas, respeitando como pessoa mesmo que seus direitos civis já tenham
sido passados para terceiros., essas obrigações são lembradas até mesmo pelo
próprios internos
Materiais humanos podem se opor aos planos da equipe dirigente,
planejando fugas, ataque, etc. Por isso as decisões tomadas pela equipe sobre o
destino de seus pacientes não não devem ser comunicadas a eles.
Pacientes que agem contra si mesmos, pessoas da equipe podem
ser obrigadas a "maltratar" tais pacientes e criam em si mesmas uma imagem
autoritária. Neste caso o controle emocional é muito difícil.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Goffman parte de uma concepção de homem e sociedade onde o
mesmo estuda a interação social do indivíduo no cotidiano utilizando o conceito de
representação de papéis e que este tem relação como modo que o indivíduo
concebe sua imagem e como este pretende mantê -la; e essas instituições totais
teriam sido criadas para pessoas que não se enquadram na sociedade e funcionam
para mudar pessoas através do processo de mortificação do “eu civil”.
Processo este que tem por finalidade ferir o subsídio social que o
indivíduo necessita para compor a imagem de si; são instituições onde o sujeito é
privado de qualquer possibilidade de formação de sua imagem, instituições onde as
vestimentas e entretenimentos são iguais a todos não existem possibilidades de
individualidade, onde o indivíduo é comandado e tem total ciência disso visto que
precisa de consentimento para tudo que for fazer que possa quebrar o sistema.
Parece, a primeira impressão, que as duas esferas - internados e
equipe dirigentes mantém uma distância social e têm somente uma interação
limitada aospadrões de deferências que são impostos formalmente com exigências
específicas para as infrações e que devem ser apresentados pelo internado à
equipe dirigente obedecendo a escala dos papéis.
No entanto, ocorrem relações/ligações entre ambas de forma ilícita
e pessoal ou solidária quando existe um compromisso conjunto em relação à
instituição, na execução, respectivamente, da rotina da instituição e de certas
atividades que Goffman denomina “cerimônias institucionais”.
Estas cerimônias, festa anual, confecção de jornal ou revista,
esportes internos, cerimônias religiosas e exibição institucional, são vistas como a
possibilidade do internado reaprender a viver em sociedade e reaprender a
capacidade e voluntariedade para realizar tal vivência. Nelas, a equipe dirigente
representa mais que um papel de supervisão, por isso, podem ocorrer influências
mútuas entre os padrões sociais de um e de outro, principalmente quando são
provenientes da mesma classe social na comunidade externa.
A respeito do grau dessas influências, que se chama
“permeabilidade” tem como consequência a redução das diferenças, a geração da
comunicação e a dificuldade da manutenção d a distância entre os grupos. Para que
a manutenção da moral, da instabilidade e dos objetivos da instituição seja
garantida a equipe dirigente utiliza a “impermeabilidade” – negação das influências –
com o discurso de ruptura com o passado e das diferenças sociais externas do
internado dando uma característica livre ao seu tratamento.
Diante do que foi abordado pelo autor, observa -se que as
instituições totais podem ser amplamente dinâmicas e complexas, tendo em vista
que estão organizacionalmente ou não implantadas no nosso cotidiano, desde a
família até à sua turma no colégio. Por ser organizada em muitos casos, essas
instituições precisam de controle e operantes, dos quais o autor cita,
respectivamente a equipe dirigente e a equipe de internados, que juntos são quem
mantém os objetivos dessas instituições saciados.
REFERÊNCIA
GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Editora
Perspectiva, 2001.

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