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26/04/2018 1 Química Farmacêutica ADRIANA NASCIMENTO DE SOUSA 1 ESTUDO QUÍMICO-SINTÉTICO DE DROGAS COM AÇÃO SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL Os fármacos que atuam sobre o sistema nervoso central (SNC) podem deprimir, modificar ou estimular as suas funções. Estes fármacos são divididos, geralmente, em três grandes classes: 1. Depressores gerais (não seletivos) SNC: anestésicos gerais, hipnóticos e sedativos. 2. Modificadores seletivos da função do SNC: hipnoanalgésicos, analgésicos antipiréticos e antirreumáticos, anticonvulsivantes, antitussígenos, psicotrópicos e bloqueadores intraneurais centrais (miorrelaxantes e antiparkinsonianos). 3. Estimulantes gerais (não seletivos) do SNC. FÁRMACOS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL 26/04/2018 2 2. MODIFICADORES SELETIVOS DA FUNÇÃO DO SNC: • Hipnoanalgésicos ou analgésicos opióides • Analgésicos, antipiréticos e antirreumáticos • Anticonvulsivantes • Antitussígenos • Psicotrópicos • Bloqueadores intraneurais centrais: miorrelaxantes e antiparkinsonianos O termo narcótico, em desuso, é utilizado para substâncias que provocam sono ou perda de consciência; os analgésicos opióides causam analgesia sem perda da consciência. 1.HIPNOANALGÉSICOS OU ANALGÉSICOS OPIÓIDES Os fármacos analgésicos opióides, chamados também de analgésicos narcóticos ou de hipnoanalgésicos, atuam no controle da dor. Os opióides são muito parecidos com substâncias naturais (chamadas endorfinas) produzidas pelo organismo para controlar a dor. Estes medicamentos já foram produzidos a partir da papoula, mas hoje a maioria são sintéticos. Exemplos: • Morfina • Codeína • Hidromorfona Levorfanol • Metadona • Oxicodona • Hidrocodona • Oximorfona • Fentanil 26/04/2018 3 • Os principais neurotransmissores inibitórios são os peptídeos opióides, a norepinefrina, a serotonina, a glicina e o GABA. Atuam tanto a nível pré-sináptico quanto a nível pós-sináptico, inibindo a transmissão. • Os peptídeos opioides foram identificados em 1975 e denominados de encefalinas. Logo depois dois outros opioides endógenos foram isolados, as diorfinas e endorfinas. • Em 1976, foi postulado a existência de múltiplos tipos de receptores: m (mu), d (delta), k (kappa). E um quarto tipo foi clonado OFQ/N (NOP), inicialmente chamado de ORL-1 (opióide receptor-like 1). • Em 1995 foi clonado um novo peptídeo opioíde endógeno, a orfanina FQ/ nociceptina. Os aminoácidos se juntam por meio de ligação covalente para formar os peptídeos. Então, peptídeos são biomoléculas composta por dois ou mais aminoácidos que se ligam. • São depressores seletivos do SNC. • Empregados para aliviar a dor intensa sem causar a perda da consciência. • Elevam o limiar de percepção da dor. Os analgésicos opióides se assemelham em relação aos opióides endógenos ao mecanismo de ação, diferenciam-se entre si em relação à potência analgésica e afinidade pelos receptores. 26/04/2018 4 Agem como agonista do receptor opióide na medula espinal e cérebro. MECANISMO DE AÇÃO REDUZEM A TRANSMISSÃO DOS SINAIS DE DOR DE UM NERVO A OUTRO. Receptores acoplados a proteína G que atuam em canais iônicos - abertura de canais de K+, fechamento de canais de Ca+2 – promovem a inibição da liberação de neurotransmissores (GABA, glutamato, glicina). Podem ser classificados em : • Endógenos: endorfinas, encefalinas. • Exógenos: classificados como mostrado a seguir. CLASSIFICAÇÃO DOS HIPNOANALGÉSICOS 26/04/2018 5 ESTRUTURA GERAL DOS AGOSNISTAS HIPNOANALGESICOS: Semelhanças estruturais entre morfina, oripavina e encefalinas. Observa-se que todas as estruturas apresentam o resíduo tiramínico, assinalado em vermelho. O grupo farmacofórico N-metil—fenilpiperidina (estrutura a, figura 2) é o responsável pela ação farmacológica dos hipnoanalgésicos exógenos. As encefalinas (opióides endógenos) e certos hipnoanalgésicos não apresentam o anel piperidínico, contudo, apresentam um resíduo tiramínico (estrutura b, figura 2) também presente nos opiáceos e em muitos de seus análogos sintéticos. 26/04/2018 6 ESTRUTURA GERAL DOS AGOSNISTAS HIPNOANALGESICOS: RELAÇÃO ESTRUTURA ATIVIDADE (REA/SAR) Saturação- aumento da potência -Grupo volumoso – antagonista -Desmetilação - diminuição de potência Oxidação ou eterificação - aumento da potência Eterificação – diminuição da potência 26/04/2018 7 3-OH HIDROXÍLA FENÓLICA: 3-OH 26/04/2018 8 A heroína é 3 vezes mais potente que a morfina, além de possuir maior lipossolubilidade e com grande poder de penetração no SNC, devido aos grupos acetóxi em C3 e C6. A hidromorfona tem sua atividade analgésica aumentada pelo grupo cetona em C6 e pela retirada ligação dupla entre C7 e C8. - Oxidação da OH de C-6 e redução da dupla entre C-7 e C-8 26/04/2018 9 A codeína é 15% menos analgésica que a morfina, devido ao grupo metóxi em C3. A morfinona é 2 vezes menos potente que a morfina, devido ao grupo cetona em C6. - Oxidação da OH de C-6 - Oxidação da OH de C-3 • O aumento na atividade ocorre devido a: Retirada da dupla ligação entre C7 e C8. Retirada da dupla ligação entre C7 e C8 e a adição de um grupo metóxi em C3. Retirada da dupla ligação entre C7 e C8 e a adição de um grupo cetona em C6. 26/04/2018 10 Alterações na substituição do R em N 26/04/2018 11 • Os anéis podem sofrer processos de simplificação molecular. • O rompimento da ponte etérea (anel tetrahidrofurano) e a adição de uma hidroxila (OH) em C4, reduz em 90% a atividade. • A adição de uma OH em C14 e saturação da ligação dupla entre C7e C8, aumenta em 10 X a analgesia da molécula (oximorfona). • A adição de uma OH em C14, de um grupo OCH3 em C3 e saturação da ligação dupla entre C7 e C8 gera a oxicodona com atividade igual a da morfina. • A adição de um CH2, de uma dupla ligação em C6 e a retirada da dupla ligação entre C7 e C8, aumenta em 80 X a atividade da molécula. ALTERAÇÕES NOS ANÉIS 26/04/2018 12 26/04/2018 13 26/04/2018 14 26/04/2018 15
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