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1 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA MERITÍSSIMA ___ VARA CIVEL 
DE ARAÇATUBA – SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria, brasileira, viúva e representante do senhor Marcos, CPF 000.000.000-00, 
residente na rua Bérgamo 123, apt. 205, na cidade de Araçatuba – SP por seu advogado, com 
endereço profissional na Rua ..., 00, Dourados/SC, para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, vem a 
este juízo, propor 
 
AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS, 
CUMULADO COM PENSÃO POR MORTE 
 
em face de Roberto, comerciante, brasileiro, CPF 000.000.000-00, residente na Rua dos 
Diamantes, n° 123, Recife – PE. 
 
 
1. DOS FATOS 
 
O autor caminhava por uma rua de Recife – PE quando foi atingido por um aparelho 
de ar-condicionado manejado, de forma imprudente, por Roberto, comerciante e proprietário de 
uma padaria. Encaminhado a um hospital particular, Marcos faleceu após estar internado por um 
dia. Maria, esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda trágica do seu esposo, deslocou-se 
até Recife – PE e transportou o corpo para Araçatuba – SP, local do sepultamento. O falecido não 
deixou filhos. Sabe-se, ainda, que Mauro tinha 50 anos de idade, era responsável pelo seu sustento e 
de sua esposa e conseguia obter renda média mensal de um salário mínimo como pedreiro. Sabe-se, 
também, que os gastos hospitalares somaram R$ 3.000,00 e os gastos com transporte do corpo e 
funeral somaram R$3.000,00. No inquérito policial, após o laudo da perícia técnica apontar como 
causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado, Paulo 
2 
foi indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de 
homicídio culposo. 
 
 
2. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
Requer o Autor a concessão dos benefícios da justiça gratuita, pois não podem, na 
forma da lei, demandar sem prejuízo do sustento próprio e da sua família com base na Lei nº 
1.060/50 em seu artigo 4º, que “a parte gozará da assistência judiciária, mediante a simples 
afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar às custas do 
processo e os honorários do advogado, sem prejuízo próprio e de sua família”. 
Ademais, o § 1º dispõe ainda que “Presume-se pobre, até prova em contrário, quem 
afirmar essa condição, nos termos da lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas 
judiciais”. 
De sorte que o Autor, que se declara pobre e requer a isenção de pagamento das 
custas processuais e a concessão da gratuidade da Justiça, ficando assim isento das eventuais 
despesas que lhes incumbir. 
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela 
Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes. 
 
3. DO DIREITO 
 
Diante do que foi relatado o réu da qual não é sua profissão o manuseio com ar 
condicionado, tentou manusear tal aparelho, se mostrando incapaz de tal feito acabou derrubando o 
mesmo por IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA. 
Ilegalidade esta que está explicitamente sendo tratada nos artigos, in verbis: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar 
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, 
3 
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor 
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de 
outrem. 
 
O réu por ser dono do imóvel assume total responsabilidade por ele e deverá 
responder pelos danos causados a parte autora 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde 
pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem 
lançadas em lugar indevido. 
 
O senhor Marcos era o único detentor do poder financeiro da família. Nos termos da 
jurisprudência do STJ a pensão devida à esposa, deve ser paga até que está perfaça 70 anos, tendo 
em vista o aumento da expectativa de vida do brasileiro, que hoje é, em média, de 71,9 anos. 
Confira: 
 
“Possibilidade de determinar como termo final do pagamento da pensão, a data em 
que a vítima completaria 70 (setenta) anos de idade, em função do caso concreto. Precedentes: 
REsp 164.824/RS e REsp 705.859/SP” (REsp 859.225/RN, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira 
Turma, julgado em 13.03.2007, DJ 09.04.2007, p. 242). 
 
Já quanto ao quantum devido, as decisões do STJ vêm fixando a pensão em 2/3 da 
remuneração que recebia o de cujus. Confira: 
 
“Responsabilidade civil do Estado. Acidente de trânsito com vítima fatal. Adequada a 
fixação do valor da pensão em 2/3 (dois terços) dos rendimentos da vítima, deduzindo que o 
restante seria gasto com seu sustento próprio” (STJ, REsp 603.984/MT, rel. Min. Francisco Falcão, 
DJ de 16/11/2004). 
 
Por fim, é importante ressaltar que tanto a correção monetária como os juros 
moratórios das parcelas devidas a título de indenização por danos materiais devem incidir desde a 
data do evento danoso (STJ, REsp 705.859/SP, rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ de 21/03/2005). 
 
4 
Como o art. 406 do Código Civil determina a aplicação da taxa Selic e está abarca 
juros e correção monetária, estes incidirão com a simples aplicação da taxa referencial (STJ, REsp 
897.043/RN, rel. Min. Eliana Calmon, 2ª T., j. 03-05-2007,p.392). 
 
O STJ vem entendendo que não se pode mais fixar o valor do dano moral tomando 
como critério o salário mínimo. Deve-se fixar esta verba certo, valor esse que, em caso de 
homicídio, vem sendo fixado na quantia de R$ 190 mil. Confira o seguinte caso: 
 
“CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO 
COM VÍTIMA FATAL, ESPOSO E PAI DOS AUTORES. DANO MORAL. FIXAÇÃO. 
MAJORAÇÃO. Dano moral aumentado, para amoldar-se aos parâmetros usualmente adotados 
pela Turma. R$ 190 mil para esposa e filhas” (STJ, REsp 625.161/RJ, rel. Min. Aldir Passarinho 
Júnior, DJ 17/12/07). 
 
Em matéria de dano moral, a correção monetária é devida desde a data da fixação de 
seu valor, ou seja, desde da decisão judicial que fixa a indenização por dano moral. Já os juros 
moratórios são calculados tendo-se em conta a data do evento danoso (Súmula 54 do STJ: “os juros 
moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual”). 
 
4. DOS PEDIDOS 
 
Por tudo o que foi exposto, é a presente para, respeitosamente, 
requerer a V. Ex. ª: 
 
I – A citação do Réu por meio postal, nos termos do art. 
246, inciso I, do CPC/2015; 
II – A designação de audiência prévia de conciliação, nos 
termos do art. 319, VII, do CPC/2015; 
III – A reparação do dano sofrido com o devido acréscimo 
de perdas, danos, juros e correção monetária; 
IV – Condenação do réu ao pagamento dos honorários 
sucumbência; 
V – Condenação do réu ao pagamento da pensão; 
VI – Gratuidade da justiça; 
 
5 
Dá à causa, o valor de R$ 210.000,00 (duzentos e dez mil reais) 
 
 
 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Aracaju, 30 de abril de 2018. 
 
 
 
Carlos Alberto Príncipe 
OAB / SE 00000

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