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UNIÃO DE ENSINO DO SUDOESTE DO PARANÁ – UNISEP FACULDADE EDUCACIONAL DE DOIS VIZINHOS – FAED CURSO DE AGRONOMIA JAQUELINI APARECIDA MARMITT PERCEPÇÃO DOS COOPERADOS ACERCA DA GESTÃO DA COOPERATIVA: UM DIAGNÓSTICO DA COASUL DE SÃO JORGE DO OESTE - PR DOIS VIZINHOS 2016 JAQUELINI APARECIDA MARMITT PERCEPÇÃO DOS COOPERADOS ACERCA DA GESTÃO DA COOPERATIVA: UM DIAGNÓSTICO DA COASUL DE SÃO JORGE DO OESTE - PR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia da União de Ensino do Sudoeste do Paraná – UNISEP – Faculdade Educacional Dois Vizinhos, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Agronomia. Orientadora: Profa. Msc. Maria Cristina Woll Crestani DOIS VIZINHOS 2016 TERMO DE APROVAÇÃO JAQUELINI APARECIDA MARMITT PERCEPÇÃO DOS COOPERADOS ACERCA DA GESTÃO DA COOPERATIVA: UM DIAGNÓSTICO DA COASUL DE SÃO JORGE DO OESTE - PR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia da União de Ensino do Sudoeste do Paraná – UNISEP – Faculdade Educacional de Dois Vizinhos - FAED, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Agronomia. BANCA EXAMINADORA Profa. Msc. Maria Cristina Woll Crestani Orientadora Prof. Dr. Álvaro Rodrigo Freddo Membro da Banca Prof. Dr. Edison Antônio Pin Membro da Banca Dois Vizinhos, 17 de novembro de 2016. DEDICATÓRIA Eu dedico esse trabalho aos meus pais Orimar e Mariza que são meus exemplos sempre batalhando e me dando força para chegar até aqui. AGRADECIMENTOS O meu agradecimento vai primeiramente a Deus, que permitiu que este curso de bacharelado acontecesse da melhor forma, com Sua presença iluminadora não apenas durante os anos de faculdade, mas em todos os momentos de minha vida. A meus pais, Orimar e Mariza, e meu irmão, Orimar Junior, que sempre me estiveram dando apoio durante esta caminhada. Ao meu namorado André Francisco Meneguzzi pela ajuda e apoio na reta final deste trabalho. A minha orientadora Maria Cristina Woll Crestani, pela ajuda neste trabalho e também pela amizade. Ao Ivan Nesi, representando a Coasul de São Jorge D’Oeste, por permitir a realização desta pesquisa na mesma. Aos cooperados por permitirem a realização dos questionários e pelas respostas a mim repassadas sem esses não seria possível a realização da pesquisa. À UNISEP, pela oportunidade de fazer о Bacharelado de Agronomia. À Professora e Coordenadora do curso Claudia Manteli, pelo convívio, apoio, compreensão e amizade. Aos Professores, que desempenharam com dedicação as aulas ministradas. Agradeço a meus colegas de classe e com certeza futuros excelentes profissionais. Aos membros de banca, pela colaboração a este trabalho. A minha Amiga Any Carla Zolet, por me ajudar em inúmeros momentos durante a graduação e pela amizade. A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito obrigado. RESUMO O presente trabalho apresenta como objetivo verificar a percepção dos cooperados sobre a gestão da cooperativa Coasul (Cooperativa Agroindustrial) e a sua importância para os seus cooperados de São Jorge D’Oeste-PR. O cooperativismo é a união de pessoas que estão em busca dos mesmos objetivos tanto na área econômica social ou cultura, e formando uma empresa de propriedade comum onde que é gerenciada por todos os cooperados. No trabalho ainda foi descrevido sobre a história do cooperativismo, bem como os seus ramos, os princípios, as vantagens e os problemas enfrentados. Portanto como todo trabalho cientifico requer cumprir etapas, para a realização desta pesquisa foi utilizada a pesquisa qualitativa, bibliográfica e descritiva, baseando-se no método indutivo. A partir do objetivo principal, questões foram formuladas e aplicadas em forma de pesquisa sendo utilizado questionário fechado sendo aplicados a 375 cooperados do município e para os mesmos conseguisse responder foi realizado visitas em suas propriedades, essa pesquisa teve com intuito de apresentar uma análise sobre a opinião dos associados em relação a Cooperativa, bem como os principais benefícios obtidos após a associação na Cooperativa. A fase seguinte utilizou-se de levantamento de dados, possibilitando concluir que a cooperativa sempre está buscando melhores condições para seus cooperados, menores custos de produção, e melhor qualidade de vida aos mesmos, porém eles têm que interagir mais com a cooperativa. Palavras Chaves: Assembleias. Benefícios. Participação. Ramos. vii ABSTRACT The purpose of this study is to verify how members of Coasul (an agro-industrial cooperative) perceive its management and how important the cooperative is for their members in São Jorge D’Oeste, Paraná. Cooperativism consists of the act of a group of people uniting to meet their common economic, social and cultural needs through a jointly owned and democratically managed business.The research also describes the history of cooperativism, its branches, principles, advantages, and common challenges faced. Following the scientific method, this study consisted of qualitative, literary and descriptive research, based on the inductive method. In order to achieve the main goal of the research, several questions were formulated and presented to 375 members of the cooperative in the city as a survey with closed-ended questions delivered personally in their properties; the survey aimed to analyze the members’ opinions about the cooperative as well as identifying the main benefits resulting from joining the cooperative. The subsequent phase comprised data analysis, which led to the conclusion that the cooperative is always seeking to offer better benefits to their members, lower production costs and an overall better quality of life, but this is dependent on a higher level of interaction between members and the cooperative. Keywords: Assembly Meetings. Benefits. Participation. Branches. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Componentes do Modelo de Gestão das Cooperativas ........................... 23 Figura 2 – Sexo dos cooperados ............................................................................... 30 Figura 3 – Idade dos cooperados .............................................................................. 31 Figura 4 – Tempo de cooperação ............................................................................. 32 Figura 5 – Participação dos cooperados em outras empresas ................................. 33 Figura 6 – Motivos que levam os cooperados a participar de outras empresas ........ 34 Figura 7 – Motivos de participar da cooperativa Coasul de São Jorge D’Oeste ....... 35 Figura 8 – Porcentagem dos produtos comprados ou vendidos para a cooperativa . 36 Figura 9 – Opinião dos cooperados em relação ao atendimento na cooperativa ...... 37 Figura 10 – Opinião dos cooperados em relação a assistência técnica .................... 38 Figura 11 – Preço na compra de produtos pelos cooperados na cooperativa comparado com o mercado ...................................................................... 39 Figura 12 – Preço na venda de produtos na cooperativa comparado com o mercado ................................................................................................................. 40 Figura 13 – Renda dos cooperados antese depois de ser cooperado ..................... 41 Figura 14 – Participação dos cooperados em reuniões e assembleias ..................... 42 Figura 15 – Motivos cooperado participar da cooperativa ......................................... 43 Figura 16 – Motivos levam o cooperados não participar da cooperativa ................... 44 Figura 17 – Conhecimento do cooperado sobre a Lei nº 5.764/71 ........................... 45 Figura 18 – Conhecimento do cooperado sobre o estatuto da cooperativa .............. 46 Figura 19 – Recebimento do estatuto ....................................................................... 47 Figura 20 – Conhecimento do cooperado sobre o regulamento da cooperativa ....... 48 Figura 21 – Como o cooperado recebe informações sobre a cooperativa ................ 49 Figura 22 – Como o cooperado fica sabendo que vai ocorrer assembleias .............. 50 Figura 23 – Como os cooperados sugerem ideias para a cooperativa ..................... 51 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Sexo dos cooperados .............................................................................. 30 Tabela 2 – Idade dos cooperados ............................................................................. 31 Tabela 3 – Tempo de cooperação ............................................................................. 31 Tabela 4 – Participação dos cooperados em outras empresas ................................. 32 Tabela 5 – Motivos que levam os cooperados comprar em outras empresas........... 34 Tabela 6 – Motivos de participar da cooperativa Coasul de São Jorge D’Oeste ....... 35 Tabela 7 – Porcentagem dos produtos comprados ou vendidos para a cooperativa 36 Tabela 8 – Opinião dos cooperados em relação ao atendimento na cooperativa ..... 37 Tabela 9 – Opinião dos cooperados em relação a assistência técnica ..................... 38 Tabela 10 – Preço na compra de produtos pelos cooperados na cooperativa comparado com o mercado. ..................................................................... 38 Tabela 11 – Preço na venda de produtos na cooperativa comparado com o mercado ................................................................................................................. 39 Tabela 12 – Renda dos cooperados antes e depois de ser cooperado .................... 40 Tabela 13 – Participação dos cooperados em reuniões e assembleias .................... 41 Tabela 14 – Motivos cooperado participar da cooperativa ........................................ 42 Tabela 15 – Motivos levam o cooperados não participar da cooperativa .................. 43 Tabela 16 – Conhecimento do cooperado sobre a Lei nº 5.764/71 ........................... 44 Tabela 17 – Conhecimento do cooperado sobre o estatuto da cooperativa ............. 45 Tabela 18 – Recebimento do estatuto ....................................................................... 46 Tabela 19 – Conhecimento do cooperado sobre o regulamento da cooperativa ...... 47 Tabela 20 – Como o cooperado recebe informações sobre a cooperativa ............... 48 Tabela 21 – Como o cooperado fica sabendo que vai ocorrer assembleias ............. 49 Tabela 22 – Como os cooperados sugerem ideias para a cooperativa ..................... 50 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Resumo da Análise ................................................................................ 52 LISTA DE ABREVIAÇÕES % Porcentagem ANCOSOL Associação nacional do cooperativismo de crédito de economia familiar e solidária BHN Banco Nacional de Habitação Coasul Coasul cooperativa agroindustrial COOBRASTUR Cooperativa Brasileira de Lazer e Turismo Ltda. COOPERTUR Cooperativa de Produção e Fomento MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MG Minas Gerais OCB Organização das Cooperativas Brasileiras OCEMG Organização do Estado de Minas Gerais OCEPAR Organização do Estado do Paraná OCESP Organização do Estado de São Paulo PE Pernambuco PR Paraná S/nº Sem número SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SFH Sistema Financeiro de Habitação SICOOB Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil SICREDI Sistema de Crédito Cooperativo UNISEP União de Ensino do Sudoeste do Paraná SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 8 2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 8 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 8 3 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 9 3.1 Agroindústria X Agronegócios .......................................................................... 9 3.2 Empresa Rural ..................................................................................................... 9 3.3 Administração Rural ......................................................................................... 10 3.4 Cooperativa ........................................................................................................ 11 3.5 História do Cooperativismo .............................................................................. 12 3.6 Ramos do Cooperativismo ............................................................................... 13 3.6.1 Ramo Crédito ................................................................................................... 13 3.6.2 Ramo Agropecuário ......................................................................................... 14 3.6.3 Ramo Consumo ............................................................................................... 16 3.6.4 Ramo Educacional ........................................................................................... 16 3.6.5 Ramo Mineral ................................................................................................... 17 3.6.8 Ramo Turismo e Lazer ..................................................................................... 18 3.6.9 Ramo Habitacional ........................................................................................... 19 3.6.10 Ramo Infraestrutura ....................................................................................... 19 3.6.11 Ramo Social ................................................................................................... 20 3.6.12 Ramo Trabalho ............................................................................................... 20 3.6.13 Ramo de Produção ........................................................................................ 21 3.7 Caracterização das Cooperativas .................................................................... 21 3.8 Princípios do Cooperativismo .......................................................................... 22 3.9 Gestão da Cooperativa ..................................................................................... 23 3.10 Direito e Deveres dos Cooperados ................................................................ 25 3.11 Vantagens e Problemas das Cooperativas ................................................... 26 4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................28 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 30 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 53 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55 ANEXOS ................................................................................................................... 64 6 1 INTRODUÇÃO Cada segmento de atividade tem suas especificidades para enfrentar tais tendências. O ramo de comércio e varejo é considerado um negócio que sempre tem que ser observado seu mercado, para quem deseja investir, devido a grande demanda dos clientes, que cresce diariamente. Os produtores rurais há uma possibilidade, mediante as ferramentas do comercio, efetuar a venda de seus produtos. Entretanto, como outro qualquer negócio é necessário planejamento e uma administração diária para a empresa se manter no mercado. A empresa necessita inclusive de gestores que tenham informações necessárias para conseguir se manter neste mercado, que assim eles possam ter uma visão ampla de todas as situações, para que a mesma consiga identificar possíveis problemas e apresentá-los na tomada de decisões. Cada divisão tem suas intenções especificas. Economicamente a empresa se enquadra em sua atividade como setor terciário, desenvolvendo a comercialização dos produtos e insumos agrícolas. O grande avanço contemporâneo e tecnológico traz para essa nova era, conceitos novos e mais abrangentes sobre os modos de intervenção de capital estranho. Uma dessas maneiras é o grande desenvolvimento de Cooperativas, que vem sendo um caminho para um grupo de pessoas (produtores ou consumidores) com os mesmos interesses. O cooperativismo busca ser um sistema que considera estar a solução do problema social na generalização e desenvolvimento da cooperação para colaborar no desenvolvimento sócio intelectual. Evidencia-se que a cooperativa tem como fator econômico atuar em prol de todos, no sentido de ajudar a reduzir os custos de produção, buscar conhecimento no grupo para obter melhores resultados na produção, ter melhores condições de qualidade, prazo e preço, ter um lugar específico para expor seus produtos e além de tudo, ter uma maior demanda de seus produtos. Com isso, o cooperativismo tradicionalmente faz com que os pequenos agricultores sejam o principal fator para o grande desenvolvimento e crescimento das agroindústrias, que na qual está chamando a atenção de diversos líderes e pesquisadores, por ter se mostrado um forte setor no mercado brasileiro. 7 Com a alta demanda por produtos saudáveis, os pequenos agricultores familiares, tem esse estímulo para produzir uma diversidade destes produtos e que desses alimentos, possam gerar uma renda a mais para as famílias que optarem por isso. Diante disto, a cooperativa faz o papel das agroindústrias, pois incentiva as famílias à produção destes alimentos, dedicando-se ao auxílio dos técnicos na produção, ajudando a agregar valor aos produtos e dedicando-se a vendê-los e transformá-los em produtos conhecidos nos mercados. Mas além disto, a cooperativa está sempre respeitando a cultura, as tradições, o saber local e a compreensão que o meio rural proporciona. A cooperativa do ramo agropecuário tem função de prestar assistência técnica aos seus cooperados, além de armazenar seus produtos e como vender com preços mais baixos e comprar com preços mais altos. Esta apresenta uma gestão participativa, onde os cooperados participam tomando decisões em assembleias gerais ordinárias e as assembleias gerais extraordinárias. Este projeto busca como objetivo ter uma visão da percepção dos cooperados em relação à gestão das cooperativas, neste caso em especial a Coasul (Coasul Cooperativa Agroindustrial) de São Jorge D’Oeste, PR. 8 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Verificar percepção dos cooperados sobre a gestão da cooperativa Coasul, unidade de São Jorge D’Oeste, PR. 2.2 Objetivos Específicos - Apresentar os ramos do cooperativismo; - Descrever os princípios do cooperativismo; - Verificar o interesse do cooperado perante a cooperativa; - Proceder uma análise sobre a percepção dos cooperado sobre a gestão da cooperativa; 9 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Agroindústria X Agronegócios Batalha (2007), evidencia que o significado de agribusiness é o conjunto das atividades que tem relação com a produção e a distribuição de insumos agrícolas, como também as atividades realizadas nas unidades agrícolas, como o armazenamento, processamento e distribuição dos produtos ligados com a agricultura e itens ligados a ele. O autor cita também que a palavra agribusiness foi utilizado pela primeira vez pelos professores da universidade de Harvard em 1957 sendo eles John Davis e Ray Golbert. O agronegócio é divido em: primeiro dentro da porteira, que são as atividades realizadas pelos produtores rurais, esses podendo ser desde pequeno a grande porte; a segunda parte é os antes-porteira são representadas por indústria e comércio, que fornecem insumos para a produção; e a terceira o depois-porteira, onde se encontram os que realizam a compra dos produtores até a venda pelos consumidores finais, passando pelo além da compra e da venda, ou seja, passa também pelo transporte e o beneficiamento (LORENÇO; LIMA, 2009). O agronegócio é formado por empresas que são fornecedoras de insumos para fazenda, os produtores, as indústrias que fazem parte do processamento e os que prestam a assistência técnica (NEVES; ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2005). Guimarães, Turra e Mafioletti (2008), discorrem que o agronegócio apresenta um grande número de produtos exportados, citando principalmente a soja, carnes, madeira, papel e celulose, sucro-alcooleira, café, suco de fruta, fumo, couro, milho e algodão. 3.2 Empresa Rural Alves e Colusso (2012) evidenciam que a empresa rural é um local onde se realiza atividades que tem relação com as culturas agrícolas, com a criação de gado, ou com as culturas florestais, com o objetivo de adquirir renda e integrada com um conjunto de recursos. Os autores citam ainda que esses recursos são a propriedade, 10 o capital, e o trabalho, sendo que a propriedade é onde se trabalha para se obter a produção, o capital é conjunto de bens colocados acima da terra, que se utiliza para aumentar a produção e facilitar o trabalho de todas as atividades desenvolvidas pelo trabalhador rural. A empresa rural, ainda pode ser classificada com o seu tamanho, desde de pequena a grande porte. Essa caracterização não se distingue apenas pelos números de hectares, mas também condições climáticas, edáficas1, tipo da área, número de animais (no caso da atividade de pecuária), o capital investido, produção, total de receita e despesas. Pois não adianta se ter uma grande quantidade de hectares e não ser rentável (PORTO; GONÇALVES, 2011). De acordo com Marion (2014), a empresa rural é dividida em atividades agrícolas, que estão subdivididas nas áreas hortícola, forrageira, arboricultura, zootécnica, (relacionada com a criação de animais) e a agroindustrial, que é subdividida em beneficiamento de produtos, transformação dos produtos zootécnicos e transformação dos produtos agrícolas. 3.3 Administração Rural A administração rural significa o conjunto de atividades que facilita os produtores rurais a tomar suas decisões na sua propriedade,com tem a função de melhorar o resultado econômico e manter a sua produtividade (ULRICH, 2014). As atividades da administração rural são realizadas por um administrador que apresenta algumas funções como cita Crepaldi (2012), como tomar decisões do que será produzido, a quantidade que deve ser produzida, como deve ser produzido, controlar as ações desenvolvidas e também avaliar os resultados, analisando se a atividade foi rentável ou se ocorreram prejuízos. Arruda (2013) menciona que para ser um bom administrador rural, se precisa saber utilizar técnicas e ferramentas ligadas a administração, saber decidir e solucionar problemas, saber olhar de forma global e sistemática, ser criativo, ser um 1 Edáficas - Que resulta de fatores inerentes ao solo, ou é por eles influenciado. 11 bom líder, ter responsabilidade, ser profissional e ter uma visão do que pode ocorrer no futuro. 3.4 Cooperativa Cooperativa é a junção de pessoas que estão em buscas do mesmo objetivo sendo que essas são formadas para atender e prestar serviços a seus cooperados (CARDOSO, 2008). A cooperativa pode ser entendida como: Uma associação de pessoas com objetivo profissional nos diversos campos da atividade humana, administrada no modelo de autogestão, operacionalizada por meio de ajuda mútua, destinada à satisfação das necessidades básicas comuns de seus membros. É uma organização de natureza empresarial sem propósito de lucratividade, mediante a qual um grupo de pessoas busca realizar determinados interesses comuns, e tem o capital com o instrumento a serviço do homem (PEREIRA, 2003, p.35). Sousa (2009) discorre que a lei nº 5764/712 determina que a cooperativa é uma sociedade de pessoas que tem como função a prestação de serviços aos associados. Estes colaboram com bens ou serviços, para se ter uma atividade econômica sem se ter o objetivo de lucro, que surgem quando o trabalhador se encontra desfavorável a sua situação e se unem com outros e juntos prestam serviços aos consumidores. A cooperativa é uma associação que tem no mínimo 20 cooperados, que se unem para satisfazer as suas necessidades sociais, econômicas e culturais, tendo como valores a ajuda mutua, responsabilidades e solidariedade, democracia e a participação (MAPA, 2008). 2Brasil - lei nº 5764 de 16 de Dezembro 1971, a qual Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. 12 3.5 História do Cooperativismo O cooperativismo surgiu na cidade de Rochdale na Inglaterra, no ano de 1844 por 28 tecelões que estavam ameaçados pelo capitalismo. Eles buscavam meios alternativos para a sua subsistência, sendo esta primeira cooperativa do ramo consumo, teve como princípio a solidariedade, equidade, liberdade e o trabalho em grupo (SOUZA et al., 2007). A cooperativa no Brasil surgiu na cidade de Ouro Preto em 1889, no ramo de consumo e sendo denominada de Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, em seguida a cooperativa começou a se espalhar para outros estados (NESI, 2014). Em 1902 surgiu a segunda cooperativa no Brasil no período imperial no município de Nova Petrópolis-RS, sendo denominado a Caixa Econômica e Empréstimo de Amstad. Esta depois passou a ser chamada Caixa Rural de Nova Petrópolis e hoje é chamada de Cooperativa de Credito de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha – Sicredi Pioneira/RS, sendo do tipo Raiffeisen (PINHEIRO, 2008). Alves (2007) coloca que as cooperativas do ramo agropecuário surgiram no Brasil durante a primeira república por famílias de imigrantes e neste período surgiram as primeiras cooperativas agropecuárias no estado do Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com as cooperativas vinícolas e em 1920 as cooperativas de erva- mate. No estado do Paraná e no estado do Rio Grande do Sul, eram cooperativas de leite e suínos e também de madeireiros, surgidos com esforço conjunto de pessoas e a segunda fase do cooperativismo no Brasil ocorreu à partir da era Vargas, devido à crise de 1929. No Brasil em 1932, foi instalada a cooperativa legalmente pelo decreto 22.239 quando ocorreu uma forte expansão do cooperativismo, pela lei 5764 em 1971, que organizou e colocou como se devem funcionar as cooperativas (NESI, 2014). As primeiras cooperativas no estado do Paraná foram formadas por imigrantes e no primeiro momento tinham como função viabilizar a autossuficiência da colônia e no segundo momento garantir a prosperidade. O objetivo destas era a comercialização de excedentes agrícolas, tendo como exemplo de cooperativa 13 paranaense a Cooperativa Agropecuária Batavo, que surgiu em 1935 na cidade de Castro (SERRA,1995). 3.6 Ramos do Cooperativismo O cooperativismo, conforme informa Schimmelfenning (2010), é dividido em 13 ramos, sendo eles crédito, agropecuário, consumo, educacional, mineral, saúde, transporte, turismo e lazer, habitacional, infraestrutura, trabalho, especial e de produção. 3.6.1 Ramo Crédito Para Schimmelfenning (2010) a cooperativa de crédito surgiu em 1844 na cidade de Manchester na Inglaterra, onde os moradores do bairro Rochdale, que determinaram economizar uma libra por pessoa por mês durante um ano. Com o propósito de combater o capitalismo ganancioso, uma vez que sofriam com suas jornadas de trabalho e com salários baixos. Já Sebrae (2010) dispõe que a primeira cooperativa de credito surgiu em 1848, na Alemanha por Friedrich Raiffeisen que teve interesse nos ruralistas. Já no Brasil a primeira cooperativa de credito surgiu no ano 1902, no estado do Rio Grande do Sul com o nome Caixa de Economia e Empréstimo AMSTAD e futuramente ficou sendo chamado de Caixa Rural de Nova Petrópolis e em 2007 passou a se chamar de Cooperativa de Crédito de Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha (Sicredi Pioneira-RS) (LYRA, 2011). A cooperativa de credito são formadas por um grupo de pessoas que não tem finalidade de adquirir fins lucrativos, que apresentam quatro sistemas principais Ancosol, Sicredi, Sicoob, Unicred e que pode ser classificada de 1º ao 3º grau, sendo que a de 1º grau são as cooperativas singulares a de 2º grau são as centrais de credito e federações e as de 3º grau são as confederações (CASTRO, 2009). Lyra (2011) complementa que as cooperativas de Crédito que são de 1º grau, prestam serviços diretamente aos associados, as de 2º grau são as que organizam os serviços econômicos e proporcionam assistência exigidas pelas filiais 14 integrando e organizando suas atividades e a do 3º Grau é formada pelo mínimo de três federações ou centrais. De acordo com Araújo (2011), existem três modelos de cooperativas, as Desjardins que apresentam como característica o vínculo dos cooperados com embasamento nos grupos homogêneos, como sócios de clubes, profissão entre outros. As Raiffeisen que destinam aos sócios as sobras liquidas proporcionais ao capital, ter área de atuação não restrita e os administradores serem remunerados e as do modelo Luzzatti, que sua característica é não possuir vínculo com a associação, exceto limite geográfico, conhecidas como o banco do povo, o mesmo complementa que a primeira cooperativa do ramo crédito no Brasil foi no modelo Desjardins. A cooperativa de crédito apresenta algumas vantagens, como cita Schimmelfenig (2010), que são juros mais baixos dos praticados no mercado, a ajuda mutua. O associado pode administrar, tero controle e ainda projetar as ações da cooperativa, aproveitando os recursos adquiridos no desenvolvimento do município e região, tendo menos custos, livres aceitações e fácil abertura de conta. O atendimento é personalizado, apresenta também distribuição de sobras e cada candidato apresenta um voto. O World Councilof Credit Unions (WOCCU) é o que representa as cooperativas de credito em condição mundial e tem como função promover intercâmbios entre as cooperativas de credito, sugerindo legislação, promove surgimento de cooperativas de crédito e concede a assistência técnica (PINHEIRO, 2008). 3.6.2 Ramo Agropecuário No Brasil a primeira cooperativa do ramo do Agropecuário surgiu no estado de Minas Gerais, criada por João Pinheiro no ano de 1907, que naquela época era governador do estado (MENEGARIO, 2000). De acordo com Ferreira e Braga (2004) alguns tipos de cooperativas agropecuárias são responsáveis por receber e processar o produto dos cooperados e também de comercializar, que são as de comercialização e processamento, outras são as cooperativas de serviço e repasse de produção, que disponibilizam os 15 insumos e serviços para os cooperados. Também possuem a função de comprar e comercializar a produção dos cooperados para uma central ou empresa comercial. A Cooperativa agropecuária tem como importância a inserção econômica dos associados, junto ao comércio concentrado, além de causar aumento na renda local e o desenvolvimento do agronegócio onde a mesma está inserida (SOUZA; BRAGA; FERREIRA, 2011). Ferreira e Braga (2004) complementam que alguns benefícios são a redução do custo de insumos, economia em escalas, troca na aquisição de insumos, principalmente de produtos perecíveis e diminuição dos riscos em ações unidas. Os benefícios e funções das cooperativas agropecuárias são proporcionar assistência técnica, armazenamento, industrialização e comercialização de produtos e em alguns casos a assistência social e educativa aos seus cooperados. Estas cooperativas vêm se destacando na comercialização de produtos, na geração de empregos, exportações de produtos e até mesmo os industrializados (ALVES, 2007). Zandonadi (2011) também cita que as atividades que a cooperativa deve exercer são a assistência técnica diferenciadas, beneficiamentos, armazenamento e beneficiamento dos produtos oriundo dos cooperados, o fornecimento de insumos em condições melhores, criação de unidades agrícolas para produção de mudas e sementes e a agroindústria como fábricas e usinas, para assim melhorar desenvolvimento dos agronegócios e dos cooperados. De acordo com Lima e Alves (2011), as cooperativas agropecuárias vem buscando implantar projetos para agregar valor nos produtos primários, aumentando o seu valor no mercado e aumentando a base produtiva da região com isso aumentado a venda do cooperado e assim reinvestir na sua atividade produtiva ocorrendo um desenvolvimento da região onde a cooperativa está inserida. De acordo com Ricken (2009), em 2008 no estado do Paraná tinha 80 cooperativas agropecuárias distribuídas em todas as regiões do estado e que em muitos municípios essas são as empresas que apresentam o maior faturamento, tendo oferta de empregos e gerando tributos importante para o desenvolvimento regional. Zandonadi (2011) coloca que as cooperativas agropecuárias do estado do Paraná em 2009, foram responsáveis por 56% da economia do estado do estado tendo um faturamento de 22 bilhões de reais e coloca também que 70% dos seus cooperados são pequenos ou médios produtores de até 50 hectares. 16 Lima e Alves (2011) coloca que a cooperativa tem um importante papel no desenvolvimento econômico e rural no estado do paraná seja transferindo tecnologias de ponta ou garantindo a compra e o escoamento da safra, com isso gerando empregos e renda em todo o interior do estado. 3.6.3 Ramo Consumo A cooperativa de consumo teve a sua origem na Inglaterra no ano de 1844 e no Brasil foi criada a primeira deste ramo na cidade de Ouro Preto em 1889, sendo chamado de Sociedade Cooperativa dos Funcionários de Ouro Preto (DOMINGUES; MARTINS, 2004). Esse ramo durante muito tempo ficou limitado a funcionários que fizessem parte de empresas, vendendo a prazo com descontos na falta de pagamento das empresas e essas perderam espaço para grandes redes de supermercado e agora estão voltando a serem aberta para qualquer consumidor (OCB, 2003). Existem dois tipos de cooperativas no ramo de consumo a aberta que é para qualquer indivíduo que tenha interesse em fazer parte da cooperativa e a fechada, que é apenas para cooperados ligados a uma empresa (DOMINGUES; MARTINS, 2004). Essa cooperativa apresenta algumas funções como compra em comum de artigos para seus cooperados (OCB, 2003). Domingues e Martins (2004) complementam com outras funções deste ramo, como oferta de produtos de qualidade, com preço menor, melhor atendimento e isso ocorre, devido a compra em conjunto, o que faz ter condições diferenciadas. De acordo com a OCEMG (2015), o Brasil em 2014 apresentava 121 cooperativas deste ramo, com 2.992.370 cooperados. 3.6.4 Ramo Educacional Dispõe o OCB (2014), que a primeira cooperativa do ramo educacional que surgiu no Brasil e na América Latina foi em Belo Horizonte - MG, no ano de 1948 por professores da Instituições Escolas Reunidas Cooperativas Ltda., que mais tarde 17 passou a se chamar de Cooperativa de Trabalho Educacional (COTEL). Porém o reconhecimento da criação deste ramo foi quando ocorreu a criação da Cooperativa de Ensino de Itumbiara (CEI) em 1987. A cooperativa do ramo educacional é dividida em três divisões: Cooperativas de alunos de escola agrícola, cooperativas de pais e alunos e cooperativa de professores (OCEMG, 2006). De acordo com Borges (2010), a cooperativa do ramo educacional apresenta algumas funções, como buscar a realização de algumas atividades de ensino, como adquirir insumos e materiais escolares, acompanhar a aprendizagem dos alunos através da administração da escola/cooperativa, além de reunir os profissionais para prestar seus serviços no mercado. Borges (2015) discorre que a vantagem deste ramo de cooperativa é a gestão mais democrática, que admite a participação de professores, alunos, cooperados de modo geral e a sociedade envolvida com a vida escolar. No Brasil se tem 301 cooperativas do ramo educacional e 61.659 cooperados, sendo que a região sudeste é a que apresenta maior número de cooperativas deste ramo seguida pelo nordeste e depois a região sul, que apresenta tendência de declínio (OCEMG, 2015). 3.6.5 Ramo Mineral O cooperativismo no ramo mineral teve o ganho na aderência na Constituição Federal de 1988, que estimulou a formação das cooperativas na atividade garimpeira (FREITAS; FREITAS; MACEDO, 2016). Este ramo tem finalidade de pesquisar, extrair, lavrar, industrializar, comercializar, importar e exportar produtos minerais, contendo ainda o artesanato mineral. Freitas; Freitas; Macedo (2016), e Macedo (2015) complementam que os minerais mais retirados pelas cooperativas são ouro (72%), seguido pela areia, argila, e produção de diamantes (10%), cassiterita (1%), feldspato, tantalita, calcário, ametista e a esmeralda. Em 2014 no Brasil se apresentavam 91 cooperativas deste ramo, com 74.246 cooperados (OCEMG, 2015). 3.6.6 Ramo Saúde 18 A cooperativa do ramo da saúde foi criada no início do século de 1960 pelo Sindicatos de Médicos de Santos, a UNIMED, descreve Delgado (2010), porém este ramo só foi desconectado do ramo do trabalho em1996 devido a sua força e representatividade (KEMERICH, 2013). Este ramo é dividido em dois segmentos de cooperativas, que são de profissionais de saúde, que tem como papel o cuidado e a recuperação da saúde humana, e as cooperativas de usuários, que são as pessoas que procuram qualidade no atendimento, e preço mais acessível. No Brasil se tem 859 cooperativas neste ramo e 248.206 cooperados (OCEMG, 2015). 3.6.7 Ramo Transporte Este ramo é constituído pelo transporte individual de passageiros, transporte coletivo de passageiros, transporte de cargas e transporte escolar, conforme explica Kemerich (2013). Essa cooperativa se desmembrou do ramo do trabalho em 30 de abril de 2002. Essa cooperativa apresenta algumas vantagens, como reduzir custos, aumentar a qualidade de vida do indivíduo e compras coletivas gerando descontos em oficinas de manutenção, em postos de combustíveis, seguros, planos de saúde, em creches entre outras coisas (MOURA, 2012). Segundo OCEMG (2015) apresentava em 2014, 1273 cooperativas deste ramo com 138.582 cooperados. 3.6.8 Ramo Turismo e Lazer De acordo com Barroco (2008), a primeira cooperativa do ramo turismo e lazer que surgiu foi a Coopertur criada em 1988 na cidade de Recife- PE e no ano seguinte foi criada a Coobrastur. Porém a OCB (2008), evidencia que a cooperativa no ramo turismo e lazer surgiu em 28 de abril de 2000, pois todos os estados Brasileiros tem um grande potencial para o turismo. Essa cooperativa pode auxiliar na geração de emprego, distribuição de renda, preservação do meio ambiente e resgate da cidadania (BARROCO, 2008). 19 Discorre a OCEMG (2015) no Brasil se tinha 28 cooperativas de turismo e lazer com 1918 cooperados. 3.6.9 Ramo Habitacional A cooperativa neste ramo surgiu em 1964 com a criação da BNH, do SFH e o plano nacional com a criação da lei nº 4380 de 21 de agosto de 19643, no meio uma grande crise social. Sendo que o BNH tinha papel de orientar, disciplinar e controlar o SFH (MORAIS, 2004). Os cooperados são pessoas que estão interessadas em originar a construção de conjunto habitacional e tem como finalidade a construção de residências de baixo custo para seus cooperados, além de preparar os seus associados para viverem em comunidades ou em condomínios (MORYAMA, 2004). No Brasil se tinha 288 cooperativas deste ramo com 123.958 cooperados (OCEMG, 2015). 3.6.10 Ramo Infraestrutura A primeira cooperativa no ramo de energia elétrica rural surgiu em 1941 no município atual de Erechim no Rio Grande do Sul e vem atendendo pequenas e médias propriedades rurais (KEMERICH, 2013). A Cooperativa deste ramo tem como objetivo o fornecimento de serviços, que não são encontrados disponíveis e que são os mais caros do mercado, como eletrificação, telefonia rural, saneamento e limpeza pública (OCEMG,2015). Na área de energia elétrica, este ramo de cooperativa pode construir usinas, para produzir, transformar e distribuir energia elétrica (LIMA, 2004). Disposto pela OCEMG (2015), o Brasil tinha 134 cooperativas deste ramo com 976.340 cooperados. 3Brasil - Lei nº 4380 de 21 de agosto de 1964, a qual institui a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, o sistema financeiro para aquisição da casa própria, cria o Banco 20 3.6.11 Ramo Social O ramo social consiste nas pessoas que se encontram em desvantagens com a lei nº 9869/994, essa cooperativa coloca os indivíduos no mercado de trabalho dando a eles renda e cidadania (OCB, 2008). Nesta cooperativa contém pessoas que apresentam deficiência física, sensoriais, psicológicos, mentais, dependentes, químicos, pessoas egressas de prisão, adolescentes com idade apta para trabalhar e com problemas familiares (OCEPAR, 2012). No Brasil contém 8 cooperativas deste ramo, com 313 associados (OCEMG, 2015). 3.6.12 Ramo Trabalho A cooperativa de trabalho consiste em sociedades de pessoas que contribuem com bens e serviços, com exercício de uma atividade econômica, gerando, mantendo ou recuperando postos de trabalho (GOMES, 2008). Siqueira (2014), comenta que para a cooperativa do trabalho o número mínimo é sete cooperados e esses devem receber a remuneração mínima ou o piso salarial da sua categoria profissional, com uma carga horária de 44 horas. Também, com repouso semanal e anual e estar sendo remunerado e receber o adicional de insalubridade, de periculosidade e o seguro de acidente de trabalho. No Brasil se tem 1087 cooperativas deste ramo, com 226.250 cooperados (OCEMG, 2015). 4 Brasil - lei nº 9869 de 10 de novembro de 1999, a qual Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. 21 3.6.13 Ramo de Produção A cooperativa de produção é constituída por empresas que produzem um ou mais tipos de bens e serviços. Muitas vezes a cooperativa de produção é a salvação para empresas que estão declarando falência (OCB, 2008). OCEPAR (2012) cita que no Brasil devido à crise econômica e financeira, muitas empresas não conseguem resistir e os empregados estão cada vez mais observando as vantagens de abrir o próprio negócio tornando-se empresários e participando das cooperativas. No Brasil de acordo com OCEMG (2015), se tem 272 cooperativas deste ramo, com 12.234 cooperados. 3.7 Caracterização das Cooperativas As cooperativas apresentam como característica a dispensa do capital social, número mínimo de cooperados e não havendo o máximo, limitação da quota capital e está sendo intransferível. Deve se ter número mínimo de cooperados presentes nas assembleias, cada cooperado tem direito a um voto, distribuição dos resultados de acordo com a sua participação, não é dividido o fundo de reserva para cada sócio, mesmo que a cooperativa não dê certo (BRASIL, 1971). A diferença entre uma cooperativa e uma associação é a que a associação tem a finalidade de assistência social, educacional, cultural, representação política, defesa de interesse de classe, filantrópicas, não tendo número mínimo de associados. Enquanto a cooperativa visa viabilizar o negócio produtivo de seus associados junto ao mercado e apresenta um número mínimo de vinte associados (CARDOSO, 2008). A diferença entre a cooperativa e uma sociedade mercantil é que na cooperativa o elemento principal são os associados, sendo os donos e usuários, cada pessoa conta com um voto durante a assembleia, funciona de forma democrática. As cotas são intransferíveis, aberta para novos cooperados, defende preços justos, o compromisso é a educação, o social e a economia (MAPA, 2008). 22 3.8 Princípios do Cooperativismo A cooperativa apresenta alguns princípios, sendo eles: adesão livre e voluntaria, gestão democrática pelos sócios, participação econômica dos sócios, autonomia e independência, educação, treinamento e informação, cooperação entre cooperativas, preocupações com a comunidade (OCEPAR, 2012). A adesão livre e voluntaria, significa que qualquer pessoa apta pode se tornar associado, não tendo discriminação social, racial, política, religiosa e de qualquer gênero (VIEIRA; PINHEIRO, 2014). Gestão democrática de sócios significa que cada cooperado tem o direito a um voto em assembleias, sendo que as cooperativas são conduzidas pelos cooperados que participam dando opiniões (JESUS, 2016). As participações econômicasdos membros contribuem de forma igual para o capital das cooperativas e controla de forma democrática. Os cooperados apresentam um número mínimo de quotas previstos em estatuto e as cooperativas podem remunerar ou não. Se decidirem em remunerar, não pode ser superior a 12% ao ano e isso serve para que os cooperados participem das cooperativas (RIBEIRO, 2012). Autonomia e independência, isso coloca que as cooperativas são organizações autônomas de ajuda mútua, sendo controlada pelos seus cooperados, assegurando a cooperativa como organização e suas ações e parcerias não devem criar vínculos ou obrigações que possam interferir nas suas decisões (NESI, 2014). Educação, formação e informação, isso coloca que o objetivo permanente da cooperativa é passar conhecimento para seus cooperados, dirigentes, conselheiros e empregados sobre o cooperativismo, uso de técnicas e equipamentos no processo de produção e comercialização (MAPA, 2012). Intercooperação, define que a cooperativa para se ter melhores resultados, deve trabalhar em conjunto com estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais (OCEPAR, 2012). Interesse pela comunidade, coloca que as cooperativas trabalham com políticas aprovadas pelos seus cooperados e eles não trabalham de forma isolada, tem que interagir com a sociedade inserida (MAPA, 2012). 23 3.9 Gestão da Cooperativa Gestão significa a capacidade de execução e organização das atividades administrativas dentro de uma organização ou empresa, através de planejamento e desenvolvendo planos eficazes para atingir objetivos (MARCHESE, 2006). Figura 1 – Componentes do Modelo de Gestão das Cooperativas Fonte: Oliveira (2006), apud Rosses et al, (2010, p. 5). Oliveira (2011), discorre que em seu modelo os componentes de gestão de uma cooperativa são: estratégicos, estruturais, diretivos, tecnológicos, comportamentais, de mudança e o de avaliação. O estratégico é constituído pelo planejamento estratégico, a qualidade total que é a capacidade de satisfazer os cooperados, mais o marketing total que é o processo de interação entre todas as atividades. Os estruturais são divididos em organizacional, que divide as atividades e as responsabilidades para cada cooperado e pelo sistema de informação gerencial, onde os dados são transformados e utilizados para estabelecer estratégias para que gestores busquem melhores resultados. Segundo o mesmo autor, os diretivos são os utilizados para um resultado desejado, dividido em liderança, comunicação, supervisão, coordenação, decisão e ação. Os tecnológicos são compostos por produtos e serviços oferecidos, sendo o processo que é a sequência das atividades realizadas e o conhecimento que é a 24 capacidade de entender o conceito e a estrutura de um assunto. Os comportamentais são constituídos pela capacitação que é a capacidade de adquirir conhecimentos, o desempenho é o resultado efetivo e o potencial, que é o conjunto de conhecimentos que o profissional tem para realizar as atividades. O comportamento, que é as atitudes de uma pessoa no meio, comprometimento e a responsabilidade de cada um. Oliveira (2006) explica ainda, que o componente de mudanças dividido em administração de resistência, que busca minimizar dificuldades, postura para resultados, é direcionar os recursos para se ter melhores resultados. Trabalhar em equipe é a capacidade de trabalhar em conjunto com outras pessoas e o ultimo componente é a de avaliação, que são os indicadores de desempenho acompanhamento, controle e aprimoramento. Para tomadas de decisões dentro das cooperativas, são realizadas em assembleias gerais, pelos conselhos fiscais, pelo conselho administrativo e pela diretoria, sendo que as assembleias gerais, apresentam algumas funções. Estas funções são constitutivas quando aprova o estatuto, legislativa quando aprova ou reforma o estatuto social, a eleitoral quando se elege conselho administrativo e fiscal; a judicial quando julga a violação do estatuto e a resolutiva, para tomar decisões das cooperativas, estas em assembleias divididas em ordinária e extraordinárias (OCB, 2015). De acordo com o mesmo autor, assembleia ordinária é realizada para prestação de contas, para planos de atividade, para destinação das sobras, ou rateio das perdas, eleição do conselho fiscal e fixação do valor dos pró-labores e outros assuntos de interesse social. Essa assembleia é realizada nos três primeiros meses após o termino do exercício social e as assembleias extraordinárias são realizadas para reforma do estatuto, fusão, incorporação ou desmembramentos, mudanças do objeto sociedade, dissolução voluntaria da sociedade e nomeação dos liquidantes e alienação de bens imóveis. Essas assembleias são realizadas sempre que necessário e devem estar presente 2/3 dos associados. O conselho fiscal é responsável por fiscalizar toda a administração das cooperativas e tem o poder de realizar assembleias sempre que detectar assuntos que careçam a apreciação e a decisão dos cooperados (CARDOSO, 2014). 25 O conselho administrativo é o órgão superior da administração das cooperativas, sendo sua função a decisão sobre a cooperativas e os cooperados, perante a legislação do estatuto e das assembleias gerais (OCB, 2008). Oliveira (2011), comenta que para se ter uma boa gestão nas cooperativas é necessário haver uma boa comunicação, redução no número de objetivos. Ele explica também que a cooperativa apresenta autogestão, com isso é necessário que os cooperados contratem alguém para realizar as funções operacionais técnicas. 3.10 Direito e Deveres dos Cooperados A participação dos cooperados deve ser de forma responsável e organizada e o sucesso desta, somente ocorrerá com a participação dos cooperados e assumindo como donos (MAPA, 2012). Pereira (2003) discorre alguns direitos dos cooperados, sendo eles: a votos e ser votados; participar das operações que a cooperativa realiza; receber o retorno proporcional ao final do ano; examinar livros e documentos; convocar para assembleias; pedir esclarecimentos ao conselho administrativo; opinar e defender as suas sugestões e propor medidas interessantes aos conselhos fiscais e administrativo. Os deveres dos cooperados são de participar das assembleias, respeitar as decisões tomadas nas assembleias, operar com a cooperativa, saldar seus compromissos financeiros, zelar pelo interesse comum, conhecer e cumprir o estatuto e quando observar coisas indevidas na cooperativa, deve denunciar e pagar a sua parte quando a cooperativa tiver prejuízos (MAPA, 2012). Os cooperados também apresentam responsabilidades, sendo elas aprovar os planos de trabalho, a prestação de serviço, a distribuição das sobras, o aumento do capital da cooperativa, a reforma do estatuto, aprovar contas dos liquidantes, aquisição ou venda de bens e a fusão, incorporação e desmembramento da cooperativa (OCESP, 2008). Caso os cooperados não cumprir com os objetivos da cooperativa, estão sujeitos a demissão, que ocorre quando o mesmo pede de livre vontade o afastamento, que pode ser negado. A eliminação que ocorre quando o cooperado desobedece o estatuto ou às normas, é feita pelo conselho administrativo e a 26 exclusão, é quando ocorre a dissolução da pessoa jurídica ou o falecimento da pessoa física, pela incapacidade civil, ou deixar de atender o estatuto do ingresso ou de permanência, dentro da cooperativa (OCB, 2008). 3.11 Vantagens e Problemas das Cooperativas A primeira vantagem das cooperativas é que as mesmas não apresentam vínculo empregatício com seus cooperados, o que não geratributos aos produtos entregues, porem na hora da venda, ocorre incidência de impostos (CARDOSO,2014). Cardoso (2008) afirma que a principal vantagem do cooperativismo é a organização de trabalho, o que significa que facilita às pessoas que não tinham condição de enfrentar o mercado, possam se tornar mais competitivas, melhorando a sua renda e sua condição de trabalho. De acordo com Rosalem e Silva (2016), as vantagens das cooperativas agrícolas, são por elas defenderem as poupanças e orientarem sobre a qualidade dos produtos. Por meio delas, os cooperados apresentam rendas maiores, junto com o crescimento da cooperativa, ocorre promoções econômicas, a distribuição de renda, regulam o preço no mercado, promovem o trabalho solidário, preservam a dignidade pessoal e praticam as atividades cooperativas através do incentivo da ajuda mutua, tendo estimulo ao esforço próprio (ROSALEM; SILVA, 2016). Porém, as cooperativas apresentam alguns problemas, como envelhecimento do quadro de cooperados pois falta incentivo para atrair jovens, o portfólio da cooperativa é incompleto, infidelidade dos cooperados, pouco conhecimento dos líderes e colaboradores (MEINEN, 2014). Rios (1998) comenta mais alguns problemas que podem estar relacionados com algumas cooperativas, sendo centralizar os detalhes no presidente, ausência de objetivos comum, excesso da intromissão no dia a dia, grande quantidade de reuniões ou falta dessas e no conselho fiscal, também apresenta problemas, como deixar vazar as informações da cooperativa, mandar recados a funcionários, tomar decisões de última hora, reuniões de forma desorganizadas, falta de conhecimento das cooperativas. 27 Nesi (2014) discorre que, dentro da cooperativa deve haver estímulo para a participação dos cooperados, dando possibilidade que eles se expressem e que sejam ouvidos. 28 4 MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi realizada com os cooperados da Cooperativa Coasul no município de São Jorge D’Oeste. A cooperativa Coasul surgiu no município de São João em 1969, devido as dificuldades que os produtores enfrentavam com o transporte, compra de insumos, e locais para armazenagem de grãos. Em 1976 foi criado o entreposto em São Jorge D’Oeste na Rua Santos Dumont, s/nº, que hoje conta com 577 cooperados e 34 funcionários trabalhando no recebimento, beneficiamento, armazenagem e comercialização de grãos, além da prestação da assistência técnica aos produtores e realizando transportes, e se dedica as grandes culturas soja, milho e trigo. Este trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e documental onde o método que foi utilizado é o indutivo, e a partir dos dados coletados foram construídos conceitos, teorias e hipóteses. Primeiramente foi realizado o cálculo amostral, sendo que a formula utilizada foi: Sendo: n - amostra calculada N - população Z – variável normal padronizada associada ao nível de confiança p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral (SANTOS, 2014). Considerando que o erro amostral é de 3%, com um nível de confiança de 95%, tendo 577 cooperados, resultou numa amostra necessária de 375 cooperados, com os quais foi realizado um questionário fechado (Anexo A). O questionário foi aplicado para perceber a importância desta cooperativa, como também o conhecimento do cooperado em relação a sua gestão. Para os produtores responderem as questões, foram realizadas visitas nas propriedades, explicando a importância da pesquisa. 29 E com os resultados foi realizado uma análise descritiva onde fatos, registros e análises e as respostas dos entrevistados foram utilizados para criar gráficos e tabelas. 30 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Com relação ao sexo dos entrevistados, como pode ser verificado na Tabela 1 e na Figura 2, que 85% dos cooperados são do sexo masculino e 15% do sexo feminino, mostrando assim que os homens é que gerenciam as propriedades e sendo os que mais frequentam a cooperativa. De acordo com Ritzmann (2016), o estado do Paraná apresenta 151.783 cooperados no ramo agropecuário e destes 16.853 são do sexo feminino isso significando que 11% dos cooperados do ramo agropecuário paranaense são do sexo feminino. Tabela 1 – Sexo dos cooperados Sexo dos cooperados Entrevistados Percentual % Feminino 56 15 Masculino 317 85 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). Figura 2 – Sexo dos cooperados Fonte: Tabela 01 Com relação a faixa etária dos entrevistados, obteve-se um número significativo de cooperados acima de 36 anos, somando um percentual de 85% e verifica-se que acima de 46 anos apresenta 63% dos cooperados mostrando que a área rural está cada vez mais ficando mais velha e isso se deve pelo fato dos jovens estarem saindo estudar fora e não voltando para o campo. Como pode-se observar na Tabela 2 e na Figura 3, o quadro da cooperativa em relação a este item avaliado. 31 Assim é conveniente que a cooperativa se preocupe em definir e direcionar um perfil para melhor atendê-los. Tabela 2 – Idade dos cooperados Idade dos cooperados Entrevistados Percentual% Entre 18 e 25 anos 14 4 Entre 26 e 35 anos 44 11 Entre 36 e 45 anos 82 22 Entre 46 e 55 anos 109 29 Entre 56 e 65 anos 93 25 Mais de 66 anos 33 9 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). Figura 3 – Idade dos cooperados Fonte: Tabela 02. Percebe-se pelas informações dispostas, na Tabela 3 e na Figura 4 que 74% dos cooperados fazem mais de 6 anos que são cooperados, isso se deve principalmente pela cooperativa em São Jorge D’Oeste já apresentar 40 anos e alguns desses cooperados fazem parte desde o início e além de demonstrar que a cooperativa é sólida e traz segurança aos agricultores. Tabela 3 – Tempo de cooperação Tempo de cooperação Entrevistados Percentual % Menos ou igual a 1 ano 17 5 De 2 anos a 4 anos 31 9 De 4 a 6 anos 41 12 Mais de 6 anos 253 74 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 32 Figura 4 – Tempo de cooperação Fonte: Tabela 03 Ao verificar o comprometimento do cooperado com a cooperativa Coasul foi observou-se que 54% dos cooperados realizam operações em outras empresas como disposta na Tabela 4 e na Figura 5. Isso pode ser considerado um problema, necessitando que a cooperativa desenvolva medidas para melhorar essa situação. De acordo com Sette, Sette e Souza (2005) as cooperativas e os cooperados devem se unir, caso contrário perde a essência e a razão de sua existência, já que as cooperativas existem para haver uma integralização entre as cooperativas e os cooperados. Tabela 4 – Participação dos cooperados em outras empresas Participa de outras empresas Entrevistados Percentual% Sim 202 54 Não 173 46 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 33 Figura 5 – Participação dos cooperados em outras empresas Fonte: Tabela 04. Pelas informações dispostas, 54% dos cooperados realizam operações em outras empresas, constatando que o motivo deles comprarem nessas empresas, perfazendo um total de 29% dos cooperados, em relação a assistência técnica melhor, 17% devido o preço e 13% por falta de produtos na cooperativa como pode- se observar na Tabela 5 e na Figura 6. Os cooperados comentaram principalmente esses motivos, pelo fato que as outras empresas realizam a assistência técnica de melhor qualidade visitando mais suas lavouras. Um fato relatado éde que na hora da venda, a cooperativa apresenta muito desconto com impurezas e umidade, e a falta de produtos é explicado que quando o produtor necessita de algum, muitas vezes não tem na cooperativa, necessitando-se que compre em outras empresas. Com isso a cooperativa deve se atentar e promover melhorias no seu quadro de agrônomos e técnicos, verificar onde está o problema do desconto dos produtos que os produtores vendem para a mesma e analisar os que os produtores mais utilizam e ter sempre à disposição. De acordo com Sette, Sette e Souza (2005) os motivos que levam os cooperados a negociarem com empresas privadas é a ausência de profissionalismo dos seus quadros de dirigentes e falta de orientação para o mercado. Os autores citam algumas soluções, como selecionar os cooperados ativos, profissionalizar a gerência operacional, desenvolvimento de alianças estratégicas com outras empresas e terceirizações, inserir novos critérios de pagamentos e valorizar os cooperados ativos e discutir novos critérios de votação em assembleia. 34 Tabela 5 – Motivos que levam os cooperados comprar em outras empresas Motivos de comprar em outras empresas Entrevistados Percentual % Preço 34 17 Localização 19 9 Agilidade no atendimento 10 5 Promoções 11 5 Falta de produtos na cooperativa 27 13 Assistência técnicas melhor 58 29 Atendimento melhor 7 4 Companheirismo 26 13 Sou cooperado em outras cooperativas 10 5 Total 202 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). Figura 6 – Motivos que levam os cooperados a participar de outras empresas Fonte: Tabela 05. Foi verificado o motivo pelos quais os cooperados não compram na cooperativa, onde se observa que o principal foi o preço com 27% e a confiança com 27%, como se pode observar na Tabela 6 e na Figura 7. Os cooperados colocaram que o preço na hora da compra está abaixo do mercado, fazendo assim eles comprarem na cooperativa e a confiança é devido a cooperativa ser dos cooperados, ocorrendo menores riscos de haver problemas. 35 Tabela 6 – Motivos de participar da cooperativa Coasul de São Jorge D’Oeste Motivos Entrevistados Percentual % Pelo fato de saber que é dono 50 13 Atender as suas necessidades 29 8 Melhor atendimento 38 10 Melhor preço 102 27 É confiável 99 27 Confiança no cooperativismo 57 15 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). Figura 7 – Motivos de participar da cooperativa Coasul de São Jorge D’Oeste Fonte: Tabela 06. Com relação a porcentagem dos produtos adquiridos ou vendidos para a cooperativa, pode-se observar na Tabela 7 e na Figura 8 que 59% dos cooperados realizam de 90 a 100% de suas operações na Coasul. Estes compram em outros locais apenas quando na cooperativa não apresenta o produto necessário ou são aqueles que nunca compram em outras empresas sendo fiéis a cooperativa. 36 Tabela 7 – Porcentagem dos produtos comprados ou vendidos para a cooperativa Porcentagem dos produtos comprados e vendidos para a cooperativa Entrevistados Percentual % 0 a 10% 17 4 10 a 20% 7 2 20 a 30% 25 7 30 a 40% 9 2 40 a 50% 7 2 50 a 60% 36 10 60 a 70% 11 3 70 a 80% 14 3 80 a 90% 26 7 90 a 100% 223 59 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). Figura 8 – Porcentagem dos produtos comprados ou vendidos para a cooperativa Fonte: Tabela 07. Um fator importante para a cooperativa é a satisfação de seus clientes perante aos seus serviços, com isto em mente, foram realizadas perguntas referentes a satisfação dos clientes em relação ao atendimento na cooperativa e da assistência técnica prestada por técnicos e agrônomos. Com base na Tabela 8 e na Figura 9 o atendimento na cooperativa apresenta uma satisfação de 71%, com um número de muito expressivo de 19% de muito satisfeitos e alguns casos 8% colocaram intermediário mostrando que o atendimento na cooperativa é bom. Isto significa que os cooperados buscam uma melhor confiança e amizade. 37 Tabela 8 – Opinião dos cooperados em relação ao atendimento na cooperativa Opinião dos cooperados em relação ao atendimento Entrevistados Percentual % Muito satisfeito 72 19 Satisfeito 265 71 Indiferente 30 8 Insatisfeito 2 0 Muito insatisfeito 6 2 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). Figura 9 – Opinião dos cooperados em relação ao atendimento na cooperativa Fonte: Tabela 08. A assistência técnica apresentou 49% de satisfeitos e 21% são indiferentes e 8% estão insatisfeitos, como pode ser visto na Tabela 9 e Figura 10. Com isso pode-se observar que os cooperados não possuem ou obtém informação necessária junto aos técnicos e agrônomos e 8% não buscam nos técnicos e agrônomos informações que necessitam. De acordo com Sassi e Brandalise (2011) o mercado está cada vez mais seletivo e rigoroso e mesmo com tanta tecnologia é difícil pagar os custos de produção. Mas os produtores, além de plantar, devem gerenciar seus negócios de forma empregadora, competitiva, aplicar e conhecer as boas práticas e fazer a agricultura sustentável. Para ajudar os produtores é necessário desta forma a assistência de qualidade. 38 Tabela 9 – Opinião dos cooperados em relação a assistência técnica Opinião dos cooperados em relação a assistência técnica Entrevistados Percentual % Muito satisfeito 35 9 Satisfeito 185 49 Indiferente 77 21 Insatisfeito 26 8 Muito insatisfeito 17 4 Não prestam a assistência técnica 6 2 Não precisa de assistência técnica 29 8 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). Figura 10 – Opinião dos cooperados em relação a assistência técnica Fonte: Tabela 09. Com relação ao preço na hora da compra observa-se conforme evidenciado na Tabela 10 e Figura 11 que 53% colocam que o preço esta abaixo e 44% acham que o preço esta igual, assim sendo um motivo para os cooperados comprarem na cooperativa. Tabela 10 – Preço na compra de produtos pelos cooperados na cooperativa comparado com o mercado. Preço na compra de produtos Entrevistados Percentual % Abaixo do mercado 199 53 Acima do mercado 3 1 Igual ado mercado 166 44 Não compra na cooperativa 7 2 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 39 Figura 11 – Preço na compra de produtos pelos cooperados na cooperativa comparado com o mercado Fonte: Tabela 10. Ao verificar a opinião dos cooperados, em relação ao preço na cooperativa na hora que o cooperado vai vender o seu produto, foi verificado que 70% respondeu que o preço na cooperativa está de acordo com o mercado, como pode ser visto na Tabela 11 e Figura 12. Isto não desanima o cooperado a vender os seus produtos na cooperativa, já que a mesma apresenta outras vantagens como a participação nas sobras. Tabela 11 – Preço na venda de produtos na cooperativa comparado com o mercado Preço na venda de produtos Entrevistados Percentual % Abaixo do mercado 16 4 Acima do mercado 45 12 Igual do mercado 261 70 Não vende na cooperativa 53 14 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 40 Figura 12 – Preço na venda de produtos na cooperativa comparado com o mercado Fonte: Tabela 11. Com relação a interferência da cooperativa na renda dos produtores 58% dos cooperados manifestaram que a renda aumentou. Já 33% que está igual, como pode ser observado na (Tabela 12) e (Figura 13).Assim, observa-se que a cooperativa não influenciou apenas na renda dos cooperados, como também na sociedade em geral, pois quanto maior é a renda dos produtores, maior é o gasto no comércio e mais investimentos são feitos. Os cooperados colocaram que a renda está igual, acredita que seja por eles terem pouco tempo de cooperados. Tabela 12 – Renda dos cooperados antes e depois de ser cooperado Renda Entrevistados Percentual% Era menor 217 58 Era maior 33 9 Era igual 125 33 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 41 Figura 13 – Renda dos cooperados antes e depois de ser cooperado Fonte: Tabela 12. Com relação a participação dos cooperados em reuniões e assembleias, foi observado uma baixa participação por parte desses, sendo que 34% não participam (Tabela 13) (Figura 14). Também pode ser observado que 32% participam com frequência, 21% participam às vezes e 13% participam raramente. Cabral (2010) evidencia algumas vantagens da realização das assembleias e consequentemente da participação dos cooperados nas mesmas, possibilita a troca de ideias e de experiência. O autor relata que a participação dos cooperados, a tendência é o crescimento mais rápido, as pessoas que participarem tendem a aumentar a sua renda junto com a cooperativa. Tabela 13 – Participação dos cooperados em reuniões e assembleias Participação dos cooperados Entrevistados Percentual% Sim, com frequência 119 32 Sim, às vezes 79 21 Sim, raramente 48 13 Não 128 34 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 42 Figura 14 – Participação dos cooperados em reuniões e assembleias Fonte: Tabela 13. Ao verificar o motivo que fazem os cooperados participar de reuniões e assembleias, constatou-se que por terem melhores resultados financeiros (33%), pela cooperativa ser transparente (29%) e pelo direito de participar das decisões (20%) (Tabela 14) (Figura 15). É importante o cooperado participar de reuniões e assembleias por ele ser sócio da cooperativa e durante a assembleia é discutido como está o andamento da mesma e comentado o que será realizado no próximo ano e tomada decisões importante para a cooperativa e para os cooperados. Tabela 14 – Motivos cooperado participar da cooperativa Motivos cooperado participar da cooperativa Entrevistados Percentual % O futuro da cooperativa 30 12 Melhores resultados financeiros 80 33 A cooperativa é transparente 72 29 Direito de participar das decisões 48 20 Não respondeu 16 6 Total 246 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 43 Figura 15 – Motivos cooperado participar da cooperativa Fonte: Tabela 14. Ao analisar o principal motivo que os cooperados não participam ou faltam em reuniões e assembleias, observou-se que é devido à falta de tempo com 73% das respostas (Tabela 15) (Figura 16). Os cooperados argumentam que na época que ocorrem as reuniões e assembleias, estão envolvidos com a semeadura e a colheita, assim não tendo tempo de participar das mesmas. Tabela 15 – Motivos levam o cooperados não participar da cooperativa Motivos levam o cooperados não participar da cooperativa Entrevistados Percentual % Falta de tempo 177 73 A cooperativa não é transparente 0 0 Não sei como participar 17 7 Não adianta participar 13 6 As assembleias são monótonas 6 3 Falta de interesse 29 12 Pouco tempo associado 13 5 Total 255 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 44 Figura 16 – Motivos levam o cooperados não participar da cooperativa Fonte: Tabela 15. Com relação ao conhecimento do cooperado sobre a Lei 5,764/715, foi observado que 55% não conhecem, porém gostariam de conhecer (Tabela 16) (Figura 17). Portanto é conveniente que os administradores expliquem a sua importância, como também o seu conteúdo, já que maioria dos cooperados não tem conhecimento sobre esta lei, que é muito importante para a cooperativa. Tabela 16 – Conhecimento do cooperado sobre a Lei nº 5.764/71 Conhecimento do cooperado sobre a Lei nº 5.764/71 Entrevistados Percentual % Sim, conhece 83 22 Sim, porém pretende conhecer 29 8 Não, porém gostaria 208 55 Não e não tem interesse 49 13 Não tem importância essa lei 6 2 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 5 Brasil - Lei 5,764 de 16 de dezembro de 1971, a qual Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. 45 Figura 17 – Conhecimento do cooperado sobre a Lei nº 5.764/71 Fonte: Tabela 16. Ao verificar o conhecimento do cooperado sobre o estatuto da cooperativa observou-se que 63% não o conhecem, porém gostariam de conhecer (Tabela 17) (Figura 18). Assim os responsáveis da cooperativa, devem oportunamente fornecer esses estatutos para que os cooperados tenham conhecimento sobre o mesmo, esclarecendo e tirando dúvidas quando for necessário. De acordo com OCEMG (2016), o estatuto é um documento social onde se apresentam as regras, normas, objeto social e a forma de administração da cooperativa. Isto tornará mais transparente a administração da cooperativa para os cooperados. Tabela 17 – Conhecimento do cooperado sobre o estatuto da cooperativa Conhecimento do cooperado sobre o estatuto da cooperativa Entrevistados Percentual Sim, conhece e acompanha 77 21 Sim, conhece e não acompanha 5 1 Não, porem gostaria 237 63 Não e não tenho interesse 55 15 Não tem importância esse estatuto 1 0 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 46 Figura 18 – Conhecimento do cooperado sobre o estatuto da cooperativa Fonte: Tabela 17. E quando questionou-se aos cooperados se eles receberam o estatuto, 67% responderam que não receberam, porém gostariam de receber (Tabela 18) (Figura 19). Perante isto, os responsáveis devem fornecer para os cooperados o estatuto, para que os mesmos tenham conhecimento sobre o conteúdo nele contido. Tabela 18 – Recebimento do estatuto Recebimento do estatuto Entrevistados Percentual Sim ao associar 58 15 Sim, quando pediu 10 3 Não porem gostaria de receber 252 67 Não e nem quer 55 15 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 47 Figura 19 – Recebimento do estatuto Fonte: Tabela 18. Com relação ao conhecimento dos cooperados sobre o regulamento da cooperativa foi observado que 55% não conhecem, porém pretendem conhecer (Tabela 19) (Figura 20). Esse regulamento é muito importante pois está descrito o funcionamento da cooperativa, então os administradores devem tomar alguma atitude para que os cooperados tenham o conhecimento sobre o mesmo. Tabela 19 – Conhecimento do cooperado sobre o regulamento da cooperativa Conhecimento do cooperado sobre o regulamento da cooperativa Entrevistados Percentual Sim, foi convidado a conhecer 94 25 Sim, solicito por vontade própria 19 5 Não, porem gostaria 208 55 Não e não tem interesse 52 14 Não tem importância esse regulamento 2 3 Total 375 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada de julho a agosto (2016). 48 Figura 20 – Conhecimento do cooperado sobre o regulamento da cooperativa Fonte: Tabela 19. No que se refere em como os cooperados ficam informados sobre os assuntos da cooperativa, foi observado que 40% por programas de rádio, 27% quando comparecem na cooperativa e 16% pela diretoria nas assembleias (Tabela
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