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Protocolos Clínicos Odontológicos - uso do laser de baixa intensidade. 4ed.

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A Laserterapia de Baixa Intensidade 
brinda a odontologia clínica atual com 
tratamentos ultra-conservadores, efi-
cientes e arrojados.
Essa Terapia Fotônica tem proporcio-
nado maior conforto aos pacientes, 
mas também confiabilidade no traba-
lho do cirurgião-dentista, por buscar 
alternativas para os tratamentos con-
vencionais já estabelecidos e que, em 
alguns casos, têm sido limitados.
A Biofotônica com Lasers de Baixa 
Intensidade alivia dores agudas e crô-
nicas, acelera o reparo de tecidos le-
sionados e abre novos caminhos nas 
áreas da saúde.
Profa. Dra. Rosane Lizarelli
Maio/2010
PROTOCOLOS CLíNICOS ODONTOLÓGICOS
USO DO LASER DE BAIXA INTENSIDADE
FICHA TÉCNICA
Capa: Return Propaganda e Criatividade
Fotos e Ilustrações: Rosane Lizarelli
Correção Ortográfica: Andrea Maria Zanirato Euzébio
Editoração: Return Propaganda e Criatividade
Tiragem: 1.000 exemplares.
Publicação: 4a. Edição - Maio, 2010
Copyright: MM Optics Ltda.
Proibida a reprodução de quaisquer partes deste
livro sem prévia autorização do Editor.
Todos os direitos reservados à MM Optics Ltda.
Profa. Dra. Rosane F. Z. Lizarelli
PROTOCOLOS CLíNICOS ODONTOLÓGICOS
USO DO LASER DE BAIXA INTENSIDADE
Profa. Dra.
ROSANE DE FÁTIMA ZANIRATO LIZARELLI
Graduada pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP, em 1990;• 
Residente em Dentística Restauradora de Jan/1991 a Fev/1993, recebendo o título de • 
Especialista, pela FORP-USP, CRO e CFO;
Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais pela Interunidades IFSC-IQSC-EESC / USP, • 
em Ago/2000;
Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais pela Interunidades IFSC-IQSC-EESC / USP, • 
em Nov/2002;
Pós-Doutora em Biofotônica pelo IFSC-USP, em Fev/2008;• 
Pesquisadora na área de Biofotônica (Lasers e Leds) em Odontologia desde 1994, • 
iniciando os estudos junto ao LELO-FO/USP;
Diretora-fundadora do Departamento de Laser (GEL) da Associação Paulista de Cirurgiões-• 
Dentistas (APCD) – Regional de Ribeirão Preto, desde Março/1999;
Diretora-fundadora do Grupo de Estudo de Laser e Led em Odontologia (GELLO) da • 
Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD) – Regional de São Carlos, desde 
Junho/2005;
Pesquisadora em Laser em Odontologia do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica • 
(CePOF) do Instituto de Física de São Carlos – USP;
Docente-Responsável pela disciplina de Laser em Odontologia do Curso de Pós-• 
Graduação em Dentística da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP;
Docente-Responsável pelo curso de Aperfeiçoamento e Especialização em Biofotônica • 
nas Áreas da Saúde, oferecido pelo CePOF/IFSC-USP desde Agosto de 2006;
Consultora Científica da MMOptics Ltda., desde 1998; e,• 
Clínica-Coordenadora do NILO (Núcleo Integrado de Laser em Odontologia), em Ribeirão • 
Preto – SP.
 E-mail: lizarelli@if.sc.usp.br
Colaboradores.....................................................................................................................................................09
Apresentação ......................................................................................................................................................11
Prefácio ...............................................................................................................................................................13
Prefácio da 2a. Edição ..........................................................................................................................................14
Prefácio da 3a. Edição ..........................................................................................................................................15
Prefácio da 4a. Edição ..........................................................................................................................................16
Agradecimentos ..................................................................................................................................................17
1 – O que é o laser de baixa intensidade? ............................................................................................................19
1.1 – Grandezas Físicas Importantes ......................................................................................................20
1.2 – Comprimento de onda e sua interação com o tecido biológico ......................................................22
2 – Quais são as regras de biossegurança necessárias a serem seguidas? .............................................................26
3 – A ficha de autorização ..................................................................................................................................33
4 – Parâmetros e metodologias de irradiação para cada enfermidade da região cabeça-pescoço. ...........................35
4.1 – Métodos de irradiação ...................................................................................................................35
4.2 – Indicações clínicas e parâmetros de irradiação ...............................................................................37
4.2.1 – Afta – úlcera aftosa recorrente (estomatite aftosa recidivante) ....................................................39
4.2.2 – Candidíase .................................................................................................................................41
4.2.3 – Cefaléia (dor-de-cabeça) e enxaqueca .........................................................................................42
4.2.4 – Desordens musculares de cabeça e pescoço................................................................................43
4.2.5 – Dor e disfunção de atm ..............................................................................................................44
4.2.6 – Herpes simples labial recorrente (estomatite herpética recidivante) .............................................46
4.2.7 – Herpes zoster .............................................................................................................................51
4.2.8 – Hipersensibilidade dentinária cervical .........................................................................................52
4.2.9 – Lilt coadjuvante ao tratamento periodontal ................................................................................52
4.2.10 – Lilt coadjuvante na dentística restauradora...............................................................................55
4.2.11 – Lilt coadjuvante ao tratamento endodôntico ............................................................................57
4.2.12 – Lilt coadjuvante ao tratamento ortodôntico/ortopédico ............................................................59
4.2.13 – Língua geográfica (eritema migratório ou glossite migratória benigna) ......................................60
4.2.14 – Liquen plano oral .....................................................................................................................61
4.2.15 – Mucosite oral ...........................................................................................................................62
4.2.16 – Nevralgia do trigêmeo ..............................................................................................................63
4.2.17 – Paralisia facial...........................................................................................................................65
4.2.18 – Parestesia .................................................................................................................................66
4.2.19 – Pericoronarite e/ou alveolite .....................................................................................................67
4.2.20 – Pós-operatório cirúrgico ...........................................................................................................67
4.2.21 – Pós-operatório cirúrgico paraimplantes ...................................................................................70
4.2.22 – Queilite angular .......................................................................................................................74
4.2.23 – Sinusite....................................................................................................................................75
4.2.24 – Trismo ......................................................................................................................................76
4.2.25 – Xerostomia ..............................................................................................................................77
5 – Endereços eletrônicos recomendados ............................................................................................................79
6 – Referências bibliográficas ..............................................................................................................................79
ÍNDICE
COLABORADORES
Prof. Dr. Aguinaldo Silva Garcez
Cirurgião-Dentista; Especialista em Dentística EAP-APCD; Mestre em laser em Odontologia 
FOUSP-IPEN; Doutor em tecnologia Nuclear IPEN/CNEN-SP.
Prof. Dr. Gerdal Roberto de Sousa
Cirurgião-Dentista; Especialista em Periodontia pela FOUI; Mestre em Lasers pelo IPEN / FO-USP; 
Doutor em Bioengenharia pelo Depto de Eng. Mecânica da UFMG; Prof. Titular de Periodontia 
das Disciplinas de Odontologia Integrada II, Odontologia Integrada III e Odontologia Hospitalar 
da FEAD/Minas Gerais. Coordenador da disciplina de Odontologia Hospitalar da FEAD/Minas 
Gerais. Diretor da APTIVALUX Biengenharia Ltda; Pós-doutorando pelo LABBIO (Laboratório 
de Bioengenharia do DEMEC-UFMG). Habilitado pelo Conselho Federal de Odontologia em 
Práticas Integrativas Complementares à Saúde Bucal na área de Laserterapia. 
Prof. Dr. Hermes Pretel
Cirurgião-Dentista; Mestre e Doutor em Ciências Odontológicas pela Faculdade de Odontologia 
de Araraquara – UNESP; Membro e Pesquisador do Grupo de Pesquisa de Biomateriais, Laser 
e LED na Reparação Óssea e Dentária da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP; 
Pós-Doutorado na Universidade da Madeira – Portugal; Pós-Doutorando no Laboratório de 
Materiais Fotônicos do Instituto de Química de Araraquara – Pós-Doutorando no Laboratório 
de Materiais Fotônicos do Instituto de Química de Araraquara – UNESP; Professor Colaborador 
do NUPEN – Núcleo de Pesquisa e Ensino em Fototerapia de São Carlos-SP.
Profa. Jessica Lucia Neves Bastos
Graduada em Fisioterapia pela UFSCar – São Carlos; Mestre em Bioengenharia pela EESC/USP 
(LEDT e LILT em tecido tendíneo); Doutoranda em Bioengenharia pela EESC/USP (PDT / PACT 
em microrganismos e fibroblastos). 
Profa. Dra. Juliana Ferreira
Graduada em Ciências Biológicas – Modalidade Médica, pela Universidade Estadual Júlio de 
Mesquita Filho (UNESP/Botucatu); Mestre e Doutora em Ciências Médicas, pelo Departamento 
de Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da 
Universidade de São Paulo (USP) . Docente e Pesquisadora da Universidade do Vale do Paraíba 
(UNIVAP) em São José dos Campos – SP. Integrante do CePOF/ FAPESP (Centro de Pesquisa 
em Ótica e Fotônica) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC – USP) de 2001 a 2009. Tem 
experiência na de Radiologia e Fotobiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: 
terapia fotodinâmica, neoplasias, fotossensibilizadores, pele, fígado e espectroscopia de 
fluorescência. Atuando na pesquisa e na área clínica.
Profa. Juliana Marotti
Cirurgiã-Dentista; Mestre e Doutoranda do Departamento de Prótese da FOUSP; Colaboradora 
e Ministradora de cursos de Laser no LELO-FOUSP; Habilitada em Laserterapia pelo CFO; ITI 
Scholar do Katharinenhospital, Stuttgart - Alemanha.
09
Profa. Dra. Maria Ângela Palucci,
Cirurgiã-Dentista pela FORP-USP; Especialista em Reabilitação Oral pela FORP-USP; Especialista 
em Ortopedia Funcional do Maxilares pelo CFO; Mestre e Doutora em Reabilitação Oral pela 
FORP-USP; Ministrou aula na UNAERP Universidade de Ribeirão Preto, na Graduação de 
02/1989 à 12/2006 e na Pós-Graduação de 01/2001 à 12/2003. Atua nas áreas de Ortopedia 
Funcional dos Maxilares, Ortodontia, Reabilitação Neuroclusal e Oral, Oclusão, ATM, DTMs 
(Desordens Temporomandibulares), Estética Facial e Oral.
Profa. Dra. Renata Campi de Andrade Pizzo
Cirurgiã-Dentista pela FO-UNIFENAS; Mestre em Odontologia Restauradora pela FORP/
USP - Dentística (Disciplina de Oclusão); Doutora em Medicina (Neurologia) pela FMRP-
USP; Pesquisadora do Ambulatório de Cefaléia do HCFMRP/USP; Profa. Assistente do Curso 
em Odontologia Fotônica da APCD/RP; Profa. do Curso de Especialização em Disfunção 
Temporomandibular e Dor Orofacial da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic na área 
de Laserterapia; e, Aperfeiçoamento em Odontologia Fotônica em Laser/LED - APCD- Ribeirão 
Preto- concluído em julho/2002, e; e Habilitada em Terapias Complementares – Laserterapia, 
pelo CFO em 2009.
Profa. Dra. Renata Tucci
Cirurgiã-Dentista; Mestre e Doutora em Patologia Bucal pela FO-USP; Coordenadora Científica 
e Pesquisadora do Instituto de Pesquisa em Saúde – INPES/SP; Coordenadora do Centro de 
Diagnóstico Bucal do CETAO – SP.
CD Renata Zanirato Lizarelli
Cirurgiã-Dentista pela FO-UNIUBE; Especialista em Endodontia pela Associação Odontológica 
de Ribeirão Preto (AORP) – SP; Responsável-Clínica e Endodontista do Núcleo Integrado de Laser 
em Odontologia (NILO) – Ribeirão Preto, SP; Laserterapeuta desde 1995; e, Aperfeiçoamento 
em Terapias Fotônicas pelo IFSC-USP e Habilitada em Terapias Complementares – Laserterapia, 
pelo CFO em 2009.
Profa. Dra. Silvia Cristina Núñez
Cirurgiã-Dentista, Mestre em Lasers em Odontologia IPEN/FOUSP, Doutora em Ciências 
IPEN/USP. Coordenadora do Departamento de Ensino e Pesquisa CETAO - SP, Pesquisadora 
do Instituto de Pesquisas em Saúde “Aluísio Calil Mathias”, colaboradora do Laboratório de 
Fotoprocessos Não-Térmicos IPEN/USP.Habilitada pelo Conselho Federal de Odontologia em 
Práticas Integrativas Complementares à Saúde Bucal na área de Laserterapia.
10
APRESENTAÇÃO
A constatação terapêutica das aplicações do laser de baixa intensidade 
em muitas situações clínicas é hoje bastante conhecida e muito divulgada 
na literatura internacional. De acordo com o “Medline data search”, a ação 
bioestimuladora da radiação eletromagnética tem sido descrita em quase 2000 
artigos científicos por ano. Há inúmeras modalidades terapêuticas utilizando 
Lasers, e tem sido consenso que os melhores resultados são atingidos com 
comprimentos de onda dentro da região vermelho e infravermelho. Esta região 
corresponde à chamada janela biológica, definida como sendo a região espectral, 
onde a luz é capaz de penetrar razoavelmente no tecido biológico, ao mesmo 
tempo em que tem a capacidade de interagir com os processos biológicos, 
levando a bioestimulação final. O sucesso da aplicação do laser terapêutico 
depende enormemente do preparo do profissional que a utiliza. A multiplicação 
de empresas neste ramo tem atropelado o mercado, passando ao profissional 
a idéia de que o uso do laser é “fácil” demais, não exigindo nenhum preparo 
especial. O uso do laser terapêutico é de fato fácil, mas exige um mínimo 
de conhecimento do profissional ao utilizá-lo. O livro da Dra. Lizarelli é um 
excelente guia inicial para este treinamento. Ele aborda os princípios básicos do 
instrumento e descreve os protocolos terapêuticos a serem seguidos de modo 
a se atingir os melhores resultados. O diferencial deste livro para os demais 
é o detalhe com que descreve certos pontos importantes das aplicações, 
proporcionando ao profissional entender de forma simples os conceitos ao 
mesmo tempo que lhe dá chances de aprofundar-se com inúmeras referências 
nacionais e internacionais na área.
Em especial merecedestaque a linguagem profissional empregada pela Dra. 
Lizarelli. Os usuários de laser terapia não são necessariamente cientistas da 
área, e, portanto nem sempre precisam saber detalhes que fogem mesmo aos 
especialistas. Por outro lado, estes mesmos profissionais têm em geral, uma 
formação acadêmica sólida, o suficiente para entenderem as bases científicas 
desta modalidade terapêutica, de modo a fazerem o melhor uso possível de 
seus instrumentos em prol dos pacientes. 
Finalmente, o livro é uma adição importante ao acervo brasileiro nesta área, e é 
recomendado a todos usuários desta modalidade terapêutica.
Vanderlei S. Bagnato
Prof. Titular da Universidade de S. Paulo
Grupo de Óptica – IFSC – USP
São Carlos, Abril de 2005.
11
PREFÁCIO
Atualmente a divulgação e o interesse por empregar a laserterapia de baixa 
intensidade nos consultórios odontológicos têm levado o clínico cirurgião-
dentista a adquirir esses novos equipamentos com grande curiosidade e 
rapidez.
Entretanto, nem sempre esse profissional tem a oportunidade de freqüentar um 
curso preparatório que o certifique e lhe confira uma experiência básica nessa 
modalidade terapêutica.
A idéia em escrever esse manual de consulta rápida e prática em nenhum 
momento pretende substituir um curso teórico-prático de aperfeiçoamento na 
área, contudo objetiva auxiliar o clínico num momento inicial de insegurança 
no dia-a-dia do consultório.
É importante e essencial que esse mesmo clínico freqüente um curso de longa 
duração e que se mantenha informado das pesquisas recentes na área, uma 
vez que, assim como medicações sistêmicas, a aplicabilidade e dosimetria dos 
lasers de baixa intensidade não são definitivas, ou seja, trata-se de uma terapia 
em constante evolução, além do fator “subjetividade pessoal” de cada paciente 
ter uma influência direta no resultado.
Sendo assim, ao final desse livro, endereços eletrônicos são sugeridos para que 
essa atualização seja feita semanalmente.
Esse livro apresenta aspectos básicos do laser de baixa intensidade, tanto com 
relação aos seus mecanismos fisiológicos de atuação quanto com relação as 
suas indicações clínicas.
Os protocolos e as metodologias aqui apresentadas são resultantes dos 
meus nove anos de atuação como laserterapeuta, mas como cientista da 
área, coloco-me a disposição, a todo o momento, para discussões e troca 
de experiências, sempre objetivando o crescimento da laserterapia entre os 
cirurgiões-dentistas.
Muito Obrigada,
Rosane Lizarelli
Ribeirão Preto, Agosto de 2003.
13
PREFÁCIO DA 2a. EDIÇÃO
A proposta em realizar uma revisão desse livro e publicar a segunda edição, 
surgiu, em primeiro lugar, da necessidade em atualizar os protocolos clínicos 
que, a experiência clínica, nesses dois anos, me permitiram discutir novas 
abordagens empregando a laserterapia de baixa intensidade.
Além disso, em algumas enfermidades, tais como Cefaléia, Paralisia, Mucosite, 
novas considerações foram colocadas, atentando para a importância da 
participação conjunta de outros profissionais da saúde, como médicos e 
fisioterapeutas, atuando para sanar, da forma mais responsável possível, a 
situação crítica do(a) paciente que procura o atendimento odontológico.
Com relação aos aspectos básicos de interação luz-tecido, as grandezas 
físicas mais empregadas durante o ajuste dos parâmetros de irradiação foram 
adicionadas, tomando o cuidado de explicar como cada uma participa e como 
podem modificar a quantidade de luz depositada no tecido-alvo, o que poderia 
comprometer o resultado final da terapia. Algumas dessas grandezas têm 
gerado pequenas confusões, mas que podem induzir a grandes erros.
Também o mecanismo de interação dos diferentes comprimentos de onda, a 
nível celular, foram mais detalhados, com base nos estudos da Profa. Dra. Tiina 
I. Karu, que tem contribuído muito com toda a comunidade científica há cerca 
de 30 anos.
Novas referências, dissertações, teses e artigos recém-publicados, também foram 
acrescidos. Essas novas fontes de informações vêm confirmando a importância 
de protocolos mais apurados, respeitando o tipo de célula irradiada, o estágio 
individual de cada paciente e atentando para as limitações dos equipamentos 
presentes no mercado.
Esse livro-manual tem sido muito bem aceito, principalmente pelos colegas 
cirurgiões-dentistas, essencialmente clínicos, que necessitam de informações 
práticas e rápidas para otimizarem o atendimento. Contudo, é muito importante 
ressaltar, mais uma vez, que esse guia clínico não substitui um curso teórico-
prático, onde os alunos tem a oportunidade de discutir e ajustar a laserterapia 
para cada paciente, para cada enfermidade, e manter contato com outros 
pesquisadores da área.
Dessa forma, quero agradecer o respeito e o interesse de todos os colegas que 
tem utilizado meu livro e novamente me coloco a disposição para discutir 
achados clínicos e científicos no tocante a laserterapia de baixa intensidade, 
para que possamos juntos contribuir significativamente para a expansão dessa 
terapia com seriedade, pois muito tem ajudado nossos pacientes.
Muito Obrigada,
Rosane Lizarelli
São Carlos, Maio de 2005.
14
PREFÁCIO DA 3a. EDIÇÃO
Nessa 3a. Edição do livro-manual de laserterapia em odontologia visa adicionar 
algumas enfermidades e esclarecimentos quanto a Dosimetria.
Dosimetria não é a Dose ou o conjunto das doses mais indicadas e bem 
sucedidas. Dosimetria não é sequer a forma de calcular “a dose mais indicada”. 
Dosimetria é sim o conjunto de manobras e táticas que o pesquisador/clínico 
utiliza para adequar a fonte de luz e/ou o equipamento a base de laser de baixa 
intensidade, para entregar superficialmente, no tecido-alvo, a quantidade de 
energia mais eficiente para o tratamento em questão.
Outro detalhe importante é saber que os comprimentos de onda tanto na faixa 
do vermelho (de 600 a 700nm) quanto na faixa do infravermelho (de 700 a 
904nm), que normalmente têm sido empregados nas terapias fotônicas para 
modulação fisiológica promoverão efeitos similares clinicamente. Entretanto, os 
comprimentos de onda no espectro eletromagnético vermelho têm uma atuação 
mais interessante em casos de drenagem linfática local (ao redor da lesão), na 
bioestimulação para o reparo de tecidos moles e para efeito antinflamatório nos 
tecidos musculares; por outro lado, os comprimentos de onda infravermelhos 
têm uma atuação mais efetiva no controle da dor, reparo de tecidos duros e 
neurais e drenagem sobre linfonodos.
Outra consideração muito atual está em consideração a coerência da fonte de 
luz, ou seja, um equipamento laser empregado para terapia de baixa intensidade 
poderia ser substituído por um equipamento a base de um sistema led (“light 
emitting diode”) emitindo na mesma potência de saída e faixa espectral? Ou 
seja, poderíamos substituir uma fonte de luz pela outra cuja diferença básica 
está no comprimento de coerência durante a emissão de luz? Essa resposta tem 
sido respondida por alguns trabalhos (WONG-RILEY – 2001; KARU – 2003; 
TAKEZAKI - 2006) e na grande maioria das vezes positivamente. Provavelmente, 
dentro dos próximos 2 anos essa questão possa ser esclarecida e novos 
protocolos clínicos possam ser estabelecidos, visando sempre a resolução mais 
eficiente e confortável para o problema do paciente.
O tecido biológico não é exato. Apesar de toda a fisiologia operar de forma 
organizada, em tecidos lesionados, todo o metabolismo apresentará uma 
alteração, passível de ser observada tanto ao nível molecular quanto ao 
nível comportamental do paciente. Sendo assim, é muito importante que o 
cirurgião-dentista mantenha-se focalizado e atento aos sinais durante e após 
cada irradiação. Serão esses sinais que determinarão o decorrer de todo o 
tratamento com a laserterapia.
Mais uma vez, agradeço o respeito e a oportunidade de prestar um serviço 
aos colegas clínicos,orientando inicialmente os tratamentos odontológicos 
empregando lasers operando em baixa intensidade, através da experiência 
clínica conquistada ao longo de 12 anos.
Muito Obrigada,
Rosane Lizarelli
São Carlos, Janeiro de 2007.
15
PREFÁCIO DA 4a. EDIÇÃO
Buscando atualizar os cirurgiões-dentistas clínicos que utilizam a Laserterapia como 
tratamento em seus consultórios, uma nova revisão foi realizada neste livro-manual.
Algumas novidades foram adicionadas, com o objetivo de aperfeiçoar os protocolos com 
os diferentes lasers que operam em baixa intensidade.
Uma nova configuração de um laser infravermelho emitindo no comprimento de onda de 
808nm e com potência variável de 5 a 120mW passou a fazer parte dos equipamentos 
montados pela MM Optics. Para tanto, essa nova opção de caneta foi inserida nos 
protocolos das diversas enfermidades aqui abordadas. Essa nova opção de instrumento 
terapêutico também ganhou a capa deste livro-manual.
Dentro do assunto “Dosimetria”, um destaque foi dado a grandeza “Energia Total” [E], 
expressa em Joules [J], que colabora com o maior detalhamento dos protocolos, visando 
um diálogo universal entre os pesquisadores e clínicos da comunidade que estuda e 
utiliza a Biofotônica (uso da luz – lasers e leds – como instrumento de diagnóstico e de 
tratamento).
A Terapia Fotodinâmica (PDT ou TFD), uma ramificação de tratamento da biofotônica, 
quando a fotoativação de um fármaco possibilita a necrose programada em casos de 
infecções e alterações tumorais, foi apresentada aqui como terapia auxiliar e associada 
a Laserterapia.
Atualmente, toda a comunidade científica tem se esforçado no sentido de desenvolver e 
implementar novas técnicas para tratamentos oncológicos e no controle microbiollógico, 
uma destas novas alternativas é denominada de Terapia Fotodinâmica - TFD (Photodynamic 
Therapy). Esta é uma modalidade de tratamento que vem crescendo de forma vertiginosa 
nos últimos anos. Trata-se de uma terapia que induz à citotoxicidade celular, utilizando a 
luz, um fotossensibilizador e o oxigênio. A relativa simplicidade e eficiência desta técnica 
têm atraído a comunidade médica de todo o mundo e promovido um grande interesse 
em profissionais da área da saúde em geral, por se tratar de uma terapia multidisciplinar, 
envolvendo não só profissionais da área da saúde bem como físicos e químicos.
Em algumas situações clínicas, a PDT ou TFD permite um resultado final acelerado e 
muito mais satisfatório.
Uma abordagem mais detalhada de Cefaléia foi acrescentada, com ênfase a Cefaléia 
Cervicogênica, uma vez que se trata de uma enfermidade pouco explorada pelos 
cirurgiões-dentistas, mas que têm estado presente em vários quadros clínicos, associada 
a diferentes desordens musculares e/ou articulares.
Para valorizar os protocolos, pesquisadores renomados provenientes de outros centros 
de pesquisa foram convidados a revisar partes dos protocolos e a contribuir. Dessa forma, 
alguns casos clínicos também foram incluídos, permitindo embasar melhor os métodos 
de irradiação, juntamente com as figuras esquematizadas, já divulgadas nas outras 
edições, e refinadas, nesta, digitalmente.
Referencias bibliográficas, trazendo resultados atualizados com relação, principalmente 
a densidades de energias mais eficientes foram adicionadas aqui, e, consequentemente, 
revisei as doses indicadas associadas a com base na minha experiencia clinica e dos 
pesquisadores convidados, ou seja, Laserterapia baseada em evidências e suportada por 
estudos publicados.
Deixo aqui, também a sugestão bastante atual, para todas as enfermidades, pensando 
nas causas multifatoriais, a possibilidade de tratamento integrado, quando o cirurgião-
dentista busca os medicos especiaistas, fisioterapeutas, psicólogos e fonoaudiólogos, 
criando uma equipe que trabalha unida, contribuindo para a resolução mais eficiente de 
cada caso
Muito Obrigada,
Rosane Lizarelli
Ribeirão Preto, Maio de 2010.
16
AGRADECIMENTOS
A Deus, por todas as oportunidades que Ele tem me proporcionado, por ter 
me presenteado com inteligência, coragem, saúde, tolerância e humildade para 
continuar lutando por meus sonhos e por dias mais felizes.
Aos meus amados pais, José Luiz e Marina, pelo apoio eterno e amor infinito.
Aos meus queridos irmãos, Renata e Rogério (“Red”), por serem meus amigos 
e companheiros todos os dias.
Ao meu amigo Prof. Dr. Vanderlei S. Bagnato, por todas as horas de convivência 
e aprendizado.
À amiga Profa. Dra. Luciana Almeida-Lopes, pelos momentos de identificação e 
respeito à Laserterapia de baixa intensidade.
A Grande Mestra Profa. Dra. Tiina I. Karu (Rússia), pelo respeito e apoio nos 
momentos de incertezas.
Aos colegas pesquisadores na área do laser de baixa intensidade Prof. Dr. 
Nivaldo Parizotto (UFSCar-SP), Prof. Dr. Jan Tunér (Suécia) e “my friend” Prof. 
Dr. Shimon Rochkind (Israel), pelos e-mails e telefonemas nas horas mais 
difíceis.
Ao CePOF (Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica) do IFSC/USP, pelo apoio 
técnico-científico.
A todos meus colegas de laboratório (Laboratório de Laser em Medicina e em 
Odontologia do CePOF – IFSC/USP), pela convivência divertida e amiga.
A todos os meus pacientes que têm me confiado seus problemas odontológicos 
e buscado pela laserterapia nesses últimos onze anos.
À MM Optics pela iniciativa e apoio.
A todos os meus alunos da pós-graduação da FOAr-UNESP e da APCD-Ribeirão 
Preto, pela compreensão e respeito.
Aos colegas cirurgiões-dentistas, clínicos e pesquisadores, que acreditam na 
luz como agente terapêutico e instrumento para auxiliar na missão de aliviar a 
dor das pessoas que nos procuram.
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Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
coerência, exigem uma análise mais aprofundada. 
Daí a necessidade de que mesmo o clínico se 
dedique aos estudos básicos do laser e sua 
interação com os tecidos biológicos antes de 
iniciar as aplicações em pacientes.
Todos os estudiosos persuadiram-se de que 
um futuro brilhante estava reservado para esse 
instrumento, alguns chegaram a prever que ele 
seria o instrumento de uma revolução tecnológica 
significativa. E ele o é, dentro da Odontologia. 
Talvez pela dificuldade econômica ainda nem todos 
os cirurgiões-dentistas possam ter conhecimento 
de todas as possibilidades permitidas pelo 
laser, mas aos poucos a “cultura-laser” está se 
instalando em nosso meio e em alguns anos esse 
novo instrumento excepcional e refinado fará parte 
indispensável do equipo odontológico, otimizando 
as terapias não-invasivas e mais seletivas.
Primeiramente, é preciso classificar os sistemas 
lasers quanto ao nível de excitabilidade que poderá 
estar causando no tecido-alvo biológico. Uma vez o 
laser absorvido pelo tecido, ele poderá atuar a nível 
molecular, excitando elétrons ou partes da molécula, 
promovendo movimento das cargas nessa molécula. 
Se essa excitabilidade for relativamente pequena, ou 
seja, se se tratar de um laser de baixa intensidade 
poderá ocorrer uma bioestimulação ou bioinibição 
para as reações químicas e fisiológicas naturais desse 
tecido; contudo, se se tratar de um laser de alta 
intensidade, a energia depositada nesse tecido-alvo 
será tão grande a ponto de romper ligações químicas 
dessas moléculas ou mesmo remover elétrons, 
resultando no rompimento desse tecido. Essa é a 
diferença básica entre um laser de baixa intensidade, 
que regula as funções fisiológicas celulares, e um 
laser de alta intensidade, que rompe ou modifica 
permanentemente o tecido através do corte, ablação, 
coagulação e vaporização do mesmo.
Analgesia temporária, regulação das 
reações envolvidas no processo inflamatório e 
biomodulação das respostas celulares são os 
1 – O que é o laser de baixa intensidade?
O laser é uma excepcional fonte de radiação, 
capaz de produzir, em bandas espectraisextremamente finas, campos eletromagnéticos 
intensos e coerentes que se estendem do 
infravermelho remoto ao ultravioleta. Não mais 
que alguns processos físicos simples concorrem 
para o funcionamento de um laser.
Para que um laser possa funcionar, devem 
ser satisfeitas, simultaneamente, três condições 
fundamentais. Em primeiro lugar, é necessário 
dispor de um meio ativo, ou seja, de uma coleção de 
átomos, moléculas ou íons, que emitam radiação 
na parte óptica do espectro. Em segundo lugar, 
deve ser satisfeita uma condição conhecida sob 
o nome de inversão de população. Esta condição, 
geralmente não preenchida em nosso ambiente 
natural, é gerada por um processo de excitação 
denominado bombeamento: ela transforma o meio 
ativo em meio amplificador de radiação. Finalmente, 
é indispensável dispor de uma reação óptica para 
que o sistema composto por essa reação óptica e 
pelo meio ativo seja a sede de uma oscilação laser 
(figura 1).
Figura 1 – Esquema básico dos componentes 
de um sistema laser (Lizarelli – 2002).
O fascínio que o laser exerce sobre os 
cientistas explica-se por suas características 
excepcionais: monocromaticidade, pequena 
divergência, coerência espacial e temporal, intensa 
energia ou intensa potência, pulsos ultra-curtos, 
possibilidade de ajuste em comprimento de onda, 
etc. As propriedades de intensidade e diretividade 
dos lasers são familiares a qualquer observador, 
pois elas se manifestam imediatamente; já outras 
propriedades, como a monocromaticidade e a 
20
Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
de diodo semicondutor de arseneto de gálio 
(GaAs) podendo estar dopado por diversos outros 
elementos, dependendo do comprimento de onda 
desejado (p. ex., In-índio dopa o cristal para emitir 
no comprimento de onda vermelho).
Os lasers de baixa intensidade possuem um 
efeito eminentemente analgésico, antinflamatório 
e biomodulador, sendo utilizados como nos casos 
de aftas, herpes labial, queilite angular, trismos, 
parestesia, hipersensibilidade dentinária, pós-
cirurgias, pós-intervenções endodônticas, ou 
seja, quando o tecido biológico apresenta um 
desequilíbrio nas suas funções fisiológicas. Como 
efeitos da laserterapia pode-se citar os aumentos 
da microcirculação local e da velocidade da 
cicatrização. A existência da fotoestimulação pelos 
lasers de baixa intensidade, tópico tão controverso 
e pouco entendido antes de 1980, tem sido objeto 
de intenso estudo científico. A aplicação clínica 
demonstra a evidência factual então obtida, onde 
extensivas discussões dos mecanismos de ação da 
luz visível, monocromáticas e infravermelha, nos 
fotorreceptores primários de células e organismos, 
tem encantado tanto os profissionais clínicos 
quanto os pesquisadores.
Sendo assim, o profissional cirurgião-dentista, 
clinico geral ou especialista, que busca oferecer 
um atendimento diferenciado ao seu paciente 
precisa aprender a trabalhar com a laserterapia 
(equipamentos, parâmetros, protocolos, entre 
outros) para atingir os melhores resultados e, de 
fato, promover com seriedade esse instrumento 
terapêutico.
1.1 – Grandezas Físicas Importantes
Para que seja possível entender, medir, 
escolher e controlar a irradiação dos tecidos a 
serem tratados, é necessário que se conheça o 
conceito de algumas grandezas físicas:
• Energia: para os fins a que nos destinamos, 
resultados fisiológicos durante a aplicação dos 
sistemas LILT (Low Intensity Laser Therapy) ou 
LLLT (Low Level Laser Therapy), os lasers de baixa 
intensidade.
A laserterapia de baixa intensidade surgiu 
com Mester, na Hungria, em 1966, e tem sido 
utilizado por cirurgiões-dentistas brasileiros há 
mais de vinte anos. Trata-se de um tipo de laser 
que, sem dúvidas, deveria fazer parte da clínica 
odontológica diária. Mas por quê?
A irradiação de células por certos 
comprimentos de onda pode ativar alguns 
componentes resultando em reações bioquímicas 
que poderão alterar completamente o metabolismo 
celular. Esse tipo de reação é conhecido como a 
base dos efeitos dos lasers de baixa potência 
(KARU – 1987, 1989, 1998; SMITH – 1991).
O laser em baixa intensidade como uma 
fonte de energia muito intensa e monocromática, 
que após absorvido, pode induzir uma resposta 
celular, buscando a homeostase sinestésica. 
Isso é possível porque nossas células não estão 
“acostumadas”, ou seja, adaptadas ainda a 
esse tipo de radiação, então, o laser de baixa 
intensidade age como um novo trauma, porém 
que pode ser controlado pelo operador. Através 
de aplicações em doses ou fluências adequadas, 
com comprimentos de onda (cor) endereçados ao 
sítio celular previamente escolhido, mitocôndrias 
ou membrana citoplasmática, por exemplo, o LILT 
torna possível uma “conversa” entre o terapeuta e 
as células lesadas. Como resultado final o próprio 
organismo estará sendo induzido à cura desejada.
Os primeiros sistemas LILT tinham como meio 
ativo uma mistura gasosa de gás hélio e neônio 
(lasers de HeNe) que emitiam na região do vermelho 
(632,8 nm), mas que apresentavam também 
outra linha de emissão no verde. Atualmente os 
sistemas laser LILT são, na sua grande maioria, 
constituídos de um cristal crescido em laboratório 
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Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
será possível saber qual foi a potência empregada, 
muito menos por quanto tempo. Por isso, parece 
ser muito mais bem explicado colocar a dose ou 
fluência ou densidade de energia (J/cm2), mas 
mesmo assim, acrescida do comprimento de 
onda e da metodologia utilizada, por ponto ou 
varredura. Concordando com SMITH (2005), todo 
bom trabalho científico em foto-biologia deve 
especificar tudo sobre a fonte de luz escolhida, 
ou seja, comprimento de onda, potência de 
saída, dose ou fluência, área irradiada, tempo de 
irradiação, entre outros; pois, de outra forma, o 
experimento não poderá ser comparado, repetido 
ou tido como referência de apoio.
É importante entender que um laser de 
Potência alta 20,0W (um laser cirúrgico), por 
exemplo, aplicado numa área de 10,0cm2 tem 
Irradiância de 2,0W/cm2. O mesmo laser, numa 
área de 1,0cm2, teria uma Irradiância de 20,0W/
cm2, o que ocasionaria dano térmico ao tecido se 
houvesse exposição prolongada. Porque a mesma 
potência estaria sendo entregue numa área muito 
menor, e conseqüentemente a quantidade de 
energia por segundo, que seria absorvida pelo 
tecido, seria 20 vezes maior. Assim, não é a 
Potência que determina o dano térmico, e sim a 
Irradiância.
Apesar de neste livro os lasers não 
apresentarem potência alta, quanto maior a 
Irradiância, maior será a bioestimulação, de acordo 
com ALMEIDA-LOPES (2003), sendo assim, 
potências mais altas entregues em áreas menores 
parecem ser interessantes quando o objetivo 
principal da terapia seja estimular a neo-formação 
tecidual.
Outra confusão é achar que são sinônimos 
Laser de Baixa Potência e Laser de Baixa Intensidade. 
Na verdade, potências baixas são consideradas 
quando os valores atingem até 100mW. Acima 
disso, consideramos que se trata de Laser de Baixa 
Intensidade Modificada.
pode ser definida como a quantidade de luz 
depositada no tecido tratado, e a unidade utilizada 
é o J (Joule);
• Energia Total: pode ser calculada 
multiplicando a potência de saída (em Watts) 
pelo tempo de irradiação (em segundos), ou seja, 
utilizar a energia total (em Joules) apenas informa 
a quantidade total de energia depositada no tecido 
ao final da irradiação.
• Fluência ou Dose ou Densidade de 
Energia: é a quantidade de energia aplicada no 
tecido com relação à área sobre a qual esta energia 
é aplicada, em outras palavras, é a distribuição da 
energia por unidade de área. A unidade, portanto, 
é J/cm² (Joule por centímetro quadrado);• Potência: é a taxa com que uma quantidade 
de energia é transmitida ao tecido, ou seja, a 
relação entre energia aplicada e o tempo que leva 
para que ela seja aplicada. A unidade é W (Watt 
ou J/s); e,
• Irradiância ou Intensidade ou 
Densidade de Potência: é a razão com que a 
potência é dissipada numa certa área do tecido, 
ou a quantidade de energia por segundo aplicada 
numa certa área. A unidade utilizada é W/cm2.
Estas definições também são necessárias ao 
terapeuta porque há uma confusão ao lidar com 
tais grandezas, especialmente entre a Potência 
e a Irradiância de um laser ou de um aparelho 
utilizado para aplicá-lo em tratamento; e também 
entre Energia e Dose.
A energia poderá ser indicada tanto pela 
energia total (J) quanto pela densidade de energia 
ou dose ou fluência. Entretanto, utilizar a energia 
total como único parâmetro para o protocolo 
clínico não permite saber qual a área do tecido-
alvo, nem ao menos se a irradiação foi realizada 
por varredura ou por pontos. Além disso, não 
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Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
principalmente pelo mecanismo de absorção pelo 
qual ele interage com o tecido biológico, é indicado 
para lesões superficiais, tais como reparos teciduais 
(cicatrização e drenagem local), enquanto que o 
laser infravermelho, mais penetrante, mas pelo fato 
de interagir através de mudanças de polaridade nas 
biomembranas, tem sido o comprimento de onda 
de eleição para reparos neurais e ósseos, e também 
para promover a analgesia imediata e temporária, 
uma vez que atua alterando o potencial dessas 
membrana citoplasmática. 
Com relação ao local de absorção, é necessário 
considerar os chamados cromóforos.
Os cromóforos, também denominados 
fotorreceptores, consistem em um grupo de 
moléculas inter-relacionadas que podem ser 
enzimas, membranas celulares, ou quaisquer 
outras substancias extracelulares que apresentem 
a capacidade de absorver luz num determinado 
comprimento de onda, mesmo não sendo 
especializadas para isto.
A base dos efeitos do laser de baixa intensidade 
consiste na irradiação de células com um 
comprimento de onda adequado, o qual pode levar 
à ativação de componentes celulares e promover 
reações químicas específicas, responsáveis por 
alterar o metabolismo celular através das reações 
de redução. É a luz gerando uma foto-resposta em 
cadeia.
Os cromóforos, com seus diferentes 
tamanhos e formas, são também componentes 
dos pigmentos da cadeia respiratória, e irão atuar 
ou ressonar através de uma estimulação específica 
ou uma energia de radiação. Dependendo do seu 
comprimento de onda, a radiação eletromagnética, 
na forma de luz absorvida, poderá estimular as 
macromoléculas, gerando uma transferência de 
energia para os elétrons e provocando mudanças 
nas proteínas. É o início de uma reação de oxi-
redução.
Então, quando o equipamento entregar 
até 70mW de potência, trata-se de um laser de 
baixa potência e que poderá trabalhar em baixa 
intensidade, numa área de irradiação em torno 
de 0,04cm2 (ponta convencional), resultará em 
intensidades baixas em torno de 1,75W/cm2, e 
em alta intensidade, em torno de 8,97W/cm2, 
se a área for em torno de 0,0078cm2 (ponta de 
acupuntura).
Por outro lado, um laser que entregue 
potência de 500mW, que já não é considerada 
baixa, poderá trabalhar em baixa intensidade se 
a área da ponta ativa for grande (por exemplo, 
área de 1,0cm2, resultando em 0,5W/cm2), e 
apresentará alta intensidade se a área for muito 
pequena (por exemplo, 0,0078cm2, resultando 
em 64,1W/cm2). Dessa forma, esse segundo laser 
não se trata de laser de baixa potência, mas sim de 
baixa intensidade desde que a área seja grande.
Apesar de estes cálculos demonstrarem que 
Intensidades ou Irradiâncias em torno de 8,0W/
cm2 são considerados altos valores, clinicamente 
não há dano térmico irreversível; portanto essa 
intensidade pode ser considerada baixa. Isso 
porque, para essa classificação terapêutica, 
também devem ser considerados outros fatores 
determinantes para a laserterapia de baixa 
intensidade, tais como o comprimento de onda 
utilizado e as características ópticas do tecido-
alvo.
1.2 – Comprimento de onda e sua 
interação com o tecido biológico
Considerando o espectro eletromagnético, 
os comprimentos de onda (ou cor da luz) mais 
empregados para realizar a laserterapia de baixa 
intensidade estão na faixa do vermelho (de 630 
a 700nm) e infravermelho próximo (de 700 a 
904nm).
O laser vermelho, por penetrar menos, mas 
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Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
A luz visível emitida em 633nm (vermelha) 
é absorvida pelos citocromos-oxidase e 
flavoproteínas causando oxidação de NAD 
(Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo) e 
mudando o estado de oxi-redução mitocondrial 
e citoplasmático. Essa mudança na velocidade de 
transporte de elétrons da cadeia respiratória gera 
aumento na força próton-motora, no potencial 
elétrico da membrana mitocondrial, na acidez do 
citoplasma e na quantidade de ATP (Adenosina Tri 
Fosfato) endocelular. O aumento na concentração 
de íons H+ intracelular gera mudanças na bomba 
de sódio (Na+) e potássio (K+) na membrana 
celular, aumentando a permeabilidade aos íons 
de cálcio (Ca++) para o meio intra-celular. A 
quantidade aumentada desse cátion afeta o nível 
dos nucleotídeos cíclicos que modulam a síntese 
de RNA e DNA.
Mecanismos primários e secundários da ação 
da luz, monocromática visível e infravermelha 
próxima, nas células, segundo Tiina I. Karu 
(LASERS – 2000), são descritos a seguir.
1.2.1 – Mecanismos primários
Os mecanismos primários da ação da luz nos 
fotorreceptores ainda não estão bem estabelecidos, 
mas os prováveis eventos seriam:
• aceleração de elétrons causando mudanças nas 
propriedades de redução das moléculas;
• em condições fisiológicas a atividade do 
citocromo C oxidase é controlada pelo óxido 
nítrico (NO) que se une ao centro binuclear do 
citocromo. O NO, como um receptor de elétrons, 
compete com o O2 no processo de redução do 
citocromo. Existe a hipótese de que a irradiação 
com laser e a ativação do fluxo de elétrons 
na molécula de citocromo C oxidase possam 
reverter parcialmente o controle do NO sobre o 
citocromo e com isso aumentar a concentração 
de O2. Esta reação pode aumentar também a 
concentração de CuB oxidado;
Citando KARU (1988), o citocromo é o 
fotorreceptor primário presente nas mitocôndrias 
que apresenta uma absorbância nas regiões do 
infravermelho próximo e luz visível, desde que 
esteja na sua forma intermediária; ou seja, não 
pode estar totalmente oxidado ou reduzido.
Ainda citando KARU (1988), a cadeia 
respiratória mitocondrial é considerada um 
receptor da luz visível monocromática de baixa 
intensidade, havendo, desta forma, dependência da 
dose e comprimento de onda de radiação no efeito 
estimulador de tal radiação. Ccomprimentos de 
onda vermelho (de 600 a 683nm) são absorvidos 
pelas semiquinonas e citocromo-oxidases e 
azul (de 400 a 450nm) pelas flavoproteínas e 
hemoproteínas. É através da cadeia respiratória 
que a célula reconhece o meio externo, regulando 
o comportamento celular.
A absorção de luz pelos cromóforos poderá 
causar três tipos de efeitos:
• fotoquímico: ocorre em células eucariontes e 
determina a liberação de substâncias mediadoras 
do processo inflamatório; 
• fotofísico (elétrico): ocorre nas células 
procariontes e na membrana citoplasmática, 
alterando a polarização das mesmas (canais de 
sódio e potássio – Na+ K+); e
• fotoenergético: estímulo da cadeia respiratória 
mitocondrial (citocromo c) levando a um 
incremento da produção de ATP, potencializando 
as reações celulares e, conseqüentemente, 
os processos inflamatórios e de regeneração 
tecidual(cicatrização eficaz e satisfatória).
Contudo, independentemente de onde ocorra 
a fotorrecepção da luz, ambos os comprimentos 
de onda resultarão na transdução do sinal e 
amplificação do estímulo, gerando aumento de 
íons Ca++ no citoplasma, o que resulta em uma 
maior velocidade de duplicação do DNA e da 
replicação de RNA no núcleo celular.
24
Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
potencial de redução do citocromo C oxidase e 
também nos componentes flavinicos, levando a 
outras mudanças nas reações de redução (redox) 
e modulações em reações bioquímicas através da 
membrana celular. Para isto dois caminhos são 
sugeridos:
• Regulação redução-oxidação: conexão entre 
a função redox devido ativação da luz na 
mitocôndria pela absorção dos cromóforos, 
e mudança no estado redox do citoplasma 
levando a uma despolarização da membrana 
e, conseqüentemente, a um aumento do pH 
(alcalinização citoplasmática) e influxo de Ca+2. 
Nas células eucariontes, mudanças no estado 
redox da mitocôndria resultarão em mudanças no 
potencial redox do citoplasma. Este mecanismo 
é denominado de regulação redox; e,
• Controle intracelular de ATP, que está intimamente 
relacionado ao mecanismo de regulação redox; 
portanto, pequenas mudanças no ATP poderão 
alterar significativamente o metabolismo celular. 
A irradiação causa mudanças no estado total 
de redox celular no sentido da oxidação, sendo 
que a luz monocromática visível e próxima ao 
infravermelho inicialmente é absorvida pelas 
mitocôndrias e eventualmente podem determinar 
um estímulo na síntese de DNA.
Com relação à luz infravermelha, SMITH 
(1991) utilizou o modelo de Tiina Karu modificado 
para explicar a interação ao nível celular dessa 
radiação (figura 2). Ocorrem mudanças fotofísicas 
na membrana celular gerando o mesmo efeito para 
aumento da permeabilidade aos íons Ca++, e o 
resultado final será o mesmo.
Os íons Ca++ são mensageiros intra-
celulares em muitos sistemas de transdução 
sinalizadas.
A magnitude do efeito da irradiação será 
determinada pelo potencial de oxi-redução da célula no 
momento da irradiação (KARU in LASERS – 2000).
• em condições patológicas poderá haver um 
aumento na concentração de NO produzido 
pelos macrófagos, ocasionando a diminuição da 
atividade respiratória em várias células. Nestas 
condições a ativação da respiração celular pelo 
laser de baixa intensidade poderá ter um efeito 
benéfico;
• durante a excitação dos elétrons ocorre um 
aquecimento devido ao aumento transitório 
local da temperatura absorvida nos cromóforos, 
e isto poderá causar mudanças celulares tanto a 
nível estrutural quanto na atividade bioquímica 
(reações secundárias) através da ativação ou 
inibição de enzimas;
• em condições normais na cadeia respiratória a 
redução de molécula de água produzira O2
- e 
H2O2. Este aumento na concentração transitória 
de O2 e subseqüente aumento na concentração 
de H2O2 poderá, então, resultar em resposta 
secundária como o aumento na concentração 
intracelular de Ca2+, alcalinizanização celular, 
ativação de Ca2+, Na2+, H+, alterações nas 
trocas de Na+ e Ca2+; e,
• a irradiação das células com altas doses e 
intensidade de luz, leva a hipótese de que 
absorção da luz pelas moléculas de porfirina e 
flavina ocasionaria a geração de O2 que causaria 
a estimulação da síntese de DNA.
O primeiro mecanismo do efeito da luz 
ocorre na cadeia respiratória; isto significa que são 
O2 dependentes, sendo, portanto, uma reação 
aeróbica.
1.2.2 – Mecanismos secundários
A luz absorvida pelos cromóforos iniciará o 
mecanismo primário através da cadeia respiratória 
mitocondrial, que irá conectar-se a síntese 
de DNA no núcleo celular, quando então os 
mecanismos secundários começam outra fase do 
foto-resposta.
A foto-excitação induzirá mudanças no 
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Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
ela mesma dirigir-se para o fator quimiotático, 
o que gera desorganização de microtúbulos. 
Depois de uns poucos minutos os microtúbulos 
se organizam, mas os centríolos aparecem 
danificados. A irregularidade da motilidade está 
correlacionada ao dano dos centríolos. O sistema 
de membrana NADPH permanece intacto, o que 
explica os dados normais de produção e liberação 
de radicais livres. Em resumo, os efeitos biológicos 
induzidos pelo laser estão relacionados a uma ação 
sobre a polarização da membrana e a um efeito 
sobre o centrossoma (RICEVUTI et al. - 1989).
Seguindo um trabalho de retrospectiva da 
literatura de ORTIZ et al. (2001), algumas das 
explicações dos efeitos mediados pelo laser de 
baixa intensidade são:
• aumento dos níveis de b-endorfina no fluido 
espinal (NAVRATIL, DYLEVSKY – 1997; POKORA 
- 1993);
• aumento da excreção urinária de glicocorticóides, 
um inibidor da síntese de b-endorfina;
• aumento no limiar da dor através de um 
complexo mecanismo de bloqueio eletrolítico das 
fibras nervosas. A permeabilidade da membrana 
das células nervosas para Na e K é diminuída, 
causando hiperpolarização;
• aumento dos níveis de serotonina na excreção 
urinária, um potente inibidor no sistema nervoso 
central;
• diminuição da liberação de substâncias 
algogênicas tais como bradicinina, histamina e 
acetilcolina;
• aumento na síntese de ATP;
• aumento da microcirculação local resolvendo a 
isquemia dos tecidos e facilitando a remoção de 
substâncias algogênicas; e,
• aumento do fluxo linfático, diminuindo o 
edema (SIMUNOVIC – 1996; SIMUNOVIC, 
TROBONJACA, TROBONJACA - 1998).
Outros autores também têm proposto, 
como possíveis explicações, uma interferência na 
Por outro lado, em relação ao mecanismo 
de alívio da dor (analgesia), a luz infravermelha 
atuará na membrana celular, causando sua 
hiperpolarização, ou seja, uma mudança foto-física 
vai acontecer como resultado da interação luz-
célula biológica. A permeabilidade da membrana 
citoplasmática aumenta em relação aos íons de 
Ca++, Na+ e K+, determinando um aumento 
na atividade receptora da membrana celular. Em 
conseqüência disso, a síntese de endorfina e o 
potencial de ação das células neurais aumentam, 
enquanto que a quantidade de bradicinina bem 
como a atividade das fibras C de condução de 
estímulos dolorosos diminuem (WAKABAYASHI 
et al. – 1993). Essa seqüência de eventos resulta 
no alívio dos sintomas álgicos.
Simultaneamente ao processo acima descrito, 
ocorre um aumento na microcirculação local, 
melhorando a oxigenação das células em hipóxia 
(hipóxicas) e dos pontos-gatilho, assim como um 
aumento da circulação linfática, reduzindo quadros 
de edema. Há também um aumento na atividade 
da enzima acetilcolinesterase (VIZI et al. – 1977), 
responsável por bloquear a sinapse neural, o que 
clinicamente é identificado como uma analgesia 
imediata e temporária alguns minutos após 
realizada a irradiação com laser infravermelho 
Outro efeito fisiológico a longo prazo que 
deve ser considerado é a reversibilidade da 
hiperpolarização da membrana celular depois 
da estimulação laser. Esta hiperpolarização 
poderia depender de um fechamento seletivo dos 
canais de sódio, relacionados com a ativação da 
lipoproteína de membrana. O efeito é determinado 
pelo tempo, intensidade e freqüência dos 
impulsos da irradiação. Isto é conseguido pela 
inibição do movimento celular pelo laser porque 
este ataca a área do centrossoma celular que 
determina modificações da morfologia celular. 
Depois de alguns minutos de irradiação e no 
período pós-irradiação, a motilidade celular chega 
a ser descoordenada e perde a capacidade para 
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Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
Mesmo em uso nos consultórios e clínicas 
odontológicas há mais de 20 anos, no Brasil,ainda 
não existem regras de segurança ou mesmo órgãos 
governamentais capazes de controlar e orientar 
esse tipo de modalidade terapêutica, a laserterapia. 
Dessa forma, a biossegurança para utilização dos 
sistemas lasers em Odontologia torna-se alvo de 
discussão muito atual. É preciso, inicialmente, 
entender a luz laser como um fenômeno com 
características especiais e depois a interação dessa 
luz com os tecidos biológicos. Diante disso, os 
conhecimentos dos possíveis riscos durante a 
irradiação e dos níveis de cuidados existentes são 
requisitos essenciais para todos os profissionais 
que utilizam esse agente terapêutico. Um “Laser 
Safety Officer” , um físico como membro da 
equipe odontológica, é o responsável tanto pelo 
bom funcionamento do equipamento laser, bem 
como pela orientação aos profissionais da área 
de saúde e aos pacientes quanto às regras de 
segurança, antes, durante e após o procedimento 
operatório. Seguindo essa filosofia, as principais 
regras de segurança para o uso de lasers, tanto de 
baixa quanto de alta intensidade, serão discutidos, 
buscando difundir, com responsabilidade, esse 
importante e recente instrumento terapêutico, o 
feixe laser.
A proteção pessoal, isto é, das pessoas 
envolvidas no uso do laser, consiste basicamente 
no uso dos óculos de proteção que atenuam o 
feixe a que se submetem (MAILLET - 1987).
As pessoas que estão freqüentemente 
expostas ao risco laser, ou aqueles que 
sofrem uma exposição excessiva, devem ser 
submetidas regularmente a uma supervisão 
médica oftalmológica, a fim de que se detecte 
qualquer dano ocular que possa ter ocorrido. Esta 
preocupação com a visão é proveniente do fato 
de que os mais graves acidentes sejam aqueles 
ocorridos com os olhos, pois a radiação atinge a 
retina após sofrer uma amplificação de um fator 
100.000 vezes. Além disso, o risco ocular está 
mensagem elétrica da dor (HERCH, TERESI – 1997; 
COLLS - 1985), ou aumento da latência sensorial 
(SNYDER-MACKLER, BORK - 1998).
Hoje no mercado, é possível encontrar 
aparelhos com comprimentos de onda vermelho 
e infravermelho, separadamente ou com canetas 
inter-cambiáveis. Basicamente, o vermelho é mais 
indicado para regular a cicatrização e para drenagem 
linfática local, enquanto que o infravermelho 
é mais indicado para controle de sensibilidade 
dolorosa, principalmente quando a aplicação é feita 
nos “trigger-points” ou pontos-gatilho, e para o 
reparo neural e drenagem linfática local sobre os 
linfonodos. Cada um desses comprimentos de 
onda tem suas melhores indicações, sendo ambos, 
importantes na clínica.
Figura 2 – Modelo de interação da luz de baixa 
intensidade com a célula, unidade do sistema biológico 
(SMITH – 1991 modificado por LIZARELLI - 2003).
2 – Quais são as regras de biossegurança 
necessárias a serem seguidas?
Nas atividades odontológicas, é de extrema 
importância a conscientização dos riscos no que 
se refere a biossegurança. A biossegurança é um 
termo que está relacionado aos cuidados que se 
deve ter para evitar e/ou diminuir a possibilidade 
de infecções, as contaminações com produtos 
tóxicos, a ocorrência de doenças profissionais e a 
ocorrência de acidentes.
27
Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
presente em praticamente todos os tipos de lasers. 
(MAILLET - 1987)
A segurança deve ser observada em diferentes 
níveis, a saber:
2.1 – Equipamento laser
Algumas precauções devem ser tomadas para 
garantir a segurança do equipamento:
• quando desligado, aconselha-se manter o 
equipamento dentro de um armário; 
• a chave-de-segurança deve ser conectada apenas 
quando se for utilizar o aparelho (figura 3);
a b
Figura 3 – Chave de segurança de um aparelho laser de baixa 
(a) e de alta (b) intensidade (dispositivo removível).
• em caso de lasers que emitem radiação 
infravermelha, deve-se verificar a presença e a 
eficiência da luz-guia visível; e,
• deve ser feita a revisão do equipamento 
semestralmente por técnicos autorizados.
2.2 – Cirurgião-dentista e equipe 
auxiliar
Em relação ao profissional e sua equipe 
auxiliar, devemos abordar os seguintes aspectos 
para garantir uma conduta clínica segura:
• a capacitação e a reciclagem científica 
permanente; 
• escolha da dosimetria indicada para cada caso 
clínico individualmente;
• uso da proteção ocular: os óculos de proteção 
atenuam o feixe a que são submetidos (figura 4) 
(MAILLET - 1987) sendo que no máximo 10% 
poderá atravessar as lentes sem resultar em 
danos; e, 
• a paramentação completa (luvas, máscara, gorro 
e avental) para evitar contaminações.
2.3 – Paciente
Para a segurança do paciente:
• o mesmo deve ter conhecimento dos princípios 
básicos da laserterapia como tratamento e das 
alternativas de tratamento;
• dar autorização por escrito para receber a 
laserterapia; e,
• utilizar proteção ocular durante todo o 
procedimento clínico (figura 4).
Figura 4 – Equipe profissional e paciente utilizando 
óculos apropriados para proteção do laser em uso.
2.4 – Consultório
Em relação ao consultório, deve-se:
• verificar o bom funcionamento da rede elétrica 
que alimenta o aparelho; é recomendado ainda, 
o uso de um estabilizador de voltagem; 
• devem ser colocados avisos de alerta à radiação 
laser na(s) porta(s) do consultório: uma placa 
indicadora informando a classe do aparelho e 
advertindo sobre o perigo da exposição ao feixe 
(figura 5) (MAILLET - 1987); e,
• minimizar móveis de materiais refletores 
próximos ao campo operatório.
28
Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
Figura 6 – Limpeza facial prévia à aplicação com laser 
de baixa intensidade em pontos extra-orais.
• quando for possível, fazer uma pequena pressão 
da ponta ativa contra o tecido-alvo, provocando 
uma isquemia local e temporária, o que permite 
uma maior penetrabilidade da luz;
a b
Figura 7 – Colocação do filme de PVC de 
forma bem esticada (a) evitando
difusão do feixe de luz na saída da caneta 
(ponta convencional) (b).
a b c
Figura 8 – Aplicação em contato e (a) e em contato com 
pressão (b) (melhores formas de aplicação) e não-contato com 
uma distância superior a 0,5 cm (c), resultando em grande 
perda da energia a ser entregue, sendo desaconselhável.
• ausência de materiais refletores no campo 
operatório: recomenda-se o uso de instrumentos 
não refletores durante o manuseio do laser, visto 
que alguns instrumentos odontológicos são 
capazes de produzir reflexões do feixe que podem 
Figura 5 – Placa de advertência para as portas do consultório.
2.5 – Procedimento clínico
O bom andamento do procedimento clínico 
depende de alguns fatores:
• diagnóstico correto;
• profilaxia prévia do local a ser irradiado, 
empregando anti-sépticos incolores; se a 
aplicação for intra-oral, para diminuir a absorção 
e atenuação da energia, e limpeza da pele, 
quando a aplicação for extra-oral, com solução 
anti-séptica incolor (figura 6);
• proteger a ponta ativa do laser com plástico 
(PVC) descartável, para evitar contaminações 
cruzadas e como medida de higiene (figura 7);
• não realizar aplicações extra-orais em pacientes 
que usam drogas foto-sensibilizantes endógenas 
(tetraciclina, griseofulvina, sulfamida e 
furocumarina) ou exógenas (ácido retinóico e 
glicólico), pois qualquer luz de alta intensidade 
poderá interagir com a droga e provocar manchas 
de pele no local da irradiação (ALMEIDA-LOPES – 
2004);
• preferencialmente realizar a aplicação tipo 
contato, ou seja, tocando a ponta ativa do 
laser no tecido-alvo (figura 8 e 9), se por algum 
motivo isso não for possível, distanciar no 
máximo 0,5cm (figura 10) para não atenuar 
tanto a energia devido a reflexão do feixe;
29
ProtocolosClínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
para adequar a fonte de luz e/ou o equipamento a 
base de laser de baixa intensidade, para entregar 
superficilamente no tecido-alvo a quantidade 
de energia mais eficiente para o tratamento em 
questão.
Trata-se do item mais controverso dentro da 
laserterapia de baixa intensidade. Isso acontece 
porque ainda é muito difícil calcular a quantidade 
exata de energia entregue, absorvida e espalhada.
Quando pensamos em dosimetria temos que 
ter em mente que o seu significado não é apenas 
o entendimento de quanto é a dose, ou qual o 
conjunto de doses seria mais bem indicada em 
cada caso. A dosimetria na verdade representa o 
ponto mais controverso da laserterapia atual. Para 
entender a dosimetria não podemos nos basear 
apenas na forma de como calcular a dose, mas sim 
compreender que existe um conjunto de manobras 
táticas que o pesquisador/clínico se utiliza para 
adequar a fonte de luz e/ou o equipamento às 
base s científicas do laser de baixa intensidade,. 
E assim, podemos de maneira efetiva entregar no 
tecido-alvo a quantidade de energia mais eficiente 
para o tratamento em questão.
A dosimetria reflete diretamente a dose que 
também é conhecida como fluência ou densidade 
de energia. Ao descrever a dosimetria temos que 
incluir mais dois parâmetros muito importantes 
que são a energia e a irradiância. Veremos a 
diante com detalhes esses parâmetros. Ademais 
aos parâmetros dosimétricos temos que levar 
em consideração a interação da luz com esse 
tecido permite diferentes formas de absorção e 
espalhamento dessa luz direcionada num volume 
de tecido que determina sim um volume irradiado 
e não mais uma área irradiada. 
Já não se aceita apenas entender a dose 
como a densidade de energia entregue, sim 
porque no conteúdo inteiro deste livro-manual, 
estaremos sugerindo as doses ou fluências ou 
resultar em danos a tecidos biológicos tanto no 
operador quanto no paciente (MISERENDINO et 
al. - 1995);
• descartar a ponta em fibra óptica para terapia 
fotodinâmica (figura 12b) em recipiente 
apropriado para instrumentos perfuro-
cortantes;
• acompanhamento do caso por pelo menos doze 
meses; e,
• observação das contra-indicações.
Figura 9 – Desenho esquemático mostrando a influência 
da forma de aplicação e distância da ponta ativa do tecido-
alvo na profundidade de penetração do laser.
Figura 10 – Laser sendo aplicado na forma não-contato, porém
com uma distância inferior ou igual a 0,5cm.
2.6 – Dosimetria laser
Dosimetria não é a Dose ou o conjunto das 
doses mais indicadas e bem sucedidas. Dosimetria 
não é sequer a forma de calcular “a dose mais 
indicada”. Dosimetria é sim o conjunto de 
manobras e táticas que o pesquisador/clínico utiliza 
30
Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
A ciência vem evoluindo nesse assunto e 
descobrindo fórmulas mais adequadas e com 
menor erro para o cálculo da dose mais indicada 
em cada enfermidade. Porém, o mais importante é 
entender as características ópticas do tecido-alvo; 
entender como determinada fonte de luz pode 
interagir com esse tecido-alvo; e, então, adequar 
as fluências entregues, sempre observando as 
respostas a cada sessão que o paciente relatar.
O tecido biológico não é exato. Apesar de toda 
a fisiologia operar de forma organizada, em tecidos 
lesionados, todo o metabolismo apresentará uma 
alteração, passível de ser observada tanto ao nível 
molecular quanto ao nível comportamental do 
paciente. Sendo assim, é muito importante que 
o cirurgião-dentista mantenha-se focalizado e 
atento aos sinais durante e após cada irradiação. 
Serão esses sinais que determinarão o decorrer de 
todo o tratamento com a laserterapia.
Os parâmetros seguros de operação dos lasers 
devem ser escolhidos segundo a situação clínica a 
ser tratada, a fase na qual a lesão se encontra, as 
características ópticas do tecido a ser irradiado e 
a metodologia de irradiação do laser (puntual ou 
varredura, contato ou não-contato). Além disso, é 
muito importante conhecer bem as características 
técnicas do equipamento que está sendo utilizado, 
tais como: potência máxima, se essa potência é 
fixa ou variável, a área da ponta ativa da caneta de 
aplicação, comprimento de onda, localização do 
ponto de focalização do equipamento.
Para os lasers de baixa intensidade, o cálculo 
mais utilizado na clínica é empregando a fórmula 
para encontrar a fluência ou dose, dada pela energia 
por área (J/cm2), que é a densidade de energia.
No início do uso da laserterapia, nos 
anos sessenta, os pesquisadores acreditavam 
que sempre a área atingida pelo laser de baixa 
intensidade, no tecido irradiado, independente da 
potência, da dose, das características ópticas do 
densidades de energia ENTREGUES na superfície 
do tecido-alvo. Isso porque a interação da luz 
com esse tecido permite diferentes formas de 
absorção e espalhamento dessa luz direcionada 
num volume de tecido que determina sim um 
volume irradiado e não mais uma área irradiada. 
Entretanto, como calcular esse volume? Como 
prever como determinado comprimento de onda 
com determinada potência de saída se distribuirá 
no volume de um determinado tecido biológico?
Figura 11 - Comportamento da luz de um laser vermelho 
660nm, com uma potência de saída de 40mW no tecido 
(pele): a – sobre uma região periférica de uma lesão de 
queimadura; e, b – sobre a lesão propriamente dita.
Na figura 11, de uma forma muito simples, 
basta observar como a luz do laser vermelho 
660nm com a potência de saída de 40mW se 
comporta após ser entregue na superfície. Os 
halos formados ao redor da ponta ativa da caneta-
laser demonstram o comportamento dessa luz 
dentro desse tecido irradiado. Na região onde 
parte desse tecido não está lesionado com a 
queimadura (figura 11a) o halo mais claro (centro 
do feixe laser) tem um diâmetro menor, enquanto 
que o halo mais vermelho (externo) tem um 
diâmetro maior (observar as barras comparativas); 
provavelmente nessa situação da figura 11a, onde 
a absorção do laser foi menor, tendo um halo 
claro de absorção com menor diâmetro e um halo 
vermelho de espalhamento maior. Por outro lado, 
quando o laser irradia o tecido central da lesão de 
queimadura, o halo mais claro, que demonstra a 
absorção do laser, apresenta um diâmetro maior, 
enquanto que o halo vermelho de espalhamento, 
um diâmetro menor.
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Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
0,04W (basta dividir o valor em mW por 1000), 
como demonstrado na tabela 1.
Tabela 1 - Conversão de Unidades para os 
valores de Potência do Twin Laser:
Potência 
em mW
Potência 
em W
01 0,001
05 0,005
10 0,010
15 0,015
20 0,020
25 0,025
30 0,030
35 0,035
40 0,040
45 0,045
50 0,050
55 0,055
60 0,060
65 0,065
70 0,070
80 0,080
90 0,090
100 0,100
110 0,110
120 0,120
Com relação ao cálculo da área da ponta, 
geralmente circular, basta lembrar que a área de 
um círculo é calculada multiplicando-se o valor de 
π (“pi”) pelo valor do raio elevado ao quadrado, ou 
seja, 3,14 X r2.
a b
Figura 12– Ponta projetada para laserpuntura (acupuntura a laser) 
(a) e para terapia fotodinâmica (descartável) (b) que deve ser 
acoplada numa ponta especial e então encaixada na extremidade 
ativa da caneta, removendo-se a ponta convencional.
Portanto a área será diferente se o clínico for 
utilizar a caneta convencional (A = 0,04cm2, na 
figura 7) ou se for utilizar com a ponta especial 
para acupuntura (A = 0,0078cm2, na figura 12). 
Sendo assim, mudando-se a ponta ativa é possível 
mudar a dose que está sendo aplicada no tecido, 
pois a área será alterada também e a potência não, 
como dose é densidade de energia que é a energia 
distribuídana área, diminuindo a área sem alterar 
a potência e o tempo de irradiação, o resultado 
será uma densidade maior de energia depositada 
tecido e do comprimento de onda, era a de 1,0cm2. 
No entanto, com o avanço dos equipamentos para 
medida de penetrabilidade da luz na matéria e 
com o entendimento melhor dessa interação luz-
matéria, hoje sabemos que nem sempre é essa a 
área efetivamente irradiada e para tanto, mudou-
se a forma de calcular a dose adequada. 
Primeiramente é preciso saber se a aplicação 
será realizada pontualmente (pontos separados) 
ou por varredura (ponta do laser em contato e em 
movimento uniforme com velocidade constante). 
Se for pontualmente, é preciso saber a área do 
“spot” da ponta ativa do laser, se for por varredura, 
a área considerada será a da lesão a ser irradiada.
A fórmula empregada é a seguinte:
Dose [J/cm2] = P [W] x T [s]
A [cm2]
sendo P potência de saída; T o tempo de 
irradiação; e A a área a ser considerada.
Para o calculo da Energia total temos a 
seguinte fórmula: 
Energia Total [J] = P [W] x T [s]
sendo P potência de saída; T o tempo de 
irradiação.
Assim, é muito importante diferenciar a 
Energia da Dose. A energia nos fornece o quanto 
foi depositado de energia no tecido alvo. Por 
outro lado, a Dose representa como essa energia 
é depositada, ou seja, a fluência de energia em 
função da ponta da aplicação.
É importante lembrar que a maioria dos 
equipamentos fornece a potência na unidade de 
mW, portanto para inserir o valor na fórmula é 
preciso fazer a transformação de unidades. Por 
exemplo, um laser de 40mW tem a potência de 
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Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
2.7 – Biossegurança específica para o 
uso dos lasers de baixa intensidade
Ao fazer o uso dos lasers de baixa intensidade, 
deve-se observar:
• a escolha do comprimento de onda mais indicado 
para cada enfermidade;
• a escolha da dose adequada para bioestimulação 
ou para bioinibição;
• peles muito escuras ou muito claras pedem 
uma dose maior de energia, cerca de 1/3 acima 
da dose indicada; isto porque quando muito 
escuras absorvem muito na superfície, por outro 
lado quando são muito claras, refletem muito, 
em ambos os casos estarão comprometendo a 
profundidade de penetração;
• se a paciente for gestante, evitar direcionar o 
laser para o feto;
• não irradiar áreas em hemorragia; 
• cautela ao irradiar áreas infectadas, melhor evitar 
e optar pela drenagem linfática;
• não irradiar área com hipoestesia ao calor e/ou 
dor; 
• evitar as linhas epifiseais em crianças; 
• evitar irradiar crianças com menos de 2 anos de 
idade;
• as doses indicadas para crianças são menores 
do que as indicadas para adultos, considerando 
as mesmas enfermidades, a experiência clinica 
considera indicado empregar 1/3 das doses 
indicadas para adultos;
• não irradiar gânglios simpáticos; 
• quando o paciente for cardiopata, evitar a região 
cardíaca;
• não irradiar nervos vagos;
• evitar irradiar as gônadas; e,
• ser cauteloso com pacientes cujos reflexos são 
obtundentes.
no tecido. A tabela 2 apresenta esta relação.
Conseqüentemente, também a intensidade 
ou irradiância, ou ainda, densidade de potência 
(W/cm²) será maior. Sendo a irradiância maior, 
a penetrabilidade no tecido biológico também o 
será.
Tabela 2 - Alteração da dose ou fluência 
segundo a ponta ativa da caneta, quando o tempo 
de irradiação for igual a 10 segundos (T):
POTÊNCIA DE 
SAÍDA [mW]
PONTA 
CONVENCIONAL 
[J/cm2]
PONTA DE 
ACUPUNTURA 
ou FIBRA 
DESCARTÁVEL 
(PDT) [J/cm2]
ENERGIA 
TOTAL [J] (E 
= P X T)
1 0,3 1,9 0,01
5 1,3 6,4 0,05
10 2,5 12,8 0,10
15 3,8 19,2 0,15
20 5,0 25,6 0,20
25 6,3 32,1 0,25
30 7,5 38,5 0,30
35 8,8 44,9 0,35
40 10,0 51,3 0,40
45 11,3 57,7 0,45
50 12,5 64,1 0,50
55 13,8 70,5 0,55
60 15,0 76,9 0,60
65 16,3 83,3 0,65
70 17,5 89,7 0,70
80 20,0 102,6 0,80
90 22,5 115,4 0,90
100 25,0 128,2 1,00
110 27,5 141,0 1,10
120 30,0 153,8 1,20
Para os cálculos desta tabela, consideramos a 
fórmula já apresentada:
Dose [J/cm2] = P [W] x T [s]
A [cm2]
sendo P potência de saída; T o tempo de 
irradiação; e A a área a ser considerada.
Quando empregamos a “Ponta Convencional”do 
equipamento da MM Optics, a área por onde o laser 
é entregue apresenta 0,04cm2, então na fórmula este 
será o valor de “A” a ser considerado. Por outro lado, 
quando utilizamos a “Ponta de Acupuntura” ou a “Fibra 
Descartável para PDT (Terapia Fotodinâmica”, o valor da 
área por onde o laser é entregue é de 0,0078cm2,, então 
este será o valor a ser considerado na fórmula.
Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa IntensidadeLizarelli, R. F. Z.
• um texto onde o paciente autoriza, com sua 
própria letra manuscrita, receber o laser como 
tratamento, tornando-se ciente de todos os 
riscos e benefícios da terapia; e,
• data, local e assinatura do paciente, do seu 
responsável (em caso de menor de idade), 
assinatura do operador (cirurgião-dentista 
responsável pelo tratamento) e assinatura e 
nome de uma testemunha.
Em todas as sessões, o cirurgião-dentista deve 
anotar na tabela (tab.3) qual o laser utilizado, os 
parâmetros de irradiação, a lesão ou área envolvida, 
como foi a metodologia de aplicação, e a resposta 
do paciente antes e após a irradiação (monta-se 
essa informação em forma de tabela horizontal). 
Se for possível, a documentação fotográfica deve 
acompanhar também a ficha (abaixo).
3 – A ficha de autorização
Todas as sessões de aplicação com lasers 
de baixa intensidade devem ser acompanhadas 
por uma autorização por escrito, ou melhor, um 
contrato por escrito entre o cirurgião-dentista e o 
paciente. Esse documento deve conter:
• os dados pessoais do paciente (nome completo, 
endereço, número dos documentos civis, data de 
nascimento, etc...);
• anamnese com a história médica e 
odontológica;
• explicação simplificada do que é a laserterapia;
• quais os riscos que a laserterapia envolve durante 
o tratamento;
• quais os tratamentos alternativos, se a 
laserterapia não for a escolha;
33
Tabela 3 – Tabela para anotar os procedimentos detalhadamente por sessões:
34
Protocolos Clínicos Odontológicos | Uso do Laser de Baixa Intensidade
Autorização do(a) Paciente: Laserterapia de baixa intensidade
Os lasers de baixa intensidade possuem um efeito eminentemente analgésico, antinflamatório e biomodulador, sendo utilizados 
como nos casos de aftas, herpes labial, queilite angular, trismos, parestesia, hipersensibilidade dentinária, pós-cirurgias, pós-intervenções 
endodônticas. Como efeitos da laserterapia pode-se citar os aumentos da microcirculação local e da velocidade da cicatrização, além da 
analgesia temporária e da mudança na polarização celular, permitindo diminuir estados e hiper e de hiposensibilidade. É capaz de auxiliar 
na resposta imunológica do organismo de forma local e sistêmica.
Riscos: Se todas as normas de segurança para a aplicação da luz laser de baixa intensidade forem corretamente respeitadas, não 
existe nenhum risco ao paciente, operador e equipe, durante e após o procedimento clínico.
Benefícios: Tratamento menos agressivo e mais rápido, preservando tecidos saudáveis.
Alternativas: O tratamento odontológico convencional adequado para cada caso.
Eu,______________________________________________RG: ________________, CPF: ________________, concordo em 
receber essa terapia com laser de baixa intensidade. Eu tive a oportunidade de questionar o(a) operador(a) sobre os riscos, benefícios 
e alternativas para o meu tratamento. Eu também tive a oportunidade de questionar sobre as atuais pesquisas e sobre a importância 
desse procedimento. Não me foram feitas promessas ou garantias em relação aos procedimentos em obter resultados miraculosos,

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