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A importância do passado para o presente

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A importância do passado para o presente 
História da Psicologia 
(SDE0012 t. 3004 e 3017) 
Aula 2 
Prof.: John Luiz Baytack Beltrão de Castro 
Historiografia: refere-se ao estudo dos métodos de produção do conhecimento histórico. 
“Toda e qualquer produção humana — uma cadeira, uma religião, um computador, uma obra de arte, 
uma teoria científica — tem por trás de si a contribuição de inúmeros homens, que, num tempo 
anterior ao presente, fizeram indagações, realizaram descobertas, inventaram técnicas e 
desenvolveram ideias. Em suma: por trás de qualquer produção material ou espiritual, existe a 
História” (BOCK; FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p. 39 grifo nosso). 
A história da Psicologia tem por volta de dois milênios (início na Grécia, de 700 a. C. até a dominação 
romana, véspera da era crista). O interesse por ela remonta aos primeiros espíritos questionadores 
(BOCK; FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p. 39 grifo nosso). 
Sempre houve fascínio pelo comportamento, especulações acerca da natureza e condutas humanas 
são o tópico de muitas obras filosóficas. 
”É uma das mais antigas disciplinas acadêmicas, e ao mesmo tempo uma das mais novas” (BOCK; 
FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p. 39 grifo nosso). 
No século V a. C., Sócrates, Platão, Aristóteles e outros sábios gregos se viam às voltas com muitos 
dos mesmos problemas que hoje ocupam os psicólogos: a memória, a aprendizagem, a motivação, a 
percepção, a atividade onírica e o comportamento anormal, por exemplo. 
As mesmas espécies de interrogações feitas atualmente sobre a natureza humana também o eram 
séculos atrás, o que demonstra uma continuidade vital entre o passado e o presente em termos de seu 
objeto de estudo. 
É indispensável recuperar sua história para compreender a diversidade com que a Psicologia 
se apresenta hoje. 
Não há uma única forma, abordagem ou definição particulares da Psicologia moderna com que 
concordem todos os psicólogos. 
Vemos uma enorme diversidade, e até desacordo, tanto em termos de especializações científicas e 
profissionais como em termos de objeto de estudo. 
O eixo de referência que vincula essas áreas e abordagens distintas é a história da evolução da 
disciplina Psicologia. 
O conhecimento da história pode trazer ordem à desordem, produzir sentido a partir do caos; permite 
enxergar o passado com mais clareza e explicar o presente. 
“HISTÓRIA” – Por que? O que é? 
 A história nos ajuda a entender o tempo que vivemos, mesmo que saibamos que toda história é uma 
narrativa e é arbitrária. 
É uma narrativa, porque diz respeito à descrição de fatos que aconteceram (contada por alguém 
que não estava no local e nem na mesma época); 
É a memória humana preservada e sem ela não podemos ter o senso de uma continuidade, não 
poderíamos nem mesmo preservar a cultura e os saberes que nos que nos constituem. 
É arbitrária porque é um historiador que conta a história e nada garante que ela seja contada do 
mesmo modo por outro historiador. Cada um irá destacar os fatos históricos que considera mais 
relevantes. 
O historiador, tal como o arqueólogo, trabalha com “fragmentos” = dados históricos, e a partir desses 
fragmentos / dados tenta recriar os eventos e as pessoas do passado. 
História da Psicologia 
E ainda, os dados podem ser incompletos... 
1. Eles podem ter se perdido, 
2. Podem ter sido deliberadamente suprimidos, 
3. Traduzidos de maneira imprecisa ou 
4. Distorcidos por um participante ou um pesquisador motivados por interesses pessoais. 
A história da Psicologia contém muitos exemplos incompletos ou, talvez, 
imprecisos de produção da verdade histórica. 
“HISTÓRIA” – formas ou tipos (Conceituação) 
Há vários modos de se contar uma história. A seguir nos debruçaremos sobre duas formas: a evolutiva 
e a descontínua. 
1. História Evolutiva – linear ( cronológica) 
Duas abordagens podem ser adotadas para explicar como a ciência psicológica se desenvolveu: 
1.1 Teoria Personalista: considera que o progresso é decorrente da ação de pessoas que modificaram 
o curso da História / figura do precursor. 
Há diversos precursores nas mais diversas áreas do saber: Platão, Aristóteles, Copérnico, 
Descartes, Newton, Hume, Wagner, Kant, Cantor, Marx, Nietzsche, Comte, Wundt, Saurrure, 
Freud, Lévi-Strauss, Foucault etc. 
1.2 Teoria Naturalista: considera que a época modela as pessoas e assim os conhecimentos 
produzidos. 
O Zeitgeist, é a expressão alemã comumente utilizada para designar o espírito [Geist] intelectual 
de um tempo [Zeit], de uma época, e que determina inextricavelmente a ação dos sujeitos 
históricos 
O positivismo pode ser considerado um Zeitgeist. 
 
2. História Descontínua 
� Nega o sentido evolutivo de qualquer história, (a visão personalista, de precursores e mesmo 
do Zeitgeist, no âmbito científico). 
� Cada momento histórico só pode ser entendido nele mesmo, em seu contexto político e social. 
� É feita de confrontos, de lutas, nas quais normalmente é o vencedor que se coloca como 
detentor da verdade histórica, que narra uma certa história. 
� Não há objetos evoluindo através do tempo, mas em cada contexto emerge um objeto 
diferente, definido pelas práticas humanas e também pelo acaso, que não pode ser 
negado. 
A tese de doutorado do crítico francês Michel Foucault, publicada como 
História da Loucura na Idade Clássica – é uma ilustração da história 
descontínua. Em sua obra, em linhas gerais, aborda problemas concretos (a 
insanidade, a prisão, a clínica, o corpo, a medicina, a sexualidade) num 
contexto específico, geográfica (a França, na Europa ou no Ocidente) e 
historicamente (idade do clássica, do século XVIII, ou na Grécia antiga, etc.). 
� O passado pode nos mostrar que nada é eterno e que o tempo que vivemos é também 
construído, no presente, por múltiplas forças sociais e políticas. 
 
A importância de uma história da Psicologia 
Em suma, a História e seu estudo são imprescindíveis para o entendimento da Psicologia como saber, 
para percebermos de que modo o homem vem transformando seus modos de pensar a si mesmo e, 
principalmente, para termos a noção de que estamos construindo e utilizando um saber que não é 
universal, mas que tem sua própria história e que, portanto, tem também seus limites espaço-
temporais. 
Nesse sentido, a Psicologia é um saber histórico, em transformação, inacabado e que está sendo 
continuamente construído. 
História da Psicologia Moderna 
Wilhelm Wundt (1832-1920), até então médico e filósofo alemão, é considerado o fundador da 
Psicologia como ciência independente da disciplina filosófica. É o primeiro psicólogo na história, 
pois foi quem criou o primeiro laboratório de psicologia, em 1879, em Leipzig, na Alemanha. Sua 
obra e empreendimento são considerados o marco dessa fundação que passa a assumir características 
científicas, baseando-se na observação, coleta de dados e experiências. 
No prefácio à primeira edição de Princípios de Psicologia Fisiológica, obra publicada em 1874, 
Wundt que essa obra consistia numa tentativa de delimitar um novo domínio da ciência ao qual dera 
o nome de Psicologia (SCHULTZ & SCHULTZ, 2001).

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