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Auditoria Contábil

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AULA 1: AUDITORIA
Reconhecer o conceito de auditoria;
Conhecer a história e a evolução da atividade, assim como seu objeto e objetivo;
Reconhecer seus órgãos disciplinadores;
Entender o que são e qual a necessidade dos testes em auditoria.
Conceito de auditoria:
 Podemos definir auditoria como o conjunto de procedimentos ou técnicas aplicadas, de maneira completamente independente, a respeito de uma relação que envolve obrigação de responder por uma responsabilidade conferida. 
 O objetivo é emitir um relatório de como essa obrigação está sendo cumprida.
 Desta forma, pode-se verificar se os relatórios e as informações decorrentes deles são justos e adequados.
Mas será esta a única definição de auditoria?
 A resposta é não! De acordo com a INTOSAI, a auditoria pode ser definida como “o exame das operações, atividades e sistemas de determinada entidade, com vistas a verificar se são executados ou funcionam em conformidade com determinados objetivos, orçamentos, regras e normas”. 
 Pode-se dizer, por fim, que auditoria é o ato de comparar a condição com o critério. 
 Ou seja, confrontar o que se encontra com a situação ideal de determinada estrutura financeira empresarial.
 Quando aquilo que for encontrado divergir do esperado, deve-se levar em conta as causas e os efeitos de tais desvios ou divergências. 
 Alternativamente, também pode ser conceituada como o processo de exame independente de situações específicas, com o objetivo de emitir juízos a respeito da conformidade com os padrões, os quais são denominados critérios de auditoria.
Aspectos fundamentais para a auditoria:
 As constatações da auditoria devem levar em contra quatro aspectos fundamentais e de mesma importância, são eles:
Causa;
Efeito;
Condição
Critério.
 A qualidade das análises destes quatro elementos, juntamente com o desenvolvimento da atividade de auditoria, determinará o nível de utilidade das informações geradas pelos auditores independentes.
 Os critérios são fundamentais para a realização de todos os exames de auditoria. Se não houver critério, pode-se dizer que a auditoria não pode ser desenvolvida de maneira sistematizada, inviabilizando suas conclusões.
 Durante seu trabalho, de maneira mais ampla, o auditor deve atuar de forma completamente independente entre os proprietários e os administradores, sendo estes da iniciativa privada, sendo que o primeiro delegou a responsabilidade para que o segundo gerisse o patrimônio constituído, visando o lucro.
 Ele também delega responsabilidade para a auditoria, na figura do auditor, acompanhar a gerência, além de apresentar os relatórios confeccionados.
Auditoria na área pública:
 Na Área Pública, o conceito de auditoria assume um papel importante. Você imagina o porquê?
 Por que se trata de recursos públicos, e todos os cidadãos possuem direitos e deveres sobre eles. 
 Neste caso, os interesses da Fazenda Nacional têm que se sobrepor às vantagens individuais.
 Pode-se dizer que a auditoria está restrita ao universo contábil ou financeiro das empresas, não se preocupando diretamente com nenhuma outra forma de operação.
 A que a auditoria contábil se propõe? Conceitualmente, à emissão de uma opinião formalizada e padronizada acerca da adequação das demonstrações contábeis, em decorrência da aplicação de procedimentos específicos de auditoria, baseada em normas profissionais e de maneira totalmente independente.
 Essas demonstrações representam um dos resultados objetivos consequentes da prática contábil e, adicionalmente, da análise de sua conformidade.
 A auditoria permite ao auditor afirmar, por meio de sua opinião, que as demonstrações contábeis representam, apropriadamente, as situações orçamentária, financeira e patrimonial, além dos resultados operacionais gerados, as variações patrimoniais ocorridas, enfim, tudo em conformidade com o conjunto de práticas contábeis vigentes no país.
História e evolução da auditoria:
 Perez Júnior (2012) explica que a palavra auditoria vem do latim audire e que foi utilizada, inicialmente, pelos ingleses, relacionando-se aos procedimentos técnicos de revisão da contabilidade.
 Assim, a auditoria se configura no processo de auditar informações de fatos que estão sujeitos à auditoria, ou seja, fatos registrados na contabilidade das entidades, e que irão auxiliar o auditor a formar a opinião a respeito de sua adequação às normas e princípios brasileiros.
Cresce a importância da profissão:
 Ainda segundo Attie, a partir da criação da SEC em 1934 nos Estados Unidos, a profissão de auditor assume importância e cria um novo estímulo.
 Porque empresas que negociavam na Bolsa de Valores foram obrigadas a utilizar os serviços de auditoria para aumentar a credibilidade de suas demonstrações.
 No Brasil, por sua vez, a evolução da auditoria está ligada à instalação de empresas internacionais de auditoria independente. 
 Assim, os principais fatos que marcaram a auditoria no Brasil, de acordo com Attie (2011), foram:
Filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;
Financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais;
Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas;
Evolução do mercado de capitais;
Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972;
Criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Lei das Sociedades por Ações em 1976.Muitos investimentos internacionais também foram implantados no Brasil, necessitando de auditoria.
 A auditoria pode ser definida como: “o levantamento, o estudo e a avaliação sistêmica das transações, procedimentos, rotinas e demonstrações financeiras de uma entidade, com o objetivo de fornecer a seus usuários uma opinião imparcial e fundamentada em normas e princípios sobre sua adequação”.
 Assim, a auditoria é uma técnica autônoma dentro da Ciência Contábil, tendo, desta forma, um objeto claramente definido, não só de forma única, mas múltipla, conforme elenca Perez Júnior (2012):
Comprovação, pelos registros, da exatidão dos fatos patrimoniais;
Demonstração de erros e fraudes encontradas;
Sugestões de providências cabíveis, visando à prevenção de erro e fraude;
Verificação de que a contabilidade é satisfatória sob o aspecto sistemático e da organização;
Verificação do funcionamento do controle interno;
Proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais, mantendo a empresa dentro dos limites da organização e legalidade.
 Assim, o objetivo da empresa é descobrir fraudes e erros, protegendo a empresa contra multas fiscais, e produzindo informes sobre a confiabilidade das demonstrações contábeis.
Fraude e erro:
ERRO: Normalmente se configuram por equívocos cometidos, como por exemplo, erros aritméticos, ou seja, matemáticos na escrituração contábil, ou ainda nas demonstrações contábeis. Pode haver ainda erro na correta aplicação das normas contábeis (por erro de interpretação) ou interpretação errada nas variações patrimoniais. Assim, o erro se configura, basicamente, como algo detectado pela auditoria, como um engano que uma pessoa fez ou deixou de fazer, porém sem intenção.
FRAUDE: Consiste em ato consciente de se omitir algo, ou seja, há a intenção ou omissão de algo nas transações, alteração de documentos, registros ou ainda das demonstrações contábeis. A fraude pode ser configurada ainda por interpretação indébita de ativos, supressão ou omissão nos registros contábeis, transações registradas sem nenhum tipo de comprovação ou com comprovação inválida, aplicação de práticas contábeis indevidas. Assim, o erro se diferencia da fraude na contabilidade pela intenção ou não de realizar um ato que acabe por prejudicar determinada pessoa, grupo de transações ou ainda determinada demonstração contábil.
Auditoria interna x auditoria externa:
Auditoria Interna: Pode-se dizer que a auditoria interna “é o conjunto de procedimentosque tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade”.
Auditoria Externa: Já a auditoria externa ou independente, de forma resumida, pode ser entendida como “[...] o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação com que estes representam a posição patrimonial e financeira [...]”.
Outros órgãos relacionados à profissão:
 Outro órgão relacionado à profissão do auditor no Brasil é o IBRACON, que é constituído como pessoa jurídica sem fins lucrativos. Anteriormente era conhecido como Instituto dos Contadores Públicos do Brasil.
 Este órgão possui como objetivos auxiliar a fixação de princípios de contabilidade e a elaboração de normas e procedimentos relacionados com a auditoria e a perícia contábil.
 Pode-se citar também a existência da AUDIBRA, fundada em 1960 com o objetivo principal de promover o desenvolvimento da auditoria interna. 
 Assim, podemos compreender que a profissão do auditor é de competência exclusiva do profissional de Ciências Contábeis, devidamente registrado como contador, que precisa de exames e constante atualização na área de auditoria.
Testes em auditoria:
 Segundo Crepaldi (2011), o principal objetivo do auditor é emitir opinião sobre as demonstrações financeiras examinadas.
 Planejar adequadamente o seu trabalho, avaliar o sistema de controle interno da empresa e proceder à revisão analítica das contas. Desta forma, os testes em auditoria configuram o processo pelo qual o auditor reúne elementos comprobatórios para suportar sua opinião.
 Na auditoria, de forma bastante comum são utilizados dois tipos de testes: 
os de observância - Segundo Crepaldi (2011), são procedimentos empregados pelo auditor, a fim de determinar se estão sendo cumpridos, de forma correta, certos procedimentos de controle interno estabelecidos pela empresa;
os substantivos - “São empregados pelo auditor com a finalidade de obter provas suficientes e convincentes sobre transações, saldos e demonstrações financeiras”
Fatores a serem observados pelo auditor:
 Crepaldi (2011) especifica que, nos testes de observância e substantivos, o auditor deve observar:
Observação - Acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução;
Investigação e Confirmação - Obtenção de informações junto a pessoas ou entidades que conhecem a transação, podendo ser dentro ou fora da entidade;
Cálculo - Conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias;
Revisão Analítica - Verificação do comportamento de valores significantes, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vista à identificação de situação ou tendências que possam ser atípicas.
Inspeção - Exame de registros, documentos e ativos tangíveis;
 Dentro da auditoria, o equilíbrio é alcançado mediante a combinação de testes de observância e dos testes substantivos, dependendo de fatores como o fato de os controles internos serem fortes ou não, e o tamanho da amostragem, que depende largamente destes controles internos.
 O assunto controle interno é tão importante dentro de auditoria que vamos dedicar uma aula exclusivamente a este respeito.
AULA 2: NORMAS DE AUDITORIA E ÉTICA DO PROFISSIONAL
1 - Identificar os conceitos relativos à regulamentação profissional;
2 - Conhecer as normas de auditoria;
3 - Estudar as normas profissionais do auditor independente;
4 - Verificar as normas técnicas relativas à execução dos trabalhos e ao relatório de auditoria;
5 - Conhecer os conceitos de ética nos trabalhos de auditoria.
Mas você sabe de quem é a competência
pela sua prática?
 Perez Júnior (2012) relata que é exclusiva do contador. 
 Para que o profissional possa executar o exame das demonstrações financeiras de capital aberto, é necessário que:
Ele seja registrado na CVM;
Tenha registro no Conselho Federal de Contabilidade.
Normas de auditoria:
 As normas de auditoria são diferentes dos procedimentos? De acordo com Attie (2011) sim, uma vez que estas se relacionam com as ações a serem praticadas. 
 Deste modo, as normas tratam das medidas de qualidade da execução destas ações e dos objetivos a serem alcançados mediante procedimentos.
 As normas dizem respeito não somente às qualidades profissionais do auditor, mas também à sua avaliação pessoal pelo exame efetuado e do relatório emitido.
 De forma geral, as normas dividem-se em três categorias, são elas:
Normas profissionais do auditor independente: Dispõem sobre a formação e a experiência profissional do auditor.
Normas técnicas relativas à execução do trabalho: De acordo com Araújo et al (2008), estas normas  deverão compreender as análises e exames preliminares, para que seja definida a amplitude do exame a ser realizado, de acordo com objetivos realizados.
Normas técnicas relativas ao parecer de auditoria: Dispõem sobre os principais aspectos do parecer de auditoria.
 As normas profissionais do auditor podem ser classificadas, segundo Perez Júnior (2012), em:
Treinamento técnico;
Competência técnica profissional;
Zelo profissional;
Independência mental.
 Vejamos alguns dos tipos de ameaça ao trabalho do auditor, conforme relata Araújo et al (2008):
Ameaça de interesse próprio: Quando uma empresa ou membro de auditoria pode auferir benefícios financeiros da entidade auditada ou outro tipo de conflito de interesse próprio;
Ameaça de autorrevisão: Quando o resultado de um trabalho anterior precisa de reanálise ou quando um membro da equipe de auditoria era administrador ou funcionário-chave da entidade auditada;
Ameaça de defesa de interesses da entidade auditada: Quando a entidade ou algum membro defendem ou parecem defender a posição ou opinião da entidade auditada, a ponto de se comprometerem ou darem a impressão de estar comprometidos;
Ameaça de familiaridade: Quando, em virtude de um relacionamento estreito com a entidade auditada, com seus administradores ou funcionários;
Ameaça de intimidação: Quando ameaças, reais ou percebidas por parte de administradores ou funcionários de uma entidade auditada, impedem que um membro da auditoria possa agir de forma objetiva e profissional.
Normas técnicas relativas à execução dos trabalhos:
 Segundo Perez Júnior (2012), as normas técnicas de auditoria relativas à execução dos trabalhos são classificadas em:
Planejamento do trabalho: O trabalho deverá ser adequadamente planejado e documentado;
Supervisão da equipe: Os membros da equipe deverão ser adequadamente supervisionados;
Avaliação dos controles internos: Deverão ser feitos estudos e avaliação apropriados dos controles internos da empresa, como base para determinar a confiança que neles possa ser determinada, para se definirem a natureza, a extensão e a época dos procedimentos de auditoria;
Evidenciação de auditoria: Devem ser obtidos elementos comprobatórios suficientes e adequados por meio de inspeção, observação, indagação e confirmação para fundamentar o parecer do auditor;
Documentação de auditoria: O trabalho realizado deverá estar documentado nos papéis de trabalho, que são de propriedade do auditor, responsável por sua guarda e sigilo.
Normas técnicas relativas ao relatório de auditoria:
Identificação das demonstrações auditadas - O relatório deverá identificar as demonstrações contábeis auditadas e a responsabilidade assumida pelo administrador e pelo auditor.
Adesão às normas de auditoria - O parecer deve declarar se o exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas e se as demonstrações financeiras examinadas estão de acordo com os Princípios de Contabilidade.
Opinião do auditor - O parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras examinadas em seu conjunto.
Ética nos trabalhos de auditoria:
 Uma vez que a função de auditor é prerrogativa exclusivado contador, este também tem sua regulamentação baseada no CEPC, emitido pela resolução 803/96 do Conselho Federal de Contabilidade.
 Assim, além dos aspectos normativos já abordados, o auditor deverá observar em especial o disposto ao lado:
 O contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá:
Recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização requerida;
Abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;
Abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;
Considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua apreciação;
Mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2º;
Abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de documentos;
Assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC;
Considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis, observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;
Atender à fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de Contabilidade, no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.
AULA 3: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A SEREM AUDITADAS E PLANEJAMENTO DE AUDITORIA
1 - Identificar as demonstrações contábeis a serem auditadas;
2 - Compreender os aspectos que deverão ser verificados;
3 - Entender os aspectos básicos do planejamento de auditoria;
4 - Reconhecer o funcionamento do planejamento de auditoria.
Contabilidade:
 Embora a contabilidade seja conhecida como a linguagem dos negócios, é importante que seja salientado que ela não representa apenas um sistema em que são escrituradas as informações contábeis.
 Como uma ciência social aplicada, a contabilidade, além de possuir um conjunto de técnicas, princípios, conceitos e uma metodologia própria para servir aos seus usuários de informações, também contribui no plano econômico e no administrativo das empresas, provendo informações objetivas e seguras.
 Com o passar dos tempos, a contabilidade tem se consolidado como ferramenta de utilização pelos administradores nas decisões a serem tomadas.
 Você deve estar se perguntando o porquê...
 Porque além de gerar informações de caráter financeiro ou econômico, tal como demonstração de resultado, balanço patrimonial, fluxos de caixa etc., a contabilidade fornece informações que auxiliam na gestão dos negócios.
 Com isso, os gestores passaram a utilizar as informações para servir de suporte a suas decisões empresariais, com base em informações, e não mais em juízos de valor.
Princípios de Contabilidade:
 Por ser uma ciência, a Contabilidade possui alguns regramentos específicos e outros mais genéricos, os quais afetam todas as empresas de maneira irrestrita.
 Até por isso, as demonstrações geradas não são apenas somas de valores, mas apresentam relacionamentos e dependência entre os diversos segmentos operacionais.
 Assim, é fundamental que se compreenda o conjunto de informações contábeis geradas pela Contabilidade, denominadas demonstrações contábeis.
Incorreções nas informações contábeis:
 Quando se geram informações contábeis, independentemente das intenções de seus responsáveis, elas podem conter incorreções. Estas correções podem ser por má-fé ou por erros comuns.
 Elas têm o potencial de provocar análises equivocadas por parte dos gestores e, de maneira mais nociva, por parte de investidores externos às empresas.
 É aqui que se percebe a importância de estas informações terem suas estruturas confirmadas por parte de entidades independentes, sendo contratadas pelas empresas que a geraram especificamente para este fim.
Patrimônio das entidades:
 A contabilidade trabalha com a estrutura do patrimônio das entidades. 
 É seu objetivo garantir:
o registro;
a comparação;
a interpretação. 
 O resultado de toda esta dinâmica patrimonial é o que se pode chamar de demonstração contábil. 
 Ela é o produto final de todas as informações econômico-financeiras que foram ingressadas no sistema contábil das empresas, transformando-se em instrumento gerenciador dos negócios futuros das empresas.
Legislação da área contábil:
 Com relação ao que deve constar das demonstrações contábeis, a Deliberação CVM nº 595/09, que aprovou o pronunciamento técnico CPC 26, o qual trata da apresentação das demonstrações contábeis, definiu que estas devem assegurar a comparabilidade com períodos anteriores, além de permitir que sejam comparadas com outras empresas.
 Tal pronunciamento, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, regulamenta os preceitos relacionados às demonstrações contábeis no Brasil.
Demonstrações contábeis:
 Essa lei estabelece que as demonstrações contábeis a serem elaboradas e divulgadas pelas empresas são:
O balanço patrimonial;
A demonstração do resultado do exercício;
A demonstração dos lucros e prejuízos acumulados;
A demonstração dos fluxos de caixa;
A demonstração do valor adicionado.
 Nenhuma das demonstrações possui, hierarquicamente, importância maior que outra, sendo cada uma delas componente igualitária do total das demonstrações de confecção e divulgação obrigatória por parte das empresas.
Planejamento de auditoria:
 Vejamos agora a etapa do planejamento de auditoria.
 Ela está ligada à definição da estratégia global para o trabalho e o desenvolvimento da auditoria.
 Durante este processo, o auditor tem que executar suas tarefas de acordo com as normas profissionais de auditor independente, sempre mantendo inalterados os outros compromissos assumidos com a empresa a ser auditada.
 Para o planejamento, o ideal é que o auditor tenha conhecimento:
das atividades;
dos fatores econômicos e legislação aplicável; 
das práticas operacionais da empresa;
e do nível geral de competência aparentada pelos membros da administração.
 Normalmente, o trabalho de auditoria requer a participação de não apenas um auditor, mas de uma equipe. 
 Esta deve fazer parte do planejamento, que por sua vez deve prever a orientação e a supervisão do auditor, sendo este o responsável pelo conjunto dos trabalhos a serem executados.
 Quando necessário, tanto o planejamento quanto os programas de trabalhos de auditoria devem sofrer revisões e atualizações que se julgarem necessárias.
Considerações a serem analisadas:
 Quando o trabalho de auditoria é realizado pela primeira vez em uma entidade qualquer, ou ainda, quando as demonstrações contábeis do ano anterior tiverem sido auditadas por outro profissional, algumas considerações devem ser feitas.
 As considerações são as seguintes:
Conformidade entre os saldos de abertura e os saldos de fechamento do período anterior;
Conformidade entre as práticas contábeis adotadas no exercício anterior e no exercício a ser auditado;
Busca de fatos com relevância suficiente para influenciar na situação financeira ou na situação patrimonial da entidade auditada;
Identificação de eventos subsequentes ao exercício anterior, desde que estes não tenham sido revelados no trabalho do auditor do período imediatamente anterior na finalização do seu trabalho.
Fase de avaliação:
 Para o auditor, é extremamente importante que se tenha em mente que o planejamento deauditoria é um processo iniciado na fase de avaliação para a contratação dos serviços por parte da empresa a ser auditada.
 Aqui, são levantadas informações:
acerca do tipo de atividade desempenhada pela empresa a ser auditada;
do seu nível de complexidade;
das eventuais legislações específicas; 
dos relatórios passados emitidos;
das necessidades presentes de emissões de relatórios e/ou pareceres.
 Por fim, pode-se determinar a natureza do trabalho a ser executado.
 Este processo só é finalizado quando forem finalizados estes processos preliminares de análise.
Planejamento da primeira auditoria:
 Quando a empresa foi auditada no exercício imediatamente anterior e esta foi realizada por um auditor independente, isso fará com que a empresa auditada possa colaborar de forma mais efetiva. A razão é que a empresa já tem conhecimento das orientações a serem seguidas e das requisições mais comuns realizadas pelo auditor independente.
 Quando a empresa não foi auditada no exercício imediatamente posterior, mas já sofreu procedimentos anteriores de auditoria independente, da mesma forma a atenção adicional do auditor independente será demandada. 
 A empresa poderá colaborar de forma efetiva, já sabendo das necessidades de um profissional auditor durante o processo de auditoria.
Aquisição de conhecimentos sobre a empresa auditada:
 O auditor independente pode obter ou reestabelecer conhecimentos sobre a empresa, para que possa planejar e efetuar os exames de acordo com as normas brasileiras de auditoria.
 Para a obtenção destes conhecimentos, ele deve estudar algumas áreas da empresa, principalmente:
Financeira - Comportamento do fluxo de caixa, atividades empresariais gerando recursos para a manutenção, principais credores bancários, encargos financeiros e formas de pagamento, problemas de liquidez, pagamentos em dia a fornecedores, além de suas condições financeiras, contas de clientes em atraso e a situação financeira deles e principais investimentos feitos ao longo do ano;
Contábil - Utilização dos princípios de contabilidade para a confecção das demonstrações contábeis, uniformidade dos princípios na sequência dos exercícios sociais;
Orçamentária - Situação atual dos valores orçados comparados com os reais, além de explicações para estas variações e projeções até o final do exercício social;
Pessoal - Políticas de admissões, de treinamentos, de avaliações, salariais, além da estrutura organizacional e saída de funcionários da empresa auditada;
Fiscal e legal - Situação atual de processos com a empresa, escrituração de livros fiscais e legais, resultado de investigações realizadas por autoridades fiscais e mudanças contratuais ou estatutárias;
Operacional - Principais aquisições e baixas de imobilizado, máquinas paradas, obsoletas, estoques obsoletos ou com giro lento, novos produtos e planejamento para o inventário físico anual;
Vendas - Situação da empresa comparada com os concorrentes, propaganda, devoluções de vendas e políticas relacionadas a garantias;
Suprimentos - Limites de aprovação de compras, sistema de compras e potenciais problemas de compra.
Planejamento de maior volume de horas nas auditorias preliminares:
 No Brasil, os exercícios sociais das empresas são encerrados em dezembro, acompanhando o ano civil.
 Nos meses sequentes a dezembro, os serviços de auditoria são demandados ao máximo, deixando os outros meses com certo nível de ociosidade. 
 Com o objetivo de contornar este problema, as visitas preliminares servem para identificar os serviços a serem executados nos meses de pico operacional.
 Algumas áreas são foco nas visitas preliminares e são citadas na sequência:
Análise do sistema de controle interno;
Revisão de demonstrações intermediárias;
Testes de receitas, de compras, de depreciações etc.;
Resumos de atas;
Atualização da pasta permanente de papéis de trabalho de auditoria.
Cooperação do pessoal da empresa auditada:
 O pessoal da empresa auditada pode ser demandado em atividades de coleta de documentos nos sistemas de controle interno das empresas auditadas, além de auxiliarem no preenchimento dos papéis de trabalho relacionados às movimentações em investimentos, imobilizado e patrimônio líquido.
 Também podem auxiliar na análise para a composição dos saldos de balanço e reconciliação de cartas de circularização.
Determinação dos testes detalhados de auditoria:
 De maneira que as áreas de controle interno e revisão analítica sejam as primeiras a serem executadas, indicando o nível de detalhamento dos trabalhos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício, principalmente.
 Os riscos e o nível de segurança serão analisados tendo como base a análise do sistema de controle interno das empresas auditadas. 
 A revisão analítica tem ligação direta com a parte gerencial das empresas, que visa determinar tendências e identificar anormalidades e flutuações sem explicação.
Identificação prévia de problemas:
 Dentro do possível, com a máxima antecipação possível. 
 Isso faz com que a gestão da empresa auditada tenha tempo hábil para corrigi-los e, consequentemente, não haja atraso na divulgação das demonstrações contábeis.
 Alguns problemas são mais comuns que outros e mais recorrentes, conforme segue:
Falta de atendimento a normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
Problemas na aplicação de princípios contábeis;
Erros de cálculos ligados à depreciação, provisões, recolhimento de impostos etc.;
Ativos registrados como despesas e vice-versa;
Transações registradas em desacordo com eventuais atualizações regulatórias.
AULA 4: CONTROLE INTERNO
1 - Identificar a ligação entre o controle interno e o planejamento de auditoria;
2 - Entender os conceitos de controle interno;
3 - Entender a importância do controle interno para as instituições;
4 - Conhecer os tipos de controle interno.
Ligação entre o planejamento de auditoria e o controle interno:
 Na etapa de planejamento, o auditor deve levar em conta diversos fatores ligados à execução das tarefas.
 Fatores estes relacionados a:
conhecimentos de práticas contábeis;
sistema contábil e de controles internos;
identificação de riscos e de áreas importantes; 
conteúdo dos relatórios e do parecer a ser emitido ao fim dos trabalhos.
Controle interno:
 Segundo PEREZ, JUNIOR, 2012, P. 79 compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas coordenados, adotados numa empresa para proteger seus ativos, verificar a exatidão operacional e promover a obediência às diretrizes administrativas estabelecidas.
 Já para Attie (2011), citando o AICPA, os controles internos compreendem o plano de organização e o conjunto coordenado de métodos e medidas adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio e verificar a exatidão e a fidedignidade dos dados contábeis. 
 Promovem assim a eficiência operacional e o encorajamento à política traçada pela administração.
Distinção entre controle interno e auditoria interna:
 Crepaldi (2011) também chama a atenção para a distinção entre controle interno e auditoria interna: “A auditoria interna equivale a um trabalho organizado de revisão e apreciação do trabalho, normalmente executado por um departamento especializado, ao passo que o controle interno refere-se aos procedimentos e à organização adotados como planos permanentes da empresa”.
 Antes de elaborar o plano ou programa de auditoria, é necessário observar como se encontram os controles da empresa, abordando assim, os seguintes aspectos:
Quanto melhor o controle, mais segurança para o trabalho;
Quanto menor o controle, mais cuidado é exigido na execução dos trabalhos.
Fatores que devem ser expostos no plano de auditoria:
 Attie (2011) afirma que, pela análise dada pela definição de controles internos, é possível observar a existência de alguns fatores, que necessitam ser clara e objetivamente expostos. São eles:
Plano de organização – É o modopelo qual se organiza um sistema. A estrutura organizacional necessita corresponder a uma divisão adequada e balanceada de trabalho, de forma que sejam estabelecidas as relações de autoridade e responsabilidades entre os vários níveis, atribuídas pelas parcelas de trabalho exigidas para a consecução dos objetivos da empresa, definindo de forma clara as responsabilidades e autoridades dos diversos níveis.
Métodos e medidas – São responsáveis por estabelecer os meios de comparação e julgamento para se chegar a determinado fim, mesmo que não tenham sido preestabelecidos formalmente. O planejamento de um sistema gera que este seja eficiente, prático, econômico e útil, levando em consideração os procedimentos especificamente destinados a promover o controle sobre as operações e as atividades, de preferência com a utilização de manuais.
Proteção do patrimônio – Compreende a forma pela qual são salvaguardados e defendidos os bens e direitos da empresa. Dentro deste conceito, a definição e o estabelecimento de independência das funções de execução operacional, como por exemplo, custódia, controle e contabilização dos bens patrimoniais, conjugada a um sistema de autorizações, de acordo com as responsabilidades e riscos, possibilitam uma forma eficiente de salvaguardar os interesses da empresa.
Exatidão e fidedignidade dos dados contábeis – Compreendem a adequada precisão e observância aos elementos dispostos na contabilidade. É significativo para uma fiel escrituração contábil partir da utilização de uma estrutura formal de contas, seguida de um plano de contas que facilite o seu registro, bem como a utilização de um manual descritivo de uso das contas aliado à definição de procedimentos que possibilitem a análise, a conciliação e a solução em tempo hábil de qualquer divergência.
Eficiência operacional – Compreende a ação ou força a ser posta em prática nas transações realizadas pela empresa. Um exemplo é a definição de um adequado plano de organização, aliada aos métodos e procedimentos bem definidos. Outro é a observação de normas que servem para o cumprimento dos deveres e funções, com a existência de pessoal qualificado e treinado para resolver suas atividades adequadamente, sendo supervisionados por seus responsáveis e que, desta forma, tendem a efetuar a desejada eficiência nas operações.
Políticas administrativas – Compreendem o sistema de regras relativas à direção dos negócios e à prática dos princípios, normas e funções, para a obtenção de determinado resultado.
Abrangência dos controles internos:
 Assim, Crepaldi (2011) observa que a abrangência dos controles internos está ligada a:
Salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais;
Dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente;
Propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada;
Estimular a adesão às normas e diretrizes fixadas;
Contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade;
Auxiliar na prevenção de práticas ineficientes ou ainda antieconômicas, erros, fraudes e outros tipos de inadequações.
Operações/informações x custos/benefícios:
 Sendo assim, Crepaldi (2011) afirma que a diferenciação entre empresas terem ou não controles adequados poderá ser feita ao analisar a eficiência do binômio: operações / informações X custos / benefícios. Ou seja, as empresas devem analisar a vantagem de ter controles rígidos que auxiliem na eficiência e confiabilidade de suas operações. 
 Além disso, como será possível tomar decisões adequadas utilizando-se de informações que correm o risco de não serem confiáveis?
 Um bom exemplo é dado por Attie (2011). Ao relatar a importância do controle interno, o autor analisa o crescimento e a diversificação de uma empresa.
 Na fase inicial, o dono é o ponto referencial para o controle; é quem analisa e controla todos os segmentos da empresa, verificando, por exemplo, a pontualidade dos funcionários da empresa, a fabricação e o padrão de qualidade dos produtos, o despacho e a entrega aos clientes, bem como o pedido e o contas a pagar aos fornecedores, as contas a receber e o recebimento dos clientes.
 Mas você concorda que a partir do momento em que a empresa cresce e inicia sua fase de crescimento acaba-se por tornar inviável que o dono, sozinho, controle todas as operações e transações?
 Assim, quanto maior vai ficando a organização, parte das atividades controladas pelo dono vai sendo delegada a outros funcionários, dos quais se espera compromisso e capacitação igual à que era empenhada pessoalmente na gestão do negócio.
 A partir deste momento, para o controle eficiente das operações e poder de análise, é necessário existirem relatórios, indicadores e outros índices, que mostrem como a gestão das operações pelos funcionários contratados tem funcionado, assim como o atendimento aos planos e metas traçados.
Liberdade de atuação:
 Assim, Attie (2011) afirma que um sistema de controle interno implica que seus funcionários tenham liberdade de atuação na execução de seus compromissos, para buscar os melhores resultados.
 Mas você sabia que estes mesmos funcionários podem extrapolar suas funções e se beneficiarem em seu próprio proveito, causando prejuízos à entidade social, por erros intencionais ou ainda dolosos?
 Por isso é necessário um adequado sistema de controle interno. Ele limitará a prática destes atos.
Características de um sistema de controle interno:
 Partindo do raciocínio de que a função da contabilidade, como instrumento de controle administrativo, é conhecida de forma unânime atualmente, um sistema de informação contábil que não esteja apoiado em eficiente controle interno é de certa forma, inútil, uma vez que não é possível confiar nas informações apresentadas em seus relatórios.
 Desta forma, informações contábeis distorcidas poderão levar a conclusões erradas e que ainda poderão causar danos para a empresa.
 Assim, pode-se afirmar que um sistema de controle interno pode ser dividido da seguinte forma, conforme Perez Júnior:
Controles administrativos: Seu objetivo é garantir o controle sobre as operações da empresa e a qualidade das informações e documentos a serem processados pelo sistema contábil. Dentro deste aspecto está o plano da organização e todos os métodos e procedimentos que dizem respeito à eficiência operacional e à decisão política traçada pela administração. “Estes controles se relacionam de forma indireta aos registros financeiros. Estes devem abranger análises estatísticas, estudos de tempo e movimento, relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle de qualidade”.
Controles contábeis: Seu objetivo é garantir a qualidade dos registros e demonstrações contábeis. Estes controles compreendem o plano da organização e todos os métodos e procedimentos diretamente relacionados principalmente com a salvaguarda do patrimônio e a fidedignidade dos registros contábeis. “Neste contexto, geralmente estão incluídos os sistemas de autorização e aprovação, separação das funções de escrituração e elaboração dos relatórios contábeis daquelas ligadas à custódia dos valores, bem como dos controles físicos sobre estes valores”.
O que é necessário para que os auditores conheçam os controles internos?
 Em um primeiro momento, o conhecimento do sistema.
 Mas para Perez Júnior (2012), o conhecimento do controle interno parte da leitura de manuais de procedimentos da empresa auditada, ou ainda, o que é mais comum, a realização de entrevistas com o responsável pela operação.
 A descrição do sistema deve ser arquivada nos papéis de trabalho:
para servir de consulta nos trabalhos seguintes; 
para servir de evidência para o trabalho realizado.
 A partir desse momento é feita a avaliação do sistema de controle interno, e para isso, deverão ser desenvolvidos os questionários de avaliação de controles internos, que deverão ser adaptados às características de cada empresa.
 Para Perez Júnior (2012), qualquer resposta “não”ao questionário pode indicar um problema de controle interno e necessitará de explicações e trabalhos complementares.
AULA 5: PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
1 - Identificar os procedimentos de auditoria;
2 - Entender o que são evidências de auditoria;
3 - Analisar as técnicas de auditoria ou formas de exame.
Procedimentos de auditoria:
 Dando sequência ao trabalho do auditor, após a definição das demonstrações a serem auditadas e o conhecimento dos controles internos da entidade, o próximo passo será o desenvolvimento dos procedimentos de auditoria.
 Mas você lembra qual é o objetivo do auditor externo ou independente?
 Segundo Crepaldi (2011), é emitir opinião sobre as demonstrações financeiras examinadas.
 Mas o que é necessário para atingir esse objetivo?  
 O autor ainda afirma que o auditor necessita planejar seu trabalho de forma adequada, avaliando o sistema de controle interno relacionado com a parte contábil.
 
 Ele deve também proceder à revisão analítica das contas de ativo, passivo, receita e despesa, a fim de estabelecer a natureza, datas e a extensão dos procedimentos de auditoria, colher evidências comprobatórias das informações e avaliá-las.
Planejamento de auditoria:
 Perez Júnior (2012) cita que os procedimentos de auditoria representam trabalhos executados pelo auditor para que sejam conhecidas evidências de auditoria que darão suporte à opinião emitida.
 Mas quando ocorre esta seleção de documentos? Na etapa de planejamento de auditoria, e será complementada à medida que o trabalho for sendo executado.
 Attie (2011), por sua vez, afirma que os procedimentos de auditoria estão ligados à identificação e ao atestado de validade das firmações.
 
 É necessária a aplicação dos procedimentos adequados a cada caso, na extensão e profundidade que cada um irá requerer, até a obtenção de provas, que comprovem, de forma satisfatória, a afirmação analisada.
 O autor ainda afirma que a aplicação dos procedimentos de auditoria deve estar atrelada ao objetivo que se deseja atingir. 
 Sendo assim, os procedimentos são o caminho para que este seja atingido.
Extensão e profundidade:
 Quanto à extensão e à profundidade dos testes para suportar a opinião dos auditores, é preciso compreender que a complexidade e também o volume das operações realizadas pela empresa farão com que os procedimentos de auditoria sejam diferentemente aplicados por meio de:
provas seletivas; 
testes;
amostragem.
 Attie (2011) afirma que cabe ao auditor, baseado nos elementos de juízo de que disponha, determinar o número da profundidade das operações a serem examinadas, de forma a obter elementos comprobatórios que sejam válidos para o todo.
 Assim, cabe ao auditor aplicar os procedimentos de auditoria adequados para cada caso, na extensão e profundidade necessárias, até a obtenção de provas materiais ou informações persuasivas que comprovem o fato investigado.
Evidências de auditoria:
 E quanto a evidência de auditoria, o que ela deverá compreender? 
 As informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião, é o que afirma Crepaldi (2011). 
 
 Pode-se dizer que, na evidência de auditoria, estão incluídas as informações de registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras informações.
 Durante todo o processo de formação de opinião independente, o auditor vai recolhendo evidências acerca da fidedignidade das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 
 O autor afirma que estas evidências são divididas em dois grupos:
Evidências quanto à finalidade
Evidências quanto à natureza
Técnicas de auditoria ou formas de exame:
 Crepaldi (2011) afirma que, para colher evidências que lhe proporcionem atestar a fidedignidade das demonstrações contábeis, o auditor emprega vários métodos chamados de técnicas de auditoria.
 Mas o que são técnicas de auditoria?
 As técnicas de auditoria são o conjunto de investigações empregadas pelo auditor para reunir aquelas evidências citadas anteriormente. As técnicas não são provas em si; elas proporcionam a obtenção de provas necessárias para o auditor emitir um parecer bem fundamentado.
 O auditor afirma que as técnicas de auditoria mais usuais são:
Exame e contagem física - ele é geralmente utilizado em contas do ativo. Consiste em identificar fisicamente o bem declarado nas demonstrações financeiras, sendo que os seguintes ativos, conforme afirma Crepaldi (2011), passam por contagem física de:
Dinheiro em caixa;
Estoques;
Títulos (ações, títulos de aplicações financeiras etc.);
Bens do ativo imobilizado.
Circularização - esse é um procedimento utilizado pelo auditor para confirmar, por meio de cartas, bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações, conforme relata Crepaldi (2011):
Dinheiro em conta bancária;
Contas a receber dos clientes;
Estoque em poder de terceiros;
Títulos em poder de terceiros;
Contas a pagar a fornecedores;
Empréstimos a pagar.
Conferência de cálculos - Crepaldi (2011) afirma que este procedimento é voltado para a constatação da adequação das operações aritméticas. A conferência é uma técnica amplamente utilizada em virtude da quase totalidade das operações da empresa estar voltada para este processo contábil? O autor afirma que a soma dos livros de registro inicial, os saldos das contas do razão, as multiplicações e as somas dos inventários, os cálculos de depreciação, devedores duvidosos, assim como muitos outros cálculos que exigem verificação.
Inspeção de documentos - “É o procedimento de auditoria voltado para a comprovação de transações que por questões legais, comerciais ou de controle são evidenciadas por documentos comprobatórios da efetividade destas transações”. Com a devida atenção, o auditor deverá verificar:
Se o documento é legítimo e autêntico;
Se se refere realmente à operação escriturada;
Se essa operação corresponde aos objetivos da empresa;
Se o documento está corretamente preenchido, inclusive quanto a datas, destinatário, cálculos e outros dados intrínsecos;
Se o registro das operações é adequado em função da documentação examinada e se está refletida contabilmente em contas apropriadas.
Averiguação - Mesmo o auditor sendo um profissional experiente, podem surgir dúvidas a respeito de transações e procedimentos de controle, assim ele deverá esclarecê-las por meio de formulação de perguntas aos funcionários da empresa-cliente. Desta forma, a averiguação consiste, justamente, em fazer perguntas e obter respostas favoráveis à elucidação de certas questões que podem conduzir a um incremento na profundidade da auditoria.
Correlação - Segundo Crepaldi (2011), ela deriva do método das partidas dobradas, sendo que, durante o seu trabalho, o auditor certamente executará serviços que terão relação com outras áreas do balanço ou do resultado do exercício. Assim, à medida que for sendo observado o relacionamento entre as áreas, o auditor estará efetuando a correlação das informações obtidas.
AULA 6: PAPÉIS DE TRABALHO
Saber o que são papéis de trabalho;
Conhecer os diferentes tipos de papéis de trabalho;
Entender sua organização e codificação.
Papéis de trabalho:
 Quando o auditor começa a realizar seu trabalho, para comprovar o que foi auditado, precisa de papéis de trabalho. 
 Aqui, vamos ver como isso funciona, o que são e como são organizados e apresentados.
 Vamos verificar para que servem e como é o procedimento, bem como os aspectos gerais dessas ferramentas tão importantes para o trabalho do auditor.
 Crepaldi (2011) afirma que o auditor deve documentar as questões consideradas importantes para proporcionar a evidência. Com isso, visa fundamentar seu parecer e comprovar que a auditoria foi executada de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis.
 Para Attie(2011), os papéis de trabalho formam um conjunto de formulários e documentos que apresentam informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu trabalho. Também apresentam as provas e descrições dessas realizações, que constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento da opinião do auditor.
Objetivos dos papéis de trabalho:
 Segundo Crepaldi (2011), os papéis de trabalho se destinam a:
Ajudar, por meio da análise dos documentos de auditoria anteriores ou pelos coligidos quando da contratação da primeira auditoria, no planejamento e na execução da auditoria;
Facilitar a revisão do trabalho de auditoria;
Registrar evidências de trabalho executado, fundamentando o parecer do auditor independente.
 Além disso, Perez Júnior (2012) destaca:
Fornecimento de um registro escrito permanente do trabalho efetuado;
Fornecimento de informações importantes com relação ao planejamento contábil econômico e financeiro das entidades;
Fornecimento aos encarregados da possibilidade de avaliar os atributos dos membros da equipe relativos a diversos aspectos.
Forma e conteúdo dos papéis de trabalho:
 Crepaldi (2011) afirma que o auditor deverá registrar nos papéis de trabalho informações relativas ao planejamento de auditoria, bem como a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos aplicados, além dos resultados obtidos e suas conclusões da evidência de auditoria.
 Além disso, para o autor, deverá ser incluído o juízo do auditor acerca de todas as questões significativas, juntamente com a conclusão a que este chegou, além das áreas que apresentam questões de difícil julgamento.
 Ainda de acordo com o autor (2011, p.431) a forma e o conteúdo dos papéis de trabalho podem ser afetados por:
Natureza do trabalho;
Natureza e complexidade da atividade da entidade;
Natureza e condição dos sistemas contábeis e de controle interno da entidade;
Direção, supervisão e revisão do trabalho executado pela equipe técnica;
Metodologia e tecnologia utilizadas no curso dos trabalhos.
 Perez Júnior (2012) afirma, de forma complementar, que os papéis de trabalho incluem a compilação de informações tais como:
Planejamento do trabalho;
Mapas preparados pelo departamento de contabilidade, financeiro ou fiscal, ou até mesmo pelo auditor;
Memorandos e correspondências relevantes;
Confirmações de saldos obtidos por terceiros;
Pasta corrente – papéis de trabalho com exame das transações, programas de auditoria, confirmação de terceiros.
Pastas para arquivar os papéis:
 Os papéis de trabalho deverão ser arquivados em pastas, conforme segue:
 Pasta permanente – informações que serão utilizadas no futuro: estrutura organizacional, planos de conta, fluxograma, manual de procedimentos, questionários de avaliação dos controles internos, entre outros.
 Attie (2011) complementa que, embora cada atividade de auditoria seja diferente uma da outra, o conteúdo das pastas de papéis permanentes pode variar.
 Segue uma lista exemplificativa:
Dados históricos;
Dados contábeis;
Dados de controle interno;
Dados contratuais;
Dados analíticos;
Dados de planejamento de longo prazo.
Formas e conteúdo dos papéis de trabalho – aspectos práticos:
 Crepaldi (2011) afirma que todos os papéis de trabalho devem apresentar as seguintes informações básicas:
Referência no papel de trabalho – um número de índice alfanumérico feito em vermelho no ângulo superior direito;
Título da cédula – natureza e objetivo da cédula.
 Ainda com relação aos papéis de trabalho, é preciso entender os seguintes conceitos:
 
Células-mestras – o título é o nome do grupo ou subgrupo de contas do balanço;
Células analíticas – o título irá demonstrar o tipo de análise ou procedimento de auditoria que foi aplicado, fazendo referência ao item de programa de auditoria que se aplica;
Data – indica a data do trabalho. Caso haja trabalhos de auditoria interna combinados com o de auditoria externa, também deverão constar as demonstrações a que se referem;
O nome de quem preparou a célula no canto inferior direito;
As iniciais de quem a prepara indicam que foi responsável por seu preenchimento;
Caso haja trabalho conjunto com a auditoria interna, deverá constar a frase “preparado pela auditoria interna”.
Aspectos fundamentais dos papéis de trabalho:
Completabilidade – os papéis de trabalho necessitam ser completos por si só, relatando o começo, meio e fim do trabalho praticado.
Concisão – os papéis de trabalho devem ser concisos, ou seja, devem permitir ser entendidos sem necessidade de explicações da pessoa que o elaborou.
Objetividade – os papéis de trabalho deverão ser objetivos, ou seja, deverão demonstrar aonde o auditor quer chegar, de forma clara.
Limpeza – os papéis de trabalho deverão estar limpos, de forma a não prejudicar seu entendimento.
Lógica – devem ser elaborados de forma lógica de raciocínio, na sequência natural do objetivo a ser atingido.
Organização dos papéis de trabalho:
 Perez Júnior (2012) afirma que a padronização dos papéis de trabalho geralmente ocorre para facilitar seu uso e classificação.
 Para o autor, as células-mestras detalham as contas da razão do balanço ou da conta sintética examinada e são comprovadas por cédulas detalhadas (programas, cédulas-suporte, testes e mapas), que apresentam o trabalho realizado e sua evidência.
Codificação dos papéis de trabalho:
 Attie (2011, p.240) afirma: “com o intuito de arquivar, bem como resumir os trabalhos realizados em determinada tarefa, o auditor realiza o artifício de codificar os seus papéis de trabalho”.
 O autor afirma que a codificação dos papéis de trabalho é convencionado, ou seja, é aceita de maneira uniforme, com a utilização de letras maiúsculas. 
 Além disso, obedece a uma sequência lógica e racional, procurando resumir todos os trabalhos que foram efetuados em um jogo de papéis que, em seu conjunto, irão representar todo o trabalho executado.
 A regra é que, em cada um dos papéis de trabalho, existe espaço apropriado para a indicação de sua codificação. 
 Assim, cada papel de trabalho deverá ter seu cabeçalho próprio devidamente preenchido, determinando a empresa, atividade, operação, objetivo, data do exame e assim por diante.
 Esta codificação dependerá da atividade da auditoria e o modo pelo qual esta realiza seu trabalho.
 Assim, conforme exemplifica Attie (2011), quando a auditoria realizar um exame das demonstrações contábeis, é comum utilizar cada seção componente destas e determinar a sua codificação. Desta forma, ao ativo pode-se destinar uma única letra, e as do passivo, duas letras.
 Segundo o autor, as seções referentes às letras F não têm denominação específica, oferecendo uma possibilidade de adaptação às empresas.
Determinação de referências próprias:
 A codificação pode ser feita ainda com a determinação de referências próprias, como por exemplo, tesouraria, contas a pagar, setor de pessoal, entre outros, sendo que a codificação feita pode variar de acordo com as circunstâncias e peculiaridades de cada caso.
 O autor afirma que essa codificação é de grande valia para o auditor, pois permite a ele a utilização de um artifício chamado de referências cruzadas.
 As referências cruzadas permitem uma adequada amarração aos papéis de trabalho, demonstrando onde os trabalhos foram realizados ou os valores examinados, seja em uma mesma área ou que tenham influência de outras áreas de trabalho.
 Assim, de acordo com o exemplo apresentado anteriormente, os papéis de trabalho codificados de BL a C1-1 precisam estar referenciados entre si, evidenciando os papéis de trabalho que indiquem onde as tarefas foram realizadas.
Forma básica utilizada para o uso das referências cruzadas:
 Uma forma básica utilizada para o uso das referências cruzadas está nas seguintes regras (Attie, 2011, p.241-242):
 Quando o trabalho estiver apoiado em valores ou quantidades, deve-se somente cruzar as cifras idênticas.Caso se trate de um grupo de números, necessitam ser somados antes de serem referenciados;
Utilização de lápis de cor distinta à pronta indicação visual nos papéis de trabalho;
Referenciar cruzadamente implica em determinar tal evidência nos papéis de trabalho que se complementam entre si e, portanto, todo o cruzamento de referências deve ser feito em ambas as direções; 
Por vezes, é imprescindível a oposição de espaço no próprio papel de trabalho através de uma única coluna para referências.
Organização dos papéis de trabalho:
 Os exames praticados pelo auditor, em sua totalidade, precisam ser indicados nos papéis de trabalho, que devem ser autoexplicativos.
 Attie (2011) afirma que há exceção para casos onde há evidência completa e suficiente por si só da indicação do exame. Por exemplo: uma confirmação obtida diretamente de fonte externa. Já os demais casos necessitam de comprovação de onde foram obtidos os valores.
 Assim, se houve por parte do auditor a conferência de um determinado valor com um documento, ou se foi conferido um dado com os registros contábeis, isso é considerado um trabalho praticado e precisa ser evidenciado.
Tipos de papéis de trabalhos:
 Crepaldi (2011) relata que, se os papéis de trabalho devem ser os meios pelos quais a prova é obtida, segue-se que eles devem assumir ampla variedade de formas e modelos.
 Assim, para o autor (2011, p.437) “um papel de trabalho é qualquer registro que o auditor faz de seu trabalho ou de material que ele encontra, a fim de utilizar em conjunto com seu parecer”.
 Para o autor, existem grandes diferenças entre os papéis de trabalho, mas alguns são usados, de forma geral, em todos os tipos de trabalhos:
Análise de contas;
Lançamento de acertos;
Conciliações;
Balancetes;
Pontos para recomendações;
Programas de auditoria.
 O autor afirma que a maioria dos papéis de trabalho enquadra-se em um destes tipos. 
 Porém deverão ser reconhecidas as necessidades específicas de cada caso, que irão exigir diferentes tipos quantidades de papéis de trabalhos.
AULA 7: ASPECTOS CONTÁBEIS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA DAS AULAS
Identificar os principais aspectos e procedimentos de auditoria do ativo;
Entender os principais aspectos e procedimentos de auditoria do passivo;
Estudar os principais aspectos e procedimentos de auditoria do ativo;
Identificar os principais aspectos e procedimentos de auditoria das contas de resultado.
Aspectos contábeis e procedimentos de auditoria das áreas:
 O trabalho de auditoria não necessariamente envolve o trabalho de uma só pessoa, porém exige o trabalho integrado de uma equipe coordenada por pessoas experientes e com habilidades específicas.
 Aqui vamos ver como esse trabalho deve ser executado, quais são os objetivos, quais os procedimentos e aspectos que devem ser observados dentro de cada área.
 Os aspectos contábeis e os procedimentos de auditoria das áreas de uma determinada empresa, ou ainda de partes de uma determina demonstração contábil, envolvem não somente o conhecimento de fundamentos, objeto e técnicas de auditoria.
 Envolvem também a colocação em prática de tudo que já foi obtido por trabalhos anteriores com a consequente aplicação destes conhecimentos pelos diversos segmentos auditados (Attie, 2011).
Auditoria do ativo:
 Para a aplicação dos procedimentos contábeis e verificação das contas, é preciso inicialmente definir que grupos serão auditados.
 Pensando em um primeiro momento no ativo, devem ser observados os seguintes aspectos, conforme determina Crepaldi (2011):
Verificar se foram seguidos os princípios de contabilidade, em bases uniformes;
Avaliar se está corretamente classificado nas demonstrações contábeis e se demonstrações cabíveis foram divulgadas nas notas explicativas;
Apurar se realmente existem todas as disponibilidades citadas no balanço;
Assegurar que existem todas as disponibilidades que deveriam existir;
Assegurar que os títulos negociáveis e as inversões financeiras realmente existem e são de propriedade da empresa em exame;
Avaliar se todos os rendimentos produzidos foram devidamente recebidos e contabilizados;
Apurar se as contas a receber de clientes são autênticas e têm origem com transações relacionadas com vendas;
Verificar se os valores apresentados são efetivamente recebíveis;
Assegurar que os estoques existem fisicamente e são de propriedade da empresa;
Verificar a existência e propriedade de procedimentos aplicados a investimentos relevantes.
 Dentro do ativo, será dada ênfase ao grupo de disponibilidade, que são os recursos de propriedade da entidade, que são representadas por caixa e equivalentes de caixa, à disposição para uso imediato e irrestrito.
Critérios de avaliação do disponível:
 Após definido o grupo, é preciso entender os critérios de avaliação do disponível:
Como as contas do disponível são representadas, na maioria das vezes, pelo seu valor nominal, geralmente não há dificuldade em sua avaliação;
As disponibilidades em moeda estrangeira deverão ser convertidas da data do balanço em moeda corrente, à taxa vigente na época;
As aplicações em títulos negociáveis com conversibilidade imediata devem ser avaliadas pelo custo de aquisição, acrescidos dos rendimentos calculados proporcionalmente ao período decorrido desde a data de aquisição e deduzido, se necessário, da provisão para ajustes de mercado;
As aplicações temporárias em ouro e em ações (na forma de ativo financeiro) devem ser avaliadas a valor de mercado.
Revisão de controles internos:
 Após os critérios de avaliação do disponível, deverá ser feita a revisão de controles internos que, segundo Attie (2011), tem como finalidade determinar qual a confiabilidade depositada no controle interno, para que possam ser definidos quais e quando os procedimentos de auditoria serão utilizados e em qual extensão.
 Attie (2011) cita alguns tipos de controle que servem para o fortalecimento dos controles internos e que podem ser utilizados de forma quase que padrão para diversas companhias:
Segregação de funções entre custódia de valores e contabilização;
Sistema de autorização e aprovação para pagamento;
Conciliações bancárias periódicas e revisadas por pessoa independente de sua preparação;
Utilização de fichas de razão individuais para diversas contas do disponível;
Aberturas de contas bancárias pela administração;
Cancelamento de documentação comprobatória após pagamento.
 O autor ressalta que estes procedimentos, assim como outros utilizados nas empresas, não são os únicos existentes. Utilização de fichas de razão individuais para diversas contas do disponível;
 Segundo ele, o auditor deverá fazer a avaliação do controle interno, estando especialmente atento para verificar se os controles existentes realmente funcionam, medir as possíveis deficiências de controle e determinar o risco envolvido.
Procedimentos de auditoria:
 De forma bastante específica, os procedimentos de auditoria são as ferramentas que o auditor utiliza para a realização de seus trabalhos.
 Eles são utilizados para o auditor atingir os objetivos previamente delineados, que são vários, dependendo das circunstâncias, da efetividade, do controle interno e da materialidade envolvida.
 Entretanto, conforme destaca Attie (2011), podem ser destacados alguns procedimentos ilustrativos, que podem ser utilizados durante a execução da auditoria:
	Procedimento
	Descrição
	
Exame Físico
	Contagem do caixa ou fundo fixo;
Contagem das aplicações financeiras.
	
Confirmação
	Confirmação dos saldos bancários;
Confirmação das pessoas autorizadas a assinar;
Confirmação de aplicações financeiras.
	
Documentos originais
	Exame documental dos cheques pagos;
Exame documental de avisos bancários;
Exame documental de aplicações financeiras;
Exame de atas de assembleias de reuniões;
Exame de contratos.
	
Cálculos
	Soma de conciliações;
Soma do razão auxiliar de bancos;
Cálculo de juros pagouou recebidos.
	
Escrituração
	Exame de conta de razão de bancos;
Exame de conta de razão de caixa;
Exame de conta de aplicações financeiras.
 Estes são apenas alguns exemplos de procedimentos, porém podem existir muitos outros, dependendo da autoria e complexidade das atividades da empresa.
Auditoria das disponibilidades:
 Na auditoria das disponibilidades, o auditor deverá determinar, conforme relata Attie (2011):
Existência de vários caixas, que deverão ser contados ao mesmo tempo, de acordo com a materialidade ou base rotativa;
Existência de várias contas bancárias – para identificação das contas mantidas pela empresa e procedimentos que serão utilizados;
Manutenção de contas especiais – para programação dos procedimentos a serem seguidos com relação a estes. Por exemplo: limite de crédito, dividendos, salários;
Contas bancárias encerradas – para identificação de que realmente as contas foram encerradas formalmente e de que não houve operações após o encerramento.
Auditoria de caixa:
 De forma específica, quando for realizada a auditoria de caixa, alguns cuidados deverão ser levados em conta:
Contagem surpresa – evita possíveis manipulações ou artifícios que podem encobrir falta de numerário;
Número de caixas existentes – para evitar manipulação e transferência de fundos entre estas. Cabe ao auditor julgar se todas serão contadas ao mesmo tempo ou se serão realizadas contagens rotativas;
Presença do responsável – a contagem do caixa deverá levar em conta a presença do responsável pelo numerário. Na entrega do numerário contado, deverá ser obtido o recibo de entrega assinado pelo responsável para isentar o auditor de quaisquer diferenças encontradas.
 Já para as contas bancárias, de forma resumida, o auditor pode levar em conta a observância das conciliações bancárias, a utilização de confirmações junto aos bancos, bem como o uso de extrato bancário, entre outros procedimentos que podem ser utilizados.
 As aplicações financeiras, por sua vez, podem utilizar os mesmos procedimentos de verificação do caixa, contando também com alguns aspectos relativos à auditoria de bancos, como confirmação e uso de extratos.
Contas de disponibilidades x outras contas do balanço:
 Perez Júnior (2012) ainda relaciona as contas de disponibilidades com outras contas do balanço, e afirma que estas relações também podem ser investigadas para fins de auditoria:
	Caixa e bancos
	Caixa e bancos – relações patrimoniais
	Contrapartida
	Operações
	Aplicações financeiras
	Aplicação e resgate de operações
	Clientes
	Recebimento de duplicatas
	Estoques
	Compras à vista
	Contas a receber
	Recebimentos diversos
	Imobilizado
	Compra à vista de bens patrimoniais
	Investimentos
	Aplicações em investimentos permanentes
	
Exigível
	Pagamentos de duplicatas de fornecedores, salários e encargos, impostos e taxas, empréstimos e financiamentos, contas em geral etc.
	Patrimônio Líquido
	Integralização de capital
	Aplicações financeiras – relações patrimoniais
	Contrapartida
	Operações
	Bancos conta Movimento
	
Aplicações e resgate de aplicações
	
Auditoria do passivo:
 Crepaldi (2011) afirma que as obrigações representam fontes de recursos e reivindicações de terceiros contra os ativos da empresa:
 Para o autor, o auditor precisará estabelecer a importância das contas patrimoniais a serem testadas, verificando se as dívidas foram registradas de forma devida na contabilidade. Estas dívidas estão classificadas no passivo circulante e no não circulante.
As obrigações, de modo geral, são os seguintes grupos de contas:
Empréstimos a pagar;
Fornecedores de mercadorias;
Impostos a recolher;
Salários a pagar;
Outras obrigações
Provisões.
 Para Attie (2011), a auditoria dos passivos tem a finalidade de:
Determinar se são pertencentes à empresa;
Determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade;
Determinar a existência de ativos dados em garantia ou vinculações com o passivo;
Determinar se estão classificados de forma correta no balanço patrimonial e se as divulgações foram devidamente feitas nas notas explicativas.
 No que diz respeito ao passivo circulante, este diz respeito à origem dos investimentos e de vencimento de curto prazo.
Principais erros no passivo circulante:
 Para Crepaldi (2011), os principais erros no passivo circulante são relativos à subavaliação, valores fictícios, omissões, acréscimos falsos e simulações. A seguir, uma lista dos principais erros ocorridos no passivo circulante:
Valores fictícios 
 Valores hipotéticos sem qualquer substância, dívidas inexistentes.
 Objetivo: aumentar o volume de obrigações, a fim de iludir credores e sócios ou ainda tentar justificar sonegações fiscais.
 Efeitos: falso quociente de liquidez, interfere no cálculo do imposto de renda.
Subavaliação do passivo
 Objetivo: esconder a situação de dificuldade financeira, fraudar o fisco, ludibriar credores e sócios.
 Efeitos: falsos cocientes de liquidez, melhora a aparência da empresa junto aos credores.
Superavaliação do passivo
 Objetivo: aumentar o capital de terceiros visando prejudicar sócios e credores com intenção pseudorruinosas.
 Efeitos: aparecimento de juros falsos em virtude de falsas dívidas.
Simulação
 Classificação errada das dívidas de curto prazo como sendo de longo prazo.
 Objetivo: influenciar no quociente de liquidez de curto prazo, dando melhor aparência à empresa junto aos seus credores.
 Efeitos: falsos quocientes de liquidez.
Valores ocultos
 Objetivo: beneficiar a situação financeira, bem como omitir compras realizadas e, por consequência, atingir o grupo de resultados, afetando o cálculo do imposto de renda.
 Efeitos: afeta o cálculo do imposto de renda.
Auditoria do Patrimônio Líquido:
 Attie (2011) relata que a auditoria do patrimônio líquido tem as seguintes finalidades:
Determinar se as ações ou o título de propriedade do capital foram adequadamente autorizados e emitidos;
Determinar se todas as normas descritas nos estatutos sociais, as obrigações legais e sociais foram cumpridas;
Determinar a utilização dos princípios de contabilidade;
Determinar a existência de restrições de uso das contas patrimoniais;
Determinar se o patrimônio líquido está classificado de forma correta no Balanço Patrimonial e se as divulgações foram expostas em notas explicativas.
 Segundo Crepaldi (2011, p. 648), o patrimônio líquido representa “a parcela de ativos financiada pelos acionistas”. Ele é composto, de acordo com o artigo 182 da Lei 6.404/76, pelos seguintes grupos:
Capital social;
Reservas de capital;
Ajustes de avaliação patrimonial;
Reserva de lucro;
Prejuízos acumulados.
 Perez Júnior (2012), por sua vez, apresenta as principais áreas correlatas que devem ser observadas quando da auditoria do patrimônio líquido:
	Patrimônio Líquido
	Patrimônio líquido relações patrimoniais
	Contrapartida
	Operação
	Disponibilidade
	Integralização de capital
	Imobilizado
	Ajuste do valor justo do imobilizado, conforme o ICPC 10
	Passivo
	Proposta de distribuição de dividendos
	Patrimônio líquido relações de resultado
	Contrapartida
	Operação
	Resultado do exercício
	Transferência do resultado para resultados acumulados
 
Desta forma, o auditor, mediante o uso dos procedimentos de auditoria, buscará assegurar que as contas do patrimônio líquido representem de forma adequada a situação patrimonial líquida da empresa na data de encerramento das demonstrações contábeis.
 Buscará também assegurar que estas estão avaliadas pelos valores históricos de acordo com as práticas adotadas no Brasil e de que os grupos definidos de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas estão devidamente respeitados (Perez Júnior, 2012).
 O autor (2012, p.156) destaca que para isso será necessário:
Inspeção do registro de ações;
Inspeção do registro de capital (inclusive no BACEN);Cálculo das distribuições e destinações do lucro;
Cálculo do excesso de reservas;
Revisão do cálculo de dividendos.
Auditoria do resultado do exercício:
 Perez Júnior (2012, p.157) define o resultado do exercício como a “diferença entre as receitas realizadas e as despesas incorridas durante o exercício”. Para o autor, as receitas são o produto da venda ou de prestação de serviços e aplicações financeiras.
 Já as despesas representam gastos incorridos na aquisição ou produção dos bens vendidos e que geraram receitas. Além disso, existem os gastos necessários para vender os bens, além de administrar e financiar a atividade geradora de recursos.
Objetivos da auditoria de contas de resultado:
 Perez Júnior (2012) ressalta que os principais objetivos da auditoria de contas de resultado é assegurar que as receitas e despesas referem-se a operações normais da empresa e que todas estão devidamente registradas no período.
 Além disso, que as receitas estão avaliadas pelo valor auferido na venda dos bens ou na prestação dos serviços e que as despesas estão avaliadas pelo valor dos gastos incorridos na geração das receitas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
 Desta forma, conforme afirma o autor, os procedimentos utilizados devem ser:
Cruzamento de valores com os apresentados em outras áreas;
Exame da documentação de despesas e receitas;
Cálculo dos impostos;
Cálculo das participações societárias;
Procedimentos diversos de revisão analítica.
 Aqui abordamos, de forma didática, alguns grupos do balanço patrimonial e de resultado. Porém, a auditoria pode abranger todas as contas do balaço e todas as áreas da empresa, dependendo do tipo executado.
AULA 8: AMOSTRAGEM DE AUDITORIA
Identificar os aspectos da amostragem de auditoria;
Entender como funciona a amostragem dentro do planejamento de auditoria;
Estudar o estabelecimento das amostras;
Entender o risco de amostragem.
Importância da amostragem de auditoria:
 É fundamental que o auditor tenha certeza de poder cobrir o máximo possível de informações em seu trabalho. Mas se a estrutura ou os grupos forem muito complexos, ficará inviável ou até mesmo impossível, uma vez que o auditor também terá que lidar com o fator tempo em seu trabalho.
 Para isso, foi criada a amostragem em auditoria. Assim, vamos ver como funciona este tópico e como é importante que seja usada a amostragem de forma correta, para que o trabalho do auditor consiga validar o máximo de informações possíveis, atestando, pelo uso de amostras representativas, a veracidade das informações contábeis.
Conceitos de amostragem de auditoria:
 Segundo a NBC TA 530, sobre amostragem de auditoria, o principal objetivo da utilização desta técnica “(...) é o de proporcionar uma base razoável para o auditor concluir quanto à população da qual a amostra é selecionada”.
 Neste ponto, é importante definir alguns conceitos que podem ser utilizados:
 Crepaldi (2011) afirma que a amostragem em auditoria é um processo para a obtenção de dados aplicáveis a um conjunto, conhecido como universo ou população, pelo exame de uma parte deste conjunto, que é conhecido como amostra.
 Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite ao auditor concluir sobre toda a população (NBC TA 530).
 Neste ponto, é importante definir alguns conceitos que podem ser utilizados:
 Podemos dizer que a amostragem de auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria sobre uma parte da totalidade dos itens que compõem o saldo de uma conta, ou classe das transações.
 O objetivo é permitir que o auditor avalie a evidência de auditoria sobre algumas características dos itens selecionados, no auxílio a uma conclusão sobre a população.
Tipos de amostragem:
 Além de entender o que é amostragem, é preciso compreender que ela está dividida em dois tipos: a amostragem estatística e a não estatística, que podem ser assim definidas, conforme Crepaldi (2011):
Estatística - É aquela em que a amostra é selecionada de forma científica, de acordo com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto, de acordo com a teoria da probabilidade ou regras estatísticas. O emprego deste tipo de estatística é recomendável quando os itens da população apresentam características homogêneas, ou seja, quando são semelhantes.
Não estatística (por julgamento) - Aquela em que a amostra é determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e reconhecimento da entidade. Quando o auditor escolhe utilizar um ou outro método, ele deve planejar e selecionar a amostra de auditoria, aplicar a esta amostra procedimentos de auditoria e avaliar resultados, de forma que estes providenciem evidências de auditoria de forma suficiente e apropriada.
Planejamento de auditoria:
 A amostra selecionada deverá ter relação direta com o volume de transações relacionadas pela entidade na área ou na transação objeto do exame, como também com efeitos nas posições patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período.
 Ao planejar e determinar a amostra de auditoria, o auditor deverá levar em consideração, segundo Crepaldi (2011), os seguintes aspectos:
Os objetivos específicos de auditoria;
A população da qual o auditor deseja extrair a amostra;
A estratificação da população;
O tamanho da amostra;
O risco de amostragem;
O erro tolerável;
O erro esperado.
População:
 Segundo a NBC TA 530, “população é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir”.
 Crepaldi (2011) afirma que o auditor precisa determinar se a população da qual a amostra será extraída é apropriada para o objetivo de auditoria específico.
 Assim, é preciso compreender que, se o objetivo do auditor é testar, por exemplo, a existência de superavaliação de contas a receber, a população pode ser definida como a listagem de contas a receber.
 Por outro lado, se o objetivo for testar a subavaliação de contas a pagar, a população não deverá ser a listagem de contas a pagar, mas sim de pagamentos subsequentes, faturas que não foram pagas, extratos de fornecedores, relatórios de recebimento de mercadorias e de outras populações que forneçam evidências de auditoria de que as contas a pagar estariam subavaliadas.
Estratificação:
 Auxilia no planejamento eficiente e eficaz da amostra. Vejamos, então, o que é a estratificação.
 “(...) é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes (geralmente valor monetário)” (NBC TA 530).
 Crepaldi (2011) afirma que os estratos precisam ser explicitamente definidos, de forma que cada unidade de amostragem somente possa pertencer a um estrato. Este processo reduz a possibilidade de variação dos itens de cada estrato.
 Assim, a estratificação permite que o auditor dirija esforços de auditoria para que os itens contenham maior potencial de erro, como por exemplo, os itens de maior valor que compõem o saldo de contas a receber, para detectar distorções relevantes por avaliação a maior.
 A estratificação também permite amostras com menor tamanho (Crepaldi, 2011).
 Se o objetivo da auditoria for testar a validade de contas a receber, e dependendo da distribuição dos valores a receber por saldo de devedores, a população pode ser estratificada, conforme exemplo de Crepaldi (2011):
Saldos superiores a R$2.000,00;
Saldos entre R$1.000,00 e R$2.000,00;
Saldos entre R$100,00 e R$1.000,00;
Saldos inferiores a R$100,00.
 O autor explica que, dependendo da distribuição dos valores a receber, mediante a validação da totalidade dos saldos do subconjunto (a) 50%, (b)20%, de (c) 5% de (d),

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