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Livro - Auditoria e Pericia Contabil

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AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL
Rodrigo Otávio das Chagas Lima
Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro
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O intuito deste livro é apresentar de forma clara e objetiva as atividades de 
auditoria e de perícia e as principais técnicas necessárias para formação 
profissional do auditor e do perito, além de despertar no leitor o interesse por 
esses assuntos, instigando-o ao aprofundamento das técnicas de execução de 
auditoria e de perícia.
A presente obra traz uma visão panorâmica da auditoria e da perícia, desde as-
pectos relacionados aos conceitos básicos, à legislação atinente às profissões 
de auditor e perito, além de demonstrar a operacionalização dessas funções.
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6399-4
CAPA_Auditoria e Perícia Contábil.indd 1 08/11/2017 10:06:46
Rodrigo Otávio das Chagas Lima 
Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro
IESDE BRASIL S/A
Curitiba
2017
Auditoria
e Per cia Contábil 
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
L71a Lima, Rodrigo Otávio das Chagas
Auditoria e perícia contábil / Rodrigo Otávio das Chagas Lima, 
Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro. - 1. ed. - Curitiba [PR] : 
IESDE Brasil, 2017. 
180 p. : il. ; 21 cm.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6399-4
1. Contabilidade. 2. Auditoria. I. Cordeiro, Cláudio Marcelo 
Rodrigues. II. Título.
17-45546 CDD: 657.45
CDU: 657.6
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
© 2009-2011-2017 – IESDE Brasil S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qual-
quer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Produção
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão IESDE
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Capa Vitor Bernardo Backes Lopes
Imagem Capa garagestock/Shutterstock.com
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário
Carta ao aluno | 5
1. Introdução e desenvolvimento da auditoria | 7
2. Processos, normas e práticas usuais de auditoria | 21
3. Etapas da auditoria e exame dos registros | 39
4. Provas em auditoria e parecer dos auditores | 55
5. Princípios da ética profissional e a
responsabilidade do auditor | 69
6. Introdução e conceitos básicos de perícia | 85
7. Normas Brasileiras de Contabilidade
relacionadas à perícia | 105
8. Planejamento e execução dos trabalhos
em perícia contábil | 123
9. Laudos e pareceres periciais | 147
Gabarito | 163
Referências | 173 
Carta ao aluno
O intuito deste livro é apresentar de forma clara e objetiva 
as atividades de auditoria e de perícia e as principais técnicas neces-
sárias para formação profissional do auditor e do perito, além de 
despertar no leitor o interesse por esses assuntos, instigando-o ao 
aprofundamento das técnicas de execução de auditoria e de perícia.
A essência da atividade de auditoria, que se perpetua desde o 
início de sua aplicação até hoje, é evitar ou minimizar possíveis frau-
des, desvios ou mesmo simulações dos negócios, para que gestores, 
investidores, governo e funcionários tomem decisões pautadas em 
informações confiáveis.
– 6 –
Auditoria e Perícia Contábil
Já a atividade pericial enobrece e dignifica o profissional que a exe-
cuta com ética e responsabilidade, trazendo luz para as pessoas que deci-
dem a melhor solução aos conflitos, pois o seu propósito é a busca inces-
sante da verdade.
A presente obra tem o propósito de trazer uma visão panorâmica da 
auditoria e da perícia, desde aspectos relacionados aos conceitos básicos, à 
legislação atinente às profissões de auditor e perito, além de demonstrar a 
operacionalização dessas funções.
Assim, os primeiros cinco capítulos do livro apresentam o desenvolvi-
mento da auditoria, suas normas e práticas e trazem uma reflexão sobre a 
ética do profissional auditor. Os quatro últimos se destinam à perícia, apre-
sentando os conceitos básicos, as normas e os regulamentos relacionados a 
essa atividade, bem como os planejamentos e procedimentos para a emissão 
de laudos.
Bons estudos!
Introdução e 
desenvolvimento 
da auditoria
1.1 A relevância da auditoria 
para as empresas
É por meio do conhecimento da auditoria que se pode for-
mar uma visão mais crítica do funcionamento da empresa ou de 
um determinado setor, permitindo que se responda a uma série 
de questões que envolvem os aspectos operacionais ou financei-
ros da organização.
A sociedade e as empresas passam por profundas transfor-
mações, provocadas pelo avanço tecnológico e a quebra de antigos 
paradigmas, numa constante sinergia entre a necessidade de con-
sumo do homem e a produção gerada pelas empresas, criando novos 
ambientes e orientações. Neste cenário, nunca antes vivido pelos 
atuais gestores, deve-se promover pragmaticamente aos colaborado-
res, internos e externos, bem como aos clientes e à sociedade, qual o 
objetivo da organização e suas metas.
1
Rodrigo Otávio das Chagas Lima 
Auditoria e Perícia Contábil 
– 8 –
Isso significa dizer que se deve planejar: “voltar os olhos para o futuro, ou 
seja, trata-se de definir hoje que resultados devem ser alcançados no futuro e 
de que forma. A essência desse ato é a tomada de decisões” (BIO, 1988, p. 39).
Este processo, de se preparar hoje para o futuro, sofre interferências de 
diversas forças do mercado, criando novas orientações que forçam a empresa a 
realizar permanentemente adaptações e ajustes, a fim de concretizar sua mis-
são e atingir seus objetivos. Dessa forma, as empresas devem elaborar e rever 
constantemente seu planejamento, seja estratégico ou operacional.
O planejamento estratégico “É o planejamento mais básico e de maior 
alcance que os gerentes fazem para uma empresa. Os resultados do planejamento 
estratégico incluem objetivos organizacionais” (HAMPTON, 1983, p. 164).
Para que a empresa atinja seus objetivos organizacionais, ela deve ser 
eficaz em sua gestão, sendo que para atingir tal estágio se faz necessário o 
desenvolvimento de ações eficientes e eficazes.
A eficiência operacional, que é produzir maximizando a utilização dos 
recursos internos pro-porcionando maior produtividade, não é o único requi-
sito necessário para que a empresa seja competitiva. A eficácia operacional é 
um pressuposto, visto que, se a empresa não possuir um mínimo de eficá-
cia operacional, que é ter seus produtos e serviços valorizados pelos clientes, 
não será competitiva e estará sucumbindo diante da concorrência (CHAGAS 
LIMA, 2000, p. 8).
Dessa forma, pode-se afirmar que para a empresa ser competitiva deverá 
ter efetividade, ou seja, tanto ser eficiente como eficaz. É por meio da estra-
tégia empresarial adequada que se dará a criação da vantagem competitiva 
permitindo à empresa sobreviver à concorrência.
Tanto a eficácia operacional como a estratégia são essenciais para o 
desempenho superior que, afinal, é o objetivo primordial de todas 
as empresas. Uma empresa só é capaz de superar em desempenho 
os concorrentes se conseguir estabelecer uma diferenciação preservá-
vel. Ela precisa proporcionar maior valor aos clientes ou gerar valores 
comparáveis a um custo mais baixo, ou ambos. Daí decorre a aritmé-
tica da rentabilidade superior, em que o fornecimento de maior valor 
permite à empresa cobrar preços unitários médios mais elevados;a 
maior eficiência resulta em custos unitários mais baixos. (PORTER, 
1996, p. 47)
– 9 –
Introdução e desenvolvimento da auditoria
Os desafios que os executivos e administradores enfrentam devem ser tra-
duzidos em desenvolver boas estratégias que permitam criar, produzir e distri-
buir produtos com rapidez e inovação, obrigando-os a formularem planos e 
processos que sejam adequados às novas realidades. Para que se possa identificar 
essas mudanças, faz-se necessário um constante controle por meio de ferramen-
tas que mensurem se o que foi planejado está sendo ou não realizado.
“O planejamento para obter os melhores resultados deve ser flexível, 
permitindo estratégias alternativas para substituir os planos existentes quando 
os desdobramentos econômicos e financeiros divergem dos padrões espera-
dos” (GROPPELL; NIKBAKHT, 1998, p. 4).
Nessa senda é que se faz necessário desenvolver uma prática que permita 
o acompanhamento e identificação de possíveis distorções que possam haver 
no processo empresarial, seja na área financeira, de recursos humanos, mar-
keting ou operacional.
A opinião técnica independente adequada para a verificação dos fatos e atos 
empresariais é a auditoria, prática que permite verificar, por meio de um minu-
cioso e sistemático exame, se os objetivos e alterações patrimoniais têm ocorrido 
de forma eficiente, eficaz e adequada ao planejado e aos objetivos da organização.
1.2 Fundamentos e objetivos de auditoria
“A auditoria tanto na área pública quanto na área privada é uma especia-
lização contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial, 
com o objetivo de atestar sua validade sobre determinado dado’’ (ATTIE, 
2000, p. 25).
A Contabilidade foi a primeira disciplina desenvolvida para auxiliar e 
informar ao administrador, sob a ótica estática e dinâmica, a evolução do seu 
patrimônio. Ela tem como finalidade registrar através de técnica própria os 
fatos e atos empresariais e fornecer uma série de dados ocorridos na gestão 
que possam causar variações no patrimônio da empresa. Dessa forma pode-se 
afirmar que a metodologia aplicada consiste na captação, classificação, regis-
tro, segundo princípios contábeis a fim de promover informações e controle, 
a qualquer tempo, dando total visibilidade das ações dos administradores 
para fins legais, fiscais e outros.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 10 –
Para mensurar a adequação e confiabilidade dos registros e das 
demonstrações contábeis, a Contabilidade utiliza-se também de uma 
técnica que lhe é própria, chamada auditoria, que consiste no exame 
de documentos, livros e registros, inspeções, obtenção de informações 
e confirmações internas e externas, obedecendo a normas apropriadas 
de procedimento, objetivando verificar se as demonstrações contábeis 
representam adequadamente a situação nelas demonstrada, de acordo 
com princípios fundamentais e normas de contabilidade, aplicados de 
maneira uniforme. (FRANCO; MARRA, 1991, p. 20)
1.2.1 Objetivo da auditoria
A finalidade estabelecida para uma auditoria é a emissão de uma opi-
nião fundamentada, por uma pessoa independente, porém com capacidade 
técnica e profissional suficiente para emiti-la. O objeto a ser examinado pode 
ser apresentado de diversas formas, como um saldo contábil, um documento, 
um formulário.
Como dissemos, a auditoria é uma especialização da contabilidade, 
todavia, tem-se utilizado esse termo também para definir a atividade de ins-
peção, verificação, exame e comprovação em outras áreas além da matéria 
supra mencionada, tais como, áreas operacional, gerencial, ambiental entre 
outras. Mas sempre com o objetivo de oferecer uma opinião técnica sobre a 
área auditada.
No Brasil, para ser auditor reconhecido oficialmente pelo Conselho 
Regional de Contabilidade (CRC) e auditar as demonstrações contábeis 
financeiras das empresas, é preciso que o pretendente tenha formação acadê-
mica em Ciências Contábeis. Todavia, observa-se cada vez mais a utilização 
da palavra auditoria para apontar o profissional que atua na atividade de exa-
minar, verificar e controlar as mais diversas áreas e setores organizacionais.
O termo auditoria tem sido empregado para diferentes tipos de ativi-
dades, mas com a mesma finalidade, qual seja a de um especialista em 
sua área de atuação com vistas à emissão de uma opinião. Essa opinião 
tem de estar abalizada e ser correta, não se permitindo a emissão de 
uma opinião sem que tenham sido obtidos os elementos comproba-
tórios que atestem a veracidade de certa afirmação. A auditoria não 
pode ser alicerçada em dados não concretos e de esparsas informações, 
mas ser fatual, permitindo correta e inquestionável opinião sobre o 
dado examinado. (ATTIE, 1998, p. 42)
– 11 –
Introdução e desenvolvimento da auditoria
Os exames de auditoria obedecem a normas próprias que incluem proce-
dimentos de comprovação de dados em estudo, à verificação de documentos, 
livros e registros, à obtenção de evidências de informações interna e externa 
que se relacionem com o controle do patrimônio e à exatidão dos registros e 
das demonstrações deles decorrentes.
1.2.2 Classificação
A classificação mais utilizada para diferenciar os tipos de auditoria é 
 dividi-la em interna e externa.
1.2.2.1 Auditoria externa
Focada nos mais diversos setores e atividades, em que o objetivo é a 
opinião técnica de um profissional apto a opinar sobre o tema em questão, 
sem vínculo empregatício com a empresa auditada. Pode ser executada em 
várias áreas, tais como: auditoria de sistemas, recursos humanos, da quali-
dade, das demonstrações financeiras, jurídica, ambiental, fiscal, de gestão, de 
risco, auditoria externa em obras públicas.
Os profissionais de auditoria de demonstrações financeiras são certificados 
e devem seguir rigorosas normas profissionais no Brasil e em outros países.
1.2.2.2 Auditoria interna
Pode ser desenvolvida por um departamento da empresa, incumbido 
pela direção de verificar e avaliar os sistemas, documentos e procedimentos 
de determinado setor, objetivando diminuir a probabilidade de ocorrência de 
erros, fraudes ou procedimentos ineficazes. É importante para a lisura do pro-
cesso que a auditoria interna seja feita por um departamento independente na 
organização que reporta-se diretamente à direção.
Almeida (1996, p. 30), destaca os principais objetivos do auditor interno:
 2 verificar se as normas internas estão sendo seguidas;
 2 verificar a necessidade de aprimorar as normas internas vigentes;
 2 verificar a necessidade de novas normas internas;
 2 efetuar auditoria das diversas áreas das demonstrações contábeis e 
em áreas operacionais.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 12 –
1.3 Histórico
O surgimento da auditoria está vinculado à necessidade da verificação, 
por parte dos proprietários e investidores, quanto à capacidade econômi-
co-financeira das empresas para as quais foram direcionados seus capitais. 
Ela verifica se as informações apresentadas, que permitem a verificação dessa 
capacidade por parte dos usuários, estão corretas. Após a harmonização das 
normas contábeis às internacionais, o auditor tem de avaliar se existem indí-
cios de não continuidade das operações, com o intuito de avaliar se a empresa 
precisa adequar a mensuração de itens do seu patrimônio (a informação de 
operações em descontinuidade é apresentada e mensurada de forma distinta).
A origem do termo auditor em português, muito embora per-
feitamente representado pela origem latina (aquele que ouve, o 
ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit (exami-
nar, ajustar, corrigir, certificar). Segundo se tem notícias, a ativi-
dade de auditoria é originária da Inglaterra que, como domina-
dora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado 
a disseminação de investimentos em diversos locais e países e,por consequência, o exame dos investimentos mantidos naqueles 
locais. (ATTIE, 1998, p. 27)
A evolução da auditoria deu-se através da contabilidade em virtude 
do desenvolvimento econômico dos países, bem como do crescimento das 
empresas e surgimento das multinacionais. Esse crescimento, aliado à expan-
são da produção, gera riquezas e também a sofisticação e refinamento das 
práticas administrativas dos negócios, exigindo maior controle e verificações, 
a fim de se identificar a veracidade dos fatos, cumprimento de metas, licitude 
das ações através da opinião técnica de alguém não ligado à empresa, que con-
firme ou não a qualidade e precisão das informações de forma independente, 
ensejando o surgimento do auditor.
1.3.1 Cronologia histórica da auditoria
Conforme Attie (2008, p. 28-29), a origem e evolução da auditoria deu-
-se conforme a seguinte cronologia:
No mundo
Datas Fatos
? - Desconhecido início da atividade
– 13 –
Introdução e desenvolvimento da auditoria
 de auditoria;
1314 Criação do cargo de auditor no
 Tesouro da Inglaterra;
1559 Sistematização e estabelecimento
 da auditoria dos pagamentos a
 servidores públicos pela Rainha
 Elizabeth I;
1880 Criação da Associação dos
 Contadores Públicos Certificados
 (Inglaterra);
1886 Criação da Associação dos
 Contadores Públicos Certificados
 (AICPA), nos EUA;
1894 Criação do Instituto Holandês de
 Contadores Públicos;
1934 Criação do Security and
 Exchange Comission (SEC), nos
 EUA, a partir daí a profissão
 assume um novo estímulo.
No Brasil
Está diretamente relacionada com:
 2 criação de filiais de multinacionais;
 2 financiamentos de instituições estrangeiras;
 2 evolução do mercado de capitais;
 2 1965 – Lei 4.728: texto pioneiro a mencionar a auditoria e o audi-
tor independente;
Auditoria e Perícia Contábil 
– 14 –
 2 1972 – Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco 
Central do Brasil;
 2 1976 – Criação da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76).
A Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, criou a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) e estabeleceu a disciplina e fiscalização para a atividade 
de auditoria das companhias abertas, dando à referida Comissão a atribuição 
de examinar, a seu critério, os registros contábeis, livros ou documentos dos 
auditores independentes. Segundo essa lei, somente as empresas de auditoria 
contábil ou os auditores contábeis independentes registrados na Comissão de 
Valores Mobiliários poderão auditar as demonstrações financeiras de com-
panhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas que integram o 
sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários, sendo que 
essas empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes 
responderão, civilmente, pelos prejuízos causados a terceiros em virtude de 
culpa ou dolo no exercício da função.
Como se observa, o exercício da auditoria independente está fortemente 
ligado às empresas integrantes do mercado de capitais e do sistema finan-
ceiro. As demais empresas são auditadas a pedido de seus sócios, acionistas, 
financiadores, fornecedores, não sendo aplicada a auditoria na totalidade da 
empresa, ocorrendo somente quando alguns desses agentes sentem a necessi-
dade de uma opinião técnica independente.
1.4 Noções e importância das 
demonstrações financeiras
As demonstrações financeiras são um retrato da situação estática da 
empresa em um determinado período. O objetivo da auditoria nas demons-
trações financeiras é assegurar que elas representam adequadamente a posi-
ção patrimonial e financeira da empresa, o resultado de suas operações e as 
origens e aplicações de recursos correspondente aos períodos em exame, de 
acordo com os princípios contábeis.
O objetivo principal da auditoria pode ser transcrito, em linhas 
gerais, como sendo o processo pelo qual o auditor se certifica da vera-
cidade das demonstrações financeiras preparadas pela companhia 
– 15 –
Introdução e desenvolvimento da auditoria
auditada. Em seu exame, o auditor, por um lado, utiliza os crité-
rios e procedimentos que lhe traduzem provas que assegurem a efe-
tividade dos valores apostos nas demonstrações financeiras e, por 
outro lado, cerca-se dos procedimentos que lhe permitem assegurar 
a inexistência de valores ou fatos não constantes das demonstra-
ções financeiras que sejam necessários para seu bom entendimento. 
(ATTIE, 1998, p. 31)
1.4.1 Demonstrações contábeis
O simples registro dos fatos e atos empresariais, dados seu volume e 
sua heterogeneidade, não é muitas vezes suficiente em termos de informa-
ções, daí a necessidade de reunir esses fatos em demonstrações sintéticas, 
que recebem o nome de demonstrações contábeis ou ainda de demons-
trações financeiras. Segue abaixo, um pequeno resumo sobre as principais 
demonstrações financeiras:
 2 Balanço Patrimonial – exposição dos componentes patrimoniais. 
(Passivo: fontes e origens de capital. Ativo: aplicações).
 2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – visa relatar as 
variações patrimoniais, bem como o resultado econômico em um 
determinado período.
 2 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) – 
demonstra como surgiram os recursos econômico-financeiros do 
exercício e onde foram aplicados.
 2 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) – 
abrange a variação sofrida no exercício no patrimônio dos sócios.
1.4.2 Novas tendências da auditoria diante 
das demonstrações financeiras
As demonstrações financeiras são elaboradas segundo normas e critérios 
contábeis, com o intuito de assegurar que os dados oriundos dessas demons-
trações estão corretos e expressam a verdade sobre os fatos empresariais. Para 
verificar essas demonstrações tem-se a auditoria, isto é, o exame e opinião 
técnica independente sobre tais demonstrações.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 16 –
É preciso que as empresas estejam atentas às regras introduzidas pela 
Lei 11.638, aprovada no final de 2007, para a elaboração dos balanços. Essa 
lei introduz mudanças profundas, principalmente em relação às compa-
nhias limitadas, conforme pode-se verificar no §6.º do artigo 176, da Lei 
11.638/2007 descrito abaixo:
Art. 176 [...]
§6.° A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, 
inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à 
elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.
Esse artigo cria a obrigatoriedade de se publicar o Demonstrativo dos 
Fluxos de Caixa, que até então não era obrigatório para nenhuma empresa.
Com fundamento nessa lei, também ficou obrigatório que os demons-
trativos financeiros deverão ser elaborados em consonância com os padrões 
internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores 
mobiliários, como se verifica no artigo 177, §2.°:
Art. 177 [...]
§2.°As disposições da lei tributária ou de legislação especial sobre ati-
vidade que constitui o objeto da companhia que conduzam à utiliza-
ção de métodos ou critérios contábeis diferentes ou à elaboração de 
outras demonstrações não elidem a obrigação de elaborar, para todos 
os fins desta Lei, demonstrações financeiras em consonância com o 
disposto no caput deste artigo e deverão ser alternativamente observa-
das mediante registro:
I – em livros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil; ou
II – no caso da elaboração das demonstrações para fins tributários, 
na escrituração mercantil, desde que sejam efetuados em seguida 
lançamentos contábeis adicionais que assegurem a preparação e 
a divulgação de demonstrações financeiras com observância do 
disposto no caput deste artigo, devendo ser essas demonstrações 
auditadas por auditor independente registrado na Comissão de 
Valores Mobiliários.
Outra mudança ocorrida no anode 2008, é o fim do rodízio de auditorias 
para bancos por parte do Conselho Monetário Nacional (CMN) assim, as insti-
tuições financeiras e demais empresas supervisionadas pelo Banco Central (BC) 
não precisarão mais trocar a empresa de auditoria após cinco anos de serviço. 
No entanto, é necessário que haja troca do sócio e da equipe de auditores (com 
– 17 –
Introdução e desenvolvimento da auditoria
nível de gerência) responsáveis pelo trabalho a cada cinco anos, conforme estava 
previsto no artigo 31 da Instrução 308/99 editada pela CMN.
A medida é um abrandamento em relação à regra vigente no país atual-
mente, mas o CMN argumenta que ela é mais rígida que a prática internacio-
nal. Segundo o órgão, a Federação Internacional de Auditores (IFAC, na sigla 
em inglês) obriga apenas a troca do sócio – e não da equipe – a cada sete anos.
Todas essas alterações são inerentes à mudança do sistema contá-
bil, tendo em vista o processo em curso de convergência contábil para o 
padrão internacional, conhecido como International Financial Reporting 
Standards (IFRS).
Em resumo, as demonstrações obrigatórias introduzidas pela Lei 11.638, 
de 2007, são: I) Balanço Patrimonial; II) Demonstração de Resultados; III) 
Demonstração de Resultados Abrangentes; IV) Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido; V) Demonstração dos Fluxos de Caixa; VI) 
Demonstração do Valor Adicionado (obrigatório somente para Companhia 
Aberta); e VII) Notas explicativas.
Ampliando seus conhecimentos
A importância da auditoria interna no 
processo de gestão das organizações 
em um ambiente globalizado e cada vez 
mais competitivo
(OLIVEIRA; GOMES; PORTO, 2012, p. 3-5)
Segundo Uhl e Fernandes (1974, p. 17), “a auditoria é defi-
nida como um controle administrativo, cuja função é medir e 
avaliar a eficácia de outros controles”. Surgiu em consequência 
da necessidade de buscar informações claras e objetivas em 
relação aos dados contábeis.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 18 –
Para SANTI (1988, p.17) a origem é imprecisa e provavel-
mente surgiu dentre os guarda-livros prestadores de serviços 
aos comerciantes italianos, para assessorar os demais especia-
listas na atividade de escrituração das transações.
Perez Junior (1998, p.13), afirma que “a prática da auditoria 
surgiu provavelmente no século XV ou XVI na Itália”.
Diante de tantos conceitos quanto a sua origem e a dificuldade 
dos estudiosos entrarem em um consenso, pode-se afirmar 
que a auditoria está presente desde o início da atividade eco-
nômica do homem.
Acerca da sua origem Franco e Marra descreve:
 A auditoria surgiu primeiramente na Inglaterra, que como 
dominadora dos mares e controladora do comércio 
mundial, foi a primeira a possuir as grandes companhias 
de comércio mundial, foi a primeira também a instituir a 
taxação do imposto de renda, baseado nos lucros das 
empresas. Além disso, já se praticava na Inglaterra a audi-
toria das contas públicas desde 1314, conforme relata a 
Enciclopédia Britânica. (1991, p. 33).
É uma atividade relativamente nova no Brasil que vêm 
ganhando espaço cada vez maior por seu apoio e segu-
rança dado aos gestores. Sua obrigatoriedade veio com a 
Lei das Sociedades Anônimas, está a qual determina que 
as companhias abertas (aquelas que têm suas ações nego-
ciadas na Bolsa de Valores) devem ser auditadas por audi-
tores independentes com registro na CVM (Comissão de 
Valores Mobiliários).
Hoog e Carlin afirmam que:
 No Brasil, os registros oficiais têm por data o ano de 
1972, quando o banco Central criou normas oficiais de 
auditoria para o segmento do mercado financeiro, e a 
obrigatoriedade da aplicação da auditoria também teve 
– 19 –
Introdução e desenvolvimento da auditoria
inicio na Bolsa de Valores, através da Lei 6.385/76, logo 
após a regulamentação da Lei das Sociedades Anônimas 
(Lei 6.404/76), contudo, na prática, o que temos obser-
vado é o que o mercado como um todo adota a auditoria 
como meio de validação de resultados, comprovando 
a tendência de que a auditoria não deve ser aplicada 
apenas por imposição legal, mais sim, por ser uma das 
ferramentas de gestão de risco dentro das organizações 
empresariais. (2008, p. 52).
A partir desse conceito pode-se concluir que as empresas 
hoje buscam a auditoria não só pelo pela obrigatoriedade de 
auditar suas demonstrações contábeis, mais sim pela segurança 
das informações que a auditoria proporciona aos seus adminis-
tradores e investidores.
Segundo Crepaldi (2007, p. 3), “pode-se definir auditoria 
como levantamento, estudo e avaliação das transações, proce-
dimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras 
de uma entidade”.
Ainda de acordo com o mesmo autor “a auditoria constitui 
o conjunto de procedimentos técnicos que tem por obje-
tivo a emissão de parecer sobre sua adequação, consoante 
os Princípios Fundamentais de Contabilidade e pertinente à 
legislação especifica”. (2007, p. 3).
Pode-se então afirmar que a auditoria tem como intuito verificar 
e analisar notas, documentos, livros e registros que a empresa 
usa no seu dia a dia para manter o controle administrativo. 
Dessa análise resultará um parecer sobre a fidedignidade das 
demonstrações financeiras, o qual deverá ser embasado nos 
Princípios da Contabilidade.
No entender de Guimarães (2001, p. 401 apud HOOG; 
CARLIN, 2008, p.53), “A auditoria financeira ou 
contabilística visa essencialmente dar credibilidade à infor-
mação financeira de forma a que seja útil à tomada de 
Auditoria e Perícia Contábil 
– 20 –
decisão por parte dos diferentes destinatários/utilizadores 
dessa informação”.
Uma vez que os dados contábeis espelham a realidade eco-
nômica e financeira da empresa, e o objetivo da auditoria é 
justamente dar credibilidade desses dados, a auditoria tem ser 
tornado imprescindível aos empresários e ganhado espaço e 
reconhecimento maior a cada dia.
Atividades
1. Conceitue auditoria.
2. Contabilidade e auditoria são a mesma ciência? Justifique.
3. Qual o objetivo da auditoria nas demonstrações financeiras?
Processos, normas e 
práticas usuais 
de auditoria
O objetivo precípuo da auditoria é a emissão de uma opinião 
técnica embasada em fatos concretos, formulada por um profissio-
nal sem vínculo empregatício com a empresa, isto é, um parecer de 
um auditor independente, com competência técnica fundamentado 
em elementos comprobatórios, levantados na área a ser auditada.
Para atingir o objetivo de formular uma opinião concreta, é 
necessário seguir um roteiro predeterminado a fim de reunir condi-
ções sólidas para fornecer um parecer correto e íntegro.
O processo de auditoria inicia-se com a análise de uma 
 afirmação. Nessa etapa pretende-se identificar o significado da afirma-
ção, bem como os pontos básicos da auditoria, elaborando um plano 
estratégico com base nas informações, conhecimento, interpretação 
e mapeamento dos passos a serem percorridos, buscando determinar 
uma afirmação. Uma análise adequada, para a auditoria, compreende 
2
Rodrigo Otávio das Chagas Lima 
Auditoria e Perícia Contábil 
– 22 –
fundamentalmente três pontos: revisão analítica1 que é usada para estabelecer a 
abrangência da auditoria e a verificação de comportamento de valores significa-
tivos com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas. O segundo 
ponto é o planejamento, sendo este a base sobre a qual o trabalho deverá ser 
fundamentado, é o roteiro do que deve ser feito. O terceiro ponto é o conheci-
mento da empresa, suas operações, atividade, controles etc.
O passo seguinte à análise da afirmação é a avaliação da afirmação, em 
que se determinam os métodos, indicadores e parâmetros para a coleta de 
provas, analisando as circunstâncias que influenciam na determinação da 
suficiência das informações levantadas.
SegundoAttie (1998, p. 47), “alguns fatores que influenciam na deter-
minação da avaliação das afirmações são; nível de controle interno, subjeti-
vidade inerente, integridade dos administradores, ponderação da relevância, 
ponderação do risco relativo.”
Assim sendo, o terceiro passo do processo de auditoria é a obtenção dos 
elementosprobatórios (achados da auditoria), por meio da pesquisa e obten-
ção dos elementos necessários para confirmar a opinião técnica a ser dada 
pelo auditor. Os procedimentos devem ser escolhidos pelo auditor, sendo essa 
etapa a de concretização do trabalho, transformando o programa detalhado 
de auditoria em evidências nos papéis de trabalho (documentação preparada 
pelo auditor durante a execução de seu trabalho).
Os elementos probatórios são reunidos através de testes, que constituem 
o processo fundamental de auditoria. Esses testes podem ser:
 2 Teste de procedimento – destina-se a provar a credibilidade dos 
procedimentos de controle utilizados pela empresa;
 2 Teste de saldo – tem a finalidade de obter provas suficientes e con-
vincentes sobre as transações, saldos e divulgações aplicáveis que 
serão utilizadas pelo auditor para emitir sua opinião. O objetivo é 
1 A revisão analítica consiste em uma técnica que pode ser usada em diferentes fases da audi-
toria, mas é obrigatória no planejamento e na conclusão do trabalho. O conhecimento da em-
presa faz parte do processo de aceitação/continuação do cliente e do planejamento. Destaca-se 
o fato de não ser possível opinar sobre aquilo (no caso, empresa) que não se tem conhecimento.
– 23 –
Processos, normas e práticas usuais de auditoria
certificar-se da existência real das transações e saldos demonstrados, 
bem como aferir se os saldos dessas transações estão corretos.
E, finalmente, o último passo do processo de auditoria2 é a formação de 
opinião, em que verificam-se todos os procedimentos executados anteriormente 
quanto à suficiência de informações para que o auditor emita o seu parecer.
Figura 1 – Procedimento para elaboração de auditoria.
Afirmação
Formação
de 
opinião
Análise 
da 
afirmação
Avaliação 
da 
afirmação
Achados e evidências da auditoria
Obtenção dos 
elementos 
comprobatórios
Fonte: Elaborada pelo autor.
Essa sequência de trabalho chamada de processo de auditoria, tem como 
objetivo verificar e demonstrar, através dos achados e evidências da auditoria, 
a relevância do fato analisado ou a afirmação que pretende se auditar, através 
dos papéis de trabalho que amparam a elaboração do parecer final do auditor.
2 Boynton et al. (2002) embasam a construção desse processo, dividindo-o em grandes fases 
e suas etapas. Como fases, temos: aceitação, planejamento, execução e conclusão da audi-
toria. Na aceitação, a auditoria avalia a sua competência e o risco de aceitação do cliente, 
finalizando na carta de contratação. Na fase de planejamento, tem-se o processo de aceitação/
continuidade do cliente, conhecimento das particularidades da empresa auditada, confirmação 
de independência, definição da estratégia de auditoria, conhecimento dos controles internos, 
planejamento de testes substantivos, entre outros. Na execução, concentra-se a realização dos 
testes de controle interno, testes substantivos e sumarização dos ajustes identificados. Na con-
clusão está a revisão das demonstrações contábeis, comunicação ao cliente, obtenção da carta 
de representação, além de outros procedimentos finais.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 24 –
2.1 Competências profissionais do auditor
Para realizar a auditoria é necessário que o profissional tenha capacidade 
técnica na área que pretende auditar, bem como requer o estabelecimento de 
determinados padrões que se aplicam especificamente à auditoria.
Como acontece em todas as profissões, na auditoria também foram 
estabelecidos determinados padrões técnicos que objetivam qualifi-
cações na conduta dos trabalhos de auditoria e garantir atuação con-
sistente, tecnicamente suficiente do auditor e de seu parecer, assegu-
rando, a todos aqueles que dependem de sua opinião, a observação de 
uma série de requisitos considerados indispensáveis para o trabalho 
concretizado. (ATTIE, 1998, p. 55)
São requisitos necessários para execução de uma auditoria:
 2 Padrões – definem requisitos obrigatórios para auditoria. Esses 
padrões referem--se às atividades daqueles que exercem a auditoria. 
Como exemplo, podemos citar as responsabilidades profissionais 
estabelecidas no código de ética profissional;
 2 Diretrizes – fornecem orientação para aplicação das normas, proce-
dimentos e técnicas na execução da auditoria;
 2 Procedimentos – fornecem informações sobre como cumprir os 
padrões ao realizar a auditoria. Não estabelece requisitos, apenas 
explica como se adequar aos padrões de auditoria.
2.1.1 Atividade e competências do auditor
A atividade de auditoria requer do profissional conhecimento especí-
fico. Ele deve ser profissionalmente competente, tendo as habilidades e o 
conhecimento para conduzir a tarefa de auditoria, podendo-se destacar as 
seguintes competências:
 2 deve fornecer garantia razoável de que possui as competências 
profissionais suficientes para a realização do trabalho (habilidades, 
conhecimento e experiência relevantes à tarefa planejada);
 2 capacidade para aplicação das normas, procedimentos e técnicas na 
execução das auditorias;
– 25 –
Processos, normas e práticas usuais de auditoria
 2 conhecimento dos princípios contábeis, administrativos e, princi-
palmente, da área que se pretende auditar, para reconhecer e avaliar 
a relevância e o significado dos eventuais desvios em relação às boas 
técnicas e práticas organizacionais;
 2 deve manter a competência profissional por meio de educação e 
treinamento profissionais apropriados e contínuos.
Além das competências apontadas, o profissional de auditoria deve pos-
suir conhecimentos de economia, direito, finanças, tributos, métodos quanti-
tativos e sistema de informações.
Em princípio, o conhecimento do auditor deve ser contábil, visto que a 
auditoria é uma especialização da contabilidade, com técnicas e procedimen-
tos próprios, desde a coleta de informações até a implementação de rotinas e 
de controles das demonstrações financeiras.
A palavra auditoria tem sido utilizada em outras áreas, tais como recur-
sos humanos, sistema de informação, meio ambiente, departamento jurídico 
etc., mantendo sempre o mesmo significado: o de verificar se a atividade em 
questão está sendo desenvolvida conforme o planejado e assim, diante dessa 
constatação, emitir uma opinião.
Dessa forma, pode-se afirmar que não importa qual seja a área em que 
a atividade de auditoria está sendo exercida, o profissional em questão deverá 
possuir as competências listadas anteriormente, bem como a técnica inerente 
ao objeto auditado, e desenvolver sua atividade orientada pelos requisitos 
necessários (padrão, diretriz, procedimento).
2.2 Planejamento da auditoria
O planejamento da auditoria é muitas vezes denominado de plano de 
auditoria, ou programa de auditoria. É a etapa na qual o auditor define o 
seu plano de trabalho e detalhes dos procedimentos de auditoria a serem 
aplicados. Nessa etapa o auditor estabelece a estratégia geral dos trabalhos a 
executar na empresa ou na área a ser auditada, elaborando o plano a partir 
da contratação dos serviços, estabelecendo a natureza, a oportunidade e a 
extensão dos exames, de modo que possa desempenhar uma auditoria eficaz.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 26 –
A Resolução CFC 1.211/09 aprova a NBCTA 300 (R1) – que trata do 
planejamento de auditoria, para a auditoria contábil. Considera-se que os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras 
de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas constituem corpo de dou-
trina contábilque estabelece regras de procedimentos técnicos a serem obser-
vadas por ocasião da realização de trabalhos.
É na fase da avaliação do serviço de auditoria a ser prestado que se inicia 
o processo de planejamento da auditoria. Nesse momento se obtém diversas 
informações pertinentes a fim de conhecer a atividade que a empresa desen-
volve, bem como os processos internos, o grau de sofisticação da sua gestão, 
além de verificar a legislação competente e demais instrumentos de controle. 
Diante do cenário apresentado e delineado através dos levantamentos prelimi-
nares, conclui-se, então, a etapa do planejamento da auditoria e com essa base 
inicial o auditor poderá determinar a natureza do trabalho a ser oferecido.
O programa de auditoria deve ser preparado por escrito ou por outro 
meio de registro, o que facilita o entendimento dos procedimentos de audito-
ria a serem adotados e propicia uma orientação mais adequada para a divisão 
do trabalho. Deve constar no programa a extensão dos exames e os procedi-
mentos a serem adotados, bem como a época em que serão aplicados. Deve-se 
levar em conta o sistema contábil utilizado pela empresa, os processos inter-
nos de controle e a atividade-fim da empresa, com o objetivo de indicar o que 
o auditor precisa examinar quando efetuar os procedimentos de auditoria. 
O programa de auditoria serve de guia e instrumento de controle para a exe-
cução do trabalho, devendo abranger todas as áreas a serem examinadas pelo 
auditor independente.
2.2.1 Objetivos do planejamento de auditoria
Os principais objetivos do planejamento da auditoria são:
 2 conhecer a atividade da empresa, a fim de identificar fatos e atos 
que alteram as demonstrações financeiras;
 2 proporcionar que as atividades contratadas sejam executadas den-
tro dos prazos estabelecidos;
– 27 –
Processos, normas e práticas usuais de auditoria
 2 garantir que as atividades importantes e de valores expressivos 
sejam observadas com extrema atenção;
 2 apontar problemas potenciais;
 2 apontar a legislação pertinente à empresa;
 2 determinar a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames a 
serem executados de acordo com o serviço contratado.
Os objetivos apontados não excluem outros que poderão ser conside-
rados no planejamento da auditoria, que irão variar conforme a atividade 
desenvolvida pela empresa, o tamanho, o tipo e a qualidade dos processos 
internos, sistema contábil utilizado, além da capacidade de seus gestores e 
demais colaboradores.
2.2.2 Conhecimento das atividades da organização
Conforme estabelecido na NBC T 11, item 11.2.1.2:
11.2.1.2 – O planejamento pressupõe adequado nível de conheci-
mento sobre as atividades, os fatores econômicos, legislação aplicável 
e as práticas operacionais da entidade, e o nível geral de competência 
de sua administração.
 2 Fatores econômicos – o auditor deve avaliar os fatores econômicos 
que por ventura possam influenciar no desempenho da empresa 
para completar o seu conhecimento a respeito da atividade da 
empresa a ser auditada;
	 Os fatores econômicos que podem afetar o desempenho da 
empresa são a recessão, inflação, deflação, taxa de juros, condições 
de financiamento, desemprego, crescimento econômico, câmbio, 
impostos, tarifas para exportação e importação, política governa-
mental e outros.
 2 Legislação aplicável – o auditor deve considerar as normas perti-
nentes que afetam a empresa, tais como a regulamentação própria 
do setor de atividade da empresa bem como os impostos, taxas 
e contribuições sociais a que ela está sujeita, além das obrigações 
de fornecer informações a terceiros em função de suas atividades, 
Auditoria e Perícia Contábil 
– 28 –
por exemplo, bancos, companhias abertas, seguradoras, fundos de 
pensão etc.
 2 Práticas operacionais da entidade – é preciso conhecer o objetivo 
social e a atividade-fim da empresa a ser auditada, bem como as 
práticas usuais utilizadas em suas operações. É importante analisar 
os seguintes aspectos:
 2 os tipos de atividades e operações que a empresa realiza, bem 
como a sua localização e de suas instalações;
 2 os serviços que presta, comercializa ou os produtos que fabrica;
 2 área de atuação e participação no mercado;
 2 políticas empresariais e processos de controle interno – produ-
ção, logística, recursos humanos, finanças, vendas etc.;
 2 retorno dos investimentos, remuneração dos seus ativos;
 2 pós-vendas, garantias, qualidade, fornecedores e clientes 
nacionais e estrangeiros;
 2 patentes, franquias, coligadas, filiais;
 2 tecnologia da informação, desenvolvimento e pesquisa de produtos;
 2 tecnologia operacional e gerencial;
 2 controles e interferência da alta administração na 
gestão operacional.
 2 Nível geral de competência da administração – a administração de 
toda empresa é responsável pela gestão dos negócios, isto é, pelos 
controles, análises e aprovação das ações. A competência dos admi-
nistradores é refletida nas atitudes empresariais e suas consequên-
cias nos resultados da empresa. O auditor deve ter a sensibilidade 
de identificar a qualidade da competência dos gestores. Essa análise 
considera os seguintes fatores:
 2 qual o grau da relação da alta administração com os operadores;
 2 quais os critérios de promoção e contratação;
– 29 –
Processos, normas e práticas usuais de auditoria
 2 qual estrutura de comando e a estrutura organizacional;
 2 quais mudanças ocorreram em períodos anteriores, como 
aquisições,fusões etc.;
 2 qual a independência dos tomadores de decisões.
O auditor ao executar o planejamento de auditoria deve, além dos 
conhecimentos apontados, ter um conhecimento detalhado das práticas 
contábeis adotadas pela organização que pretende auditar, para propiciar 
uma adequada avaliação da consistência das demonstrações contábeis, con-
siderando os seus efeitos sobre o programa de auditoria face às normas de 
contabilidade aplicáveis à entidade. É importante considerar que a alteração 
das práticas contábeis pode determinar modificações na comparabilidade das 
demonstrações contábeis. Daí a necessidade de comparar as práticas contá-
beis adotadas no exercício auditado com as adotadas no exercício anterior, 
bem como dimensionar seus efeitos na posição patrimonial e financeira e no 
resultado da entidade.
2.3 Relevância e risco de auditoria
É na fase do planejamento de auditoria que o auditor deve elaborar a 
avaliação dos riscos de auditoria no intuito de evitar a apresentação de infor-
mações erradas e, por conta disso, incorrer no não atendimento das datas 
acertadas na contratação dos serviços, devido à ocorrência de fatos que pode-
riam ser previstos.
Havendo uma programação adequada quando da elaboração do plane-
jamento de auditoria, tomando conhecimento da atividade-fim da empresa 
e dos procedimentos adotados e informando-se dos fatos que por ventura 
poderão afetar a condução correta dos serviços, o auditor estará minimizando 
os riscos de auditoria.
São considerados riscos de auditoria:
 2 Geral – tipo de gestão, qualificação do sistema contábil e suas 
demonstrações financeiras e processos internos de controle e a 
situação econômico-financeira da empresa;
 2 Específico – saldos de contas, natureza e volume dos negócios.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 30 –
A relevância em auditoria diz respeito aos fatos que precisam ser veri-
ficados pelo auditor durante o processo de auditoria por causarem algum 
impacto na elaboração e divulgação de seu parecer. Entre os pontos relevantes 
a serem considerados na auditoria pode-se citar a determinação da natureza 
das atividades da empresa, bem como quais os procedimentos de auditoria 
mais adequados a serem aplicados, além de determinar a amplitude das pes-
quisas e os testes mais oportunos.
Outro aspecto relevante, devido à falta de padronizaçãoque ocorre na 
aplicação da técnica contábil, é avaliar os efeitos das distorções dos saldos nos 
diversos períodos a serem analisados, bem como os termos, denominações e 
classificações utilizadas nos demonstrativos financeiros.
Diante desse contexto, também é de extrema relevância determinar o 
momento mais adequado para apresentar e divulgar as informações obtidas a 
fim de minimizar os efeitos que essa divulgação pode provocar, entre os quais 
podemos citar a dificuldade de obtenção de novos dados relevantes ao desen-
volvimento do processo de auditoria.
2.4 Aplicação dos procedimentos de auditoria
A programação de todos os procedimentos a serem executados na audi-
toria deve constar no planejamento apresentado à empresa que será auditada. 
Este será o documento em que poderá ser identificado o que será executado 
na auditoria em termos de exames, extensão e oportunidade de aplicação, 
com o objetivo de comprovar os serviços desenvolvidos pelo auditor e funda-
mentar a opinião técnica deste, estando cada uma das atividades desenvolvi-
das registradas nos papéis de trabalho.
Os procedimentos de auditoria indicam as ações a serem praticadas pelo 
auditor na execução de sua atividade, com o objetivo de indicar os passos a 
serem dados, os exames necessários e finalmente fundamentar o parecer final 
que é o relato de sua opinião técnica sobre a matéria auditada.
2.4.1 Documentos de auditoria
A fim de documentar as questões consideradas importantes quando do 
levantamento de evidências, com o objetivo de fundamentar o parecer de 
– 31 –
Processos, normas e práticas usuais de auditoria
auditoria e comprovar que esta foi executada mediante as normas de audito-
ria consagradas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade é que surgem os 
papéis de trabalho.
Todo o procedimento de auditoria é documentado pelos papéis de 
trabalho, isto é, toda documentação preparada pelo auditor ou fornecida 
a este na execução da auditoria, e que contêm todos os elementos signifi-
cativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido a auditoria execu-
tada de acordo com as normas aplicáveis. Devem ter abrangência e grau 
de detalhe suficientes para proporcionar o entendimento e o suporte da 
auditoria executada.
Nos papéis de trabalho estarão a documentação do planejamento, a 
natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria, bem 
como o julgamento do auditor e as conclusões alcançadas. Devendo ser ela-
borados, organizados e arquivados de forma sistemática e racional.
Quando for utilizada análise, demonstrações ou quaisquer outros docu-
mentos fornecidos pela empresa, deve o auditor certificar-se da sua exatidão 
antes de integrá-los aos seus papéis de trabalho.
2.5 Normas Brasileiras de Contabilidade 
utilizadas pelo auditor
As normas de auditoria diferem dos procedimentos de auditoria, 
enquanto os procedimentos indicam as ações a serem praticadas, as normas 
tratam de medidas de qualidade da execução dessas ações e dos objetivos a 
serem alcançados através dos procedimentos de auditoria. Em suma, as nor-
mas apontam não apenas as qualidades profissionais do auditor, mas sobre-
tudo a sua avaliação pelo exame efetuado e parecer emitido.
As normas de auditoria foram reconhecidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade através de Resolução CFC 700, de 24 de abril de 1991, que foi 
revogada pela Resolução CFC 820/97, que aprovou a NBC T 11 – Normas 
de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis com Alterações, 
que conceituam e apontam os procedimentos a serem seguidos durante um 
processo de auditoria, a saber:
Auditoria e Perícia Contábil 
– 32 –
 2 Normas de execução dos trabalhos;
 2 Normas do parecer dos auditores independentes.
2.5.1 Outras normas e resoluções 
inerentes à atividade do auditor
Podemos indicar, diante da necessidade técnica do profissional que tra-
balha ou trabalhará com auditoria, algumas normas relevantes, editadas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade, que devem ser observadas quando da 
execução da atividade de auditoria.
NBC P – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais.
NBC P 1, 2 e 3.
NBC P 1 de 22/10/1992, publicada no DOU em 5/11/1992.
Essas normas estabelecem as condições de competência técnico-profis-
sional, de independência e responsabilidade do auditor na execução dos tra-
balhos, da guarda de documentos e sigilo na atividade de auditoria.
Resolução CFC 953/03, publicada no DOU em 24/1/2003, que dispõe 
sobre alteração no modelo de parecer referido no item 11.3.2.3 da NBCT 11 
– Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis.
Resolução CFC 678, de 24/7/1990, publicada no DOU em 27/8/1991. 
Revoga a Resolução CFC 672, de 10/5/1990, da qual não consta registro de 
publicação no DOU.
As normas citadas anteriormente tratam dos modelos de pareceres que 
os auditores independentes devem adotar quando da emissão da opinião téc-
nica em relação às demonstrações financeiras auditadas.
NBC T 11 – IT – 07 – planejamento de auditoria.
NBC T 11 – IT – 08 – Resolução CFC 957, de 14/3/2003, publicado 
no DOU em 22/4/2003, retificada no DOU de 14/5/2003 e 12/5/2003.
Essa norma orienta a atividade de planejar a auditoria, espinha dorsal da 
atividade, visto que é através da elaboração de um planejamento adequado 
– 33 –
Processos, normas e práticas usuais de auditoria
que se poderá executar um bom serviço e entregá-lo dentro do prazo contra-
tado. Aprova a normatização da auditoria interna.
Resolução CFC 858, de 21/10/1999, publicada no DOU em 
29/10/1999, revoga a Resolução CFC 731, de 22/10/1992, publicada no 
DOU em 5/11/1992.
Reformula o teor da NBC T 13, que trata da perícia contábil.
Aprova a reformulação da normatização da perícia contábil em 2/3/1999.
Interpreta o item 11.1.4 – fraude e erro.
NBC T 11 – IT – 04 – Resolução CFC 839, de 26/2/1999, publicada 
no DOU em 11/3/1999.
Interpreta o item 11.2.13 – transações e eventos subsequentes.
NBC T 11 – IT – 05 – Resolução CFC 830, de 16/12/1998, publicada 
no DOU em 21/12/1998.
Interpreta o item 11.3 – parecer dos auditores independentes sobre as 
demonstrações contábeis.
IT – Interpretações Técnicas.
NBC T 13 – IT – 01 – Resolução CFC 938, de 24/5/2002, publicada 
no DOU em 11/6/2002.
NBC T 13 – IT – 02 – laudo e parecer de leigos.
NBC T 13 – IT – 03 – Resolução CFC 940, de 24/5/2002, publicada 
no DOU em 11/6/2002.
NBCT 14 – Resolução CFC 1.392, de 25/05/2012, publicada no DOU 
em 30/05/2002.
NBCT 15 – Resolução CFC 1.402, de 25 de agosto de 2012, publicada 
no DOU em 31/08/2012.
NBCT 16 – Resolução 1.410, de 26 de outubro de 2012, publicada no 
DOU em 01/11/2012.
As normas supracitadas têm como objetivo indicar como devem ser 
interpretados, durante a atividade de auditoria, aspectos como a fraude, erro 
Auditoria e Perícia Contábil 
– 34 –
e transações quando da elaboração de uma perícia contábil, bem como a 
interpretação técnica dos pareceres dos auditores.
Ampliando seus conhecimentos
Planejamento de um projeto de audito-
ria de processos
(DIAS, 2004)
Documento mestre para a execução do trabalho, em que 
serão definidos todos os parâmetros e objetivos acordados 
com a gestão da área auditada. Deverá documentar na ínte-
gra todas as conclusões geradas na reunião de definição dos 
objetivos do trabalho, acrescidas das informações necessárias 
à compreensão e entendimento da metodologia de trabalho 
que será adotada e da equipe e prazos envolvidos.
Dentre os principais aspectos a serem incluídos em um plane-
jamento destacamos:
1. Objetivo da auditoria
É muito importante que o objetivo do trabalho fique clara-
mente identificado não perante a equipe de trabalho, mas 
também junto à alta gestão do processo auditado. Devem ser 
evitados termos técnicos e jargões de auditoria, uma vez que 
estes podem não ser entendidospela área. É imprescindível 
que este objetivo seja acordado com a alta gestão do pro-
cesso auditado.
2. Objetivos do processo apurados jun-
to à sua gerência
Trata-se dos objetivos do processo identificados e acorda-
dos na reunião de definição dos objetivos do trabalho. Sua 
– 35 –
Processos, normas e práticas usuais de auditoria
documentação no planejamento comprova que o trabalho 
não poderá perder o seu foco ou até mesmo sua melhoria 
como um dos seus objetivos.
Riscos e controles associados identificados
A identificação dos riscos e controles associados a cada 
objetivo de processo destacado pela área é um importante 
balizador do trabalho que será realizado pelo auditor, mas 
nunca deverá representar um limitador para os procedimentos 
que serão adotados, assim como para a revisão e acompanha-
mento da metodologia empregada.
O gerente que considera meramente esses riscos e controles 
em sua revisão demonstra que não está exercendo uma visão 
de processo, mas sim adotando uma postura de verificador 
do trabalho feito.
Autuando como auditor de processo estas informações 
devem representar a base para os procedimentos adota-
dos, que em sua íntegra devem sempre prever ganhos que 
superem o controle sobre os riscos identificados e melho-
rias sobre os controles existentes. Aí o trabalho estará agre-
gando ao processo.
3. Escopo do trabalho
O escopo do trabalho abrange todos os aspectos que deve-
rão ser considerados para o atingimento do seu objetivo ou 
alvo principal.
Nesses aspectos podemos exemplificar o ambiente onde o 
trabalho será realizado, os períodos que serão realizados os 
testes e a data-base considerada para auditoria.
Ao mesmo tempo é importante ser considerado o que o tra-
balho busca, ou seja quais as melhorias ou ganhos previstos, 
se possível mensuráveis pelo auditor em conjunto com a alta 
gestão do processo.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 36 –
4. Metodologia de trabalho
Trata-se de um resumo da forma empregada para a auditoria, 
relacionando os tipos de levantamentos e testes que [serão 
realizados], qual a forma de amostragem de sua verificação e 
de abordagem para levantamento e conhecimentos dos dados 
e informações envolvidas no processo.
Essa informação é muito importante, principalmente para o 
entendimento, pelas áreas auditadas, do trabalho que será 
realizado pela auditoria.
5. Estimativa de término da auditoria
É imprescindível manter-se um compromisso sobre o término 
do trabalho. O período de sua execução deve considerar o 
tempo necessário à avaliação de todos os aspectos, informa-
ções e dados envolvidos, mas não pode representar uma data 
que supere as expectativas da área auditada para obtenção de 
suas conclusões.
É muito importante a mensuração do término do trabalho em 
comum acordo com a área auditada e que este seja cumprido 
pela auditoria.
6. Dimensionamento das principais 
operações do processo
Até mesmo para a comprovação e documentação da impor-
tância do processo auditado, sobre o negócio exercido pela 
empresa, assim como para identificação de quanto represen-
tará possíveis melhorias sobre o processo, o auditor deve 
evidenciar os números e volumes relativos ao processo audi-
tado. Esse dimensionamento é importante para uma futura 
comparação e/ou medição dos resultados agregados ao tér-
mino do trabalho.
– 37 –
Processos, normas e práticas usuais de auditoria
7. Equipe de auditoria
Aproveitando a apresentação do planejamento do trabalho à 
área auditada é importante também se apresentar a equipe que 
atuará no trabalho, assim como a responsabilidade e envol-
vimento de cada membro, para o devido esclarecimento e 
entendimento que toda a equipe é importante para o sucesso 
do trabalho. Essa documentação também é fator essencial para 
que o auditado entenda que existe um grupo que, de forma 
integrada e eficiente, atuará para o sucesso do trabalho.
8. Emitido e aprovado por
Por ser o ponto inicial do trabalho, demonstrando o seu obje-
tivo e metodologia empregada para o seu sucesso, todos os 
planejamentos devem ser aprovados pelo mais alto gestor da 
auditoria de processo, demonstrando que todo o time da área 
está envolvido na sua execução e na conclusão sobre melho-
rias que efetivamente agreguem ao processo.
Atividades
1. Descreva brevemente as quatro etapas do processo de auditoria.
2. Quais as competências necessárias para a atividade de auditor?
3. Conceitue planejamento da auditoria.
Etapas da auditoria e 
exame dos registros
3.1 Objetivo e planejamento da auditoria 
(etapa inicial do processo)
A auditoria tem fornecido sólidas informações e opiniões 
que possibilitam uma melhor qualidade na gestão dos negócios. 
Os gestores necessitam de elementos de formação de juízo e de 
escolha, fundamentada na realidade dos fatos, para uma decisão 
mais adequada na condução das empresas. Além do mais, os ges-
tores precisam fornecer aos investidores, e demais interessados na 
gestão dos negócios, uma posição embasada em documentos que 
convalidam a afirmação pesquisada, baseada em provas concretas e 
opinião independente.
O objetivo final de toda auditoria é emitir uma opinião téc-
nica sobre o tema auditado por meio de um parecer no qual será 
relatado o que foi apurado, quais os documentos que serviram de 
subsídio e a confiabilidade destes, os tipos de análise e testes empre-
gados, e a motivação que gerou a conclusão final.
3
Rodrigo Otávio das Chagas Lima 
Auditoria e Perícia Contábil 
– 40 –
A atividade de auditoria desenvolve-se em etapas, iniciando-se com 
o planejamento geral, no qual deve constar o programa de trabalho deta-
lhado e por escrito, que deverá descrever o responsável pelo processo de 
auditoria, quando ocorrerá e qual o objetivo a ser alcançado em termos de 
natureza, oportunidade ou profundidade dos exames e extensão do traba-
lho, sendo que esta atividade de planejar deve ser consoante às Normas 
Brasileiras de Contabilidade.
Dessa forma, pontua-se que o planejamento da auditoria deve docu-
mentar todos os procedimentos de auditoria programados, segundo o obje-
tivo predeterminado, bem como sua extensão e oportunidade de aplicação, 
objetivando comprovar que todos os pontos da empresa considerados rele-
vantes foram observados e tratados pelo auditor independente.
Pode-se estruturar a auditoria em três grandes etapas. A primeira etapa é 
quando da avaliação para a contratação dos serviços, na qual devem ser levan-
tadas as informações necessárias para conhecer o tipo de atividade da empresa. 
A segunda etapa é a elaboração do planejamento em que o auditor define o 
seu plano de trabalho e o detalhamento dos procedimentos de auditoria a 
serem aplicados. É nesta etapa que o auditor estabelece a estratégia geral dos 
trabalhos a executar na empresa ou na área a ser auditada, elaborando o plano 
a partir da contratação dos serviços, estabelecendo a natureza, a oportunidade 
e a extensão dos exames, de modo que possa desempenhar uma auditoria 
eficaz. E a terceira etapa, o parecer final do auditor, que é o relato técnico da 
opinião formada por esse profissional, fundamentada nos documentos e nas 
evidências apuradas bem como arquivadas através dos papéis de trabalho, nos 
quais se verificará o que foi feito e como foram feitos os trabalhos.
“Ao se iniciar qualquer trabalho de auditoria, este deve ser cuidadosa-
mente planejado, tendo em vista seu objetivo. Os exames e verificação serão 
orientados conforme o alcance visado pela auditoria” (FRANCO; MARRA, 
1991, p. 224).
A auditoria poderá apresentar-se de diversas formas, sendo cada uma 
delas com características próprias que poderão ser assim classificadas.
 2 Conforme a sua natureza:
 2 auditoria permanente;
– 41 –
Etapas da auditoria e exame dos registros
 2 continuada;
 2 periódica;2 auditoria eventual ou especial que poderá ser geral, ou parcial;
 2 auditoria de balanços com fim específico.
 2 Conforme a profundidade dos exames:
 2 auditoria integral (revisão analítica de todos os registros contábeis);
 2 auditoria por teste (amostragem).
 2 Conforme a extensão do trabalho:
 2 auditoria geral (de todas as demonstrações contábeis, 
em conjunto);
 2 auditoria parcial ou específica (de uma ou algumas demons-
trações ou itens);
 2 revisão limitada (exames parciais, sem aplicação de todas 
as normas).
 2 Conforme os fins a que se destina:
 2 acautelar interesses de acionistas e investidores;
 2 permitir melhor controle administrativo;
 2 apurar erros e fraudes;
 2 julgar concessão de crédito;
 2 apurar o valor real do patrimônio líquido;
 2 dar cumprimento a obrigações fiscais;
 2 atender a exigências legais;
 2 confirmar a exatidão das demonstrações contábeis.
 2 Conforme a relação do auditor com a empresa:
 2 auditoria externa;
 2 auditoria interna.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 42 –
Dado isso, é de fundamental importância que o auditor entenda o con-
teúdo e a estrutura da área a ser auditada, se esta área for a da contabilidade 
que é a ciência que deu origem ao surgimento dessa especialização chamada 
de auditoria, é necessário que esse profissional entenda das demonstrações 
financeiras, pois são elas que proporcionam meios de comparação das mais 
variadas operações. Além de permitir, por meio de mensuração, comparação 
e análise, elementos indicativos de liquidez, solvência, endividamento, renta-
bilidade e, sobre tudo, da eficiência ou não da gestão dos negócios.
3.2 Determinações da abrangência do trabalho
Existe a necessidade e obrigatoriedade de a auditoria ser fundamentada 
e embasada em provas documentais, ou elementos comprobatórios, porque 
serão essas evidências formais que formarão o juízo do auditor, isto é, servirão 
de base e fundamentação para o convencimento sobre o fato auditado e a 
formulação do parecer do auditor.
Os procedimentos de auditoria diante dessa prerrogativa devem ser 
desenvolvidos e alargados até a obtenção de elementos probatórios da afirma-
ção que se está auditando.
Dessa forma, será o auditor que irá determinar qual ou quais os 
procedimentos mais adequados ao caso em questão, a fim de obter as 
provas necessárias.
A avaliação desses elementos fica a critério do auditor, obedecido 
o seguinte:
 2 o simples registro contábil, sem outras comprovações, não consti-
tui elemento comprobatório;
 2 na ausência de comprovante idôneo, auxiliam na determinação 
da validade dos registros contábeis, sua objetividade, sua tem-
pestividade e sua correlação com outros registros contábeis ou 
elementos extracontábeis;
 2 para ser aceitável, a correlação deve ser legítima e relevante, 
dependendo das seguintes circunstâncias:
 2 quando a correlação pode ser verificada, relativamente à fonte 
externa, ela proporciona maior grau de confiança do que 
quando verificada na própria empresa;
– 43 –
Etapas da auditoria e exame dos registros
 2 quando as condições do sistema contábil e do controle 
interno são satisfatórias, os registros e as demonstrações 
financeiras proporcionam maior grau de confiança;
 2 o conhecimento direto e pessoal, obtido pelo auditor por 
meio de verificações físicas, observações, cálculos e ins-
peções, oferecem maior segurança do que as informações 
colhidas indiretamente;
 2 desde que praticável e razoável, e quando o ativo envolvido for 
de expressivo valor material, em relação à posição patrimonial e 
financeira e o resultado das operações, as contas a receber devem 
ser confirmadas através de comunicação direta com os devedores 
e da mesma forma o levantamento físico de inventários deve ser 
observado pelo auditor;
 2 como regra geral, existe relação entre o custo da obtenção de 
uma comprovação e seu benefício para o exame. Entretanto, a 
dificuldade ou o custo não constituem razões suficientes para 
a sua dispensa, quando o auditor a julgar necessária. (ATTIE, 
1998, p. 66)
Como se observa, o auditor deve ir buscar elementos comprobatórios 
idôneos e substâncias que determinem a validade dos documentos utilizados 
a fim de auditar a afirmação em questão.
A extensão e a profundidade das informações preliminares a serem 
obtidas do pessoal do cliente, bem como o modo em que os procedi-
mentos específicos deste programa devam ser aplicados, irão variar de 
acordo com: tamanho, complexidade e continuidade das operações 
do cliente.( FRANCO; MARRA, 1991, p. 239)
Devendo ainda, a priori verificar a qualidade do objeto em análise, isto 
é, no caso de registros contábeis se estes representam efetivamente um ato 
empresarial real, bem como o tempo em que foi produzida essa informação 
e se existem relações com outros dados contábeis, sendo que esta busca não 
deverá ser interrompida, seja por dificuldades físicas ou técnicas, ou ainda 
devido a custos elevados.
Toda essa preocupação com um correto e transparente procedimento 
deve-se ao fato de proporcionar maior grau de confiança nos documentos que 
irão, ou não, validar a afirmação.
Auditoria e Perícia Contábil 
– 44 –
3.3 Procedimento da primeira auditoria
Os procedimentos de auditoria tratam das investigações técnicas que 
devem ser executadas pelo auditor, a fim de atingir os objetivos previamente 
estabelecidos no planejamento, devendo evidenciar as etapas e as épocas em 
que serão executados os trabalhos, de acordo com o teor da proposta de pres-
tação de serviços e sua aceitação pela empresa auditada.
Deve-se elaborar um cronograma de trabalho, no qual devem-se ficar 
evidenciadas áreas, unidades e partes relacionadas que serão atingidas pela 
auditoria, para comunicar e comprovar a todos que os compromissos assumi-
dos com a empresa auditada serão cumpridos.
Em suma, os procedimentos de auditoria tratam dos passos a serem 
seguidos pelo auditor, durante a realização de seu trabalho.
O planejamento adequado pressupõe a formulação de programa de 
auditoria. O programa de auditoria consiste no plano de trabalho 
para exame de área específica. Ele prevê os procedimentos que deve-
rão ser aplicados para que se possa alcançar o resultado desejado. 
Deve, entretanto, ser bastante amplo e flexível, para permitir altera-
ções durante o andamento das verificações, segundo aconselham as 
circunstâncias, isto é, a maior ou menor eficiência dos controles inter-
nos do cliente. Haverá casos em que os controles internos se revelam, 
de tal modo, excelentes que dispensam a aplicação de grande número 
de procedimentos. Entretanto, o reverso poderá também aconte-
cer, aconselhando a aprofundar mais as verificações. (FRANCO; 
MARRA, 1991, p. 224)
A atividade de realizar a primeira auditoria contábil numa empresa 
requer alguns cuidados especiais da parte do auditor independente, sendo 
que se pode adotar tal procedimento para auditoria em outras áreas, podendo 
ocorrer três situações básicas, segundo a Resolução CFC 1.035/2005 que 
aprovou a NBC T 11.4:
11.4.5.1. [...]
 2 quando a entidade nunca foi auditada, situação que requer aten-
ção do auditor independente, visto que ela não tem experiência 
anterior de um trabalho de auditoria;
 2 quando a entidade foi auditada no período imediatamente ante-
rior, por auditor independente, situação que permite uma orien-
tação sobre aquilo que é requerido pelo auditor independente; e
– 45 –
Etapas da auditoria e exame dos registros
 2 quando a entidade não foi auditada no período imediatamente 
anterior, situação que requer atenção do auditor independente, 
porquanto as Demonstrações Contábeis que servirão como base 
de comparação não foram auditadas.
11.4.5.2. Assim sendo, nessas circunstâncias, o auditor independente 
deve incluir no planejamento de auditoria: análise dos saldosde aber-
tura, procedimentos contábeis adotados, uniformidade dos procedi-
mentos contábeis, identificação de relevantes eventos subsequentes ao 
exercício anterior e revisão dos papéis de trabalho do auditor anterior.
A execução dos procedimentos de auditoria deve ser realizada através de 
provas seletivas, testes e amostragens, em razão da complexidade e volume das 
operações, ficando sob a responsabilidade do auditor, com base na análise de 
risco de auditoria e outros elementos de que dispuser. Assim deverá o auditor 
determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de 
convicção que sejam válidos para o todo.
Nesse contexto afirma-se que as etapas da atividade de auditoria estão fun-
damentadas em testes de observância e substantivos dos fatos e atos apurados 
e documentados, afastando e evitando assim as suposições ou “achômetros”. A 
NBC T 11 conceitua os testes de observância e substantivos da seguinte maneira:
11.1.2.2 – Os testes de observância visam à obtenção de razoável 
segurança de que os procedimentos de controle interno, estabelecidos 
pela administração, estão em efetivo funcionamento e cumprimento.
11.1.2.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência 
quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo 
sistema contábil da entidade, dividindo-se em:
 2 testes de transações e saldos; e
 2 procedimentos de revisão analítica.
O processo de teste em auditoria deverá ser exercido através de procedi-
mentos formais e passíveis de verificação por todos os interessados, bem como 
deve ser suficiente para formar uma opinião técnica, sólida e coerente.
A Resolução CFC 1024/05 aprova a NBC T 11.3 que trata dos papéis 
de trabalho e da documentação de auditoria:
11.3.1.1 – Esta norma estabelece procedimentos e critérios relativos 
à documentação mínima obrigatória a ser gerada na realização dos 
trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis.
Auditoria e Perícia Contábil 
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11.3.1.3 – Os papéis de trabalho constituem a documentação prepa-
rada pelo auditor ou fornecida a este na execução da auditoria. Eles 
integram um processo organizado de registro de evidências da audi-
toria, por intermédio de informações em papel, meios eletrônicos ou 
outros que assegurem o objetivo a que se destinam.
3.3.1 Procedimentos técnicos básicos
O auditor, ao iniciar uma auditoria, irá avaliar os controles internos 
da empresa. Entende-se por controles internos todos os instrumentos da 
empresa destinados à vigilância à fiscalização e à verificação administrativa, 
que permitam prever, observar, dirigir os acontecimentos que ocorrem dentro 
da empresa e que por ventura produzam reflexos em seu patrimônio.
Diante dessa afirmação, o principal instrumento de controle de que 
dispõe uma administração é a contabilidade, portanto, meios de controle 
interno serão todos os registros, livros, fichas, mapas, boletins, papéis, formu-
lários, pedidos, notas, faturas, documentos, guias, impressos, ordens internas, 
regulamentos e demais instrumentos utilizados pela empresa.
Esses instrumentos serão utilizados pelos gestores para exercer o controle 
sobre os fatos e atos ocorridos na empresa que de algum modo possam inter-
vir no funcionamento ou em seu patrimônio.
Para avaliar esses instrumentos de controle, o auditor terá que aplicar 
testes a fim de verificar a veracidade e qualidade destes.
A seguir, apontam-se os procedimentos técnicos básicos que o auditor 
deve levar em consideração quando da aplicação dos testes de observância e 
substantivos, segundo a NBC T 11:
11.2.6.2 [...]
 2 inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;
 2 observação – acompanhamento de processo ou procedimento 
quando de sua execução;
 2 investigação e confirmação – obtenção de informações junto a 
pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora 
da entidade;
– 47 –
Etapas da auditoria e exame dos registros
 2 cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos compro-
batórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e
 2 revisão analítica – verificação do comportamento de valores signi-
ficativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou 
outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências 
atípicas.
11.2.6.3 – Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve veri-
ficar a existência, efetividade e continuidade dos controles internos.
11.2.6.4 – Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve obje-
tivar as seguintes conclusões:
 2 existência – se o componente patrimonial existe em certa data;
 2 direitos e obrigações – se efetivamente existentes em certa data;
 2 ocorrência – se a transação de fato ocorreu;
 2 abrangência – se todas as transações estão registradas; e
 2 mensuração, apresentação e divulgação – se os itens estão ava-
liados, divulgados, classificados e descritos de acordo com 
os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas 
Brasileiras de Contabilidade.
[...] a auditoria faz seu trabalho através de testes e raramente executa 
exames integrais. Quando a seleção de testes recomendar o exame 
de lançamentos contábeis, o auditor não se deve satisfazer com a 
simples verificação do lançamento, mas deve ir além, examinando 
detidamente o documento que justifica, ou deu origem, ao lança-
mento. Com a devida atenção, o auditor verificará se o documento é 
legítimo e autêntico; se se refere realmente à operação escriturada; se 
essa operação corresponde aos objetivos da empresa; se o documento 
está corretamente preenchido, inclusive quanto a datas, destinatários, 
cálculos e outros dados intrínsecos. Verificará se o lançamento tem 
a correspondente contrapartida e se esta é adequada. (FRANCO; 
MARRA, 1991, p. 235)
Quanto à obtenção das informações necessárias à auditoria, observa-se 
que as fontes externas tendem a fornecer informações mais confiáveis do que 
as obtidas na entidade auditada.
De qualquer forma deve-se buscar informações sobre a empresa através 
de fontes internas e externas, entrevistando pessoas que conheçam as ativi-
dades da empresa auditada, a fim de se compreender o funcionamento dos 
Auditoria e Perícia Contábil 
– 48 –
processos descritos nos manuais da empresa. As fontes a serem pesquisadas 
internamente podem ser desde empregados operacionais até os gestores da 
empresa. Já as fontes externas podem ser clientes, fornecedores, bancos etc. 
O nome utilizado no processo de investigação e confirmação das informações 
externas é circularização.
A circularização é o procedimento técnico através do qual se expede 
cartas dirigidas a pessoas ou empresas que conheçam as atividades da empresa 
que está sendo auditada. Essa correspondência tem a finalidade de confirmar 
ou não ao auditor a situação pesquisada, em resumo é a confirmação formal, 
por terceiros não ligados a auditada, de fatos gerados na empresa. A informa-
ção proveniente dessa fonte provavelmente será mais confiável, pois é isenta 
de qualquer interesse ou protecionismo.
3.3.2 Pedido de confirmação
O pedido de confirmação é uma forma de o auditor validar as informa-
ções obtidas da auditada. Pode ser dividido em positivo ou negativo.
O pedido de confirmação positivo ocorre quando o auditor pede a tercei-
ros que respondam à solicitação confirmando ou não a informação enviada. 
O pedido de confirmação pode ser branco ou preto.
 2 branco – quando os valores e os saldos a serem confirmados não são 
indicados na solicitação;
 2 preto – quando são indicados os valores e os saldos, em determi-
nada data, a serem confirmados na solicitação.
Já no pedido de confirmação negativo, entende-se que não havendo res-
posta por parte da pessoa a quem a confirmação foi solicitada, houve concor-
dância em relação aos valores e saldos pesquisados. Esse procedimento é mais

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