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CONTESTAÇÃO MODELO preliminares pen drive

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ..ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU (SP):
 
 
 
 
 
AUTOS Nº .........
 
                    GLORIA PIRES DA SILVA, já qualificada no feito em epígrafe, de AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE COMODATO que lhe move RAUL CORTEZ DO CARMO, também já qualificado, por seu advogado, que ao final subscreve, vem, respeitosamente, à Vossa Excelência, oferecer CONTESTAÇÃO à petição inicial e documentos (fls. x a x/evento n. xxx), expondo e requerendo o quanto segue:
 
             Breve resumo da exordial:
 
                    Alega, o autor, ser proprietário do imóvel a que se refere na inicial, o qual teria cedido à ré a título de comodato por meio de contrato de verbal, e que, ao tê-lo requerido de volta, não foi atendido, pelo que aforou a presente demanda, para reintegrar-se na posse do mesmo.
 
                    Ao final, o autor requer a rescisão do contrato de comodato e o recebimento de aluguéis do período em que o imóvel foi utilizado.
 
 
 PRELIMINARMENTE:
 
Da inépcia da inicial:
 
                    Em suas próprias alegações, às fls. xx da inicial, o autor admite, expressamente, que “[...] através de contrato verbal cedeu à requerida em comodato gratuito...” (redundância) o imóvel por si mencionado.
 
                    Adiante, ao discriminar os pedidos, na alínea “b”, requer o “[...] pagamento dos lucros cessantes (alugueres), do período que a Ré utilizou o imóvel...”.
 
                    Verifica-se, pois, evidentemente, a imensa contradição na qual incorreu o autor, pois se o contrato alegado era de comodato não há como se cobrar aluguéis do período em que o imóvel foi utilizado.
 
 
Neste sentido, a Ré requer, com fundamento nos artigos 267, I e 295, I, parágrafo único, II e IV, seja extinto o processo sem resolução de mérito.
 
 
Da carência de ação por falta de interesse de agir:
 
                    Na teoria processual, como é sabido, figura, dentre as condições da ação, o interesse de agir da parte, o qual se divide no “interesse-necessidade” e “interesse-adequação"[1], aquele relativo à necessidade daquela de se socorrer ao Poder Judiciário, esse à exata adequação e utilidade do processo, a fim de que o mesmo lhe proporcione um provimento útil, ou seja, que tenha um resultado útil, prático, exatamente o que não se verifica no caso em tela.
 
 
                    O professor Gelson Amaro de Souza, discorrendo sobre o assunto, lembra que “Para que haja interesse de agir é necessário que o autor formule uma pretensão adequada à satisfação do interesse contido no direito subjetivo material”[2] (grifamos).
 
                    No mesmo sentido ensinam os mestres Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery:
 
                    “...Existe interesse processual quando a parte tem necessidade de ir a juízo para alcançar a tutela pretendida e, ainda, quando essa tutela jurisdicional pode trazer-lhe alguma utilidade do ponto de vista prático. Movendo a ação errada ou utilizando-se do procedimento incorreto, o provimento jurisdicional não lhe será útil, razão pela qual a inadequação processual acarreta a inexistência de interesse processual...”(grifamos).[3]
 
 
                    Pois bem, no caso ora em exame, como se verifica dos documentos anexos (docs. xx a xx), trata-se, a ré, de firma individual – empresária individual, de propriedade da Sra. .........
 
 
                    Reconhece-se que, pela “declaração de firma individual” juntada às fls. 24 que o endereço da sede da empresa seja o mencionado pelo autor; ocorre que, em verdade, existem três fatos relevantes para a configuração da ora argüida carência que foram omitidos pelo autor da presente, os quais são expostos a seguir.
 
 
                    Inobstante conste dos documentos de fls. xx e xx a atividade empresarial de comércio da ré, efetivamente, em virtude do outro fato que se exporá adiante, essa, jamais, ou no mínimo, longe de configurar atividade preponderante, comercializou produtos no estabelecimento.
  
 
                    O outro fato, esse sim cabal para a falta de interesse de agir, é que a proprietária da ré, juntamente com o filho do autor, do qual é separada judicialmente, ainda possui com aquele uma sociedade limitada de prestação de serviços de odontologia, que, além de estar em plena atividade, ocupa, ou seja, possui sede no endereço mencionado pelo autor, no mesmo imóvel do qual pretende reintegrar a posse.
 
 
               Referido sócio, e aqui se ressalta a omissão, é o Sr. ................, o mesmo que informou ao Oficial de Justiça (fls. 25), ou melhor, omitiu, que no mesmo local, no mesmo prédio, também está estabelecida e funciona sua sociedade empresarial limitada com a proprietária da ré (contrato social anexo).
 
 
              O fato derradeiro é que, muito embora a ré tenha na declaração seu endereço constante em uma única sala – 01 – todo o imóvel pertence ao autor, genitor do sócio da representante da ré, o que levou ambos a, inobstante esteja somente em nome dessa última, firmarem de fato uma sociedade com o citado objeto social, que, tendo em vista a completude dos objetivos (comercialização de produtos odontológicos com prestação de serviços odontológicos – atuam dentistas que pagam pela utilização do estabelecimento), comprova que a mesma favorece a ambos, inclusive porque os empregados da sociedade foram e estão registrados em nome da ré.
 
 
                     Em virtude de ser, então, a prestação de serviços odontológicos a única atividade exercida no local, por ambos por meio da sociedade ................., e, sobretudo, pelo fato de a sociedade ocupar o imóvel que se pretende desocupar, é que o objeto social constante da declaração de firma individual jamais foi realizado.
 
                    Assim, ainda que se acolha o pedido do autor, de rescisão contratual, continuarão a ré e sua representante a ocupar o imóvel em razão da sociedade que possui com o filho do autor, a qual também utiliza a sala, ou seja, o provimento prático pretendido por esse, que é a saída da mesma, não será alcançado, não lhe sendo então, útil.
 
                    Portanto, requer-se a Vossa Excelência que se digne a, com fulcro no artigo 267, I e VI, e 295, III, do Código de Processo Civil, extinguir o presente processo sem resolução de mérito.
 
 
 DO MÉRITO:
 
 
                O Código Civil disciplina o comodato no artigo 581 do Código Civil:
     
        “Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado” (grifamos).
 
                 
                 Quanto aos aluguéis, MM., muito embora tenha sido objeto da preliminar já arguida em tópico próprio, caso essa não seja acolhida, razão não assistirá ao autor em pretender a cobrança, visto...
 
 DO PEDIDO:
 
                    Ante ao exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a acolher as presentes alegações, para o fim de:
 
                     a) reconhecer as preliminares argüidas, decretando a extinção do presente processo sem resolução de mérito com fulcro nos dispositivos acima citados;
  
                    b) caso não sejam acolhidas as preliminares argüidas, julgar totalmente improcedentes os pedidos formulados pelo autor;
 
  c) permitir provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a juntada de documentos, testemunhas a serem arroladas no prazo legal e depoimento pessoal do autor, o que já se requer;
 
                    d) condenar o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;
 
                    e) conceder à ré os benefícios da assistência judiciária gratuita, por se tratar a mesma de firma individual daqual sua proprietária não possui condições financeiras de arcar com os custos da presente ação sem privar a si e sua família dos recursos suficientes à sua manutenção, caracterizando-se como necessitada nos termos do artigo 2º, parágrafo único da Lei nº 1.060/50, e
 
                    f) determinar que todas as intimações sejam publicadas em nome do advogado ..............
 
                    Termos em que,
                    Pede e espera deferimento.
 
                    Bauru(SP), 05/05/2008
 
 
                     ________________________________
                         OAB nº .......
 
[1] Alexandre Freitas Câmara in Lições de Direito Processual Civil, vol. I, 15ª edição, p. 130, ed. Lúmen Juris.
[2] Gelson Amaro de Souza in Curso de Direito Processual Civil, ed. Data Júris, 2ª edição, 1998, pág. 47.
[3] Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery in Código de Processo Civil Comentado, ed. RT, 6ª edição, 2002, pág. 594.

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