Buscar

Modelo de Replica à Contestacao Emprestimo Consignado Fraude

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA $[processo_vara] VARA DA COMARCA DE $[processo_comarca] - $[processo_uf]
 
 
 
 
 
Réplica à Contestação
PROCESSO nº $[processo_numero_cnj]
 
 
 
 
 
$[parte_autor_nome_completo], já qualificada nos autos do processo em epígrafe, que move em face do BANCO $[parte_reu_razao_social], igualmente qualificado, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por sua procuradora signatária, apresentar
 
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
 
1. INTROITO
 
De início, ressalta-se que não é a primeira vez que a autora é vítima de fraude em contrato. Conforme a ação nº $[processo_numero_cnj], a requerente foi alvo de situação parecida em contratação de cartão de crédito mediante fraude (na mesma época da fraude ora questionada), reconhecida pelo réu. A ação tramita neste Juizado Especial Cível, tendo sido homologado acordo no dia 04/03/2021, estando aguardando encerramento de prazo para arquivamento definitivo.
 
No presente caso, ao sacar seu benefício previdenciário em novembro/2020, a requerente foi surpreendida com um depósito no importe de R$ 14.378,82 (quatorze mil, trezentos e setenta e oito reais e oitenta e dois centavos). A autora foi buscar informações junto ao gerente do banco $[geral_informacao_generica], quando o mesmo informou que tal valor foi oriundo de um empréstimo (Contrato Consignado nº $[geral_informacao_generica]).  
 
A autora em momento algum retirou o dinheiro, pessoa honesta que é, percebeu que algo estranho estava ocorrendo, pois jamais solicitou tal empréstimo, inclusive tentou estornar o valor depositado, mas informada que o contrato era oriundo do banco contestante ($[parte_reu_razao_social]).
 
Sem conseguir êxito pelo viés administrativo ajuizou a presente ação.
 
A autora jamais contratou o empréstimo serviço e os dados divergem dos seus, só podendo presumir que o mencionado contrato foi firmado mediante fraude. 
 
2. DA SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO
 
O contestante apresentou contestação, impugnando de maneira genérica, limitando-se a apresentar uma xérox de suposto contrato, contudo, com uma assinatura totalmente diferente da assinatura da autora. 
 
Ora, não obstante a inversão do ônus da prova promovida pelo Juízo, o demandado não demonstrou nos autos satisfatoriamente fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora. Conforme já dito, a impugnação da empresa ré foi realizada de maneira, no mínimo, estranha. 
 
“Nota-se, basicamente, aquela repetida argumentação de que a vítima da fraude efetivamente realizou o negócio jurídico e que deve se responsabilizar pelas obrigações delas advindas”.
 
2.1 preliminar alegada de PRESCRIÇÃO
 
O promovido sustenta a prejudicial de mérito da prescrição. Conduto o fato gerador – empréstimo indevido – ocorreu em novembro de 2020, quando então foi proposta a demanda, e a prescrição é quinquenal. Assim, a presente pretensão autoral não está prescrita em razão do disposto no art. 27, da Lei 8.078/90, in verbis:
 
APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.AÇÃODECLARATÓRIADENULIDADECUMULADACOMINDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EXTINÇÃO DO PROCESSO. PRESCRIÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL, A TEOR DO ART. 27, CDC. ÚLTIMO DESCONTO REALIZADO HÁ MENOS DE CINCO ANOS DO AJUIZAMENTO DA DEMANDA. PRECEDENTES. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA CASSADA. CAUSA MADURA. JULGAMENTO DE MÉRITO PELO TRIBUNAL. ART. 1.013, §4º, DO CPC. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO EM FOLHA DE PAGAMENTO. RELAÇÃO DECONSUMO. (...) Relator (a): DURVAL AIRES FILHO; Comarca: Catarina; Órgão julgador: Vara Única da Comarca de Catarina; Data do julgamento: 12/05/2020; Datade registro: 13/05/2020). Grifei.
 
Portanto, deve ser rejeitada a prejudicial levantada.
 
2.2 do resumo da DEFESA
 
De forma sucinta, a demandada alega:
 
1. Prescrição:  não há de se falar em prescrição, posto  esta ser quinquenal e a ação ter sido proposta no mês de novembro/2020 (data do fato);
 
2. Ausência de pretensão resistida: a inércia dos órgãos administrativos dão guarida para que o autor(a) busque através do Judiciário resolver questão que fere seus bens jurídicos tutelados. A falta de comprovação da recusa administrativa não descaracteriza o interesse de agir, uma vez que não há norma jurídica que obrigue a parte autora a encetar pedido na esfera administrativa para, tão somente após, ajuizar a ação judicial. Ademais, a ausência de requerimento administrativo não serve de óbice ao ajuizamento da ação judicial, por força do disposto no artigo 5º, inciso XXXV da Constituição da República;
 
3. Regularidade na contratação: a autora JAMAIS negociou com o banco contestante, que insiste em apresentar um contrato viciado, com assinatura grosseiramente falsificada como será demonstrado a seguir;   
 
4. A parte autora se beneficiou do empréstimo: NÃO é verdade. A parte autora, ao contrário, tentou estornar junto ao banco Bradesco, porém informada de que o empréstimo se deu no banco contestante e somente com este poderia resolver (vide documentos anexos);
 
5. Demora no ajuizamento da ação: não houve mora, pois tão logo descobriu a existência do empréstimo, a autora já buscou todos os meios adequados ao cancelamento do empréstimo e ressarcimento dos danos lhes causados;
 
6. Litigância de má-fé: a autora não litiga de má-fé. Ao contrário, os atos perpetrados pelo contestante são suficientes para comprovar a lesão imposta à autora. Ademais, a autora sofreu constrangimentos e lesão patrimonial já demonstrada;
 
7. Ausência de dano moral: de maneira insidiosa o contestante se apoderou dos dados da autora para realizar empréstimo em seu nome com cobranças abusivas. O dano moral decorre do desrespeito do contestante face ao direito de imagem da autora;
 
8. Não cabimento do ônus da prova: O CDC permite a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, sempre que for hipossuficiente ou verossímil sua alegação. Trata-se de aplicação do princípio constitucional da isonomia, pois o consumidor, como parte reconhecidamente mais fraca e vulnerável na relação de consumo (CDC 4º, I), tem de ser tratado de forma diferente, a fim de que seja alcançada a igualdade real entre os participes da relação de consumo. Conforme previsto no CDC, o ônus da prova é perfeitamente cabível no caso dos autos, pois trata-se de um banco de grande porte, com acesso ao benefício da autora e seus dados. Não seria prudente esperar que a autora adentrasse aos sistemas dessa instituição bancária para conseguir as provas necessárias a sua inocência. Verdadeiro absurdo!
 
2.3 Da existência do suposto contrato
 
Conforme já explicitado, a ilegalidade e consequente nulidade da conduta do banco contestante ao efetivar empréstimo em nome da autora é latente. 
 
Temos violada a regra geral de formação dos contratos, prevista no art. 104 e ss. do Código Civil. Não houve qualquer precaução do Banco ao realizar contrato e prestação de serviço não solicitado. A instituição financeira sequer adotou as devidas cautelas para analisar uma possível documentação fornecida para a contratação do empréstimo, agindo de forma imprudente, senão negligente. 
 
Não vem dos tempos hodiernos as táticas as instituições bancárias para angariar cada vez mais lucros, em detrimento dos consumidores. 
 
Para o caso vertente, mesmo que o elemento volitivo nos contratos não seja fato novo, mister se faz tecer aqui alguns esclarecimentos. Carece o contrato em liça de manifestação expressa da vontade, uma vez que, a parte demandante jamais pactuou o contrato ora impugnado.
 
A vontade é, sem permeio de dúvida, o mais importante elemento constitutivo de um contrato, eis que se trata, antes de mais nada, de um ato bilateral na conformidade dos ensinamentos do ilustre doutrinador Arnoldo Wald : 
 
“O contrato é um ato jurídico bilateral, pois depende de no mínimo duas declarações de vontade, visando criar, modificar ou extinguir obrigações (direitos relativos de conteúdo patrimonial).” 
 
Da mesma forma, MariaHelena Diniz : 
 
“...todo contrato requer o acordo de vontades das partes contratantes ou o consentimento, que não constitui somente um requisito de validade, mas também um pressuposto de sua existência...” 
 
No caso in concreto, tal elemento – a vontade – não se mostra, vez que, como já salientado, a autora em momento algum de sua vida teve qualquer intenção de realizar um contrato com a empresa promovida, e tanto é verdade que a requerente NÃO SE BENEFICOU DOS VALORES DEPOSITADOS EM SUA CONTA sendo, portanto, nula de pleno direito qualquer disposição obrigacional neste sentido.
 
3. RAZÕES DA IMPROCEDÊNCIA DOS ARGUMENTOS
A. Da litigância de Má-fé
 
O requerido alega que a requerente interpôs a ação com o intuito de obter vantagens indevidas, buscando enriquecer às custas de alegações infundadas, afirmando que não celebrou contrato, embora este seja válido. As alegações do requerido não devem prosperar, uma vez que já restou demonstrado na peça inicial, bem como nos documentos acostados, que autora em nenhum momento celebrou qualquer contrato com o requerido, somente tendo ciência do suposto contrato quando percebeu valor excedente em seu benefício. 
 
Assim, flagrante é a ilegalidade do contrato do cartão de empréstimo em questão, que evidencia a má-fé e a má prestação do requerido, ao impor indevidamente empréstimo consignado. Não há em que se falar em litigância de má-fé da parte autora, visto que evidente a lesão ao direito da requerente.
 
B. Do negócio jurídico
 
O contestante alega que a autora celebrou contrato e este foi supostamente  firmado pela autora. 
 
Ora Excelência, o requerido utiliza-se de argumentos protelatórios que não devem prosperar por não ter nenhum fundamento jurídico que os sustente. Já foi demonstrado que a requerente em nenhum momento celebrou qualquer contrato de empréstimo consignado. 
 
O réu traz à baila argumentos meramente protelatórios, já que não trouxe nenhum fato novo que modifique, extingue ou impeça direito constitutivo da autora, já devidamente comprovado.
 
C. Do depósito em conta
 
Urge ressaltar que a autora não se beneficiou dos valores do empréstimo fraudulento, conforme faz prova o depósito no valor de R$ 14.378,82 (quatorze mil, trezentos e setenta e oito reais e oitenta e dois centavos) que nunca foi sacado, estando na agência do banco Bradesco até a presente data. O comprovante juntado à fl. 12, faz prova:
$[geral_informacao_generica]
 
 Com inverdades o contestante afirma que a autora se apropriou dos valores, no intuito de validar a conduta criminosa da fraude.
 
D. Dos documentos 
 
Quanto à documentação apresentada, o réu alega que o documento de identidade apresentada na inicial é a mesma que foi apresentada no momento da contratação do suposto empréstimo, não restando dúvida que a parte autora contratou o negócio, visto que os documentos são de uso pessoal e somente a requerente tem acesso aos mesmos. 
 
O fato do documento pessoal ser o mesmo não comprova que a autora celebrou o contrato, visto que alguém possa ter utilizado indevidamente os documentos da requerente, constituído fraude – o que não exime a responsabilidade do requerido, que tem o dever de fazer uma checagem correta dos documentos do momento de qualquer contratação. 
 
Além disso, tal argumento em nada contradiz o direito autoral, uma vez que o requerido tem acesso aos documentos, por tê-lo em seus sistemas e registros internos, e que por algum erro acabou por imputar a contratação do empréstimo no nome da autora, o que ocasionou toda essa situação constrangedora. Já restou demonstrada que a requerente somente teve conhecimento da existência do empréstimo consignado, quando, percebeu um valor excedente em sua conta. Tendo ido junto ao INSS e soube que se tratava de um consignado do requerido, ao qual nunca fora solicitado ou contratado.
 
Ou seja, qualquer das situações citadas acima, somente demonstra falha no sistema do requerido, que tem o dever de se atentar a detalhes no momento da contratação, para evitar esse tipo de situação, esse tipo de demanda. 
 
Ressalte-se ainda, Excelência que é bastante comum a prática de juntada de documentos dissonantes, pela parte demandada. Tal manejo tem a pretensão de afastar a referida, a fim de esquivar a demandada de responder com os danos advindos de sua conduta ilícita. Geralmente isso se dá em razão das instituições financeiras otimizarem suas metas em operação por cartão de créditos. 
 
Além das informações constantes no extrato previdenciário e do Boletim de Ocorrência registrado pela autora, que contraria por inteiro o alegado pela parte requerida, pugna-se ainda as imagens dos documentos que contém a suposta assinatura da autora.
 
Vossa Excelência, é visível que tais subscrições apresentam extrema semelhança com a figurada no documento de RG da autora, tanto em forma como em tamanho. Para melhor compreensão, vejamos as assinaturas dos documentos:
 
• Procuração (fl. 09).
 
$[geral_informacao_generica]
 
• Assinatura no RG (fl. 10). 
 
$[geral_informacao_generica]
 
• Agora, note-se a diferença GRITANTE na assinatura do suposto contrato.
 
$[geral_informacao_generica]
 
Não é preciso ser um expert em grafologia para ver o quanto se difere (o traçado mais suave, de alguém que tem melhor coordenação motora que a autora que é idosa). Além do mais, a autora jamais assinou o pingo no “i” com o desenho de uma “bolinha”. Falsificação totalmente grosseira!
 
De acordo com princípios grafotécnicos , o gesto gráfico original repousa na influência imediata do cérebro, de maneira que a forma não é modificada por quem escreve sofrendo apenas adaptação à maneira própria, quanto ao papel, à tinta e ao espaço. Numa simples análise, é possível perceber que na primeira assinatura a autora escreve com um pouco de dificuldade, que segue a mesma caligrafia da segunda imagem. 
 
Contudo, a assinatura do contrato apresentado pelo contestante diverge totalmente do padrão de assinatura da autora.
 
Portanto, não há indício algum de originalidade da caligrafia. A única assinatura do suposto contrato é cópia muito mal feita do RG da autora. Inclusive com uma “bolinha” para imitar o pingo no “i”. Certamente a “bolinha” foi desenhada porque o falsante não conseguiu visualizar direito a cópia da identidade, e é aí que se conclui como o estelionatário deixou a pista principal de sua conduta ilícita. 
 
 Isso se dá porque o(a) escritor(a) quando realiza cópia, o ato de escrever se torna particularmente difícil, não conseguindo traçar institivamente as formas de letras. Perceptível é a incompatibilidade entre a assinatura da cédula de identidade da requerente e a assinatura aposta no contrato apresentado pela requerida; o que, em todo e em parte, revela a existência de contratos fraudulentos, ao passo que a parte autora foi vítima do ato ilícito. 
 
Além disso, os documentos acostados têm errado o endereço da autora; não há testemunhas; não se sabe quem fez, e simplesmente foi apresentado irresponsavelmente pelo banco contestante! 
 
Todo o arcabouço legal demonstra cabalmente que a autora não tem usufruído do contrato. As faturas não apresentam o uso do saldo disponibilizado! 
 
Logo, no presente caso, verifica-se a existência de contratos fraudulentos, ao passo em que a requerente foi vítima de um ilícito; e, portanto, encontra-se amparada em pleno direito pelos ditames do artigo 167 do Código Civil para que o Poder Judiciário o declare nulo: 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira. Grifei.
 
Constata-se que a autora nunca realizou qualquer contrato com a empresa requerida, nem mesmo possui tal interesse. Portanto, mostra-se de inteira justiça queo contrato firmado de forma FRAUDULENTA seja ANULADO, não sendo a autora penalizada por algo que não deu causa. As alegações trazidas são meramente protelatórias, não devendo prosperar.
 
E. Do dano moral 
 
O requerido alega que a requerente não evidenciou qualquer dano, prejuízo moral ou material, e que a requerente, pelo fato de ter celebrado o contrato, não teria direito algum.  
 
Ora Excelência, é evidente que todos os danos e prejuízos sofridos pela requerente, foram causados pelo requerido. A autora sofreu prejuízos materiais, face os descontos indevidos, diminuindo seu benefício previdenciário. De igual modo, amargou prejuízos morais, uma vez que a diminuição de sua renda causou-lhe aborrecimento e muita preocupação – além de ter seus dados e seu nome usado indevidamente para a concessão de um cartão de crédito consignado, que nunca fora solicitado. 
 
A requerente sente receio que futuramente o requerido ou qualquer outra instituição financeira recorra a mesma prática abusiva de imputar indevidamente contratos de serviços em seu nome, o que demonstra ser corriqueiro. A requerente provou seu direito constitutivo, através de documentos anexados nos autos, logo não há em que falar em alegações esparsas sem comprovação. 
 
No mesmo sentido gira em torno da não inscrição nos cadastros de restrição de crédito. A requerente não se encontra inadimplente, visto que ela não pagou o total da suposta fatura e o requerido, vem descontando mensalmente o valor mínimo, que em tese só causa o aumento da dívida, mas não seu inadimplemento. 
 
Contudo, mesmo não havendo a inscrição no cadastro de restrição de crédito, isso não afasta a incidência de dano moral, já que a cobrança e os descontos indevidos configuram o dano. Não há em que se falar em não ocorrência de dano, visto que é notório e já restou demonstrado que se não fosse a conduta abusiva do requerido, a autora não teria sofrido nenhum dano.
 
 Foi devido a conduta do requerido que a autora está pagando uma prestação que não solicitou, não tendo celebrado ou utilizado qualquer serviço prestado pelo requerido. Logo o requerido é responsável por todos os danos sofridos pela requerente, tendo obrigação de indenizar a requerente por esses danos. 
 
É importante lembrar que a jurisprudência dos tribunais pátrios em sede do Juizado Especial Cível  já especifica que em possibilidade de ocorrência de fraude com assinatura grosseira em contrato, cabe indenização. Senão vejamos:
 
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZATÓRIA. AUTOR QUE NEGA A CONTRATAÇÃO E AUTENTICIDADE DA ASSINATURA APOSTA NO CONTRATO APRESENTADO PELA RÉ. REVELIA. DESNECESSIDADE DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA. FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA. DANOS MORAIS (...). Embora o banco tenha anexado aos autos o suposto contrato entabulado entre as partes (fl. 66) é visível, sem a necessidade de perícia técnica, a divergência da assinatura constante no contrato com aquela aposta nos documentos juntados pelo autor (fls. 83-89). Dessa forma, não comprovada a relação contratual entre as partes, tem-se que o débito em nome do autor é indevido, assim como a inscrição negativa em órgão de restrição ao crédito, cabendo à parte requerida o dever de indenizar. A privação creditícia injustificada é elemento que transcende o mero dissabor, sendo na realidade ofensa à esfera personalíssima do requerente. Trata-se de dano moral in re ipsa, que prescinde de comprovação do efetivo prejuízo. Tocante ao quantum indenizatório, arbitrado em R$ 9.650,00, não comporta redução porque que não destoa dos parâmetros desta turma em julgado análogos, observando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.... Diante do exposto, não merece reforma a sentença atacada. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71007547862, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da Silva, Julgado em 16/05/2018).
(TJ-RS - Recurso Cível: 71007547862 RS, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da Silva, Data de Julgamento: 16/05/2018, Segunda Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 18/05/2018) Grifei.
 
Dessa forma, há ocorrência de dano, devendo os pedidos serem julgados procedentes, condenando o requerido ao pagamento de indenização a requerente por danos morais que restaram comprovados.
 
F. Do quantum indenizatório 
 
O dano moral deve corresponder à extensão da lesão, a culpa do requerido e as condições da parte, sempre analisando a realidade dos fatos, bem como sua consonância com os fundamentos jurídicos. No caso em tela, já restou comprovado o dano, bem como, sua extensão. 
 
Já é pacífico o entendimento na jurisprudência pátria, de que a situação ora descrita constitui prática comercial abusiva e, portanto, indenizável, conforme podemos notar da redação do enunciado da súmula 479, do STJ.
 
Súmula 479/STJ - As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 
 
Nesse sentido, a jurisprudência pátria: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM PEDIDO INDENIZATÓRIO. CONTRATOS DE EMPRÉSTIMOS NÃO CELEBRADOS PELO AUTOR. FRAUDE. FORTUITO INTERNO. 1. Resulta do conjunto probatório que os negócios jurídicos aqui questionados não foram celebrados pela parte autora. 2. Entendimento já sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça no sentido de que as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 3. Dano moral configurado. Verba indenizatória compatível com os danos causados. 4. Restituição dos valores indevidamente descontados que deve ocorrer na forma simples, por se tratar de engano justificável e restar ausente a má-fé da instituição financeira. 5. Fixação da verba honorária em seu grau máximo que não se encontra em alinho às disposições legais. Redução que se impõe. 6. Parcial provimento do recurso.
(TJ-RJ - APL: 00339122320188190205, Relator: Des(a). TEREZA CRISTINA SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO, Data de Julgamento: 16/09/2020, VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 21/09/2020)
 
Tal entendimento também encontra guarida em previsão expressa da lei, que enquadra a conduta da instituição Ré como prática abusiva no art. 39, III do Código de Defesa do Consumidor quando dispõe da seguinte forma: 
 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (…) III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço.
 Grifei.
 
A garantia da reparabilidade é absolutamente pacífica tanto na doutrina quanto na jurisprudência. 
 
O dano moral tem caráter compensatório. Contudo, deve levar em consideração seu caráter pedagógico, com o fito de que o requerido não continue a praticar a conduta lesiva. O valor dos danos morais pleiteados em R$ 30.000,00 (trinta mil reais) não podem ser considerados como exorbitantes ou fora dos princípios constitucionais, até porque é o dobro do dinheiro cobrado no empréstimo indevido. Portanto, o valor encontra-se razoável e abrange todos os requisitos e princípios do dano moral, sem causar enriquecimento da requerente. 
 
O que se requer é a compensação, ainda que minimamente dos danos suportados pela requerente. Já ficou demonstrado que o requerido é o responsável por todo os danos sofridos pela requerente, devendo haver a devida indenização.
 
Nessa perspectiva, o quantum indenizatório corresponde à compensação do dano suportado, estando dentro dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
 
4. DOS REQUERIMENTOS FINAIS
 
Ao fim e ao cabo, tem-se que os argumentos apresentados pelo requerido são meramente protelatórios, visto que restou caracterizado o ato ilícito, estando comprovado os danos morais.
 
Por todo o exposto, é a presenteMANIFESTAÇÃO À CONTESTAÇÃO para exorar a Vossa Excelência que se digne em julgar totalmente procedente os pedidos pleiteados pelas razões de fato e de direito esposadas na peça exordial. 
 
Termos em que, pede deferimento.
 
 
$[advogado_cidade], $[geral_data_extenso].
 
$[advogado_assinatura].

Continue navegando