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PSICOMOTRICIDADE

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A PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Lívia Da Silva Santos Dias�
RESUMO: O artigo apresenta a relação entre a psicomotricidade contextualizando sobre determinados conceitos e seus benefícios para a educação infantil, enfatizando a reeducação e a terapia psicomotora como principais fontes na correção de distúrbios motores em crianças, baseia-se em autores especializados em psicomotricidade e artigos científicos, buscando demonstrar os fatores que influenciam na psicomotricidade correlacionando com a educação infantil. No ambiente escolar é de suma importância ter profissionais especializados para que o ensino e o desenvolvimento infantil não sejam prejudicados, devido a esse fator o artigo demonstra que com um ensino preventivo e uma prática pedagógica eficaz é possível prevenir e evitar distúrbios tanto psíquicos, cognitivos e motores através de ferramentas que a psicomotricidade oferece, determinando que quanto antes for diagnosticado distúrbios na motricidade ou no fator comportamental, mas oportunidades a criança terá para se reabilitar, os métodos utilizados na reeducação ou na terapia psicomotora são fundamentais para a recuperação de distúrbios na psicomotricidade infantil, para essa rápida percepção os professores e pais dos alunos devem trabalhar em conjunto, pois distúrbios psicomotores afetam o desenvolvimento infantil que terá consequências em outras fases da sua vida podendo ter que recorrer a esses métodos na fase adulta ou na velhice, sendo que poderia ser resolvido quando criança. Por diversos fatores o trabalho em psicomotricidade na educação infantil se faz necessária, pois auxilia o pleno desenvolvimento e aprendizado da criança. 
PALAVRAS-CHAVE: Psicomotricidade; Reeducação psicomotora; Desenvolvimento Infantil.
	
1 INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo demonstrar a importância da psicomotricidade na educação infantil, iniciando com a definição do termo psicomotricidade e pontuando a relação de professores, família e o ambiente em que o aluno está inserido. Cada vez mais se torna importante que o ambiente escolar tenha profissionais preparados para a recepção da diversidade de alunos e suas especificidades, pois uma estrutura escolar pedagogicamente preparada alcança resultados incontáveis tanto na prevenção de distúrbios quanto para o desenvolvimento pleno infantil. Para tais informações foram utilizados pesquisas bibliográficas, meios digitais e artigos científicos, com o intuito de demonstrar o quanto a prática psicomotora pode agir para a melhoria cognitiva, motora, comportamental e na inclusão social. Nota-se que a reeducação e terapia psicomotora aparecem como um meio de intervenção para solucionar problemas advindos de uma educação infantil errônea ou por distúrbios apresentados pelos alunos que deviam ser rastreados e percebidos enquanto crianças.
2 A PSICOMOTRICIDADE
 A filogênese do termo psicomotricidade passou por diversas variações, mas todo conceito empregado, relaciona-se com corpo, movimento, esquema corporal, lateralidade, psíquico, motricidade, cognição, afetividade, equilíbrio, desenvolvimento, aspectos biológicos e etc. Segundo Oliveira:
O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré em 1920, significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento. Desde 1909, ele já chamava a atenção de seus alunos sobre o equilíbrio motor, denominando o quadro de delibilidade motriz. Verificou que existia uma estreita relação entre as anomalias psicológicas e as anomalias motrizes, o que o levou a formular o termo psicomotricidade. (Oliveira, 1999, p. 28).
Conforme definição da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP): “É a ciência que tem como objetivo de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo”. Ao longo do tempo o homem foi passando por transformações que acarretou consequências no campo cognitivo, afetivo e motor, na sociedade antiga os meios de produção eram feitos de modo a utilizar o trabalho manual e comprometia o trabalhador com o produto produzido, criando até certo ponto um envolvimento com o produto, o trabalhador tinha que usar o raciocínio e a motricidade para a confecção de determinado produto, com a evolução industrial, o mercado expandindo e o sistema capitalista ganhando cada vez mais espaço, os meios de produção mudaram e com isso os trabalhadores também se transformam e o modo de produção passa a ser robotizado como mostrado no filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, e a educação volta-se para a tecnicista as crianças são educadas para o mercado de trabalho, com o mundo globalizado e disseminando a cada dia uma quantidade enorme de informação a tecnologia ganha um espaço considerável na sociedade, colocando novamente o trabalhador, meios de produção e o modo de educar em mutação constante, a educação volta-se para uma área capitalista. 
Atualmente as crianças são expostas a diversas tecnologias e consequentemente já refletem na postura corporal segundo pesquisa feita pelo “O Globo” problemas na coluna cervical aumentou em até 40% nos jovens devido ao uso de tecnologias, chamada pelo ortopedista Luiz Fernando Cocco como “Geração da cabeça baixa”, o que coloca em evidência a importância da psicomotricidade aliada á outras especialidades. Devido à constante mudança social a psicomotricidade se faz necessária em cada momento histórico e mudando as suas especificidades conforme a demanda de cada sociedade. O termo originou-se no século XIX derivada da neurologia e segundo a Associação Brasileira De Psicomotricidade:
“São distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. Portanto, o “esquema anátomo-clínico” que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra psicomotricidade, no ano de 1870.” (SBP-2010).
 A psicomotricidade é uma área muito abrangente e que origina diversos campos de estudo e desenvolvimento infantil através dela encontramos a estimulação, educação, reeducação e terapia psicomotora.
 A estimulação equivale há ativar a capacidade maturacional, ou seja, instigar através de estímulos o movimento e o psíquico buscando harmonizar os sentidos. Utilizado geralmente em recém nascidos e pré-escola. 
Segundo Bueno citada no livro de Daniel Vieira da Silva (2012, p.14):
Entende-se por estimulação psicomotora o processo que envolve contribuições para o desenvolvimento harmonioso da criança no começo da sua vida. Caracteriza-se por atividades que se preocupam e vão ao encontro das condições que o individuo apresenta, acima de tudo, na sua capacidade maturacional, procurando despertar o corpo e a atividade por meio de movimentos e jogos e buscando a harmonia constante. Estimulação quer dizer despertar, desabrochar o movimento. Dirigi-se prioritariamente a recém-natos e pré-escolares. Alguns autores referem-se á estimulação psicomotora como estimulação precoce, mas consideramos o termo errôneo, sendo mais sensato utilizarmos estimulação essencial. (BUENO, 1998, p.83).
 Sugestões de atividades para a estimulação motora:
Atividades de subir e descer escadas, para estimular o equilíbrio;
Jogos que estimulem a imaginação; Em um jardim convide a criança a imaginar um reino de fantasias colocando inanimação em objetos, utilize vassouras como cavalos, árvores como muralhas e etc...
Quebra cabeça de acordo com a idade;
Pinturas, com estimulo a cores e a motricidade;
Jogo com bolas; Incentive a criança para acertar algum alvo, chutar, ou lançar para alguém.
Andar em passos rápidos e devagar, estimula o movimento e espaço;
Recém nascidos, estimulações com a voz, como cantar músicas, conversar com a criança, passar tranqüilidade em atividades, incentivar a movimentação com objetos apropriados a idade da criança.
 Aeducação psicomotora acompanha todas as fases de desenvolvimento da educação infantil, é através dela que se previnem distúrbios corporais e comportamentais, pois trabalha o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional, evoluindo o indivíduo tanto social como individual, busca-se através da educação psicomotora alcançar o domínio corporal, o desenvolvimento sócio-afetivo, prevenção de problemas cognitivos, psíquicos, afetivos e inibições voluntárias. Segundo Bueno:
A consciência do corpo, o domínio do equilíbrio, o controle e mais tarde a eficácia das diversas coordenações gerais e segmentadas, a organização do esquema corporal, a orientação no espaço e, finalmente, melhores possibilidades de adaptação ao mundo exterior são os principais motivos da educação psicomotriz. (BUENO, 1998, p.84).
 
Sugestões de atividades:
Jogos e recreação;
Atividades cênicas;
Atividades em que estimule a criatividade, expressão e postura corporal;
Interação em grupo;
Estímulos musicais;
Atividades esportivas e etc.
Todas as sugestões supracitadas auxiliam no desenvolvimento comportamental, psíquico e motor da criança visando um pleno desenvolvimento; O objetivo é conscientizar o indivíduo sobre o seu próprio esquema corporal e incentivar o controle emocional em determinadas situações, como por exemplo, na prática de esportes ocorre a gestão emocional, onde o foco é controlar as emoções e almeja que se busque o autocontrole, disciplina e concentração, aprende-se a lidar com a derrota e a vitória, ou seja, frustração e felicidade, o que definirá as posturas que cada criança terá futuramente e permiti trabalhar para que todas as experiências sejam positivas e se tornem um aprendizado.
 A psicomotricidade sofre transformações em conformidade com a sociedade, devido a esse fator a análise e aplicação da psicomotricidade na educação sofrem alterações ao longo do tempo, pois sempre há que considerar o todo, ou seja, o mundo externo (contexto familiar, político, experiências individuais e coletivas e etc...) em relação ao interno de dentro das instituições escolares segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade:
“Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Associação Brasileira de Psicomotricidade).
 Na realidade a aprendizagem, a formação psicomotora infantil e a educação psicomotora sofrem influências sociais em conjunto com suas próprias experiências e descobertas individuais sobre o mundo, o que se estende a todas as etapas da vida do indivíduo, que inicia com o nascimento até a velhice. O que evidência a importância de uma maturação psicomotora, pois esse fator será importante e consequentemente refletirá no desempenho dessa criança quando adulto. Ainda segundo Vitor Fonseca:
A história da psicomotricidade, representada já um século de esforço de ação e de pensamento, a sua cientificidade na área da cibernética e da informática, vai-nos permitir certamente, ir mais longe da descrição das relações mútuas e recíprocas da convivência do corpo com o psíquico. Está intimidade filogenética e ontogenética representam o triunfo evolutivo da espécie humana, um longo passado de vários milhões de anos de conquistas psicomotoras. (FONSECA; 1988, p. 99).
 A reeducação psicomotora consiste em educar o indivíduo baseado nas suas limitações, dificuldades ou inadequações anteriores que não permitiu um aprendizado e ocasionou um déficit de aprendizado, portanto é feito uma abordagem a fim de buscar o elemento que causou a não educação psicomotora adequada e então se reeduca o indivíduo. Nessa etapa é fundamental a percepção e capacitação dos profissionais, pois dependerá deles observar as falhas apresentadas e desenvolver a melhor forma de saná-la, para atingir tal objetivo esse profissional deverá proporcionar um ambiente tranquilo e manter um equilíbrio psíquico, motor e cognitivo no educando. 
Segundo o art. 7º da lei francesa de 15/02/74 diz que a reeducação deve ser “neurológica em sua técnica, psicológica e psíquica em sua meta, destinada pela intermediação do corpo a atuar sobre funções mentais e psicológicas perturbadas tanto na criança como no adolescente ou no adulto”, Daniel Vieira da Silva diz: 
“É a ação desenvolvida em indivíduos com perturbações e distúrbios psicomotores. A reeducação psicomotora tem como objetivo retomar as vivências anteriores com falhas ou as fases de educação ultrapassadas inadequadamente. Em termos gerais, reeducar significa educar o que o indivíduo não assimilou adequadamente em etapas anteriores. Deve começar em tempo hábil em razão da instalação das condutas psicomotoras, diagnosticando as dificuldades a fim de traçar o programa de reeducação”. (SILVA; 2009 p.11).
Para a reeducação obter sucesso é necessário o acompanhamento de profissionais especializados, técnicas de aprendizagem e a utilização de jogos, recreação e atividades voltadas a sanar os problemas já rastreados e reabilitar a criança para que ela possa se desenvolver plenamente. 
Por outro lado, quando a reeducação não é suficiente e a criança não tem equilíbrio nenhum psíquico, cognitivo e afetivo, é adequado que seja feito uma terapia psicomotora a fim de harmonizar novamente o que está em desarmonia tanto no âmbito motor como no afetivo.
3 A REEDUCAÇÃO E A TERAPIA PSICOMOTORA NO ÂMBITO EDUCACIONAL
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (Lei 8.069/90, Artigo 205).
No âmbito educacional, as crianças, adolescentes, adultos, educadores, professores, os pais e os demais profissionais da educação são os responsáveis por fazer a aprendizagem e desenvolvimento acontecer, devido a isto se utiliza o tempo que é voltado para a vida escolar, didaticamente para o desenvolvimento e aprendizagem do aluno. 
O professor é visto erroneamente como o protagonista nessa fase de educação infantil, de fato ele é responsável por grande parte do progresso dos alunos, porém não é o protagonista sozinho, a escola é o lugar em que se deve manter uma parceria de professor, direção escolar e a família, levando em consideração a sociedade em que este aluno está inserido, principalmente na fase de desenvolvimento infantil, pois os pais devem ser precursores e participativos na vida escolar de seus filhos, deve-se ter um trabalho em conjunto, o que permite melhor percepção ao professor sobre determinadas dificuldades, especificidades comportamentais e ocorre o feedback do desenvolvimento do aluno para os pais, com o objetivo que os mesmos possam estar acompanhando as dificuldades encontradas pelos seus filhos, e se for o caso, encaminhamento para um outro profissional como: problemas na fala ou dicção (fonoaudiólogo),impedimentos na visão ao ler o quadro ou cartaz(oftalmologista),bloqueios psicomotores, erros de cognição(profissionais especializados em psicomotricidade) e etc... 
Todos esses elementos acompanhados de uma prática pedagógica eficaz serão benéficos para a criança por proporcionar o trabalho em conjunto e com isso permitirá um pleno desenvolvimento, onde será mais fácil determinar algum tipo de déficit na criança e prevenção de problemas futuros.
Não é qualquer escola nem qualquer prática pedagógica que proporcionará ao indivíduo a possibilidade de desenvolver funções psíquicas mais elaboradas. A perspectiva histórico-cultural aponta claramente que o impacto da escolarização dependerá da qualidade do trabalho realizado. Vygotsky evidencia que o ensino só é efetivo e eficaz quando se adianta ao desenvolvimento: a qualidade do trabalho pedagógico está, portanto, necessariamente associada à capacidade de promoção de avanços no desenvolvimentoproximal. (REGO, 2002, p.52).
Através de fatores psicotrônicos é possível determinar elementos comportamentais como a criança hipotônica e hipertônica. No comportamento hipotônico a criança tem mais autonomia e firmeza nos movimentos e consequentemente menos desgaste muscular o que reflete na criança socialmente, pois apresenta uma postura mais calma e sossegada, o que permite ao professor trabalhar através da psicomotricidade mais movimentos motores repetitivos com esse aluno, enquanto o comportamento hipertônico a criança que tem menos autonomia corporal, apresentando movimentos exagerados e excessivos e consequentemente afetando a postura social, pois tende a rejeição por parte das pessoas devida à exagerada produção motora, o que permite ao professor trabalhar atividades psicomotoras que exigem mais concentração e calma a fim de normalizar o comportamento excessivo, por outro lado crianças hipertônicas tendem a desenvolver melhor as atividades motoras devidas às múltiplas tentativas, é muito importante que o educador saiba determinar as limitações e evoluções dos seus alunos.
É fundamental rastrear o quanto antes as limitações, distúrbios psicomotores e o biótipo tanto físico, biológico e psíquico que as crianças apresentam na infância, pois as consequências de um não tratamento feito há tempo podem ser prejudiciais para outras etapas da vida dessa criança. A partir de docentes competentes e capazes de perceber algum distúrbio psicomotor, é necessário também que esses profissionais sejam capacitados e conheça os métodos utilizados para a melhora psicomotora, o que atualmente não é uma técnica abordada pelas escolas, que ainda em sua maioria encontra-se engessada em uma educação ultrapassada e tradicional. A reeducação psicomotora acontece no momento em que se descobre algum distúrbio que não foi desenvolvido corretamente.
“A reeducação psicomotora – como qualquer outra reeducação – deve começar o mais cedo possível: quando mais nova for à criança sob nossa responsabilidade, menos longa será a reeducação. É relativamente fácil fazer com que uma criança bem nova adquira as estruturas motoras ou intelectuais corretas; mas se a criança já assimilou esquemas errados, o reeducador deverá primeiro fazer com que os esqueça, antes de poder inculcar-lhe os esquemas corretos. A reeducação é urgente sobre tudo para os problemas afetivos. Quanto mais o tempo passa, mais a criança se bloqueia em um tipo de reações, sente-se mais angustiada, e as punições ou observações de seus conhecidos só agravam essa angústia. A reeducação ajudará a adotar um novo comportamento e, pouco a pouco, os que a cercam a verão de forma mais positiva.” (A. De Muer e L. Staes, 1991, p.23).
Os benefícios de um tratamento feito de forma eficaz e rápida sem permitir que esses distúrbios se tornem cada vez pior são visíveis, exemplos disto são os efeitos em crianças autistas, como abordado no artigo “Autismo uma abordagem psicomotora” de Laura Helena M. С. С. Kumamoto, em que a autora identifica no autismo a dificuldade da criança principalmente na educação infantil, entre equilibrar o mundo e o seu próprio “eu”, ou seja, a interação entre o corpo, mundo e objeto, dificuldades na fala, falta de estrutura sensorial, déficit entre linguagem verbal e não verbal dentre outros fatores. 
Através de um programa psicomotor, colocando a reeducação e a terapia como objetos de incluir o autista na sociedade trabalha-se através de músicas, jogos de movimento, brinquedos dentre outras atividades a socialização do autista e melhora em determinados quadros onde os movimentos corporais são excessivos e desconexos, dependendo do grau de autismo o trabalho motor é um determinante para que a criança possa ter domínio do seu esquema e imagem corporal associado ao ambiente social. 
A reeducação e a terapia psicomotora quase sempre têm integrado a um de seus métodos de reintegração infantil os jogos, as brincadeiras, a recreação e o lazer, pois todos são essenciais na recuperação psicomotora e desenvolvimento infantil, nota-se que na maioria deles exige raciocínio, interação social, criatividade, reflexos corporais, expressão, o trabalho psíquico e comportamental, por isso se faz necessário o acompanhamento de educadores, profissionais especializados na área e a família da criança. 
Segundo Bruner (1986) principais funções dos jogos são:
(1°) O jogo reduz a gravidade das conseqüências dos erros e fracassos. O jogo é uma atividade seria que não tem conseqüências frustrantes para a criança e uma atividade que justifica por si mesma e, por conseguinte, é um excelente meio de exploração que por si mesmo estimula. 
(2°) O jogo caracteriza-se por apresentar uma fraca conexão entre os meios e os fins. 
(3°) O jogo, apesar de ser variado, raramente é aleatório ou casual, antes pelo contrario, parece obedecer a um plano.
 (4°) O jogo é uma projeção da vida interior para o mundo, ao contrario da aprendizagem, mediante a qual o mundo exterior é interiorizado e passa a fazer parte da pessoa. 
(5°) O jogo diverte e diverte muito. Mesmo os obstáculos divertem as crianças, pois sem eles o jogo seria entediante. (Bonamigo e Kude, 1991)
No ambiente escolar os jogos também podem ser utilizados na recreação, mas de forma positiva como jogos cooperativos que servem para o estimulo da cooperação e união, nesses jogos não há ganhador ou perdedor, objetiva a união e o coletivo, utilizado na recreação pode vir como uma peça de teatro em que todos estão envolvidos, em datas festivas como a páscoa e a caça de chocolates na escola e etc. 
A escola deve proporcionar um rol de atividades para que os alunos se sintam a vontade de escolher o que mais se identifique com cada aluno, sugere-se: atividades de pintura, teatro, plantio para que o aluno estabelece uma relação proximal à natureza, festa do pijama, festivais, culinária, projetos em datas festivas como carnaval, natal, dia das crianças, ou seja, todas as atividades devem ser voltadas ao estimulo do desenvolvimento infantil e é importante acentuar que na recreação o aluno tem que se identificar com a atividade e necessita ser de escolha espontânea. 
Segundo Kishimoto:
Recreação, desde a antiguidade greco-romana, aparece como relaxamento necessário a atividades que exigem esforço físico, intelectual e escolar (Aristoteles, Tomás de Aquino, Seneca, Sócrates). Por longo tempo, o jogo infantil fica limitado á recreação. Durante a Idade Média, o jogo foi considerado “não-sério”, por sua associação ao jogo de azar, bastante divulgado na época. O jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de historia e geografia e outros, a partir do renascimento, o período de “compulsão lúdica”. O renascimento vê a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. (Kishimoto,1997).
Além dos elementos citados é necessário em que o ambiente educacional e familiar seja tranquilo e transmita harmonia para a criança, na reeducação e na terapia é de extrema importância um ambiente benéfico para que a prática seja desenvolvida e o mais importante absolvida pelo aluno, na escola é que a criança conhece outras crianças e a socialização se torna inerente a elas e com isso surgem conflitos e expressão tanto comportamental quanto mental, devido a esse fator de interação entre crianças e ambiente escolar que faz dos educadores os responsáveis na percepção de déficit que seria mais difícil observar em um ambiente familiar, contudo o contrário também se faz necessário, pois o aluno também reflete na escola o ambiente familiar em que está inserido, na educação a interação família, aluno e educadores faz toda a diferença para o progresso dos alunos. 
Sugere-se que as escolas incluam programas de reeducação e terapia psicomotora, pois as mesmas funcionam como um elemento muito eficaz para a solução de dificuldades que o aluno possa apresentar em outras fases e que se corrigida o progresso se torna visível o que acarretará uma melhora significativa emmatérias escolares, porque nem sempre o erro está no aluno, mas sim no não entendimento ou não aprendizagem na etapa da educação infantil. 
CONCLUSÃO
Conclui-se que a educação infantil é o início de uma fase educacional que se estende para todas as fases da vida de uma pessoa, e que se o ambiente escolar proporcionar o pleno desenvolvimento e atuar no campo da prevenção, muitos distúrbios advindo do mau funcionamento psicomotor poderia ter sido evitado e resolvido, no entanto, não e suficiente somente o esforço dos educadores, mas também da família da criança, que para eles cabe o interesse e acompanhamento na vida escolar de seus filhos essa cooperação será indispensável para o desenvolvimento infantil. 
O artigo demonstra os diversos benefícios advindos da reeducação e terapia psicomotora, tanto para os autistas quanto para desvios comportamentais, contudo entende-se na prática que a solução para diversos casos envolvendo a psicomotricidade a reeducação e a terapia são a solução.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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� Graduação em Recursos Humanos, Especialização em Psicomotricidade pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal – SP. E-mail: liviafreduzeski18_dias@hotmail.com, Orientadora: Prof.ª Esp. Lidiane Maria Fávero.

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