Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Artigo lido em sala: http://www.infomoney.com.br/educacao/guias/noticia/485239/entenda-como-funciona- relacao-risco-retorno Como descobrir a rentabilidade real de um investimento? Escrito por: Equipe Organizze Quando o país está economicamente forte, os investimentos costumam ir de vento em popa, mas, quando a situação não é favorável, a taxa básica de juros da economia e a inflação tendem a se elevar, o que obriga os investidores a realizarem cálculos adicionais para descobrirem a rentabilidade real dos investimentos. Infelizmente, pode acontecer de alguns apresentarem resultados reais negativos, ou seja, com seu dinheiro valendo menos. Mas isso não é só culpa da economia! Na verdade, todo investidor deveria saber realizar o cálculo de rentabilidade real de um investimento. Quer aprender? Então continue lendo nosso post! É preciso retirar os efeitos inflacionários A primeira coisa a ser feita é descontar os impactos que a inflação deixa no poder de compra do seu dinheiro investido. Há várias maneiras de se realizar tal cálculo, e a coisa não é tão simples quanto parece. Vamos apresentar uma situação de exemplo. Vamos imaginar que, no início de um ano, você tenha investido R$ 100,00. Ao fim desse mesmo ano, a rentabilidade alcançada foi de 10%, ou seja, o seu investimento será atualizado para R$ 110,00. Na mesma época, o governo divulgou o índice oficial de inflação da economia, que chegou, hipoteticamente, em 5% ao ano. Isso quer dizer que, no geral, toda a economia esteve 5% mais cara. O que os seus R$ 100,00 compravam no início do ano precisam de mais 5%, ou seja, R$ 5,00, para ter o mesmo poder de compra. Podemos dizer, então, que o ganho seria R$ 10,00 (ganho total no ano) menos R$ 5,00 (efeito inflacionário sobre os R$ 100,00), ou seja, R$ 5,00. Comparando esse valor com os R$ 100,00 inicialmente investidos, obtém-se o percentual de 5% de rentabilidade real. Podemos utilizar esse cálculo, certo? Errado. Ele está incorreto ou, pelo menos, foi feito de maneira inapropriada. A forma certa para achar o retorno real de um investimento Agora que nós sabemos que a forma correta não é simplesmente subtrair o ganho do valor da inflação, vamos aos cálculos corretos para encontrar a rentabilidade real. Os valores devem ser obtidos com base no retorno nominal, ou seja, considerados sobre o valor integral. Há duas maneiras de realizar esse cálculo, mas ambas devem considerar sempre os valores totais e não apenas a inflação e os juros ganhos, como foi feito anteriormente. Note que os valores utilizados foram R$ 10,00 e R$ 5,00, equivocadamente. Os que deveriam ser utilizados são os de R$ 110,00 e R$ 105,00. Para o cálculo, deve-se pegar o valor final corrigido, ou seja, o valor ao fim do ano, que é R$ 110,00, e compará-lo ao valor com efeito inflacionário, que é R$ 105,00. Na fórmula matemática, fica assim: (1 + rendimentos) / (1 + inflação) – 1. No exemplo dado, seria (100% + 10%) / (100% + 5%) -1. Fazendo os cálculos, seria 110% / 105% -1. O resultado encontrado é de 4,76%, contrastando com o de 5%. E dá para fazer esse cálculo de maneira mais rápida? A resposta é: sim! Basta pegar o valor ao final do investimento, depois de ser rentabilizado, e dividi-lo pelo valor inicial, o que foi posto para gerar ganhos. Nesse caso, o cálculo mais rápido seria 110 / 105 – 1, o que dá os mesmos 4,76%. Cálculo de rentabilidades negativas Mas e se o rendimento não superar a inflação? Isso tem acontecido com a caderneta de poupança. Como a taxa básica de juros está acima dos 10%, a poupança voltou a render 0,5% ao mês mais a TR, o que dá algo entre 6,5% e 7% ao ano. Mesmo com a vantagem da isenção de Imposto de Renda, a poupança tem perdido valor no decorrer do tempo. Considerando 2015, com uma inflação um pouco maior que 10%, já é possível identificar a rentabilidade real da poupança. Para os cálculos, vamos imaginar um investimento de R$ 500,00 realizado em janeiro de 2015 e retirado em dezembro. Ao fim do ano, o valor obtido — considerando um rendimento de 7% —, seria de R$ 535,00 com uma inflação de 10% acumulada no ano. Novamente, é equivocado simplesmente dizer que a poupança perdeu 3% (7% de ganho contra 10% de inflação), pois devemos sempre considerar os valores nominais. Nesse caso, o cálculo seria o seguinte: (1 + 0,07) / (1 + 0,10) -1. Simplificando tudo, seria 1,07 / 1,10 – 1. O retorno negativo seria de 2,73%, que é a perda real que o investimento com a poupança trouxe em 2015 para os poupadores. Taxa Nominal e Taxa Real de Juros Um dos elementos principais em Matemática Financeira são as taxas de juros que correspondem à taxa de remuneração do capital no determinado tempo. As taxas de juros são classificadas de formas diferentes de acordo com o tipo de avaliação percentual que está sendo feita. Enfatizaremos nosso estudo nas taxas nominais e taxas reais. A taxa nominal de juros é usada para demonstrar os efeitos da inflação no período analisado, tendo por base os fundos financeiros (empréstimos). Por exemplo, vamos supor que um empréstimo no valor de R$ 5 000,00 seja pago ao final de seis meses com o valor monetário de R$ 7 000,00. O cálculo da taxa nominal de juros será feita da seguinte forma: juros pagos / valor nominal do empréstimo. Juros 7 000 – 5 000 = 2 000 Taxa nominal de juros 2 000 / 5 000 = 0,4 → 40% Portanto, a taxa nominal de juros de um empréstimo de R$ 5 000,00 que teve como quitação o valor de R$ 7 000, teve uma taxa nominal de juros de 40%. No caso da taxa real de juros, o efeito inflacionário não existe, por isso ela tende a ser menor que a taxa nominal. Isso ocorre porque ela é formada através da correção da taxa efetiva pela taxa de inflação do período da operação. A taxa real pode ser calculada pela seguinte expressão matemática: (1 + in) = (1 + r) * (1 + j), onde: in = taxa de juros nominal j = taxa de inflação do período r = taxa real de juros Podemos notar que se a taxa de inflação for nula (igual a 0) as taxas de juros nominal e real serão coincidentes. Acompanhe o exemplo: Um banco, ao realizar um empréstimo, oferece taxas pré-estabelecidas, emprestando R$ 10 000,00 receberá, no prazo máximo de um ano, o valor de R$ 13 000,00. Se a inflação do período foi de 3%. Determine a taxa real de juros do empréstimo? Calculando a taxa nominal de juros 13 000 – 10 000 = 3 000 3 000 / 10 000 = 0,3 → 30% Taxa nominal (in) = 30% Determinando a taxa real de juros utilizando a expressão (1 + in) = (1 + r) * (1 + j). in = 30% = 0,3 j = 3% = 0,03 r = ? (1 + 0,3) = (1 + r) * (1 + 0,03) 1,3 = (1 + r) * (1,03) 1,3 = 1,03 + 1,03r 1,3 – 1,03 = 1,03r 0,27 = 1,03r r = 0,27/1,03 r = 0,2621 r = 26,21% A taxa real de juros do empréstimo é de aproximadamente 26,21%.
Compartilhar