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Profissão Contabil

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PROFISSÃO CONTÁBIL: ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS E SUA EVOLUÇÃO NO 
BRASIL 
 
Bruno Adrian Carneiro da Silva 1 
Elenice de Oliveira Carrara 2 
Fabio da Cruz Alves 3 
Irene Caires da Silva4 
Marcelo Lanutte Pinto Junior 5 
Maristela Regina Moraes6 
 
RESUMO 
Com a globalização, o avanço tecnológico e a posição de destaque do Brasil no cenário econômico e 
social, a contabilidade ocupa papel de grande importância, exigindo melhor preparação dos 
profissionais contábeis. Assim, este artigo tem o objetivo de desenvolver um estudo bibliográfico da 
profissão contábil, desde as origens até as suas conquistas atuais no contexto econômico, descrevendo 
a história da contabilidade e sua evolução, assim como a evolução do profissional contábil, delineando 
o perfil deste profissional e sua importância na economia brasileira, caracterizando a sua formação, seu 
campo de atuação, e os órgãos fiscalizadores da classe. Conclui-se, com os dados elencados neste 
artigo que a presença da contabilidade já se fazia notar no Brasil desde o início da sua colonização, 
passando por grandes transformações até os dias atuais, exigindo do profissional contábil adequação 
frente aos novos desafios de um mercado altamente competitivo, pelo advento do avanço tecnológico 
e a internacionalização da economia. 
Palavras - chave: Contabilidade, Contador e Profissão Contábil. 
 
ABSTRACT 
With globalization, technological progress and position of prominence in Brazil in the economic and 
social scenario, accounting occupies role of great importance, requiring better preparation of 
accounting professionals. Thus, this article aims to develop a study of bibliographic accounting 
profession from its origins to its current achievements in the economic context, describing the history 
of accounting and its evolution and the development of professional accounting, outlining the profile 
of this professional and its importance in the Brazilian economy, characterizing their training, their 
field of expertise, and the bodies supervisory the class. It follows, with the data listed in this article 
that the presence of the accounts have already noted in Brazil since the beginning of its colonization 
through major changes until the present day, requiring the professional accounting adjustment to the 
new challenges ahead of a market highly competitive, the advent of technological advancement and 
internationalization of the economy. 
Key Works: Accounting, Accountant, Accounting Profession. 
 
1 Aluno do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). 
2 Aluna do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). 
3 Aluno do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). 
4 Bacharel em Ciências Contábeis. Mestrado em Engenharia de Produção. Professora do Curso de Ciências Contábeis da 
Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). 
5 Aluno do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). 
6 Bacharel em Administração. Mestrado em Administração. Professora do Curso de Ciências Contábeis e Administração da 
Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A contabilidade é uma das ciências mais antigas e complexas, existe desde os 
primórdios das civilizações, quando o homem sentiu a necessidade de controlar os seus bens, quais 
sejam: rebanhos, ferramentas de trabalho e tudo mais que ia surgindo para satisfazer suas necessidades. 
Desde então, a contabilidade, antes de forma rudimentar, não-sistematizada, foi evoluindo, adquirindo 
normas até chegar à dinâmica de controle atual. Desse modo, os conceitos variados possibilitam 
desenvolver com mais critério e brevidade, a aplicação dessa ciência nos mais diversos estilos e 
modalidades, adaptando-a cada um. 
Essa ciência foi ganhando espaço no cenário econômico brasileiro, na medida em que 
foi exigido maior controle sobre o patrimônio e como conseqüência foram criados princípios e normas 
técnicas, para que essa ciência no seu aspecto profissional acompanhasse os avanços do contexto 
sócio-econômico e financeiro nas suas funções de controle e orientação da atividade contábil. 
Assim, a presente pesquisa busca diagnosticar a realidade da profissão contábil e a 
relevância no aspecto social e econômico brasileiro, no qual suas funções não se restringem mais aos 
aspectos meramente fiscais e tributários, sendo o profissional indicado para assumir a controladoria 
das organizações, em posto de comando e responsável por desenvolver e gerenciar um sistema de 
informações financeiras, econômicas, patrimoniais e de produtividade que auxiliam o processo 
decisório dos empreendimentos. 
Desta forma, este artigo caracterizado por um estudo bibliográfico tem o objetivo de 
desenvolver uma análise da profissão contábil, desde a sua história até as suas conquistas no cenário 
econômico do país; quanto aos objetivos específicos, descreve-se a história da contabilidade e sua 
evolução; assim como do profissional contábil no Brasil; delineando o perfil da profissional e a sua 
importância, a formação e o campo de atuação do mesmo; à regulamentação da profissão e atribuição 
dos contabilistas, bem como as principais mudanças no decorrer dos anos à adaptação a realidade 
exigida pelo contexto do país. 
 
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 - O conceito de contabilidade 
 
A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando representá-
lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua interpretação, análise e 
auditagem e servir como instrumento básico para a tomada de decisões de todos os setores direta ou 
indiretamente envolvidos com a empresa. 
A seguir destaca-se o seguinte conceito de Gouveia (1993, p.01), “ [...] contabilidade é 
um sistema muito bem idealizado que permite registrar as transações de uma entidade que possam ser 
expressas em termos monetários, e informar os reflexos dessas transações na situação econômico-
financeira dessa entidade em uma determinada data”. 
Portanto, a importância de se registrar as transações de uma organização é proveniente 
de uma séria de fatores, como por exemplo: devido ao dinamismo das empresas, com mudança dos 
seus dirigentes e do pessoal que as opera; a necessidade de comprovar, com registros e documentos, a 
veracidade das transações ocorridas; a possibilidade de reconstituir, com detalhes as transações 
ocorridas; a necessidade de registrar as dívidas contraídas, os bens adquiridos, ou o capital que os 
proprietários investiram no negócio, além de informar os reflexos que as transações provocam na 
situação econômico-financeira da empresa para que os diversos interessados em seu passado, presente 
ou futuro tenham conhecimento do seu progresso, estagnação ou retrocesso. 
Para Ribeiro (1996, p. 14), “ A contabilidade é uma ciência que permite, através de suas 
técnicas, manter um controle permanentemente do Patrimônio da empresa”. Portanto, sua finalidade é 
3 
 
fornecer informações sobre o patrimônio, informações essas de ordem econômica e financeira, que 
facilitará as tomadas de decisões, tanto por parte dos administradores ou proprietários, quanto por parte 
daqueles que pretendem investir na empresa. 
2.2 – A história da contabilidade 
Autores clássicos da contabilidade como Iudícibus e Marion (apud BEUREN et al. 
2003), colocam que a fase da Contabilidade do Mundo Antigo compreende desde os primórdios da 
história até aproximadamente o ano de 1202 d.C., e seus acontecimentos marcam o nascimento da 
contabilidade, que surge para atender à necessidade de avaliar a riqueza do homem, bem como os 
acréscimos e decréscimos dessa riqueza em uma época em que ainda não existiam números, escrita ou 
moeda.Relata Beuren et al. (2003), que a contabilidade do mundo medieval compreende o 
período de 1202 da era cristã até 1494, quando o frei Luca Paccioli, na Itália, enfatizou a teoria das 
partidas dobradas do débito e do crédito, correspondente a números positivos e números negativos, 
contribuindo para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Com o método das 
partidas dobradas, implicou o aparecimento e adoção de outros livros que tornassem mais analítica a 
contabilidade, surgindo então o livro da contabilidade de custos. 
A fase moderna da contabilidade ponderada por Zanluca (2004), inicia-se em 1494 
até 1840, com o aparecimento do inventário e como fazê-lo, surgiram também os livros mercantis: 
diário, razão e sobre a autenticação deles; livros sobre registros de operações ( aquisição, permuta, 
sociedade, etc.); sobre contas em geral (como abrir e encerrar); contas de armazenamento; lucros e 
perdas e sobre arquivamento de contas e documentos. 
Comenta Beuren et al. (2003), que o período científico da contabilidade surge no 
período de 1840 até os dias atuais, com o aumento do volume dos negócios registrado após a 
Revolução Industrial que necessitou de exames contábeis das experiências financeiras das empresas, 
a qual, comumente, punha seus serviços profissionais à disposição de outras organizações. Foi, 
contudo, a Itália, com destaque para as cidades de Veneza, Gênova e Florença, fez com que a 
contabilidade florescesse como disciplina adulta e completa. Estas cidades e outras da Europa 
fervilhavam de atividade mercantil, econômica e cultural. 
 
2.3 - Histórico da profissão contábil no Brasil 
Com a evolução da contabilidade, houve a necessidade de um profissional com 
conhecimentos científicos, de ordem superior, competente e gabaritado para dominar a contabilidade, e 
este se tornou o cientista do patrimônio, sendo ele o contador, indispensável nos dias atuais. 
Mas, a presença de profissionais de contabilidade já se fazia notar no Brasil desde o 
início de sua colonização. Em 1549 ocorreu a primeira nomeação feita por D. João III para contador 
geral e guarda-livros. Contudo, somente em 1770, quando Dom José, rei de Portugal, expede Carta de 
Lei a todos os domínios lusitanos (incluindo o Brasil), quando então, surge à primeira regulamentação 
da profissão contábil no país (COELHO, 2000). 
Na regulamentação, fica estabelecida a necessidade de matrícula de todos os guarda-
livros na Junta do Comércio, em livros específicos, ficando claro que a não inclusão do profissional no 
referido livro o tornaria inapto a obter empregos públicos, impedindo-o também de realizar 
escriturações, contas ou laudos. 
Mensiona Coelho (2000), que a lei proibia que os escritórios das casas de negócios 
contratassem guarda-livros sem matrícula e ainda exigia que, na Contadoria Pública, só fossem aceitos 
profissionais que tivessem cursado as aulas de comércio. Desde aquela época se podia verificar a 
íntima relação e a forte influência da educação no mercado de trabalho, na medida em que a freqüência 
às aulas de comércio garantia melhores condições e status profissional. 
4 
 
Apesar das muitas dificuldades, o ensino contábil se desenvolvia timidamente através 
de algumas publicações que começaram a surgir em maior número, principalmente no final do século 
XIX, e da criação, em 1809, da aula (escola) de comércio, implantada um ano depois, com a 
nomeação de José Antônio Lisboa, que se torna o primeiro professor de contabilidade do Brasil. 
A primeira regulamentação contábil realizada em território brasileiro ocorreu em 1870, 
através do reconhecimento oficial da Associação dos Guarda-Livros da Corte, pelo Decreto Imperial nº 
4.475. Relata Coelho (2000), que esse decreto representa um marco, pois caracteriza o guarda-livros 
como a primeira profissão liberal regulamentada no país. 
Dentre as competências exigidas desses profissionais estava quase sempre o 
conhecimento da língua portuguesa e francesa, a esmerada caligrafia , posteriormente o advento das 
máquinas e o eficiente conhecimento das técnicas datilográficas. 
Apesar de sua implantação no início do século XIX, o ensino comercial demorou quase 
100 anos para dispor de uma estrutura capaz de torná-lo mais bem preparado para atender as 
necessidades comerciais do país. 
A primeira escola de contabilidade no Brasil, sob a forma de escola de comércio, foi a 
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, que surgiu em 1902, em São Paulo, como Escola 
Prática de Comércio. Três anos mais tarde, o Decreto Federal nº 1 339/05 reconheceu oficialmente os 
diplomas expedidos pela Escola Prática de Comércio, instituindo dois cursos: um que se chamava 
curso geral (técnico) e outro denominado curso superior (graduação), citado por Coelho (2000). 
O que é facilmente perceptível é que naquela época, assim como hoje, as exigências de 
mercado requeriam uma postura do profissional de busca multidisciplinar, com o conhecimento 
ultrapassando em muito o aspecto essencialmente técnico, o que confirma o pensamento de Marion 
(2005, p.31), "sem doutrina, sem cultura geral, não se pode ambicionar plenitude no desempenho do 
exercício da profissão contábil.” 
 
3 – CARACTERISTICAS 
3.1 - O perfil do profissional contábil 
 
Nos últimos anos, o perfil do profissional de contabilidade vem se modificando e assim, 
até mesmo o conceito de emprego passa por uma profunda e irreversível transformação, que traz 
consigo novos padrões comportamentais de qualificação e de desempenho. 
O perfil do profissional contábil moderno é o de um homem de valor que precisa 
acumular muitos conhecimentos. Ainda, necessita da consciência de que a maior remuneração exige 
qualidade de trabalho e que esta se consegue com o melhor conhecimento, com estudo e aplicação. O 
profissional tem que ser tecnicamente inteligente e ter capacidade criativa, ser proativo, ter alta 
integridade, não pode ter medo de arriscar e nem ser egoísta, ter boa capacidade de comunicação, 
compreender a sistemática econômico-financeira, política e social, em nível local, regional ou mesmo 
internacional, entender os aspectos técnicos dos negócios, para isso precisa sempre estar atualizado e 
procurar estudar a situação da empresa, a qual irá prestar assessoria ou consultoria, sem essas 
concepções e consciência, o desenvolvimento profissional fica bastante prejudicado. 
 
 
No momento, no Brasil, a realidade não é tão positiva. Porém, está mudando 
muito rapidamente e com certeza surpreenderá a muitos. A vinda de empresas 
estrangeiras para o Brasil trouxe e ainda trará muitas oportunidades aos 
profissionais da Contabilidade. O processo da Globalização é um caminho 
sem volta [...] (MARION, 2001, p. 18). 
 
5 
 
 Assim sendo, o contexto atual do país, exige muito esforço e determinação para 
mudanças, a corrida para a disputa dos mercados internacionais e o mercado competitivo não aceita 
indecisões, o profissional moderno tem que ter iniciativa, coragem, ética, visão de futuro, habilidade 
de negociação, agilidade, segurança para resolver os problemas que surgem, capacidade de aprender a 
lidar com mudanças, idéias de melhoria, flexibilidade, capacidade de inovar e criar, sobretudo na sua 
área de atuação, interagir e estudar as realidades políticas, sociais e financeiras, saber orientar as 
empresas para o melhor caminho de forma que elas sobrevivam aos fortes abalos gerados pela 
globalização da economia, o poder de expor os conhecimentos é o ponto chave das grandes decisões. 
De acordo com Silva (2003, p. 03), “ o profissional contábil precisa ser visto como um 
comunicador de informações essenciais à tomada de decisões, pois a habilidade em avaliar fatos 
passados, perceber o presente e predizer eventos futuros pode ser compreendido como fator 
preponderante ao sucesso empresarial.” 
Entretanto, há muito tempo ocontador vem sendo visto e continua, pelos 
microempresários como um funcionário indireto do governo, apenas para cálculos e preenchimentos 
de guias e formulários para atender o fisco, essa foi à maior injustiça causada à profissão, dentro da 
nova tendência mundial, com a internacionalização do comércio e dos serviços, esse profissional tem 
obrigação de mostrar a sociedade o quanto à profissão foi injustiçada, mostrando que as informações 
prestadas pela contabilidade são de importância inquestionável para a tomada de decisão. 
Segundo Montaldo (apud MARION, 2001, p. 39) o contador: 
 
Deve desempenhar aqui um papel importante nas negociações inter-regionais, 
assessorando, pesquisando, trazendo informações e elementos que assegurem o 
fluxo de informação contínua, que leva a uma tomada de decisão racional, 
devendo oferecer um serviço socialmente útil e profissionalmente eficiente, 
que não seja apenas fruto da experiência e da formação universitária recebida, 
mas também de seu compromisso de incrementar e renovar constantemente o 
caudal de seus conhecimentos em prol da unidade regional. 
 
Assim sendo, o profissional da área contábil é um agente de mudanças, e como tal esse 
profissional deve mostrar suas diversas habilidades. O contador é o anjo-da-guarda de uma empresa, 
tornando-se seu profundo conhecedor, podendo desta forma atuar em sua continuidade e crescimento. 
 
3.2 - Responsabilidades do profissional contábil 
 
Na profissão contábil podemos destacar que suas normas são regidas pelo Decreto-Lei 
nº 806/69 e Decreto nº 66.408/70, e o Código de Ética criado pela Resolução CFC nº 803/96, 
atualmente com a recepção em nosso ordenamento jurídico em 2002 do Novo Código Civil, foi 
incorporada a responsabilidade do profissional em contabilidade. 
Assim, os contabilistas brasileiros tiveram suas atividades destacadas de forma ampla 
no novo código civil, que assegura à categoria, suas prerrogativas profissionais, mostrando à sociedade 
sua importância no âmbito das relações empresariais e sociais. Em contrapartida os contabilistas 
passaram a ser alvo de imputação de maiores responsabilidades nos seus atos, sobretudo na produção e 
divulgação dos demonstrativos contábeis. 
A responsabilidade do profissional aumentou com o novo Código. As atividades do 
contabilista são tratadas com mais rigor. A nova lei exige cautela ainda maior do técnico de 
contabilidade e do contador ao realizar seu trabalho. Menciona Silva e Brito (2003, p.26), “responderá 
pessoalmente quando agir com culpa. Tal qual no ramo do direito penal: age com culpa aquele que age 
com negligencia, imprudência ou imperícia, onde o agente embora pratique o ato desconhece ou não 
6 
 
espera o resultado, ou seja, o resultado é alheio a vontade do agente.” Desta forma, caso o erro contido 
no balanço tenha sido involuntário, causado por imperícia, o profissional deve responder a quem 
prestou o serviço. 
Ainda preceitua Silva e Brito (2003, p. 26), “ responderá solidariamente quando agir 
com dolo. A definição de dolo também emana do direito penal. Age com dolo o agente que almeja o 
resultado e assume o risco de produzi-lo.” Portanto, se o contador tiver conhecimento do erro ao 
divulgar o balanço, ele responderá à Justiça e outras entidades da mesma forma que o proprietário da 
empresa. 
O artigo 1177, parágrafo único, mostra que na prática de suas atribuições são direta e 
pessoalmente responsabilizados perante os seus clientes, por atos culposos, e por atos dolosos há a 
responsabilidade solidária, conforme destacado a seguir: 
 
Artigo 1.177 - Os assentos lançados nos livros ou fichas dos proponentes, por 
quaisquer dos prepostos encarregados de sua escrituração produzem, salvo se 
houver procedido de má fé, os mesmos efeitos como se fossem por aquele. 
Parágrafo único - No exercício de suas funções, por prepostos são 
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e 
perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. 
 
O artigo 1178 do Código Civil, mostrado a seguir, destaca que os contabilistas são tão 
responsáveis quanto o empresário e, num processo judicial, são solidários à empresa e tem o seu 
patrimônio disponível para quitar dívidas. Esta nova realidade passa a exigir a elaboração de um 
contrato de prestação de serviço contábil muito bem elaborado e fundamentado à luz do melhor 
doutrina e jurisprudência, e que especifique claramente quais informações serão fornecidas por este 
profissional, quais serão de responsabilidade do empresário e como serão fornecidas. 
 
Artigo 1.178 - Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer 
prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da 
empresa ainda que não autorizados por escrito. 
Parágrafo único - Quando os atos forem praticados fora do estabelecimento, 
somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, 
cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. 
 
Então, verifica-se a necessidade dos profissionais da área contábil estarem atentos para 
as práticas dolosas contra o fisco a serem propostas ou impostas por seus clientes ou por seus 
empregadores. As práticas dolosas ficarão ao encargo de quem os praticará, quer dizer, dos agentes, 
entretanto os profissionais da área contábil são responsabilizados solidariamente com estes por danos a 
terceiros. 
 
 
3.3 - A importância do profissional contábil 
 
A profissão contábil é fértil quanto às oportunidades e campos de atuação. Por 
intermédio do seu trabalho e do seu juízo, o contabilista (contador ou técnico em contabilidade), pode 
7 
 
exercer suas atividades nas mais diversas funções, as quais serão citadas e comentadas no próximo 
item. 
Neste contexto o contabilista registra, quantifica, projeta, analisa, avalia, orienta e 
produz outros elementos, de cuja essência, depende dos organismos econômicos, administrativos e 
financeiros, sobretudo para decidir, manter ou reorientar as ações e os rumos dos negócios e a gestão 
das organizações. 
A atividade contábil, pela sua grandeza, se fundamenta em princípios, leis e outras 
normas decorrentes das relações sociais entre pessoas, empresas e instituições em geral, portanto, 
vinculada à área das ciências sociais aplicadas, com implicações em toda a comunidade. 
Sabe-se que dentre os elementos mais desejados pela sociedade moderna, o patrimônio 
ocupa lugar de destaque, estando para muitos na primeira fila na ordem de preferência, sem prejuízo, 
entretanto, dos bens morais e da grandeza ética que cada um deve possuir. Este patrimônio é o objeto 
fundamental da contabilidade, e se constitui em ponto de convergência sobre o qual incidem estudos e 
pesquisas no campo contábil, especialmente nos seus aspectos qualitativos e quantitativos, observando 
suas variações, quando este patrimônio está vinculado a pessoas, empresas e todas as demais 
entidades, em que suas decisões quando tomadas dentro da boa técnica, são sustentadas pelas 
informações produzidas pela contabilidade. 
Algumas atividades, dada a sua importância no âmbito social, foram recepcionadas 
pela Constituição Federal, a nossa Carta Magna, norma maior do ordenamento jurídico brasileiro 
prevê no capítulo que trata dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, as limitações para o 
exercício das profissões regulamentadas, cujas atividades para serem exercidas, terão que obedecer à 
legislação específica de cada caso (CF, art. 5.º, inciso XIII). Embora afirme que: 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofícioou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
Observa-se que o texto legal, faz restrição quando se trata do exercício profissional e 
diz que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. 
A profissão contábil, portanto, é uma destas atividades a que se refere à Constituição 
Federal e foi regulamentada por legislação federal (Decreto-Lei 9295/46), em cujo dispositivo, dentre 
outras providências, foram instituídas as duas categorias profissionais até hoje existentes: a de 
Contador e a de Técnico em Contabilidade, com prerrogativas e atribuições bem definidas para cada 
caso. Como ampliação da regulamentação profissional, existem inúmeros dispositivos legais de 
âmbito federal, especialmente as resoluções emanadas do Conselho Federal de Contabilidade e dos 
Conselhos Regionais, bem como o Código de Ética Profissional do Contabilista. 
Ainda em decorrência da sua posição de destaque na sociedade, o Código Civil 
reservou à contabilidade e aos contabilistas, dois capítulos nos quais são tratadas as mais variadas 
questões de interesse da comunidade contábil brasileira, dando, portanto, maior visibilidade à 
profissão e por via de conseqüência um acréscimo de responsabilidade. 
Diante de sua imensa inserção social e para a sintonia entre a sua grandeza e o seu 
exercício no dia a dia, o contabilista deve manter-se sempre atento aos bons procedimentos éticos, 
sobretudo no que se refere à honestidade, dignidade e liberdade profissional. 
De acordo com o Código de Ética Profissional do Contabilista formulado pelo 
Conselho Regional de Contabilidade – CRC – são deveres do contabilista: 
8 
 
I - Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a 
legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou 
empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais; 
III - Zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a 
seu cargo; 
IV - Comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento 
reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele 
que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a 
sócios e executores. (Art. 2º, inciso I, III e IV). 
Segundo Sá (2004, p.189) sobre honestidade, assim se manifesta: 
Se algo é confiado a alguém, seja o que for, passa a requerer a fiel guarda, a 
lealdade, a sinceridade e um propósito firme de intransigente probidade. Tudo 
isto se consubstancia no respeito para com o que é de terceiros, como tributo à 
confiança que é depositada; tais atos, quando praticados no campo da virtude, 
caracterizam a honestidade. 
Assim sendo, no exercício profissional o contabilista não deve, em hipótese nenhuma, 
desviar-se da prática da honestidade e dignidade. A autoridade moral de qualquer pessoa é sem dúvida 
o elemento mais positivo em uma relação social ou profissional e faz a diferença no momento da 
contratação e prestação dos serviços profissionais, tendo, portanto, conseqüências positivas também 
em termos de valor de honorários. A honra e o decoro representam a base da correção moral de 
qualquer profissional, que no exercício das suas atividades deve manter sua independência e 
autonomia que lhe garantirão sua liberdade profissional. 
Devido à formação universitária, o contador tem seu escopo voltado para o controle, 
principalmente por causa de sua orientação para o passado e do hábito de reflexão a partir de um 
ambiente de certezas. As universidades têm um papel importante na formação profissional da área 
contábil, voltar à educação de modo a permitir-lhes enfrentar uma sociedade em acelerada alteração 
tecnológica. 
Neste contexto Franco (1999, p. 86) comenta que: 
 
 
O fim do curso de graduação, por si só, não garante o sucesso profissional. 
Muito pelo contrário, é o início de uma longa caminhada, que tem como 
pressuposto básico a educação continuada. Afinal as empresas estão 
procurando profissionais cada vez mais especializados, que possuam uma 
visão generalista e sejam capazes de conectar fatos, acontecimentos em várias 
áreas e ajudar as empresas na consecução dos seus objetivos. 
 
 
Verificamos que a preparação dos acadêmicos de ciências contábeis para uma nova 
visão à nossa realidade, dependerá muito das instituições de ensino superior, ou melhor, dos docentes 
que a compõe, para transmitir aos acadêmicos a necessidade e a importância do papel do profissional 
no mundo globalizado e suas exigências, incentivando a educação continuada, a busca de mais 
9 
 
especializações, com uma ótica generalista, precisa e consciente das dificuldades enfrentadas pelo 
longo caminho a seguir. 
Segundo Marion (2005, p. 16): 
 
Os estudantes que agora estão ingressando em uma faculdade de ciências 
contábeis devem ser preparados para interpretar, entender, analisar os relatórios 
contábeis, tirar conclusões úteis para assessorar as tomadas de decisão. Não 
queremos dizer que a escrituração contábil deve ser marginalizada, mas que a 
ênfase deve concentrar-se em outras variáveis já descritas [...]. 
 
Desta forma, a necessidade de atualização dos conhecimentos será de vital importância 
para o bom exercício da profissão. O aumento de intercâmbio econômico, social e cultural, fez com 
que todas as profissões fossem repensadas e reformuladas, essas mudanças não deixaram de afetar a 
contabilidade e o profissional contábil, que está deixando de ser aquele profissional que tinha a única 
preocupação manter a escrituração das empresas e calcular seus tributos, tornando-se a peça 
fundamental na geração de informações confiáveis e vitais para a administração das entidades. 
 
3.4 – Campo de atuação do profissional contábil 
A área de atuação do profissional contábil é bastante ampla, oferecendo inúmeras 
alternativas onde poderá atuar. As prerrogativas profissionais tratadas no artigo 25 do Decreto-lei n.º 
9.295/46 estão especificadas pela Resolução CFC n.º 560, de 28 de outubro de 1983: 
Art. 2º - O contabilista pode exercer as suas atividades na condição de 
profissional liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de 
servidor público, de militar, de sócio de qualquer tipo de sociedade, de 
diretor ou de Conselheiro de quaisquer entidades, ou, em qualquer outra 
situação jurídica definida pela legislação, exercendo qualquer tipo de 
função. 
 
A Resolução do CFC menciona as respectivas funções da profissão contábil, como: 
analista; assessor; assistente; auditor (interno ou externo); conselheiro consultor; controlador de 
arrecadação; controller; educador; escritor ou articulista técnico; escriturador contábil ou fiscal; 
executador subordinado; fiscal de tributos; legislador organizador; perito; pesquisador; planejador; 
professor ou conferencista; redator e revisor. 
Estas funções podem ser exercidas em cargos como os de: Chefe; subchefe; diretor; 
responsável; encarregado; supervisor; superintendente; gerente; subgerente de todas as unidades 
administrativas onde se processem serviços contábeis. 
Quanto às titulações do mesmo poderá ser de contador geral, contador de custos, 
contador departamental, contador de filial, contador fazendário, contador fiscal, contador industrial, 
contador patrimonial, contador público, contador revisor, contador seccional ou setorial, contadoria, 
técnico em contabilidade e outras semelhantes, expressando seu trabalho. 
Deste modo, evidenciamos o vasto campo na área contábil para atuação no mercado 
de trabalho em nosso país, dentro das prerrogativas especificadas pela Resolução CFC, no decreto 
de lei. De acordo com Marion (2005, p.27) “ a contabilidade é uma das áreas que mais 
proporcionam oportunidades para o profissional [...].” 
Destaca Polacinski (2006), que área de atuação doprofissional contábil se divide em 
quatro segmentos quais sejam, empresa, independente, orgão público e ensino. A sua atuação na 
10 
 
empresa pode ser de: planejador tributário; analista financeiro; contador geral; auditor interno; 
contador de custos; contador gerencial e atuário. Como profissional independente (autônomo) 
destaca-se: auditor independente; consultor; empresário contábil; perito contabil e investigador de 
fraudes. Na esfera pública o mesmo poderá atuar como: contador público; agente ou auditor fiscal; 
tribunal de contas; oficial contador e outros cargos públicos. E no ensino como: professor; 
pesquisador; escritor; parecista e conferencista. 
De acordo com Franco e Marra (2000, p.26): 
 
A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, 
inspeções e obtenção de informações e confirmações, interna e externa, 
relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão 
desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. Os exames 
são efetuados de acordo com normas de auditoria usualmente aceitas e 
incluem os procedimentos que os auditores acharem necessários, em cada 
circustância, para obter elemntos de convicção, com o objetivo de 
comprovar se os registros contabéis foram executados de acordo com 
princípios fundamentais e normas de contabilidade [...]. 
 
Portanto, auditoria é a técnica contábil utilizada para avaliar essas informações, 
constituindo assim, complemento indispensável para que a contabilidade atinga plenamente a sua 
finalidade. Desta forma, o registro definitivo de Auditor Independente é conferido ao contador que 
estiver registrado no Conselho Regional de Contabilidade e tiver exercido atividade de auditoria por 
período não inferior a cinco anos (podendo ser reduzido para três anos, após conclusão do curso de 
especialização em Auditoria Contábil, em nível de pós-graduação). 
Pondera Marion (2005, p.28) a função de Analista Financeiro, “ é profissional que 
analisa a situação econômico-financeira da empresa por meio de relatórios fornecidos pela 
Contabilidade. A análise pode ter os mais diversos fins: medida de desempenho, concessão de crédito, 
investimentos, etc”. Desta forma o analista financeiro é o responsável pela avaliação ou utilização de 
informação econômica, financeira e estatística, tendo em vista a gestão de investimentos ou 
patrimônios, a gestão de carteiras, o aconselhamento financeiro ou o exercício de outras atividade 
afins. 
De acordo com Nakagawa (1993, p.13), “ [... ] o controller despenha sua função de 
controle de maneira muito especial, isto é, a organizar e reportar dados relevantes, exerce uma força ou 
influência que induz os gerentes a tomarem decisões lógicas e consistentes com a missão e objetivos 
da empresa.” Assim, a função de controller está voltada para modelar a correta mensuração da 
riqueza, a estruturação do modelo de gestão. 
Preceita Sá (2000 p. 14): 
 
Perícia contabil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado 
visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-
se exames, vistorias, indagações, invstigações, avaliações, arbitramentos, em 
suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião. 
 
Em suma, a função de Perito Contábil, é o exercício da perícia judicial motivada por 
uma questão judicial, solicitada pela justiça, a função do contador é fazer uma verificação na exatidão 
dos registros contábeis e em outros aspectos, daí a designação Perito Contábil. 
Relata Marion (2005), que a função de consultor contábil, é o profissional de 
consultoria, em franco desenvolvimento em nosso país, não se restringe especificamente à parte 
contábil e financeira, mas também – e aqui houve um grande avanço da profissão – à consultoria fiscal 
(Imposto de Renda, IPI, ICMS e outros), na área de processamento de dados, comercio exterior etc. 
11 
 
Professor de contabilidade é outra função do profissional contábil, no qual exerce o 
magistério de 2º grau ou em universidade (neste caso há necessidade de pós-graduação), não só na área 
Contábil, como também em cursos de ciências econômicas, de administração, direito etc. O 
pesquisador contábil, investiga a contabilidade científica, um campo pouco explorado no Brasil, é para 
aqueles que optaram pela carreira universitária, e que normalmente dedicam um período maior à 
universidade. 
 Segundo Kohama (2000, p.50): 
 
A contabilidade pública é um dos ramos mais complexos da ciências contábeis, 
e tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os 
fenômenos que afetam as situações orçamentarias, financeiras e patrimoniais 
das entidades de direito público interno, ou seja, União, Estados Distrito Federa 
e Municípios e respectivas autarquias [...]. 
 
Assim, contabilidade pública registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, 
dos atos e fatos da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações. Neste campo, evidencia-
se a ocorrencia de um grande contingente de contadores aprovados em muitos concursos, tais como 
para Fiscal de Renda, tanto na área Federal como na Estadual e na Municipal. 
3.5 - Órgãos fiscalizadores dos profissionais contábeis 
Como órgãos fiscalizadores dos profissionais contábeis, atribuída pelo Decreto-Lei nº 
9.295 de 27 de maio de 1946, cria o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e o Conselho Regional 
de Contabilidade (CRC), que define atribuições ao contador e ao técnico de contabilidade e vêm 
desenvolvendo um programa de fiscalização, notadamente nos estados e seus municípios em todo o 
país. (Decreto nº 9.295/46, capítulo I, art. 1º ao 11º). 
3.5.1 - Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
O CFC - Conselho Federal de Contabilidade é uma autarquia especial de caráter 
corporativista, sem vínculo com a administração pública federal, sua estrutura, organização e 
funcionamento é estabelecido pelo decreto acima citado e normatizado pela Resolução CFC nº 
960/03, que aprova o Regulamento Geral dos Conselhos de Contabilidade. 
O CFC tem por finalidade, nos termos da legislação em vigor: Orientar, normatizar e 
fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade, 
cada um em sua base jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal. Representar os CRCs, e sob a 
forma de Conselho Especial de Tomada de Contas, examinar e julgar as contas do CFC, organizadas e 
prestadas por seu Presidente. 
O CFC é integrado por 27 conselheiros efetivos e igual número de suplentes (Lei nº 
11.160/05), sua sede própria foi inaugurada em Brasília (DF), em 20 de novembro de 1996. Ao todo, 
são 11.470 m2 de área construída, em 13 andares e três subsolos. 
Assim, seus valores são: Ética no trabalho; companheirismo; responsabilidade 
profissional e social; compromisso; confiança; transparência; respeito e trabalho perseverante, com a 
missão de promover o desenvolvimento da profissão contábil, primando pela ética e qualidade na 
prestação dos serviços; realizando o registro e a fiscalização de profissionais e organizações 
contábeis, atuando como fator de proteção da sociedade. 
 
3.5.2 - Conselho Regional de Contabilidade (CRC) 
O CRC - Conselho Regional de Contabilidade, tem por finalidade, registrar, fiscalizar e 
desenvolver atividades para a valorização da profissão contábil, sendo este subordinado ao CFC. 
12 
 
O programa de fiscalização é desenvolvido pelos Conselhos Regionais de 
Contabilidade, verificando nas suas diligências, se o provimento de cargos e o exercício de atividades 
contábeis estão sendo ocupados por contadores e por técnicos em contabilidade; se há adeqüacidade 
do cargo em relação à respectiva categoria profissional; se existe escrituração contábil e se ela está 
sendo executada de acordo com as normas. 
Dentre os CRCs distribuídos pelopaís, escolhemos o CRC SP para fazermos 
especificações mais subjetivas ao órgão, pois este representa o Estado que domiciliamos. 
Com sede na cidade de São Paulo-SP, o CRC SP conta, no interior do Estado, com 9 
subsedes, 9 delegacias regionais e 128 delegacias. As subsedes realizam, nas suas regiões e com o 
auxílio das delegacias, todos os serviços que dizem respeito ao registro, fiscalização do exercício 
profissional e apoio ao desenvolvimento do Programa de Educação Continuada. As subsedes regionais 
têm estrutura administrativa própria, no que diz respeito às instalações e corpo funcional, subordinada 
diretamente ao CRC SP. 
 O CRC SP é integrado por um Plenário composto por 36 conselheiros efetivos e 36 
suplentes, que ocupam os cargos do Conselho Diretor (presidente, vice-presidentes de Administração e 
Finanças, Fiscalização, Desenvolvimento Profissional e Registro) e da Câmara de Controle Interno, 
Câmara de Recursos, Câmaras de Fiscalização I, II e III, Câmaras de Ética e Disciplina I, II e III, 
Câmara de Desenvolvimento Profissional e Câmara de Registro. 
Em março de 2008, o CRC SP possuía 109.110 Contabilistas registrados, sendo 53.545 
Contadores e 55.565 Técnicos em Contabilidade. Estavam registradas 17.480 organizações contábeis, 
divididas em 9.036 escritórios individuais e 8.444 sociedades. Para atender a esses profissionais, o 
CRC SP contava, em março de 2008, com 231 funcionários. Destes, 49 são fiscais e 7 são 
coordenadores, que utilizam uma frota de 48 veículos, trabalhando diretamente na fiscalização dos 
serviços contábeis. 
 
3.6 - Exame de suficiência 
 
Instituído pela resolução CFC n° 853/99 de 28 de julho de 1999, estabeleceu o 
Conselho Federal de Contabilidade, o exame de suficiência como pré-requisito para a habilitação 
profissional, com a finalidade de comprovar a obtenção de conhecimento médio por parte dos 
egressos de cursos de Ciências Contábeis e adotando programas de educação continuada por parte dos 
Conselhos Regionais por meio de cursos de aperfeiçoamento, seminários ou fóruns de estudos, esses 
procedimentos de exames fizeram partes de uma série de ações voltadas para a melhoria e 
aperfeiçoamento da qualidade dos profissionais, associados às necessidades mercadológica, com a 
ótica de que novos tempos exigem profissionais muito bem qualificados e que necessitem aprender 
sempre e a cada momento novidades tecnológicas, já que se tornaram obsoletos muitos dos 
conhecimentos anteriormente adquiridos. Este exame visa algumas vantagens, pois, o profissional, 
avaliado e aprovado, certamente terá melhores oportunidades no mercado de trabalho, além de traçar 
uma radiografia do ensino, mostrando para as instituições educacionais onde estas estão falhando. 
O exame de suficiência foi realizado em março de 2000 à 2006, neste período em que 
foi aplicado o exame, 158 mil candidatos se inscreveram e apenas 68 mil foram aprovados o que 
evidencia a sua importância. Durante muitos anos, a classe contábil reivindicou a implantação do 
exame; ao consegui-la, a ela juntou-se a opinião pública, francamente favorável à avaliação das 
categorias profissionais. 
Mas, o exame de suficiência para aquisição da habilitação profissional na área contábil 
foi extinto por ordem judicial em agosto de 2006, segue abaixo o trecho, retirado do site do Conselho 
Federal de Contabilidade, declarado pela presidente, Maria Clara Cavalcante Bugarim: 
 
13 
 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) comunica a todos os interessados 
que, por força de decisão judicial proferida quanto aos processos nº 
2005.34.00.006.208-4, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal (DF), e nº 
2004.72.00.015564-0, da Justiça Federal de Florianópolis (SC), os Conselhos 
Regionais de Contabilidade passarão a registrar os profissionais nas categorias 
Técnico em Contabilidade e Contador. Esse registro será dado independente de 
aprovação em Exame de Suficiência, resguardada as demais exigências 
previstas na legislação específica. 
Portanto, a partir de agosto de 2006 até os dias atuais, não há a exigência do exame de 
suficiência para a habilitação do profissional contábil no Brasil, como citado no trecho acima. 
 
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Conclui-se com este artigo que a presença da contabilidade já se fazia notar no Brasil 
desde o início da sua colonização e passou por grandes transformações até os dias atuais devido ao 
avanço tecnológico e a internacionalização da economia, exigindo do profissional contábil adequação 
frente aos novos desafios de um mercado altamente competitivo. 
No contexto atual, evidenciamos pelos referidos autores citados no desenvolvimento 
desse artigo, que mencionam o perfil do profissional, como sendo o comunicador de informações 
essenciais nas tomadas de decisões e desempenham um papel de agente de mudanças mostrando suas 
diversas habilidades, com iniciativa, coragem, ética, visão de mercado e futuro, boa relação inter e 
intrapessoal, agilidade, capacidade de lidar com mudanças, flexibilidade, capacidade de inovar e criar, 
interagir e estudar as realidades políticas, sociais e financeiras. 
 Entretanto, na prática, este perfil é um tanto utópico se comparado com a realidade. 
Verifica-se, que a maioria dos empreendimentos constituídos no Brasil são compostos por micro (ME) 
e pequenas empresas (EPP), no qual, demandam a assessoria do profissional contábil, através dos 
escritórios de contabilidade, sendo que estes profissionais, ainda se restringem aos aspectos fiscais e 
tributários e não tem o perfil gerencial esperado, um dos fatos que compravam esta afirmação é os 
dados do Sebrae que evidenciam o alto índice de mortalidade das empresas, cujo um dos motivos 
apontados para tanto é falta de um plano de negócios elaborado pelo contador, usando a contabilidade 
gerencial como ferramenta de auxílio a tomada de decisões. 
Assim, para a ME e EPP o contador é visto como um mal necessário, como agenciador 
do governo, enquanto nas grandes empresas e multinacionais, o contador é visto como mediador, 
consultor e facilitador, que agrega valor a organização. Porém, com muita luta de alguns contadores 
começam haver mudanças nessa ótica de muitos empresários que já tratam o contador como um 
parceiro para alcançar seus objetivos. 
Quanto ao campo de atuação da profissão contábil, existem várias oportunidades de 
mercado (com desemprego praticamente igual à zero), além disso, é uma das áreas com mais 
ramificações, no qual poderá atuar como, auditor contábil, perito, controller, consultor, analista 
financeiro, empresário contábil, independente (autônomo), investigador de fraudes, contador público, 
professor, e uma diversidade de cargos em concursos públicos. 
Entretanto, o fim do curso de graduação, por si só, não é fator preponderante para 
garantia no mercado de trabalho, é necessário educação continuada, busca de especializações, outros 
idiomas e domínio total da informática, com uma ótica generalista e conscientes das dificuldades 
enfrentadas pelo longo caminho a seguir. 
Há ausência de um exame de suficiência implementado pelos órgãos da classe, que 
busque avaliar os conhecimentos adquiridos pelos graduados em ciências contábeis, para poder filtrar 
os profissionais da área, sem competência técnica e mal qualificado, acaba dificultando traçar uma 
radiografia do conhecimento do acadêmico formado, ficando restrito somente ao MEC avaliar, como 
14 
 
temos atualmente o exame do ENADE, portanto, se houvesse tal exame de suficiência, todos discentes 
atuariam no mercado aptos ao exercício da profissão, somente os discentes com conhecimento técnico, 
como presenciamos atualmente na classe dos advogados (OAB). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 - BIBLIOGRÁFIA 
 
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	Bruno Adrian Carneiro da Silva 0F
	RESUMO
	ABSTRACT
	Key Works: Accounting, Accountant, Accounting Profession.
	GOUVEIA, Nelson. Contabilidade Básica. 2. ed. São Paulo: Harbra, 1993.
	KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
	MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
	MARION, José Carlos. O Ensino da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
	SÁ, Antonio Lopes de. Perícia Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
	SITES PESQUISADOS

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