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Plano de Estudo FILOSOFIA DA CIÊNCIA AV1

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PLANO DE ESTUDO 
 FILOSOFIA DA CIÊNCIA AV1 2018.1 
tag​: menoridade, autonomia intelectual, ciência, verdades absolutas, racionalismo moderno, círculo de viena, raciocínio 
indutivo, raciocínio dedutivo, pensamento hegeliano, fenomenologia, revolução copernicana, criticismo kantiano, juízo analítico, 
juízo sintético a priori, juízo sintético a posteriori, hegel, epistemologia; 
 
1) Faça uma pesquisa sobre a ideia de "menoridade" e "autonomia intelectual" no 
pensamento kantiano. 
Segundo Kant, esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade que é a incapacidade de fazer uso de 
seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. 
 
Kant afirma que todo indivíduo vive uma situação de menoridade em algum momento de sua vida, podendo 
acontecer por comodismo ou oportunismo, medo ou preguiça, mas reforça que o indivíduo não deve 
permanecer na menoridade a vida toda. 
 
A menoridade é natural, já que nenhuma pessoa nasce pronta. No entanto, Kant questiona aquelas autoridades 
que, através do medo ou do constrangimento, mantêm seus sujeitos em menoridade quando já teriam 
condições intelectuais de não sê-lo, e ironiza aqueles sujeitos que vivem uma situação de menoridade 
auto-imposta. 
 
A autonomia intelectual, seria, portanto, quando o homem pensa por si e onde ele é auto-legislador, 
obedecendo a lei moral. 
 
2) Disserte sobre a relação entre "ciência" e "verdade absolutas". 
A verdade é um atributo dos enunciados. Somos nós que fazemos esta atribuição, depois de investigar a 
realidade e reunir evidência. Nenhuma coleção de evidências para apoiar o valor da verdade de um enunciado 
pode considerar-se absoluta porque é finita e não se pode descartar que se encontre evidência não favoráveis 
ao enunciado. O que podemos fazer é formular enunciados verdadeiros sobre o mundo. Isto é o que buscamos 
na ciência: uma representação mais verdadeira possível da realidade. Em definitivo: Não há verdades fácticas 
absolutas. 
 
3) Explique a ideia de racionalismo moderno a partir de Descartes. 
René Descartes é responsável pelo desenvolvimento do racionalismo cartesiano, segundo o qual o homem não 
pode alcançar a verdade pura através de seus sentidos: as verdades residem nas abstrações e em nossa 
consciência, na qual habitam as ideias inatas. A missão de Descartes era justamente legitimar a ciência, 
demonstrando que o homem poderia conhecer o mundo real. Para encontrar uma certeza inquestionável, 
Descartes duvidou de tudo. 
 
4) O que foi o "círculo de Viena" e quais sua proposições em relação à ciência? 
O Círculo de Viena, movimento intelectual de caráter antimetafísico, surgiu por uma necessidade de 
fundamentar a ciência a partir das concepções que a Filosofia da Ciência ganhou no século XIX. 
 
A idéia era formular um critério de cientificidade que tivesse uma correspondência com a Natureza. Por isso, o 
Círculo de Viena adotou uma forma de empirismo indutivista que se utiliza de instrumentos analíticos como a 
lógica e a matemática para auxiliar na formação dos enunciados científicos (o princípio de verificabilidade). 
Para os pesquisadores do Círculo de Viena, que seguiam o positivismo lógico (baseado em linguagem ou fatos 
que fundamentam as teorias) os enunciados científicos deveriam ter uma comprovação ou verificação baseada 
na observação ou experimentação. 
 
5) Qual a diferença entre raciocínio indutivo e dedutivo? 
Raciocínio indutivo (particular para o geral)​: O papel das premissas é fornecer um forte apoio à conclusão, mas 
a verdade da conclusão não é garantida, porque este tipo de raciocínio não usa leis universais (tais como as 
leis da lógica) para chegar à conclusão. 
p.e., 
“Tenho visto muitos cisnes e eles eram todos brancos. Portanto, todos os cisnes são brancos.” Neste caso, o 
raciocínio é correto porque a premissa apoia a conclusão, mas a conclusão é falsa, uma vez que existem cisnes 
negros. 
 
Raciocínio dedutivo (geral para o particular)​: Faz uso das regras da lógica para se chegar a uma conclusão. Se 
as premissas são verdadeiras e as leis aplicadas estão corretas, então a conclusão é necessariamente 
verdadeira. 
p.e., 
 “Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal.” 
 
6) Quais os pontos fundamentais do pensamento Hegeliano? 
Hegel acreditava no poder do racional, que tudo poderia ser explicado através de categorias reais. Tendo em 
vista a capacidade de se compreender todas as coisas e ordená-las através de categorias, tinha o objetivo de 
reduzir a realidade em uma unidade que fosse sintética (idealismo transcendental). 
 
De acordo com o Hegelianismo, haveria uma identidade entre racional e real, o que significa que a realidade 
seria absolutamente justificável em todas as suas manifestações. Um ponto importante para abarcar essa 
explicação seria o processo dialético, que permite uma interpretação da realidade através da síntese dos 
opostos. 
 
O Hegelianismo gerou também a ideia de uma autoconsciência absoluta, sob a qual a humanidade caminharia 
em sentido à razão continuamente. Tal pensamento liga-se a outro que acredita que a história é a realização 
de um plano providencial no qual os povos vencedores são integrantes de um evolucionismo de essência 
divina. 
 
7) Defina as idéias da fenomenologia. 
É uma matéria que consiste em estudar a essência das coisas e como são percebidas no mundo. 
 
De acordo com a fenomenologia de Husserl, todos os fenômenos do mundo devem ser pensados a partir das 
percepções mentais de cada ser humano. Para que a filosofia não fosse considerada uma "verdade provisória" 
[algo que será considerado como verdadeiro até que um fato novo mostre o contrário], Husserl sugere que a 
fenomenologia devia referir-se apenas às coisas como estão na experiência de consciência, e que devem ser 
estudadas por suas essências, eliminando os pressupostos do mundo real e empírico de um objeto da ciência. 
 
Para exemplificar o pensamento da fenomenologia de Husserl, imagina-se um quadrado, como forma 
geométrica. Esse quadrado, não importa o tamanho que tenha, seja grande ou pequeno, sempre será um 
quadrado em essência na mente de um indivíduo. 
 
Já Hegel​ aborda o processo de formação da consciência humana ao dizer que os conflitos dos desejos ou com 
outras consciências, modifica o modo de pensar de um indivíduo, a partir de um conjunto de experiências 
sociais. Para que se consiga chegar à verdade, o indivíduo deve assimilar as transformações das coisas e ideias 
que o rodeia. 
 
8) Explique o que levou à afirmação de que Kant operou a "revolução copernicana" na 
filosofia. 
Kant chamou de "revolução copernicana" sua resposta ao problema do conhecimento. O astrônomo Copérnico 
formulou a teoria heliocêntrica para substituir a teoria de que a Terra ocupava o centro do universo. Copérnico 
demonstrou que o movimento dos astros ao redor da Terra era ilusório e Kant propôs uma inversão 
semelhante em filosofia. Até então, asteorias consistiam em adequar a razão humana a objetos, que eram, 
por assim dizer, o "centro da gravidade" do conhecido. Kant propôs o contrário: os objetos, a partir daí, teriam 
que se regular pelo sujeito, que seria o depositário das formas do conhecimento. As leis não estariam nas 
coisas do mundo, mas no próprio homem. 
 
9) O que se pode definir como criticismo kantiano? 
O criticismo é a teoria que desenvolve uma investigação acerca das possibilidades do conhecimento, tendo em 
conta as suas fontes e as suas limitações. O chamado criticismo kantiano surgiu a partir de uma crítica ao 
empirismo e ao racionalismo, considerando que estas doutrinas não têm em conta o papel ativo do indivíduo 
no processo cognitivo. Dito isto, o criticismo de Kant distingue os juízos analíticos e os juízos sintéticos. De 
acordo com o criticismo, em suma, pode-se dizer que tudo aquilo que está na inteligência é resultante da 
experiência dos sentidos apesar de nem todo o conhecimento resultar daquilo que se percebe através dos 
sentidos. 
 
10) Defina os juízos de Kant [analítico a priori, sintético a posteriori, sintético a priori]. Cite 
exemplos de cada um. 
Antes de definir os juízos de Emmanuel Kant é interessante compreender os conceitos de "a priori" e "a 
posteriori". O conhecimento "a priori" (ou também conhecido por puro) não necessita da experiência sensorial 
para acontecer. É um conhecimento essencial aplicado a tudo e a todos, por exemplo a afirmação de que o 
triângulo tem três lados é uma afirmação que serve para qualquer tipo de triângulo em qualquer situação e em 
qualquer tempo. Este conhecimento é geral e dele se originam discernimentos fundamentais. 
Já os conhecimentos dados pela experiência, "a posteriori", não produzem juízos essenciais e que possam ser 
aplicados em todas as situações. 
 
Além desta diferenciação, Kant considera ainda que existem juízos analíticos e sintéticos. O primeiro trata-se 
daqueles em que os atributos fazem parte do termo sobre o qual se afirma algo. As conclusões do juízo 
analítico são resultado do exame dos elementos contidos nos termos. Por exemplo, na afirmação "os corpos 
são extensos" a qualidade "extenso" já está contida de forma subentendida no termo "corpo", ou seja, não 
temos condição de elaborar ideias ou raciocínios sobre o termo "corpo" se não aceitarmos que eles são 
"extensos". 
Os juízos sintéticos, por sua vez, são os que associam o conceito do predicado ao conceito do sujeito e geram 
novos conhecimentos, por exemplo "alguns corpos se movimentam relação a outros". Na formulação desse 
juízo os termos se complementam e desenvolvem um novo saber. 
Através destas diferenciações, Kant classifica os juízos em analítico, sintético a posteriori e sintético a priori. 
Desses três o único que tem a possibilidade de criar novos conhecimentos é o juízo sintético a priori, pois é ao 
mesmo tempo universal e necessário e faze o conhecimento evoluir (é o juízo da matemática e da física e Kant 
se pergunta se eles são possíveis também na metafísica). 
 
Em resumo, um juízo consiste na conexão de dois conceitos, dos quais um (A) sempre cumpre função de 
sujeito e o outro (B) a de predicado. 
- Juízos Analíticos: são juízos em que o predicado (B) pode estar contido no sujeito (A) e, por isso, ser extraído 
por pura análise. Isto significa que o predicado nada mais faz do que explicar ou explicitar o sujeito. Ex.: “Todo 
triângulo tem três lados”; 
- Juízos Sintéticos a posteriori: são aqueles em que o predicado não está contido no sujeito, mas relaciona-se a 
ele por uma síntese. Esta, porém, é sempre particular ou empírica, não sendo universal e necessária, portanto, 
não servem para a ciência. Ex.: “Aquela casa é verde”. 
- Juízos Sintéticos a priori: são juízos em que também o predicado não é extraído do sujeito, mas que pela 
experiência forma-se como algo novo, construído. No entanto, essa construção deve permitir ou antever a 
possibilidade da repetição da experiência, isto é, a aprioridade, entendida como a possibilidade formal de 
construção fenomênica, que permite a universalidade e a necessidade dos juízos. A experiência aqui não é a 
mera deposição de fenômenos na mente em razão da sequência das percepções, mas sim a organização da 
mente numa unidade sintética daquilo que é recebido pela intuição. Kant concorda com Leibniz que “nada há 
na mente que não tivesse passado pelos sentidos, exceto a própria mente”. 
 
11) Estabeleça uma comparação entre o pensamento de Kant e Hegel destacando os pontos 
mais importantes de suas teorias 
Kant: Sua concepção de conhecimento se dividia em dois aspectos: tangível e abstrato. Concebia a história 
como um plano da natureza, onde os humanos seguiriam um fio condutor. Assim pensava um princípio 
universal de sociedades, comparando uma as outras. Dedicou-se a estudar as ações humanas através do 
princípio eterno da razão e da moralidade. Percebe a religião através da racionalidade e ensina a arte de 
filosofar. 
 
Hegel: ​Sua concepção de conhecimento se dividia em três categorias: lógica abstrata, filosofia da natureza e 
filosofia do espírito. Percebia a história como a representação da vontade divina. Classificava as sociedades 
como heterogêneas por dependerem de decisões sociais. Por isso não as comparava. Dedicou-se a estudar a 
história em si através do princípio eterno da razão e da divina providência. Não submete questionamento ás 
verdades religiosas e ensina a Filosofia em si. 
 
Ambos os pensadores são alemães e extremamente religiosos. Consideram o corpo como natureza e o espírito 
como matéria divina. Baseiam-se no Iluminismo. Dedicam-se a filosofia. Vêem a razão como princípio 
governante da sociedade. São caracterizados pela crítica a suas épocas. 
 
 
 
12) Como a teoria do conhecimento (epistemologia) pode auxiliar o profissional de 
psicologia? 
Não se faz psicologia sem uma epistemologia, aliás, não faz nenhuma ciência. Epistemologia é o ramo do saber 
filosófico que se ocupa da validação, estruturação e sustentação do conhecimento de uma maneira lógico 
racional. Por isso, podemos definir a força de uma teoria observando o tripé de sustentação filosófica da 
mesma: A epistemologia (ciência da validação do conhecimento), metodologia (ciência dos meios para alcançar 
o conhecimento) e ontologia (ciência da essência do conhecimento). 
A epistemologia é a responsável por dizer se o que sabemos é válido ou não, na medida em que se guia por 
distintos pressupostos lógicos para verificar se um conhecimento é real ou fictício. É, portanto, um ramo da 
filosofia necessário para a psicologia na medida em que a última se serve da primeira para afirmar sua 
identidade enquanto conjunto de saberes científicos. 
É necessário se preocupar e estudar com dedicação os temas epistemológicos nas nossas matrizes de 
pensamento, para continuar progredindo e manter nossa ciência viva e eficaz.

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