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Células do Sistema Nervoso

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NOME: DONEIVITI LEITE DOS SANTOS 
CURSO: PSICOLOGIA
MATÉRIA: NEUROANATOMOFISIOLOGIA
PROFESSORA: DANI PEDROSA 
CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO:
No sistema nervoso encontramos dois conjuntos principais de células:
• Neurônios: que são as unidades estruturais e funcionais responsáveis pela transmissão e processamento de impulsos nervosos através do organismo. Eles determinam as nossas diversas funções, como armazenar memórias, pensar e regular os outros órgãos e as glândulas.
• Células da glia (neuróglia): Ocorrem em número maior do que os neurônios e desempenham funções de suporte, sendo responsáveis, por exemplo, pela nutrição, sustentação e defesa dos neurônios.
CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS PELAS SUAS FUNÇÕES:
a) Aferentes ou sensitivos: são aqueles que transmitem as informações dos órgãos para o SNC, são vias de entrada, pois trazem dados de todo nosso organismo para nossa medula espinhal e para o nosso cérebro. É através destas vias que o SNC é informado do estado de funcionamento do corpo e desenvolve estratégias específicas para cada uma situação.
Por exemplo: Quando alguém toca nossos braços imediatamente nós sabemos que fomos tocados, isso ocorre porque terminações nervosas sensitivas (aferentes) presentes nos braços foram estimuladas pela outra pessoa e elas avisam o toque ao SNC.
b) Eferentes ou motores: transmitem as informações do SNC aos músculos, vísceras e glândulas. São vias de saída, que levam as respostas do SNC para todo organismo. É através destas vias que realizamos as estratégias desenvolvidas para cada momento.
Continuando o exemplo anterior: Ao perceber o toque (pelo aviso das vias aferentes) o SNC compara este toque com outros que nós já recebemos e só depois de decidir se o toque é bem-vindo ou não ele elaborará uma estratégia, que será realizada pelas vias eferentes. Podemos, por exemplo, retirar educadamente o braço caso o toque seja indesejável. Esse movimento de retirada realizado pelo braço só é possível porque neurônios motores eferentes comandaram os músculos do braço para que eles se contraíssem e modificassem a posição original daquele membro superior.
c) Interneurônios e neurônios de associação: São neurônios conectores, que fazem a comunicação entre neurônios aferentes e eferentes.
CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS PELAS SUAS FORMAS:
a. Unipolares: Forma mais simples de neurônio. Possui apenas um prolongamento primário partindo do corpo celular com muitas ramificações. Nestas células, uma ramificação principal atua como axônio e as outras como dendritos. São muito raras em nosso organismo e aparecem em alguns gânglios do sistema nervoso autônomo (SNA).
b. Bipolares (aqui encontramos os pseudounipolares): Apresentam corpo celular com forma oval de onde partem dois prolongamentos em direções opostas: um dendrito que conduz a informação da periferia para o corpo celular e um axônio que conduz a informação do corpo celular para o sistema nervoso central. Ocorrem nas células da retina e do epitélio olfativo.
As células sensoriais que conduzem informações sobre tato, pressão e dor para a medula espinhal são exemplos especiais de células bipolares. No início de seu desenvolvimento elas são iguais às bipolares, mas, progressivamente, os seus dois prolongamentos se fundem, formando uma estrutura única que depois se bifurca. Um de seus segmentos segue para a periferia (para os receptores sensoriais na pele, nas articulações e nos músculos) e o outro segmento segue na direção da medula espinhal. Essas células são conhecidas como neurônios pseudounipolares.
c. Multipolares: Constituem o tipo de célula predominante no nosso sistema nervoso, possuem apenas um axônio e um ou mais dendritos que se originam no corpo celular. O tamanho e a forma destes neurônios são extremamente variáveis.
CÉLULAS DA GLIA OU NEUROGLIA:
As células da glia foram consideradas por algum tempo apenas como células de sustentação, ou seja, seriam células que mantinham os neurônios dispostos em nosso SNC de forma organizada, ocupando os espaços existentes entre eles. Com o avanço dos estudos foi verificado que elas representam bem mais que sustentação, as células da glia possuem papéis muito importantes e são fundamentais para o funcionamento do SN. Elas são vitais pra os neurônios. Essas células aparecem no sistema em um número muito maior do que o de neurônios e são capazes de se autoduplicarem, produzindo novas células idênticas entre si. O corpo celular das neuroglias geralmente é menor do que o dos neurônios, o núcleo costuma ocupar praticamente todo o espaço disponível.
ASTRÓCITOS: São as maiores células da glia. Elas produzem pés terminais em suas diversas ramificações e são responsáveis pela regulação do transporte de substâncias pelo sangue até os neurônios (nutrição), envolvem nódulos de Ranvier e as fendas sinápticas. Dois tipos principais: 
• Protoplasmáticos: são aqueles que ocorrem na região de substância cinzenta (onde se encontram os corpos celulares dos neurônios no sistema nervoso central). 
• Fibrosos: são os outros, que ocorrem junto à substância branca (onde se encontram os axônios dos neurônios no sistema nervoso central).
MICRÓGLIÓCITOS: Atuam como os "macrófagos" do SNC (removem restos celulares durante o desenvolvimento normal do sistema nervoso) e auxiliam a recuperação de áreas degeneradas no tecido nervoso. São bem pequenas e apresentam um núcleo também pequeno. Possuem poucas ramificações. 
Subdividem-se em dois grupos:
• Ramificados: não se proliferam e nem atuam em processos patológicos, atuando apenas na formação do sistema nervoso central. 
• Ameboides: são os verdadeiros macrófagos cerebrais nos indivíduos adultos e possuem atividade fagocítica. Capazes de proliferar rapidamente em áreas agredidas e após traumas no sistema nervoso central.
OLIGODENDRÓCITOS: Células que produzem bainha de mielina (camada que reveste alguns neurônios e confere velocidade à transmissão de impulsos nervosos ao longo dos axônios no SNC). Produzem diversos prolongamentos protoplasmáticos e são capazes de mielinizar vários axônios de neurônios diferentes.
Subdividem-se em dois grupos:
• Satélites: localizados próximos aos corpos celulares.
• Fasciculares: localizados em meio aos axônios.
CÉLULAS DE SCHUWANN: Formação de bainha de mielina no SNP, revestindo os axônios. Diferindo dos oligodendrócitos elas são células dedicadas a um trecho do axônio, ou seja, elas não produzem os diversos prolongamentos protoplasmáticos, padrão típico dos oligodendrócitos. Note que a bainha de mielina é descontínua. As células estão separadas uma das outras pelos espaços chamados nódulos de Ranvier.
CÉLULAS EPENDIMÁRIAS: Participam da produção de líquor.
SNP: SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO:
Gânglios: formam dilatações constituídas principalmente por corpos celulares de neurônios na parte periférica do sistema nervoso, além destes corpos celulares, encontramos os gliócitos ganglionares (anfícitos).
Fibra nervosa: são constituídas por um axônio e suas bainhas envoltórias. Elas podem ser mielínicas ou amielínicas.
• Tratos e fascículos: são grupos de fibras nervosas na parte central do sistema nervoso.
• Nervo: feixes de fibras nervosas localizados na parte periférica do sistema nervoso.
Nervo: se originam do agrupamento de fibras nervosas em feixes. São esbranquiçados, devido ao seu conteúdo em mielina e colágeno (exceto alguns nervos muito raros e finos formados somente por fibras amielínicas, ou seja, sem bainha de mielina). Eles estabelecem as comunicações entre os centros nervosos superiores e os órgãos da sensibilidade e os efetores (músculos e glândulas). A maior parte dos nervos possui fibras aferentes e eferentes, sendo chamados de nervos mistos.
Terminação nervosa: ficam localizadas na extremidade das fibras que constituem os nervos e são divididas em dois tipos: sensitivas (aferentes) ou motoras (eferentes).
• Terminações sensitivas: quando estimuladas (calor, luz, pressão etc.), dão origem ao impulso nervoso que segue pela fibra em cuja extremidadeelas estão localizadas. Este impulso é levado para a parte central do sistema nervoso e atinge áreas específicas do cérebro onde é “interpretado”, resultando em diferentes formas de sensibilidade (tato, visão, dor, audição etc.).
• Terminações motoras: existem na porção terminal das fibras eferentes e são os elementos de ligação entre estas fibras e os órgãos efetuadores: músculos ou glândulas.
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DESENVOLVIMENTO E DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO:
Com a fertilização do gameta feminino (oócito secundário ou óvulo) pelo masculino (espermatozoide) forma-se um zigoto, na tuba uterina da mãe (antigamente reportada como trompa de Falópio). Nos dias seguintes o concepto segue por dentro da tuba na direção do útero, sofrendo divisões celulares sucessivas e diversas modificações estruturais. No final da segunda semana ele estará implantado no endométrio que reveste internamente o útero.
Neste momento o futuro bebê apresenta-se organizado em duas camadas de células: o ectoderma e o endoderma. Uma terceira camada, intermediária, se formará ao longo da terceira semana, será chamada de mesoderma.
O SN é o primeiro sistema a iniciar a sua formação em nosso organismo. Os eventos que disparam o processo ocorrem na terceira semana de desenvolvimento, no início da vida embrionária, e devem seguir ordenadamente e sem falhas para garantir sua formação plena. Devemos destacar que apesar de todos os principais sistemas de órgãos iniciarem sua formação na vida embrionária, ou seja, entre a 3ª e a 8ª semana de gestação, suas funções serão mínimas no início da vida fetal (9ª semana), ganhando maturidade de modo progressivo ao longo do crescimento intrauterino.
O desenvolvimento da forma do corpo (morfogênese) inicia-se na terceira semana. A neurulação (desenvolvimento do sistema nervoso) inicia-se ao final da 3ª semana e compreende a formação da placa neural e todo o seu dobramento, que culminará com a formação do tubo neural. A neurulação tem sua origem do ectoderma. São os primórdios de nosso sistema nervoso central e periférico se desenvolvendo.
DESENVOLVIMENTO DO TUBO E DA CRISTA NEURAL:
Com o espessamento do ectoderma verifica-se a formação da placa neural. Aos poucos essa placa neural desenvolve-se, ficando cada vez mais espessa e forma um canal central no sentido longitudinal, que é chamado sulco neural, logo depois observa-se que este sulco se aprofunda aos poucos até que forma uma estrutura em forma de goteira, a goteira neural. O próximo estágio é marcado pela fusão das bordas (lábios da goteira) fechando o tubo neural. Na região onde o ectoderma não diferenciado se fecha sobre o tubo neural, desenvolvem-se células que formam, de cada lado o tubo neural, uma lâmina longitudinal denominada crista neural.
De um modo geral, o tubo neural dará origem aos elementos da parte central do sistema nervoso e a crista neural dará origem aos elementos da parte periférica do sistema nervoso.
DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO:
Embriológica: Estuda as etapas de desenvolvimento antes do nascimento. Inicialmente o tubo neural dará origem a três vesículas primordiais, chamadas de prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Conforme essas vesículas vão se desenvolvendo novas estruturas irão se formar. Desta forma, o prosencéfalo dá origem ao telencéfalo e ao diencéfalo e o rombencéfalo dará origem ao metencéfalo e mielencéfalo. Estas dilatações se relacionam com as estruturas macroscópicas da parte central do sistema nervoso.
Anatômica: É a divisão mais conhecida e utilizada, onde o SN se divide em duas grandes partes: central e periférica. O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo [cérebro (telencéfalo e diencéfalo), o cerebelo e o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo)] e pela medula espinal. O sistema nervoso periférico é formado por nervos (cranianos e espinais), gânglios e terminações nervosas.
Funcional: A porção VISCERAL de nosso sistema nervoso é responsável pela inervação e controle das nossas vísceras (intestinos, pulmões, rins e etc.), apresentando um componente aferente, por onde estímulos são enviados delas até o sistema nervoso central e outro eferente, responsável por enviar os comandos centrais de nosso cérebro para esses órgãos vitais. O sistema nervoso SOMÁTICO é aquele que irá relacionar o organismo com o meio ambiente externo, por seus componentes aferentes as informações (temperatura, toques, aromas, imagens e etc.) do meio externo são levadas até nosso cérebro e pelas vias eferentes os ajustes corporais são enviados do sistema nervoso central para nosso corpo.
A porção eferente de nosso sistema nervoso visceral é conhecida como sistema nervoso autônomo (SNA), apresentando duas subdivisões: SNA simpático e SNA parassimpático.
Segmentar: Dividido com base na metameria em SEGMENTAR e SUPRASSEGMENTAR. A segmentação do sistema nervoso é caracterizada pela conexão com os nervos periféricos. O SN segmentar é representado por todo o SNP mais aquelas porções da parte central do sistema nervoso que estão em contato direto com os nervos típicos (a medula espinal e o tronco encefálico). O sistema nervoso suprassegmentar é formado por cérebro e cerebelo.
TELENCÉFALO:
O telencéfalo é formado pelos dois hemisférios cerebrais e pelas porções mais anteriores do terceiro ventrículo. Os hemisférios cerebrais são incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, o corpo caloso, que é o principal meio de união entre os dois hemisférios cerebrais.
A superfície do cérebro do homem apresenta depressões denominadas sulcos do cérebro que delimitam os giros do cérebro. A existência dos sulcos permite um considerável aumento da superfície sem grande aumento do volume cerebral, exemplos: sulco lateral e o sulco central.
Ventrículos: Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de epêndima e contendo líquido cerebrospinal, os ventrículos laterais direito e esquerdo, que se comunicam com o terceiro ventrículo através dos forames interventriculares.
Fibras do corpo medular do cérebro:
O corpo medular do cérebro é uma área de substância branca, formada por diversos tipos de fibras mielínicas que conectam os centros nervosos entre si e se dispõem entre seus núcleos, compondo um verdadeiro emaranhado de circuitos neuronais. Todas essas fibras nervosas têm sua origem ou terminação, algumas vezes ambas, no interior do córtex cerebral. Podem ser classificadas em três tipos, dependendo da sua origem e destino: fibras de associação, fibras comissurais e fibras de projeção.
Fibras de associação: 
São fibras que interconectam pontos corticais situados num mesmo hemisfério cerebral. Algumas fibras de associação são curtas e ligam áreas próximas do córtex cerebral fazendo um arco abaixo dos sulcos cerebrais adjacentes (fibras em “U”). Outras fibras de associação são mais longas e percorrem a substância branca para ligar áreas distantes do córtex cerebral.
Fibras comissurais: 
São fibras que vão de um hemisfério cerebral para o outro, conectando estruturas funcionalmente relacionadas. As principais fibras comissurais inter-hemisféricas são o corpo caloso, a comissura anterior e a comissura do hipocampo.
Fibras de projeção: 
São fibras que passam entre o córtex cerebral e as estruturas subcorticais, como o tálamo, o corpo estriado, o tronco encefálico e a medula espinal. Consiste em fibras aferentes que conduzem impulsos ao córtex cerebral e em fibras eferentes que conduzem impulsos a partir do córtex cerebral.
Núcleos da base: 
São massas nucleares dispostas na substância branca dos hemisférios cerebrais. Estas estruturas estão primariamente relacionadas ao controle da postura e do movimento. Os principais componentes são o núcleo caudado e o núcleo lentiforme, este último é formado pelo putame e pelo globo pálido. O corpo amigdalóide era listado como um dos núcleos da base em função da sua localização e origem embriológica, entretanto, funcionalmente ele é muito diferente e fazparte do sistema límbico.
Córtex cerebral: 
Fina camada de substância cinzenta que reveste o corpo medular do cérebro e corresponde a uma das partes mais importantes do sistema nervoso. No córtex cerebral chegam impulsos provenientes de todas as vias sensitivas e aí, tornam-se conscientes e são interpretadas. Do córtex cerebral saem os impulsos nervosos que iniciam e comandam os movimentos voluntários, além de estar relacionado com os fenômenos psíquicos.
A classificação mais utilizada é a de Korbinian Brodmann, publicada em 1909, que contém 52 áreas citoarquitetônicas numeradas pela ordem em que foram estudadas. Estas áreas são conhecidas como “áreas de Brodmann”.
Podemos dividir o córtex cerebral, de forma esquemática, em áreas de projeção e áreas de associação. 
ÁREAS DE PROJEÇÃO: são as que recebem ou dão origem a fibras relacionadas diretamente com a sensibilidade ou motricidade. São consideradas áreas primárias. 
São elas:
o Área somestésica (sensitiva geral): é a área da sensibilidade somática geral e está localizada no giro pós-central, correspondendo às áreas 1, 2 e 3 de Brodmann. 
o Área visual: localiza-se nos lábios do sulco calcarino, correspondendo à área 17 de Brodmann.
o Área acústica (auditiva): corresponde às áreas 41 e 42 de Brodmann, localizando-se no giro temporal transverso anterior.
o Área olfatória: uma área pequena situada na parte anterior do unco e do giro para-hipocampal. Próximo ao córtex olfatório está o córtex entorrinal (área 28 de Brodmann), considerado uma área olfatória de associação ou secundária.
o Área gustatória: é a área receptora cortical para o paladar, corresponde à área 43 de Brodmann e localiza-se na extremidade inferior do giro pós-central adjacente à área sensitiva geral para a língua.
o Área motora primária: corresponde á área 4 de Brodmann e está localizada no giro pré-central. No homem, a área 4 de Brodmann dá origem à maior parte das fibras dos tratos corticospinal e corticonuclear, principais responsáveis pela motricidade voluntária.
ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO: as demais áreas são consideradas de associação e, de modo geral, estão relacionadas a funções psíquicas complexas. As áreas de associação podem ser secundárias ou terciárias. 
Áreas de associação secundárias: mantém uma relação indireta com a sensibilidade e a motricidade. São áreas que geralmente se encontram justapostas às áreas primárias correspondentes. São elas: 
Área somestésica secundária (áreas 5 e 7 de Brodmann), 
Área visual secundária (áreas 18, 19, 20, 21 e 37 de Brodmann)
Área acústica secundária (área 22 de Brodmann)
Área motora suplementar (área 6 de Brodmann)
Área pré-motora (área 6 de Brodmann)
ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO TERCIÁRIAS:
Não se ocupam mais do processamento motor ou sensitivo, mas estão envolvidas com atividades psíquicas superiores como, por exemplo, a memória, os processos simbólicos e o pensamento abstrato. A lesão destas áreas causa alterações psíquicas sem qualquer conotação motora ou sensitiva. São áreas que ocupam o topo da hierarquia funcional do córtex cerebral. Não se relacionam isoladamente com nenhuma modalidade sensorial. Recebem e integram as informações sensoriais já elaboradas por todas as áreas secundárias e, também, são responsáveis pela elaboração das diversas estratégicas de comportamento. 
São elas:
Área pré-motora: compreende a maior parte do lobo frontal (não motora). Em humanos, ocupa cerca de ¼ da superfície do córtex cerebral. Através de suas conexões com córtices de associação de outros lobos e com o hipotálamo, tálamo medial e corpo amigdaloide, o córtex pré-frontal recebe informação de todas as modalidades sensitivas, assim como sobre estados motivacionais e emocionais. 
Funções: Escolha de opções e estratégias comportamentais adequadas à situação física e social do indivíduo. Manutenção da atenção e capacidade de seguir sequências ordenadas de pensamentos. Controle do comportamento emocional. Pacientes com lesão do córtex pré-frontal exibem um ou mais dos seguintes sintomas: deficiência da tomada de decisão, desinibição social, impulsividade, hiperfagia, falta de planejamento, emoção limitada, ausência de empatia, incapacidade de completar tarefas e ausência de conscientização ou interesse.
Área temporoparietal: compreende o lóbulo parietal inferior, ou seja, os giros supramarginal e angular, estendendo-se também às margens do sulco temporal superior e parte do lóbulo parietal superior. É uma área importante para a percepção espacial e também para que se tenha uma imagem das partes componentes do próprio corpo.
Áreas límbicas: as áreas corticais límbicas de associação compreendem o giro do cíngulo, o giro para-hipocampal e o hipocampo. Essas áreas, relacionadas principalmente com a memória e com o comportamento emocional, integram o sistema límbico
ÁREAS CORTICAIS DA LINGUAGEM:
• Área de Wernicke (área sensitiva da linguagem): situa-se na junção entre os lobos temporal e parietal e corresponde à área 22 de Brodmann. Está relacionada basicamente à compreensão da linguagem falada.
• Área de Broca (área motora da fala): corresponde às áreas 44 e 45 de Brodmann, localizadas nas partes: opercular e triangular do giro frontal inferior do hemisfério cerebral dominante, que em 95% dos indivíduos é o esquerdo. Na área de Broca é formulado um programa de coordenação para a vocalização. Os elementos do programa são transmitidos às áreas da face, língua, pregas vocais e faringe no córtex motor para a execução da fala. A área de Broca também está conectada à área motora suplementar, relacionada à inicialização da fala.
DIENCÉFALO:
O diencéfalo, juntamente com o telencéfalo, tem origem no prosencéfalo. O diencéfalo é encoberto pelo telencéfalo durante o desenvolvimento e possui as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. Está localizado na porção mediana basal do cérebro, acima de mesencéfalo e abaixo do córtex cerebral. Anatomicamente está tão fundido com as partes basais do córtex cerebral que é muito difícil delinear limites precisos. Uma forma de localizar as estruturas diencefálicas é estudar os tecidos que circundam o terceiro ventrículo. 
Terceiro ventrículo: cavidade do diencéfalo. Comunica-se com o quarto ventrículo através do aqueduto do mesencéfalo e com os ventrículos laterais através dos forames interventriculares. 
Sulco hipotalâmico: se estende do aqueduto do mesencéfalo até o forame interventricular. As porções da parede acima deste sulco pertencem ao tálamo e as porções abaixo, pertencem ao hipotálamo. Os dois tálamos são unidos pela aderência intertalâmica.
TÁLAMO: São duas massas ovoides de substância cinzenta, uma em cada hemisfério, unidas pela aderência intertalâmica, na porção laterodorsal do diencéfalo. Pode ser observado, no corte sagital mediano do encéfalo, acima do sulco hipotalâmico. O tálamo funciona como uma subestação que recebe e distribui as informações para o telencéfalo. Existem dois acidentes anatômicos talâmicos importantes: corpos geniculados lateral e medial, formados pelos núcleos geniculados medial e lateral do tálamo. O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva e o corpo geniculado lateral faz parte da via óptica. Os corpos geniculados são chamados de metatálamo.
1. Cada hemisfério talâmico funciona de forma independente e em íntima relação como hemisfério cerebral adjacente (ou seja, do mesmo lado). Existe pouquíssima ligação entre os dois hemisférios talâmicos.
2. Pessoas que sofrem lesões ou retirada do grande parte de seu córtex cerebral, mas que mantém seu tálamo intacto costuma preservar a capacidade de sentir dor, logo o tálamo é uma estrutura importante na percepção de estímulos dolorosos. A dor é uma de nossas sensações mais primitivas e é extremamente adaptativa, pois dispara mecanismos de autopreservação.
3. O córtex cerebral seria inútil sem a atuação do tálamo, uma vez que é no córtex onde nós armazenamos informações, mas a única forma de acessar a esse banco de dados é enviando perguntas via tálamo e processandorespostas que serão encaminhadas via tálamo para nosso organismo.
HIPOTÁLAMO: O hipotálamo é uma área relativamente pequena, situado abaixo do tálamo, com importantes funções, relacionadas principalmente com o controle da atividade visceral. É constituído fundamentalmente por substância cinzenta que se agrupa em núcleos. Apesar de apresentar-se pequena, e de difícil localização para olhares desatentos, esta é a principal estrutura no controle interno de nosso organismo. 
Algumas de suas funções são: 
• Controle da parte autônoma do sistema nervoso (Núcleo posterior)
• Regulação da temperatura corporal (Núcleo pré-óptico)
• Regulação do comportamento emocional 
• Regulação do sono e da vigília
• Regulação da ingestão de alimentos (Núcleos mediais e Áreas laterais)
• Regulação da ingestão de água (Áreas laterais e Núcleo supraóptico)
• Regulação da diurese (Núcleo supraóptico)
• Regulação das glândulas endócrinas
• Geração e regulação dos ritmos circadianos
EPITÁLAMO: Localizado na parte superior e posterior do diencéfalo e contém formações endócrinas: a glândula pineal é responsável pela secreção de melatonina e parece ter ação antigonadotrópica no homem, além de um papel na regulação dos ritmos circadianos. E não endócrinas: núcleos habenulares, situados no trígono habenular, a comissura das habenular e a comissura posterior.
Com exceção da comissura posterior, todas as formações não endócrinas do epitálamo pertencem ao sistema límbico, estando, pois, relacionadas com a regulação do comportamento emocional.
SUBTÁLAMO: É uma massa de substância cinzenta e branca compreendida na zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. Apresenta uma visualização difícil, pois não se relaciona diretamente com as paredes do terceiro ventrículo, mas pode ser visualizado em cortes frontais do cérebro. O elemento mais evidente do subtálamo é o núcleo subtalâmico que mantém relação com a regulação da motricidade somática e que causa hemibalismo quando em degeneração.
TRONCO ENCEFÁLICO:
Contínuo a medula espinhal, abaixo do diencéfalo e anterior ao cerebelo tem sua estrutura mais caudal no bulbo, acima dele temos a ponte e a seguir o mesencéfalo. Posterior ao tronco encontramos o cerebelo. De nosso tronco encefálico emergem 10 pares de nervos cranianos. Numerosas vias nervosas atravessam essa região transmitindo sinais sensoriais da medula espinhal para o tálamo (conexões mais comuns) e sinais motores do córtex cerebral para a medula. Além dessas funções verificamos diversos núcleos funcionais que coordenam, por exemplo, a respiração, a pressão arterial, o equilíbrio, determinam a atividade neural do nosso sistema e participam da regulação de nosso ciclo de sono-vigília. O tronco também atua como elemento de conexão do cerebelo e do cérebro (na direção superior) e do cerebelo e medula espinhal (na direção inferior).
Bulbo: destacam-se em sua anatomia a presença das pirâmides (onde ocorre o fenômeno de decussação) na porção anterior e de olivas na região antero-lateral. Pelas pirâmides bulbares atravessam vias que alcançam pontos em praticamente toda a medula espinhal conduzindo sinais que controlam as contrações musculares. As olivas atuam como transmissores de sinais para o cerebelo. Partem do bulbo os nervos cranianos IX, X, XI e XII. Funções: o bulbo com seus núcleos e feixes nervosos possui áreas relacionadas com o controle cardiovascular, com a função respiratória, com o espirro, com a deglutição, com o vômito e com o bocejo.
Ponte: Subdividida em regiões dorsal (ou tegmento pontino) e ventral. Possui diversos núcleos que recebem estímulos do cerebelo e formam uma ponte de ligação entre o cerebelo e o resto do cérebro. Ponte ventral: formada por fibras corticoespinhais (que seguem para a medula espinhal) e corticopontinas (que fazem sinapses com os núcleos pontinos). Dos núcleos pontinos emergem fibras nervosas que formam o pedúnculo cerebelar superior. Ponte dorsal (ou tegmento pontino): formado por estruturas contínuas do mesencéfalo, a saber: o lemnisco medial, o feixe longitudinal e a formação reticular (veja detalhes funcionais no tópico mesencéfalo abaixo). Partem dessa região os núcleos dos nervos cranianos V, VI, VII e VIII.
Mesencéfalo: Porção superior do tronco encefálico, subdividido em teto (com dois pares de colículos: superiores e inferiores) e assoalho (pedúnculo cerebral). A região conhecida como teto (formada pelos colículos superiores e inferiores) recebe informações de nossos olhos e ouvidos. O nervo óptico (2º par de nervos cranianos) envia muitas fibras nervosas para os colículos superiores e as vias auditivas são ramificadas até os colículos inferiores. Além dessas funções os colículos participam da construção de respostas motoras complexas que produzimos em reação a estes estímulos auditivos e visuais. Os nossos sistemas visuais, auditivos, motores e táteis trabalham em harmonia para que possamos construir as respostas adequadas, como, por exemplo, olhar na direção de um som de freada de carro ou para (ao mesmo tempo) coçar a própria perna e olhar para a região irritada. Os pedúnculos cerebrais constituem o assoalho do mesencéfalo. Essa região é formada por três regiões distintas: camada superficial (fibras corticoespinhais e corticopontinas), substância negra (atividades musculares subconscientes) e tegmento, localizado posteriormente a substância negra, é sub-dividido em diversos núcleos:
• Lemnisco medial: transmite sinais sensoriais para o tálamo.
• Feixe longitudinal medial: conexões do tronco com o diencéfalo.
• Núcleo vermelho: coordenação de movimentos e transmissão de informações do cerebelo para o tálamo e cérebro.
• Núcleo dos nervos oculomotor e troclear.
• Substância cinzenta periaquedutal (no entorno do aqueduto): importante nas análises para reação à dor.
• Formação reticular: ocorre desde a medula até o diencéfalo passando por essa área do mesencéfalo. Participa da construção de diversas vias nervosas.
Na base do mesencéfalo, existe uma área pigmentada por melanina chamada de substância negra. A população neuronal da substância negra consiste em neurônios pigmentados (duas vezes mais) e não pigmentados. O neurotransmissor dos neurônios pigmentados é a dopamina, muito importante para a normalidade das funções motoras. Os neurônios não pigmentados são colinérgicos. 
No teto do mesencéfalo encontram-se os colículos superiores, relacionados com a visão e os colículos inferiores, relacionados com a audição. 
Quarto ventrículo: É a cavidade do rombencéfalo, que possui uma forma losânica e está situada posteriormente ao bulbo e a ponte e anteriormente ao cerebelo. Comunica-se inferiormente com o canal central da medula e superiormente, comunica-se com o terceiro ventrículo através do aqueduto do mesencéfalo. O quarto ventrículo se comunica com o espaço subaracnoideo através das aberturas laterais e da abertura mediana.

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